8 research outputs found

    Compreender A Violência Escolar: Uma Revisão Rápida sobre as Características, Fatores Associados e Intervenções

    Get PDF
    Educational institutions must create welcoming and secure environments to foster student learning and development. However, safety in schools has been compromised by a series of incidents involving school violence, ranging from peer victimization and bullying to armed attacks (Polanin et al., 2020, Silva et al., 2020). This study conducts a rapid review of systematic reviews on school violence conducted both in Brazil and internationally, aiming to comprehend the characteristics of school violence, its associated factors, armed attacks in schools, and potential prevention and intervention measures to address school violence. A rapid review approach was employed, following the PRISMA protocol (Page et al., 2020). The focus was on systematic reviews related to school violence, identified through title searches across eleven databases. A total of 1,738 publications were retrieved. After removing duplicates, screening references, and evaluating the quality of the full texts, 127 studies were included in the analysis. The resulting categories were as follows: characteristics of school violence (15% of studies), factors associated with school violence (45.7%), interventions to combat school violence (33.8%), and armed attacks on schools (5.5%). The findings underscore the complexity of school violence and the variability in prevalence rates, while also emphasizing the need for further research on school violence within the Brazilian context contributing to the development and evaluation of inclusive and culturally appropriate interventions.Las instituciones educativas deben ser entornos acogedores y seguros para promover el aprendizaje y el desarrollo de los estudiantes. Sin embargo, la seguridad en las escuelas se ha visto comprometida por una serie de incidentes de violencia escolar, que van desde la victimización entre iguales y el acoso hasta ataques armados (Polanin et al., 2020; Silva et al., 2020). Este estudio realiza una revisión rápida de revisiones sistemáticas sobre violencia escolar realizadas en Brasil y en el extranjero, con el objetivo de comprender las características de la violencia escolar, sus factores asociados, los ataques armados en las escuelas y posibles medidas de prevención e intervención frente a dicha violencia. Se adoptó un enfoque de revisión rápida, siguiendo el protocolo PRISMA (Page et al., 2020), con énfasis en revisiones sistemáticas sobre violencia escolar, que se rastrearon mediante la búsqueda de títulos en once bases de datos. Se recuperaron 1.738 publicaciones y, después de excluir duplicados, seleccionar referencias y evaluar la calidad de los textos completos localizados, se mantuvieron en el análisis 127 estudios. Las categorías resultantes del análisis fueron: características de la violencia escolar (15% de los estudios), factores asociados a la violencia escolar (45,7%), intervenciones para abordar la violencia escolar (33,8%) y ataques armados en escuelas (5,5%). Los resultados resaltaron la complejidad de la violencia escolar y la heterogeneidad de las tasas de prevalencia de la violencia escolar, además de resaltar la necesidad de más investigaciones sobre la violencia escolar en el contexto brasileño, contribuyendo al desarrollo y la evaluación de intervenciones más inclusivas y culturalmente apropiadas.As instituições de ensino devem ser ambientes acolhedores e seguros para promover o aprendizado e o desenvolvimento dos estudantes. No entanto, a segurança nas escolas tem sido comprometida por uma série de incidentes de violência escolar, que abrange desde vitimização entre pares e bullying até ataques armados (Polanin et al., 2020, Silva et al., 2020). Este estudo realiza uma revisão rápida de revisões sistemáticas sobre violência escolar conduzidas no Brasil e no exterior, com o objetivo de compreender as características da violência escolar, seus fatores associados, ataques armados em escolas e possíveis medidas de prevenção e intervenção diante da violência escolar. Foi adotada uma abordagem de revisão rápida, seguindo o protocolo PRISMA (Page et al., 2020), com ênfase em revisões sistemáticas sobre violência escolar, as quais foram rastreadas por meio da busca de títulos em onze bases de dados. Foram recuperadas 1738 publicações e, após a exclusão das duplicatas, triagem das referências e avaliação da qualidade dos textos completos localizados, 127 estudos foram mantidos na análise. As categorias resultantes da análise foram: características da violência escolar (15% dos estudos), fatores associados à violência escolar (45,7%), intervenções diante da violência escolar (33,8%) e ataques armados às escolas (5,5%). Os resultados destacaram a complexidade da violência escolar e a heterogeneidade das taxas de prevalência de violência escolar, além de destacar a necessidade de mais pesquisas sobre a violência escolar no contexto brasileiro para a o desenvolvimento e avaliação de intervenções inclusivas e culturalmente adequadas

