52 research outputs found

    Frantz Fanon’s prayer : o my body, make of me always a man who questions!

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    Baseado nas contribuições de Frantz Fanon, este artigo demonstra que o colonialismo, mediante o racismo, produz uma divisão maniqueísta do mundo entre a zona do ser e a zona do não-ser. Argumenta que os sujeitos coloniais, em geral, e os negros,em particular, habitam a zona do não-ser e, por isso, são invisibilizados pelo olhar imperial. Diante disto, restará ao negro tornar visível sua existência por meio da afirmação de sua identidade e de seu corpo. Concluímos que a afirmação do corpo permite a elaboração do conhecimento a partir de uma localização particular, assim como permite reinventar um projeto político humanista.Based on Frantz Fanon’s contributions, this article shows that colonialism – through racism – creates a polarized division of the world into a zone of being and a zone of non-being. We argue that colonial subjects in general and black people in particular live in a zone of non-being and, therefore, have been invisibilized by the imperial eye. Considering that, black people should make their existence visible by affirming their identity and body. We conclude that the black body’s affirmation allows one to elaborate knowledge from a particular standpoint as well as reinvent a humanistic political project

    Decolonialidade e interseccionalidade emancipadora:: a organização política das trabalhadoras domésticas no Brasil

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    No momento em que se discute a ampliação de direitos das trabalhadoras domésticas no Brasil, este artigo traz para o centro das discussões o protagonismo das organizações políticas das trabalhadoras domésticas. Baseado em entrevistas realizadas com trabalhadoras domésticas, o artigo busca compreender as razões das desigualdades sociais que incidem sobre esta categoria profissional. Para tanto, argumenta-se que a colonialidade do poder e a interseccionalidade de gênero, classe e raça são fatores estruturais e dinâmicos capazes de explicar tal fenômeno. Por outro lado, argumenta-se também que as trabalhadoras domésticas, ao longo da história, têm articulado um movimento social em diálogo com os movimentos negros, sindicais e feministas e outros atores sociais que permite apresentarem um projeto decolonial. A este diálogo e articulação com movimentos classista-sindicais, movimentos negros e movimentos feminista dá-se o nome de interseccionalidade emancipadora. O artigo conclui constatando que a cada avanço legal desta categoria profissional o movimento político organizado das trabalhadoras doméstica tem estado presente

    Life control, interseccionality and politics of empowerment: female domestic workers' political organizations in Brazil

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    Motivado pelas recentes discussões legais em torno do trabalho doméstico no Brasil, este artigo propõe-se destacar o protagonismo das organizações políticas das trabalhadoras domésticas na conquista dos direitos da categoria profissional. Baseado em entrevistas realizadas com trabalhadoras domésticas sindicalizadas em diversas cidades brasileiras, o artigo estrutura seu argumento a partir do conceito de interseccionalidade, demonstrando como, ao longo dos últimos 80 anos, as organizações políticas dessas trabalhadoras têm se articulado com o movimento classista-sindical, negro e feminista, o que tem sido fundamental para desenvolver uma política de empoderamento e de autocontrole da vida.Motivated by the recent legal discussions about domestic workers in Brazil, this paper aims to highlight the leading role of domestic workers' political organizations in the conquest of rights. Based on interviews with unionized domestic workers in different Brazilian cities, the article uses the concept of interseccionality and shows how, in the last 80 years, domestic workers' political organizations have articulated themselves with trade unions, as well as black and feminist movements, and how this articulation is important for a politics of empowerment and control of their own lives.Motivé par les récentes discussions légales sur le travail domestique au Brésil, cet article veut mettre en relief le protagonisme des organisations politiques des employées domestiques dans la conquête des droits de leur catégorie professionnelle. Appuyé sur des interviews avec des employées domestiques syndiquées dans différentes villes brésiliennes, l'article organise son argumentation à partir du concept d'interseccionalité, montrant comment, au long des derniers 80 ans, les organisations politiques de ces ouvrières se sont articulées avec les mouvements classiste, des noirs et féministe, ce qui a été fondamental pour qu'elles puissent développer une politique d'autonomisation et d'autocontrôle de leur vie

    Decolonialidade e interseccionalidade emancipadora : a organização política das trabalhadoras domésticas no Brasil

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    No momento em que se discute a ampliação de direitos das trabalhadoras domésticas no Brasil, este artigo traz para o centro das discussões o protagonismo das organizações políticas das trabalhadoras domésticas. Baseado em entrevistas realizadas com trabalhadoras domésticas, o artigo busca compreender as razões das desigualdades sociais que incidem sobre esta categoria profissional. Para tanto, argumenta-se que a colonialidade do poder e a interseccionalidade de gênero, classe e raça são fatores estruturais e dinâmicos capazes de explicar tal fenômeno. Por outro lado, argumenta-se também que as trabalhadoras domésticas, ao longo da história, têm articulado um movimento social em diálogo com os movimentos negros, sindicais e feministas e outros atores sociais que permite apresentarem um projeto decolonial. A este diálogo e articulação com movimentos classista-sindicais, movimentos negros e movimentos feminista dá-se o nome de interseccionalidade emancipadora. O artigo conclui constatando que a cada avanço legal desta categoria profissional o movimento político organizado das trabalhadoras doméstica tem estado presente.At the moment in which there is a public debate about pros and cons the expansion of rights for domestic workers in the Brazil, this article brings to the center of discussions the role of political organizations of domestic workers. Based on interviews with domestic workers, the article seeks to understand the reasons of social inequality that has historically characterized this professional occupation. Therefore, it is argued that the coloniality of power and the intersectionality among gender, class and race are structural and dynamic factors that can explain this phenomenon. On the other hand, it is also argued that domestic workers, throughout history, have articulated a social movement in dialogue with black movements, unions and feminists and other social actors that allows them to present a decolonial project. We call this dialogue and cooperation with trade union movements, black movements and feminist movements of intersectionality emancipatory. The article concludes by noting that in every legal advance of this professional category the organized political movement of domestic workers has been present

