8 research outputs found
Cuidados biomédicos de saúde em Angola e na Companhia de Diamantes de Angola, c. 1910-1970
Pretende-se caracterizar a prestação de cuidados biomédicos em Angola durante a atividade da Companhia de Diamantes de Angola. Uma análise comparativa de políticas e práticas de saúde pública de vários atores coloniais, como os serviços de saúde da Companhia, sua congénere do Estado e outras empresas coloniais, revelará diferenças de investimento na saúde, isto é, instalações e pessoal de saúde, e tratamentos. Este escrutínio bem como as condições de vida iluminarão o carácter idiossincrático e central dos serviços de saúde da Companhia em termos de morbimortalidade em Angola, e a centralidade destes para as representações de um império cuidador
Patrimónios Culturais Africanos: As Velhas colecções e a nova África
Os grandes movimentos de autonomia política que levaram à
independência das colónias africanas a partir dos anos 60 não
tiveram igual afirmação na sua componente cultural. Boa parte das
elites africanas formadas nas metrópoles dos países colonizadores
ignorava os valores e tradições dos povos a que pertenciam.
Por outro lado os países colonizadores, uma vez alcançada a
independência, desvalorizaram a componente dos estudos culturais
desses povos (estudos de etnografia, trabalhos de campo, enriquecimento
das colecções).
As colecções etnográficas dos museus coloniais foram cada
vez mais ignoradas pelos países que as detinham e não chegaram a
ser conhecidas pelos novos líderes africanos; tornaram-se assim um
património duplamente esquecido. E contudo a nova África redescobre
o seu passado: valoriza as suas tradições, retoma muitas práticas
de direito consuetudinário, inspira-se em mitos e rituais africanos
para exprimir novas formas de produção artística.
As velhas colecções e os seus detentores não podem por
mais tempo ignorar esta realidade. Este é o tema a discutir.Autonomist political movements that lead to african colonial
independency since the 60's didn't have the same influence in his
cultural component. Most of african elite educated in metropoles
ignored a significant part of their people's values and traditions.
On the other side, colonising countries, since the independency,
devalued these people's cultural studies (ethnographic studies,
work fiel, collections 'enrichment). Colonial museums' ethnographic collections were more often
than not, ignored by his possessors and didn't were even recognized
by the new african leadership, becoming in this way a double forgotten
patrimony.Nevertheless the new Africa rediscovers his past, valorises
his traditions, and retakes many practices of consuetudinary law,
inspired in african myths and rituals to express new ways of artistic
production.Old collections and his possessors cannot for much longer
ignore this reality. This essay pretends to introduce this question