    Authoritative school climate and peer victimization among Brazilian students = Clima escolar autoritativo e vitimização entre pares em estudantes brasileiros = Clima escolar autoritativo y vitimización entre pares en estudiantes brasileños

    No full text
    De acordo com a teoria do Clima Escolar Autoritativo, ambientes escolares percebidos com altos níveis de suporte e estrutura disciplinar podem ser protetores contra a violência. Portanto, o objetivo desse estudo foi entender como o suporte e a estrutura disciplinar afetaram o relato da vitimização entre pares. Os participantes foram 420 estudantes, entre 7 e 14 anos (média=10,02; d. p. =0,91); 51,5% dos participantes eram meninos. As medidas foram obtidas a partir de questionário de autorrelato sobre vitimização, clima escolar autoritativo e dados sociodemográficos. Usando o modelo multinível, 89,86% da variação da vitimização foi no nível individual. Os resultados indicaram uma associação negativa entre a percepção de suporte pelo aluno e os relatos de vitimização, mas não foram encontradas diferenças entre gêneros como preditores de vitimização. Os alunos mais jovens, que relataram menor percepção de suporte, também apresentaram tendência maior para a vitimizaçã

    Trajetórias de desenvolvimento positivo de jovens na transição da infância para a adolescência

    Get PDF
    Orientadora: Profª Dra Lidia Natalia Dobrianskyj WeberCoorientador: Prof. Dr. Josafá Moreira da CunhaTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação. Defesa : Curitiba, 24/05/2022Inclui referênciasResumo: O desenvolvimento pleno dos estudantes é concebido como um dos objetivos da educação brasileira, mas diversos desafios permeiam este propósito, sendo a sua delimitação conceitual uma dessas adversidades. Ao considerar estudantes brasileiros e o desenvolvimento pleno, observa-se que durante a transição da infância para a adolescência são identificados fatores de risco, como por exemplo a evasão escolar e o aumento de sintomas depressivos, especialmente durante a pandemia de COVID-19. No entanto, esse momento do ciclo vital não é marcado somente por adversidades, mas inclui potencialidades. No campo da psicologia, especialmente no estudo de crianças e adolescentes, abordagens centradas em forças têm apresentado evidências para a conceituação e práticas que levem ao desenvolvimento pleno. Dentre as possibilidades do campo, o desenvolvimento positivo de jovens (DPJ) é uma abordagem centrada em forças para a compreensão das disposições do desenvolvimento de crianças e adolescentes. Este construto apresenta variabilidade na comunidade científica, comumente associado às noções de desenvolvimento pleno e às competências socioemocionais. Dentre as conceituações do termo surgem perspectivas alinhadas com teorias relacionais de sistemas de desenvolvimento, como os 5Cs do DPJ, sendo eles a competência, a confiança, o caráter, a conexão e o cuidado. O modelo dos 5Cs tem sido avaliado transculturalmente, mas ainda não apresenta evidências de sua aplicabilidade na população brasileira, especialmente entre jovens na transição da infância para a adolescência. Levando em conta este cenário, o presente trabalho se propôs a acompanhar as trajetórias de desenvolvimento positivo de jovens (DPJ) entre nove e treze anos de idade sob a concepção dos 5Cs do desenvolvimento positivo. Visando a obtenção de uma medida psicometricamente adequada, a presente investigação utilizou uma abordagem com múltiplas amostras, que envolveu a avaliação de indicadores de validade convergente e discriminante de um instrumento adaptado para a mensuração dos 5Cs, para posteriormente o acompanhamento das trajetórias de DPJ e sintomas depressivos via análise de modelo multinível com três níveis: individual (1), entre indivíduos (2) e entre escolas (3). No estudo sobre validade convergente e discriminante, participaram 3261 jovens entre nove e trezes anos (Média: 9,47,d.p.=1,27) dos municípios paranaenses de Almirante Tamandaré, Araucária, Curitiba, Mandirituba e Piraquara, com dados coletados no ano de 2021. As medidas utilizadas mensuraram os 5Cs, o florescimento e os sintomas depressivos, através do autorrelato dos participantes. A coleta de dados foi ofertada nas modalidade impressa e online, apoiada por escolas participantes do Programa DIGA. Participaram do estudo de trajetórias 3299 jovens entre nove e treze anos de idade (Média: 9,44, d.p.