17 research outputs found

    Comportamentos infantis problemáticos, perturbadores e não conformes: conceitos e demandas de cuidado relacionados à agitação em crianças em Santos e Campinas, Brasil

    Get PDF
    Este artigo se inicia com um questionamento sobre as consequências sociais da impossibilidade de delimitar o conceito de transtorno mental, o qual parece ser um termo “vago”, sem definições satisfatórias, sobretudo quando associado a comportamentos infantis. Argumenta-se que, para pensar os comportamentos infantis problemáticos, perturbadores ou não conformes, é necessário entender quais são os conceitos relacionados às categorias classificatórias dos comportamentos infantis e apresentados como demandas de cuidado, tanto no discurso do senso comum quanto no discurso biomédico. Os dados foram coletados a partir de pesquisas qualitativas desenvolvidas em três diferentes serviços de saúde mental infantil, um em Santos (2012) e dois em Campinas (2009- 2010 e 2017-2018). Baseado no que parece ser uma relação entre disfunção biológico-psicológica e expectativa ou resposta sociocultural, tomase como ponto de partida a agitação como uma categoria multidimensional e vaga, apresentandose uma descrição e reflexão teórica sobre os vários conceitos relativos à agitação. A análise é centrada nos diferentes usos dos conceitos de agitação, os atores sociais e instituições envolvidos nas demandas de cuidado e as formas como eles estão interdependentemente conectados. Porfim,revela, a partir de uma perspectiva sociocultural, as implicaçõesdeclassificar edefinirocomportamento infantil com base em uma categoria vaga.This article discusses the social consequences of the impossibility of specifically defining the boundaries of the concept of mental disorder, which seems to be a “vague” term with no satisfactory definition, especially when referred to children’s behaviors. We argue that when discussing children’s problematic, disturbing or non-conforming behaviors it is necessary to understand how these concepts are related to the classificatory categories of children’s behaviors and presented as care demands, whether in common sense or in biomedical discourses. Data were collected in qualitative research developed in three different child mental health services (CMHS), one in Santos (2012) and two in Campinas (2009-2010; 2017-2018), Brazil. Based on what seems to be a relation between biological-psychological dysfunction and social-cultural expectation or response, our starting point is that agitation is also a multidimensional and vague category, presenting a description and theoretical reflection about the various concepts regarding agitation. The analysis focuses on the different uses of the concepts of agitation; the social actors and institutions involved in care demands and how they are interdependently connected; then revealing, from a sociocultural perspective, the implications of classifying and defining children’s behavior from this vague category

    O controle da infância : O TDAH e o uso de medicamentos

    Get PDF
    A reflexão crítica e sociológica acerca do tratamento medicamentoso e psiquiátrico de crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é a finalidade deste trabalho. Há numerosos trabalhos e discussões atuais sobre o transtorno e o uso de medicamentos como sua principal forma de tratamento, especialmente em áreas do conhecimento como Psiquiatria, Psicologia, Educação e Saúde Coletiva. Em Sociologia, pouco ainda se fala sobre o assunto, a não ser sobre um tema correlato: a medicalização social. Assim, uma reflexão que busque as relações entre TDAH, medicamento e sociedade é importante para as discussões sociológicas em termos de medicalização. Originado de minha pesquisa de Mestrado, este trabalho privilegia suas discussões e interpretações baseando-se nas falas de psiquiatras, pais e crianças diagnosticadas como portadoras de TDAH e no que elas nos revelam sobre o assunto.Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educació

    O controle da infância : O TDAH e o uso de medicamentos

    No full text
    A reflexao crítica e sociológica acerca do tratamento medicamentoso e psiquiátrico de crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atençao e Hiperatividade (TDAH) é a finalidade deste trabalho. Há numerosos trabalhos e discussoes atuais sobre o transtorno e o uso de medicamentos como sua principal forma de tratamento, especialmente em áreas do conhecimento como Psiquiatria, Psicologia, Educaçao e Saúde Coletiva. Em Sociologia, pouco ainda se fala sobre o assunto, a nao ser sobre um tema correlato: a medicalizaçao social. Assim, uma reflexao que busque as relaçoes entre TDAH, medicamento e sociedade é importante para as discussoes sociológicas em termos de medicalizaçao. Originado de minha pesquisa de Mestrado, este trabalho privilegia suas discussoes e interpretaçoes baseando-se nas falas de psiquiatras, pais e crianças diagnosticadas como portadoras de TDAH e no que elas nos revelam sobre o assunt