    Decolonialidade, Atlântico Negro e intelectuais negros brasileiros:: em busca de um diálogo horizontal

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    Based on the contributions of decoloniality theorists and in dialogue with the tradition of Black Atlantic studies, the article, in search of a cognitive justice, proposes a horizontal and equitable dialogue between these two political-academic thinking fields and Brazilian black intellectuals. For the development of this argument, we radicalized the commitment of the decolonial project with the body-geopolitics of knowledge’s assumption, as well as proposing a greater emphasis on roots, rather than on routes, in studies of the Black Atlantic. This affirmation of the body-geopolitics of knowledge and roots is the key to the ontological and epistemological affirmation of black populations as well as to construct a multi-versal and transmodern dialogue, in which particular experiences are not lost in a provincialism or in an abstract universalism.Baseado nas contribuições dos teóricos da decolonialidade e em diálogo com a tradição dos estudos do Atlântico Negro, o artigo, em busca de uma justiça cognitiva, propõe um diálogo horizontal e equitativo entre estas correntes do pensamento político-acadêmico e os intelectuais negros brasileiros. Para o desenvolvimento deste argumento, radicalizamos o compromisso do projeto decolonial com a corpo-geopolítica do conhecimento, bem como propomos uma maior ênfase nas raízes, mais do que nas rotas, dos estudos sobre o Atlântico Negro. Esta afirmação da corpo-geopolítica do conhecimento e das raízes é a chave tanto para a afirmação ontológica e epistemológica das populações negras quanto para construirmos um diálogo pluriversal e transmoderno, no qual as experiências particulares não se percam nem num provincianismo nem num universo abstrato

    Decolonialidade e perspectiva negra

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    o artigo situa a decolonialidade como projeto que teve origem simultânea ao início do sistema-mundo moderno/colonial, sendo que este organiza diferenças e desigualdades entre povos a partir da ideia de raça. O artigo destaca como característica distintiva do projeto decolonial a produção do conhecimento e as narrativas a partir de loci geopolíticos e corpos-políticos de enunciação. Entre esses loci de enunciação chamamos a atenção para o conhecimento produzido a partir de uma perspectiva negra das Américas e Caribe

    ROSA, Fernando. 2015. The Portuguese in the Creole Indian Ocean: essays in historical cosmopolitanism

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    A bela foto da capa do livro The Portuguese in the creole Indian Ocean : essays in historical cosmopolitanism – um barco rústico aportado numa praia e o belo oceano verde-esmeralda se confundindo com o céu azul – diz muito sobre o autor e o livro. Não sabemos se o barco está saindo ou chegando. Assim também é Fernando Rosa, pesquisador que temos o prazer de conhecer há quase duas décadas. De estudante de graduação e mestrado em antropologia na Universidade de Brasília, lançou-se ao mar para f..

    ROSA, Fernando. 2015. The Portuguese in the Creole Indian Ocean: essays in historical cosmopolitanism. London: Palgrave Macmillan. 224 pp.

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    A bela foto da capa do livro The Portuguese in the creole Indian Ocean: essays in historical cosmopolitanism – um barco rústico aportado numa praia e o belo oceano verde-esmeralda se confundindo com o céu azul – diz muito sobre o autor e o livro. Não sabemos se o barco está saindo ou chegando. Assim também é Fernando Rosa, pesquisador que temos o prazer de conhecer há quase duas décadas. De estudante de graduação e mestrado em antropologia na Universidade de Brasília, lançou-se ao mar para fazer doutorado em antropologia na Universiteit Utrecht, na Holanda, numa pesquisa comparativa sobre a “democracia racial” brasileira e o apartheid sul-africano. Como resultado dessa estadia na Holanda e África do Sul, passou a fazer pesquisas sobre crioulização e identidade no antigo império colonial holandês, que resultou em textos sobre Suriname, Curaçau, Aruba e Indonésia. Após idas e vindas para o Brasil, Rosa passou uma temporada significativa da sua vida em cidades influenciadas pelas rotas e pelos itinerários do Oceano Índico: Cidade do Cabo, Trivandrum (Kerala, Índia), Macau e Malaca. Assim como os habitantes e viajantes do Oceano Índico tecem histórias, Rosa pode ser visto como um etnógrafo contador de histórias sobre uma parte do mundo pouco conhecida por nós, que infelizmente ainda temos rotas de viagem e migração restritas a alguns poucos países europeus e da América do Norte

    Editorial

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