=1,27), com dados coletados nas mesmas instituições, em três etapas ao longo de 2021. As medidas acompanhadas nas trajetórias foram os 5Cs e os sintomas depressivos. Os resultados indicaram que o instrumento para a avaliação dos 5Cs foi negativamente associado com sintomas depressivos e positivamente relacionado com indicadores de florescimento dos participantes. Não foram encontradas diferenças entre os participantes nas médias de DPJ e gênero, identificação étnicoracial, idade ou ano de matrícula dos participantes. Analisando as trajetórias de DPJ e sua predição de sintomas depressivos, verificou-se que a maior parte da variabilidade se encontrava no nível individual (98,02%), sendo 1,20% no nível entre indivíduos e 0,77% no nível escolar. Ambas as trajetórias apresentaram aumento ao longo do ano de 2021, sendo os 5Cs fatores protetivos contra a depressão. Diante dos resultados do presente trabalho, verifica-se que a promoção do DPJ sob a concepção dos 5Cs é viável com a população brasileira e associada com fatores de proteção e risco ao desenvolvimento, sendo possibilidades para o fomento do desenvolvimento pleno.Abstract: The overall development of students is conceived as one of the main objectives of Brazilian education, but several challenges permeate this purpose, being its conceptual delimitation one adversity. When considering Brazilian students and complete development, it is observed that risk factors are identified during the transition from childhood to adolescence, such as school dropout and the increase in depressive symptoms, especially during the COVID-19 pandemic. However, this moment of the life cycle is not notable only for adversities but includes strengths.In the field of psychology, especially in the study of children and adolescents, strengths-centered approaches presented evidence for the conceptualization and practices that lead to full development. Among the possibilities in the field, positive youth development (PYD) is a strengths-centered approach to understanding the developmental dispositions of children and adolescents. This construct presents variability in the scientific community, commonly associated with the understanding of overall development and socio-emotional competencies. Among the terminology's conceptualizations, perspectives aligned with relational developmental systems emerge, such as the 5Cs of PYD, being competence, confidence, character, connection, and care. The 5Cs model has been evaluated crossculturally, but there is still no evidence of its applicability in the Brazilian population, especially among young people in the transition from childhood to adolescence. Given this context, the present work proposed to follow the trajectories of positive youth development (PYD) of children and adolescents between nine and thirteen years old, under the conception of the 5Cs of positive development. Aiming to obtain a psychometrically adequate measure, the present investigation used a multi-sample approach, which involved the evaluation of indicators of convergent and discriminant validity of an adapted instrument for the measurement of the 5Cs, for only then monitoring PYD trajectories and depressive symptoms through analysis of a multilevel model with three levels: individual (1), between individuals (2), and between schools (3). In the study regarding convergent and discriminant validity, participated 3.261 young people between nine and thirteen years old (Mean: 9.47,d.p.=1.27) from the municipalities of Almirante Tamandaré, Araucária, Curitiba, Mandirituba, and Piraquara, with data collected in the year of 2021. The measures used were the 5Cs, flourishing, and depressive symptoms, through participants' self-report. Data collection was offered in print and online options, supported by the DIGA Program schools. A total of 3.299 young people between nine and thirteen years of age (Mean: 9.44,sd=1.27) participated in the study of trajectories, with data collected in the same institutions, in three steps throughout 2021. The measures monitored in the trajectories were the 5Cs and depressive symptoms. The results indicated that the instrument for assessing the 5Cs was negatively associated with depressive symptoms and positively related to indicators of participants' flourishing. No differences were found between participants in the means of PYD and gender, ethnic-racial identification, age, or year of enrollment of the participants. Analyzing the trajectories of PYD and its prediction of depressive symptoms, it was found that most of the variability was found at the individual level (98.02%), with 1.20% at the level between individuals and 0.77% at the school level. Both trajectories increased throughout 2021, with the 5Cs being protective factors against depression. In view of the results of the present work, it appears that the promotion of PYD under the concept of the 5Cs is feasible within the Brazilian population, and associated with protective and risk factors to development, being possibilities for the promotion of overall development

    Clima escolar autoritativo e seus impactos na vitimização entre pares em estudantes com deficiência intelectual