    A medicalização da vida e os mecanismos de controle: reflexões sobre o Tdah

    No full text
    Este artigo propõe uma reflexão sociológica acerca do tratamento psiquiátrico e medicamentoso prescrito a crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (Tdah), definido por psiquiatras e literaturas especializadas como um transtorno mental cujos sintomas são: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esse tipo de proposta é importante, pois investiga qualitativamente alguns processos relacionados ao transtorno e seu tratamento, tais como biologização, patologização, medicalização e estigmatização de certos comportamentos infantis, além de suas consequências para as crianças que recebem o diagnóstico de Tdah e têm sua condição patológica confirmada. O intuito é revelar aspectos sociais, culturais e históricos omitidos pela naturalização do transtorno, uma vez que sua etiologia é aceita como primordialmente biológica (o que confere papel secundário a fenômenos sociais). Abordam-se o discurso e saber psiquiátrico acerca do transtorno e as experiências leigas dos sujeitos que vivenciam o Tdah e que estão em contato com profissionais de saúde especializados, para que se analise se o Tdah e seu tratamento psiquiátrico e medicamentoso podem ser interpretados como mecanismos de controle de vidas. Os dados foram coletados por meio de pesquisas bibliográfica e empírica. A pesquisa de campo se desenvolveu no Ambulatório de Psiquiatria Infantil do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e contou com o método etnográfico e as técnicas de observação participativa, bem como entrevistas semiestruturadas (com profissionais de saúde atuantes no referido ambulatório, crianças entre 6 e 12 anos diagnosticadas como portadoras de Tdah e seus pais ou representantes legais) e produção e interpretação de desenhos infantis

    The control of childhood : ways of the medicalization

    No full text
    Orientador: Maria Lygia Quartim de MoraesDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno mental infantil que tem ganhado evidência nos ambulatórios e consultórios médicos, escolas e mídia. Não parar, parecer estar no "mundo da lua" e não obedecer às ordens dos adultos são alguns indícios, entre tantos outros, de que a criança é uma potencial portadora de TDAH. Ao considerar-se que o TDAH tem origem em disfunções genéticas e neurológicas, encerra-se o problema no corpo individual, em sua constituição biológica, o que dá autoridade aos médicos psiquiatras para diagnosticar e propor tratamentos - sendo o uso de medicamentos psicoestimulantes o método mais utilizado - e deixam-se de lado questões sociais, históricas, culturais, econômicas e políticas importantes. Assim, nesta dissertação pretende-se analisar e interpretar o TDAH, seu diagnóstico e seu tratamento médico (psiquiátrico) e medicamentoso designados a crianças, a fim de desnaturalizá-los e desvendar suas relações com a sociedade contemporânea. Nesse sentido, são explorados temas como a definição clínica do transtorno, os processos de medicalização social, patologização e estigmatização de comportamentos infantis e as imagens da criança com TDAH, estabelecendo o diálogo entre TDAH, sociedade e infância. A metodologia escolhida engloba uma pesquisa qualitativa etnográfica, dispondo de métodos e técnicas de observação participativa no Ambulatório de Psiquiatria Infantil do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas; de entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde atuantes no referido ambulatório, crianças, entre seis e doze anos de idade, diagnosticadas como portadoras do TDAH e atendidas no local, e seus pais ou representantes legais; e de produção e interpretação de desenhos infantis. Portanto, a partir das pesquisas bibliográfica e de campo, entende-se que o TDAH e seu tratamento psiquiátrico e medicamentoso definem-se como fenômenos complexos que ultrapassam os limites do campo da biologia e medicina por possuírem raízes sociais, históricas e culturais ligadas a uma sociedade que valoriza as crianças como vir-a-ser, como seres em formação para a vida adulta ativa, e que as enquadra em normas e regras socialmente definidas sobre comportamentos adequados. A partir dessa conformação, além de se fornecer pouco espaço à expressão infantil, classificam-se, punem-se e tenta-se corrigir as crianças que se desviam, entre elas, as crianças com TDAH. Portanto, é possível entender o TDAH e seu tratamento (especialmente o medicamentoso) como mecanismos de biopoderAbstract: Attention Deficit/Hyperactive Disorder (ADHD) is a child mental disorder which has been increasingly drawing attention from medical clinics, schools and media. Being in constant active, seeming aloof and not obeying adults' orders are some signs, along with so many others, that indicate a child is a potential ADHD bearer. When it is considered that ADHD has a genetic neurological dysfunction cause, the problem becomes restricted to the individual, in his/her biological constitution. This gives psychiatrists authority to diagnose and prescribe treatments - the use of psycho stimulant drugs being the main one. However this approach disregards important social, historical, cultural, economical, and political questions. Therefore, in this dissertation I aim to analyze and understand ADHD, its diagnosis, its drugs and the medical (psychiatric) treatment given to children in order to denaturalize them and reveal their relations with contemporary society. In this way, some themes are investigated, such as the disorder clinical definition, the processes of social medicalization and the pathologization and stigmatization of some children's behaviors, and these children's images, establishing the dialogue among ADHD, society, and childhood. The methodology chosen covers an ethnographic qualitative research, with methods and techniques of participative observation at "Ambulatório de Psiquiatria Infantil do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas"; semi-structured interviews with health professionals from the above-mentioned clinic, children from six to twelve years old diagnosed as ADHD bearers and treated there, and their parents or legal guardians; as well as by interpreting children's drawings. Thus, from bibliographic and field research, it is understood that ADHD and its medicamental and psychiatric treatment are complex phenomena which surpass Biology and Medicine field limits because of their social, historical, and cultural roots. They are connected to a society which values the child as a developing human being into an active adult life, and conforms them to socially defined principles and rules about proper behaviors. This conformation gives little room to child expression and, moreover, label, punish, and try to correct deviant children, among them, children with ADHD. Hence, it is possible to understand ADHD and its treatment (especially medicamental one) as mechanisms of bio-powerMestradoSociologiaMestre em Sociologi

    A medicalização da vida e os mecanismos de controle: reflexões sobre o Tdah

    No full text
    Este artigo propõe uma reflexão sociológica acerca do tratamento psiquiátrico e medicamentoso prescrito a crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (Tdah), definido por psiquiatras e literaturas especializadas como um transtorno mental cujos sintomas são: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esse tipo de proposta é importante, pois investiga qualitativamente alguns processos relacionados ao transtorno e seu tratamento, tais como biologização, patologização, medicalização e estigmatização de certos comportamentos infantis, além de suas consequências para as crianças que recebem o diagnóstico de Tdah e têm sua condição patológica confirmada. O intuito é revelar aspectos sociais, culturais e históricos omitidos pela naturalização do transtorno, uma vez que sua etiologia é aceita como primordialmente biológica (o que confere papel secundário a fenômenos sociais). Abordam-se o discurso e saber psiquiátrico acerca do transtorno e as experiências leigas dos sujeitos que vivenciam o Tdah e que estão em contato com profissionais de saúde especializados, para que se analise se o Tdah e seu tratamento psiquiátrico e medicamentoso podem ser interpretados como mecanismos de controle de vidas. Os dados foram coletados por meio de pesquisas bibliográfica e empírica. A pesquisa de campo se desenvolveu no Ambulatório de Psiquiatria Infantil do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e contou com o método etnográfico e as técnicas de observação participativa, bem como entrevistas semiestruturadas (com profissionais de saúde atuantes no referido ambulatório, crianças entre 6 e 12 anos diagnosticadas como portadoras de Tdah e seus pais ou representantes legais) e produção e interpretação de desenhos infantis

    Problematic, disturbing and non-conforming children’s behaviors: the concepts and care demands related to agitation in children in Santos and Campinas, Brazil