    No full text
    Orientador: Prof. Dr. Josafá Moreira da CunhaCoorientadora: Prof(a). Dr(a) Iasmin Zanchi BouerDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação. Defesa : Curitiba, 07/03/2018Inclui referências: p.79-91Resumo: A educação de pessoas com deficiência intelectual passou por diversas transformações no Brasil e no mundo; da exclusão total do sistema de ensino ao conceito de inclusão. Em contextos escolares estudantes com deficiência intelectual enfrentam ainda atualmente muitos desafios em sua trajetória educacional, como por exemplo, situações de violência entre pares na escola. A abordagem do Clima Escolar Autoritativo indica que um ambiente escolar que é percebido como alto em Suporte e em Estrutura Disciplinar pode ser um fator de proteção contra as situações de violência, como a vitimização entre pares. O Suporte indica o quanto o aluno percebe o ambiente escolar como um local respeitoso, acolhedor e no qual os profissionais estão dispostos a fornecer ajuda quando necessária. Por sua vez, a Estrutura Disciplinar se refere a como as regras e limites da escola são percebidos; se há justiça no ambiente, normas de conduta bem definidas e justas para todos. No entanto, poucos estudos abordam essas relações em escolas brasileiras e há ainda menos pesquisas que utilizam os relatos dos próprios estudantes com deficiência intelectual, geralmente utilizando dados provenientes de seus professores e cuidadores. Portanto, essa pesquisa teve como objetivo principal compreender a influência do clima escolar autoritativo sobre comportamentos de agressão e vitimização entre pares em estudantes com deficiência intelectual através de seu autorrelato. Hipotetizou-se que a percepção do estudante de Suporte e Estrutura Disciplinar seria negativamente associada com os relatos de agressão e vitimização. Participaram do estudo 122 estudantes com deficiência intelectual de 4 escolas especiais da cidade de Curitiba, no sul do Brasil em duas etapas de coletas de dados ao longo do ano letivo (T1 e T2). Os discentes tinham entre 12 e 63 anos (média=25,31; d.p.=12,25). As medidas foram obtidas através de um questionário de autorrelato aplicado com os alunos sobre dados sociodemográficos; vitimização entre pares (Agressão Direta, Agressão Relacional e Vitimização); Suporte e Estrutura Disciplinar. Os instrumentos passaram pelo processo de adaptação para a população com deficiência intelectual. Os dados foram analisados através de comparação entre o T1 e T2, avaliação do processo de adaptação, regressão linear múltipla e controle para as variáveis de sexo, idade e grau de deficiência intelectual. Os principais resultados desta análise indicam que a adaptação para pessoas com DI foi considerada satisfatória para as dimensões de Suporte, Agressão Relacional, Agressão Direta e Vitimização. Quanto às associações entre o Clima Escolar Autoritativo e a vitimização entre pares, a idade e o Suporte foram preditores negativos significativos para a Agressão Relacional; indicando que ambientes mais acolhedores e com boas relações entre profissionais e estudantes podem ser um fator de proteção contra a vitimização entre pares. Palavras-chave: Clima Escolar Autoritativo; Vitimização entre Pares; Pessoas com Deficiência Intelectual, Educação Especial.Abstract: The education of people with intellectual disabilities passed through many transformations in Brazil and in the world; from exclusion of the educational system to the concept of inclusion. In school contexts students with intellectual disabilities still face many challenges in their educational trajectory, such as situations of peer victimization in school. The Authoritative School Climate framework indicates that a school environment that is perceived as high in Support and in Disciplinary Structure can be a protective factor against situations of violence, such as peer victimization. Support indicates how much the student perceives the school environment as a respectful and welcoming place, where professionals are willing to provide help when needed. Disciplinary Structure refers to how the rules the school are perceived; if there is justice in the environment, rules well defined and justice for all. However, few studies have dealt with these relationships in Brazilian schools and there are even fewer researches that used reports of students with intellectual disabilities, generally using data from their teachers and caregivers. Therefore, this research had as main objective to understand the influence of the Authoritative School Climate on behaviors of peer aggression and victimization in students with intellectual disabilities through their self-report. It was hypothesized that the student's perception of Support and Disciplinary Structure would be negatively associated with reports of aggression and victimization. A total of 122 students with intellectual disabilities of 4 special schools from the city of Curitiba, southern Brazil, participated in the study, data was collected in two points throughout the academic year (T1 and T2). The students were between 12 and 63 years old (mean=25.31; s.d.=12.25). The measurements were obtained through a self-report questionnaire applied with the students on sociodemographic data; peer victimization (Direct Aggression, Relational Aggression and Victimization); Support and Disciplinary Structure. The instruments went through the process of adaptation to the population with intellectual disabilities. Data were analyzed through a comparison between T1 and T2, evaluation of the adaptation process, multiple linear regression and control for the variables of gender, age and degree of intellectual disabilities. Main results indicates that the adaptation for people with intellectual disabilities was considered satisfactory for the dimensions of Support, Relational Aggression, Direct Aggression and Victimization. As for the associations between the Authoritative School Climate and victimization among peers, age and support were significant negative predictors for Relational Aggression; indicating that welcoming environments with good relationships between professionals and students can be a protective factor against peer victimization. Keywords: Authoritative School Climate; Peer Victimization; People with Intellectual Disabilities; Special Education

    Clima escolar autoritativo e seus impactos na vitimização entre pares em estudantes com deficiência intelectual

    No full text
    Orientador: Prof. Dr. Josafá Moreira da CunhaCoorientadora: Prof(a). Dr(a) Iasmin Zanchi BouerDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação. Defesa : Curitiba, 07/03/2018Inclui referências: p.79-91Resumo: A educação de pessoas com deficiência intelectual passou por diversas transformações no Brasil e no mundo; da exclusão total do sistema de ensino ao conceito de inclusão. Em contextos escolares estudantes com deficiência intelectual enfrentam ainda atualmente muitos desafios em sua trajetória educacional, como por exemplo, situações de violência entre pares na escola. A abordagem do Clima Escolar Autoritativo indica que um ambiente escolar que é percebido como alto em Suporte e em Estrutura Disciplinar pode ser um fator de proteção contra as situações de violência, como a vitimização entre pares. O Suporte indica o quanto o aluno percebe o ambiente escolar como um local respeitoso, acolhedor e no qual os profissionais estão dispostos a fornecer ajuda quando necessária. Por sua vez, a Estrutura Disciplinar se refere a como as regras e limites da escola são percebidos; se há justiça no ambiente, normas de conduta bem definidas e justas para todos. No entanto, poucos estudos abordam essas relações em escolas brasileiras e há ainda menos pesquisas que utilizam os relatos dos próprios estudantes com deficiência intelectual, geralmente utilizando dados provenientes de seus professores e cuidadores. Portanto, essa pesquisa teve como objetivo principal compreender a influência do clima escolar autoritativo sobre comportamentos de agressão e vitimização entre pares em estudantes com deficiência intelectual através de seu autorrelato. Hipotetizou-se que a percepção do estudante de Suporte e Estrutura Disciplinar seria negativamente associada com os relatos de agressão e vitimização. Participaram do estudo 122 estudantes com deficiência intelectual de 4 escolas especiais da cidade de Curitiba, no sul do Brasil em duas etapas de coletas de dados ao longo do ano letivo (T1 e T2). Os discentes tinham entre 12 e 63 anos (média=25,31; d.p.=12,25). As medidas foram obtidas através de um questionário de autorrelato aplicado com os alunos sobre dados sociodemográficos; vitimização entre pares (Agressão Direta, Agressão Relacional e Vitimização); Suporte e Estrutura Disciplinar. Os instrumentos passaram pelo processo de adaptação para a população com deficiência intelectual. Os dados foram analisados através de comparação entre o T1 e T2, avaliação do processo de adaptação, regressão linear múltipla e controle para as variáveis de sexo, idade e grau de deficiência intelectual. Os principais resultados desta análise indicam que a adaptação para pessoas com DI foi considerada satisfatória para as dimensões de Suporte, Agressão Relacional, Agressão Direta e Vitimização. Quanto às associações entre o Clima Escolar Autoritativo e a vitimização entre pares, a idade e o Suporte foram preditores negativos significativos para a Agressão Relacional; indicando que ambientes mais acolhedores e com boas relações entre profissionais e estudantes podem ser um fator de proteção contra a vitimização entre pares. Palavras-chave: Clima Escolar Autoritativo; Vitimização entre Pares; Pessoas com Deficiência Intelectual, Educação Especial.Abstract: The education of people with intellectual disabilities passed through many transformations in Brazil and in the world; from exclusion of the educational system to the concept of inclusion. In school contexts students with intellectual disabilities still face many challenges in their educational trajectory, such as situations of peer victimization in school. The Authoritative School Climate framework indicates that a school environment that is perceived as high in Support and in Disciplinary Structure can be a protective factor against situations of violence, such as peer victimization. Support indicates how much the student perceives the school environment as a respectful and welcoming place, where professionals are willing to provide help when needed. Disciplinary Structure refers to how the rules the school are perceived; if there is justice in the environment, rules well defined and justice for all. However, few studies have dealt with these relationships in Brazilian schools and there are even fewer researches that used reports of students with intellectual disabilities, generally using data from their teachers and caregivers. Therefore, this research had as main objective to understand the influence of the Authoritative School Climate on behaviors of peer aggression and victimization in students with intellectual disabilities through their self-report. It was hypothesized that the student's perception of Support and Disciplinary Structure would be negatively associated with reports of aggression and victimization. A total of 122 students with intellectual disabilities of 4 special schools from the city of Curitiba, southern Brazil, participated in the study, data was collected in two points throughout the academic year (T1 and T2). The students were between 12 and 63 years old (mean=25.31; s.d.=12.25). The measurements were obtained through a self-report questionnaire applied with the students on sociodemographic data; peer victimization (Direct Aggression, Relational Aggression and Victimization); Support and Disciplinary Structure. The instruments went through the process of adaptation to the population with intellectual disabilities. Data were analyzed through a comparison between T1 and T2, evaluation of the adaptation process, multiple linear regression and control for the variables of gender, age and degree of intellectual disabilities. Main results indicates that the adaptation for people with intellectual disabilities was considered satisfactory for the dimensions of Support, Relational Aggression, Direct Aggression and Victimization. As for the associations between the Authoritative School Climate and victimization among peers, age and support were significant negative predictors for Relational Aggression; indicating that welcoming environments with good relationships between professionals and students can be a protective factor against peer victimization. Keywords: Authoritative School Climate; Peer Victimization; People with Intellectual Disabilities; Special Education