    No full text
    Abstract This article discusses the social consequences of the impossibility of specifically defining the boundaries of the concept of mental disorder, which seems to be a “vague” term with no satisfactory definition, especially when referred to children’s behaviors. We argue that when discussing children’s problematic, disturbing or non-conforming behaviors it is necessary to understand how these concepts are related to the classificatory categories of children’s behaviors and presented as care demands, whether in common sense or in biomedical discourses. Data were collected in qualitative research developed in three different child mental health services (CMHS), one in Santos (2012) and two in Campinas (2009-2010; 2017-2018), Brazil. Based on what seems to be a relation between biological-psychological dysfunction and social-cultural expectation or response, our starting point is that agitation is also a multidimensional and vague category, presenting a description and theoretical reflection about the various concepts regarding agitation. The analysis focuses on the different uses of the concepts of agitation; the social actors and institutions involved in care demands and how they are interdependently connected; then revealing, from a sociocultural perspective, the implications of classifying and defining children’s behavior from this vague category

    The condition of hyperactive-inattentive children : a study on psychiatric intervention in contemporary forms of child social embodiment

    No full text
    Orientador: Maria Lygia Quartim de MoraesTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanaResumo: As crianças formam um grupo social particular. Ao mesmo tempo em que elas dependem dos cuidados adultos, delas espera-se o desenvolvimento de uma autonomia relativa, um "desabrochar" próprio que lhes permita percorrer seu caminho rumo à independência e ao exercício da cidadania. A representação social da criança enquanto sujeito de direito, mobilizada e concretizada na elaboração do Estatuto da Criança e do Adolescente, funda-se na concepção de infância como uma fase de desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, vulnerável a riscos os mais diversos. Direitos especiais são-lhe assim concedidos a fim de prezar pela liberdade e dignidade infantil. Ademais, as crianças assumem outros papéis sociais na contemporaneidade, destacadamente o de membro de uma família e o de aluna de uma escola. Instituições essas ditas em crise. Uma crise que se conjuga a um mal-estar que aflige seus membros. Professores julgam-se incapazes de lidar com seu "novo público". Pais vivem as mudanças sociais e históricas dos arranjos familiares e disputam com profissionais escolares suas responsabilidades em relação aos filhos. Crianças são vulneráveis às mazelas sociais, aos desejos narcísicos dos adultos e, ao mesmo tempo, são incitadas à autonomia em um contexto de crise de autoridade de seus tutores. Tais situações de mal-estar adoecem professores e se manifestam como inquietude nos comportamentos e experiências infantis em sala de aula. Crianças hiperativas, deprimidas e ansiosas surgem então na cena social. A presente tese de doutorado tem como objetivo principal analisar sociologicamente a inserção social da criança brasileira e a intervenção médica naquelas identificadas, no espaço escolar, como hiperativas e desatentas, pois portadoras do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Trata-se de uma condição clinicamente definida como um transtorno do neurodesenvolvimento hipoteticamente oriundo de falhas em neurotransmissores responsáveis pela atenção, concentração e controle individual das emoções e dos comportamentos. Para tanto, procedeu-se a uma pesquisa qualitativa composta pelas técnicas de observação participativa e de entrevistas semiestruturadas. Quatro escolas de ensino fundamental (de primeiro a nono ano), municipais, estaduais e privada de Campinas e Moji Mirim (SP), foram visitadas entre 2013 e 2015, bem como um programa de educação não formal campineiro. Professores, coordenadoras pedagógicas e alunos (entre cinco e treze anos de idade) desses estabelecimentos de ensino compuseram o grupo observado e entrevistado em campo de pesquisa. Acompanharam-se mais atentamente quinzes crianças (doze meninos e três meninas), dentre as quais onze meninos e uma menina foram indicados pelas equipes escolares como portadores de TDAH. As discussões apoiaram-se em um arcabouço teórico de influência foucaultiana e de princípios da Sociologia da Infância. O pressuposto que orienta o desenvolvimento desta proposta é a socialização da criança (com TDAH) como um problema político de constituição de um sujeito adaptado a um determinado projeto de sociedade. Assim, a intervenção técnica-científica na criança hiperativa e desatenta e na escola, uma instituição social básica à sua socialização, visa à execução de tal projeto. O TDAH é seu instrumento. Trata-se igualmente de uma problemática constituída pela possibilidade de, ante ao discurso da criança hiperativa e desatenta, colocar em questão as verdades hegemônicas sobre sua condiçãoAbstract: Children are part of a particular social group. They are both dependent on adult care and expected to develop a relative autonomy, in order to follow a proper path into independence and citizenship. Social representation of children as subjects of rights is based on a conception of childhood defined, according to the Brazilian Child and Youth Statute, as a state of physical, mental, moral, spiritual, and social development, susceptible of different risks. Due to this vulnerable condition, special rights aim to guarantee child liberty and dignity. Furthermore, children play other contemporary social roles, such as being a family member or a student at school. But family and school are institutions "in crisis", where unease circumstances afflict their members. Teachers feel unable to deal with a "new public". Parents experience social-historical changes in familiar settings and dispute children care responsibilities with school professionals. Children confront social vulnerability, adult narcissistic desires, and, at the same time, they are incited to act like autonomous human beings facing their guardians¿ lack of authority. These unease contingencies sicken teachers and disclose restless child experiences and behaviors in the classroom. Therefore, hyperactive, depressed, and anxious children appear on the social scene. This Doctoral Dissertation aims to analyze, through a sociological perspective, Brazilian child social embodiment and medical intervention on children identified in school settings as hyperactive and inattentive students, as Attention Deficit Hyperactive Disorder (ADHD) bearers. It is a clinical condition defined as a neurodevelopmental disorder hypothetically caused by neurotransmitters dysfunctions, responsible for controlling attention, emotions, and behaviors. In order to accomplish the thesis¿ proposals, we conducted a qualitative research composed by participant observation and semi-structured-interviews techniques. We visited four municipal, state, and private elementary schools, located in Campinas and Moji Mirim (SP), from 2013 to 2015, as well as a "non-formal" educational program in Campinas. Teachers, pedagogical coordinators, and 5-to-13-years-old students formed the group of participants observed and interviewed in field. We followed closely fifteen children (12 boys and 3 girls), among which eleven boys and one girl were designated by school professionals as ADHD bearers. Discussions and analysis are based on Foucauldian theories and Sociology of Childhood¿s perspectives. Child socialization as a political problem of individual adaptation to a societal project is the assumed investigation postulate. Technical-scientific intervention on hyperactive-inattentive children and school, a basic social institution responsible for child socialization, aims to perform that project. ADHD is its tool. The problem is also constituted by the possibility to, dealing with hyperactive-inattentive children¿s discourse, distrust hegemonic truths about their conditionDoutoradoSociologiaDoutora em Sociologia2012/20776-0FAPESPCAPE