    POSITIVE YOUTH DEVELOPMENT: PERSPECTIVES FOR RESEARCH AND INTERVENTION: PERSPECTIVAS PARA A PESQUISA E INTERVENÇÃO

    No full text
    Introdução: Concepções sobre a infância e, especialmente, a adolescência como um momento de déficit ainda não foram superadas na literatura sobre jovens. Embora seja importante continuar o atendimento a demandas relacionadas a problemas e riscos que os envolvem, surgem concepções teóricas com implicações epistemológicas e metodológicas para essa mudança de paradigma. Método: Esse artigo possui o objetivo de apresentar algumas concepções teóricas na produção científica contemporânea sobre o conceito de “Desenvolvimento Positivo de Jovens”, por meio de uma revisão narrativa do construto. Resultados: O termo é abordado a partir da Teoria Relacional de Sistemas de Desenvolvimento, e como parte de um movimento iniciado na psicologia positiva e que apresenta um paradigma com ênfase em forças para o desenvolvimento. Destacam-se os programas com esse foco, assim como abordagens que preveem recursos tanto individuais, quanto dos contextos específicos para o desenvolvimento positivo, como por exemplo, a abordagem dos “6Cs”. Conclusão: Propõe-se que a delimitação do conceito possa subsidiar pesquisas e práticas que promovam o desenvolvimento positivo de jovens brasileiros em diferentes áreas que trabalham com o desenvolvimento da juventude.Introduction: Conceptions about childhood and especially adolescence as a time of deficit have not yet been overcome in the literature on young people. Although it is important to continue addressing the demands related to problems and risks that involve them, theoretical conceptions with epistemological and methodological implications for this paradigm shift arise. Method: This article aims to present some theoretical conceptions in contemporary scientific production on the concept of “Positive Youth Development”, through a narrative review of the construct. Results: The term is approached from the Relational Developmental Systems Theory and as part of a movement initiated in positive psychology which presents a paradigm with an emphasis on forces for development. We highlight programs with this focus and approaches that provide for both individual resources and specific contexts for positive development, such as the “6Cs” approach. Conclusion: It is proposed that the delimitation of the concept can support research and practices that promote the positive development of young Brazilians in different areas that work with youth development