    Sob a tutela do biopoder: crianças com TDAH

    No full text
    The child is considered in contemporary society as a subject of rights different from the adult, and fragile, because of the idea that she or he is still in physical, intellectual, and moral development. In that way, it is a subject that requires special care. However, how is the child been tutored? This article develops a sociological analysis of the child care based on psychiatric diagnoses and medicamental treatments. It brings to a focus the Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) and its psychiatric treatment basically centered on psychostimulants (methylphenidate). The proposed approach results from field research at a children’s psychiatric hospital and from some considerations on another field research, now developed in Brazilian public schools.A criança aparece na sociedade contemporânea como um sujeito de direito diferente do adulto e que, devido a sua fragilidade (apoiada na ideia de ser em desenvolvimento físico, intelectual e o moral), deve receber cuidados especiais. Mas como a criança vem sendo tutelada? Este artigo desenvolve uma análise sociológica sobre o cuidado à criança que se pauta em diagnósticos psiquiátricos e em tratamentos medicamentosos. Enfoca o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e de seu tratamento médico psiquiátrico baseado primordialmente no uso de psicoestimulantes, como o metilfenidato. A abordagem proposta resulta de pesquisa de campo realizada em um ambulatório de psiquiatria infantil e de considerações advindas de investigação sociológica, ainda em desenvolvimento, em escolas públicas
    corecore