    Clima escolar e vitimização entre pares: percepções de estudantes com deficiência intelectual

    Get PDF
    Considering the experiences of students with intellectual disabilities (ID) in educational environments, peer victimization stands out for potential losses to development. This is a relationship problem, which requires an understanding of contextual factors. In the approach of the authoritative school climate, the perception of support and disciplinary structure act as possible attenuators of peer victimization. However, the association between school climate and victimization is rarely examined in samples with people with ID. Thus, the study aimed to examine the associations between authoritative school climate and peer victimization through a procedure accessible to the self-report of people with ID. It was hypothesized that the disciplinary structure and support would be negatively associated with victimization. The study included 117 students with ID, aged between 12 and 63 years (mean=25.31; sd =12.25); 62.4% of male participants; 56.9% white and 54.1% diagnosed with moderate DI. The measures and procedures went through a cognitive accessibility process to enable the participation of students with ID through self-report, the data were analyzed using structural equation modeling. The adaptation was partially successful. In the final model, the disciplinary structure was positively correlated to support, which was a negative predictor for victimization. The results highlight how school environments with a supportive school climate can be a protective factor in relation to the victimization of people with ID, and that more inclusive practices in scientific research are possible.Considerando las experiencias de estudiantes con discapacidad intelectual (DI) en los entornos educativos, la victimización entre iguales se destaca por posibles pérdidas para el desarrollo. Este es un problema de relación, que requiere una comprensión contextual. En el abordaje del clima escolar autoritativo, la percepción de soporte y estructura disciplinaria actúan como posibles atenuadores de la victimización entre iguales. Pero, la asociación entre el clima escolar y la victimización rara vez se examina en personas con DI. Así, el estudio tuvo como objetivo examinar las asociaciones entre el clima escolar autoritativo y la victimización por iguales por medio de un procedimiento accesible para el autoinforme de personas con DI. Se hipotetizó que la estructura disciplinaria y el apoyo se asociarían negativamente con la victimización. El estudio incluyó 117 estudiantes con DI, con edad entre 12 y 63 años (media = 25,31; d.e. = 12,25); el 62,4% de los participantes eran del sexo masculino; el 56,9% eran blancos y el 54,1% con DI moderada. Las medidas y procedimientos pasaron por un proceso de accesibilidad cognitiva para posibilitar la participación de estudiantes con DI mediante autorrelato, los datos fueron analizados usando un modelaje de ecuaciones estructurales. La adaptación fue parcialmente exitosa. En el modelo final, la estructura disciplinaria fue positivamente correlacionada con el soporte; un predictor negativo para la victimización. Los resultados destacan los ambientes escolares con un clima acogedor pueden ser factor protector en relación a la victimización de personas con DI, cuya inclusión en la investigación científica es posible.Considerando as experiências de estudantes com deficiência intelectual (DI) em ambientes educacionais, a vitimização entre pares se destaca por potenciais prejuízos para o desenvolvimento. Este é um problema de relacionamento, que demanda a compreensão de fatores do contexto. Na abordagem do clima escolar autoritativo, a percepção de suporte e estrutura disciplinar atuam como possíveis atenuadores da vitimização entre pares. Entretanto, a associação entre o clima escolar e a vitimização raramente é examinada em amostras com pessoas com DI. Assim, o estudo teve por objetivo examinar as associações entre o clima escolar autoritativo e a vitimização entre pares por meio de procedimento acessível para o autorrelato de pessoas com DI. Hipotetizou-se que a estrutura disciplinar e o suporte estariam associados negativamente à vitimização. O estudo incluiu 117 estudantes com DI, com idade entre 12 e 63 anos (média= 25,31; d.p.= 12,25); 62,4% dos participantes do sexo masculino; 56,9% brancos e 54,1% com diagnóstico de DI moderada. As medidas e procedimentos passaram por processo de acessibilidade cognitiva para possibilitar a participação dos estudantes com DI por meio do autorrelato, os dados foram analisados usando a modelagem de equações estruturais. O processo foi parcialmente bem-sucedido. No modelo final, a estrutura disciplinar foi positivamente correlacionada ao suporte, que foi um preditor negativo para a vitimização. Os resultados destacam como os ambientes escolares com um clima escolar de suporte podem ser um fator protetor em relação à vitimização de pessoas com DI, e que práticas mais inclusivas na pesquisa científica são possíveis
    corecore