14 research outputs found
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM HOMENS NO SISTEMA PRISIONAL: REVISÃO INTEGRATIVA
Objetivo: conhecer a produção científica sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis e o acometimento aos homens no sistema prisional. Método: revisão integrativa realizada nas bases de dados SciELO, LILACS, Web of Science e MEDLINE. Resultados: o cenário das Infecções Sexualmente Transmissíveis entre homens no sistema prisional caracterizou-se pela continuidade da elevação de fatores de risco, vulnerabilização masculina, fragilidade na educação sexual e fez interface com o comportamento, as práticas e as identidades sexuais e os padrões de masculinidade. Apresentou limitação das ações de promoção da saúde e prevenção de agravos, problemas de governança e institucionalização de medidas de enfrentamento, cronicidade das negligências e iniquidades em saúde. Conclusão: Foram identificadas fragilidades na atenção à saúde e nos níveis de literacia em saúde masculina, que se somam à manutenção da masculinidade hegemônica e ao grave comprometimento dos direitos humanos.Descritores: Prisioneiros. Saúde Sexual. Saúde Reprodutiva. Saúde do Homem. Saúde Pública
VIOLÊNCIA CONJUGAL: DESAFIO PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Diante da complexidade e extensão da violência doméstica no âmbito conjugal, há uma preocupação dos pesquisadores com a temática e discussão para articular violência e saúde. Tais estudos evidenciam que, embora as mulheres busquem mais os profissionais de saúde e, em especial, os que atuam nos serviços de emergência, devido às lesões físicas, nem todos estabelecem a relação entre a identificação das lesões e o contexto violento, no qual foram produzidas. Este estudo tem como objeto as representações sociais de profissionais de saúde acerca da assistência à mulher em situação de violência conjugal e como objetivo analisar as representações destes profissionais sobre esta temática. Foi utilizada a pesquisa qualitativa, tendo como referencial a Teoria das Representações Sociais. O espaço do estudo foi a Unidade de Emergência de um Hospital Público da cidade de Salvador (BA). Os sujeitos foram: profissionais de saúde de nível superior (enfermeiras, médicos e assistentes sociais) e profissionais de saúde de nível médio (auxiliares de enfermagem). Para captação dos dados, utilizou-se a observação participante e a entrevista semi-estruturada. Na análise destes dados utilizou-se a análise temática de Bardin. Os resultados evidenciaram que o setor de emergência, para os profissionais de saúde, é um espaço apenas para a identificação e o tratamento das lesões, não sendo responsabilidade deles “olhar” os aspectos da subjetividade que favoreçam trazer as causas da lesão como uma possibilidade de violência. Para eles, a violência diz respeito apenas a profissionais como assistente social e psicólogo, bem como aos aspectos jurídicos
Women victims of sexual violence: adherence to chemoprevention of HIV
O estudo teve como objetivo avaliar a adesão de mulheres vítimas de violência sexual ao tratamento de quimioprofilaxia do HIV. É um estudo quantitativo que teve como lócus o Serviço de Atenção a Pessoas em Situação de Violência Sexual em Salvador (Bahia). Participaram do estudo 172 mulheres. A coleta de dados foi realizada através de entrevista com formulário e consulta aos prontuários. Os resultados mostraram que 45,4% das mulheres violentadas eram adolescentes e o estupro acometeu 40,7% das atendidas. Apenas 54% das mulheres tinham indicação para o uso de anti-retrovirais para a prevenção do HIV. Houve adesão ao tratamento de 57,4% e a taxa de descontinuidade correspondeu a 42,6%. A não-adesão foi atribuída aos transtornos psíquicos e/ou emocionais e à não compreensão do tratamento instituído. Portanto, há necessidade de um olhar atento dos profissionais a fim de perceber as condições que implicarão no aumento da vulnerabilidade das mulheres à infecção.La finalidad de este estudio fue investigar si las mujeres víctimas de violencia sexual adhieren o no al uso de medicamentos para prevención del HIV. Fue realizado un estudio cuantitativo en un servicio de atención a personas sexualmente violentadas, ubicado en Salvador (Bahía, Brasil). Participaron del estudio 172 mujeres. Los datos fueron recopilados a través de entrevistas dirigidas y consulta a los archivos. Los resultados demostraron que el 45.4% de las mujeres víctimas de violencia eran adolescentes y que el 40.7% de las mujeres asistidas fueron violadas. Sólo el 54% de las mujeres fue aconsejado a usar medicamentos antiretrovirales para prevención del VIH, El 57.4% de ellas adhirió al tratamiento y el 42.6% no lo continuó. Aquellas que no adhirieron al tratamiento alegaron disturbios psicológico y/o emocional o no comprensión del tratamiento instituido. Por lo tanto, es necesaria una mirada atenta de los profesionales para percibir las condiciones que implican un aumento en la vulnerabilidad de las mujeres a la infección.This study aimed to investigate the adherence of women victims of sexual violence, to AIDS chemoprevention treatment. A quantitative study was carried out at a care service to victims of sexual violence in Salvador (Bahia, Brazil). Study participants were 172 women. Data were collected through interviews with forms and consultation of patient files. The results showed that 45.4% of the abused women were teenagers and 40.7% of the attended women were raped. Only 54% of the women were advised to use antiretrovirals to prevent HIV. Adherence to treatment occurred in 57.4% of cases and discontinuity corresponded to 42.6%. Non-adherence to treatment was attributed to psychological or emotional disorders and non-understanding of the established treatment. Therefore, it is important that professionals pay careful attention in order to perceive the conditions that might increase women's vulnerability to the infection
COVID-19 E DOENÇAS CRÔNICAS: IMPACTOS E DESDOBRAMENTOS FRENTE À PANDEMIA
Objetivo: refletir sobre o elevado risco de complicações da COVID-19 em pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis, bem como os possíveis desdobramentos para aqueles acometidos pela doença. Método: revisão narrativa, desenvolvida com base em artigos publicados em periódicos e documentos de órgãos oficiais nacionais. Resultados: o estudo permitiu a reflexão acerca da vulnerabilidade das pessoas com doenças crônicas no contexto de pandemia pelo novo coronavírus, bem como os impactos para esse público. Esse cenário impacta substancialmente nos serviços de saúde, e sinaliza para a necessidade de uma atenção diferenciada no que tange as medidas de prevenção. Conclusão: o atual cenário apresenta-se com muitos desafios para a população, o que requer ações de autocuidado e atendimento às medidas de prevenção que visem o resguardo individual e coletivo.Descritores: Covid-19. Pandemia. Doença Crônica
Impacts on Men’s Health/Mental Health
Publisher Copyright: Copyright © 2022 de Sousa, Moreira, da Silva Santana, Araújo, Borges, Almeida, das Mercês, da Silva, Teixeira, Lourenção, Gomes, de Santana Carvalho, de Sousa, de Almeida, Viana and Pereira.Objective: This study aims to analyze sociohistorically how the normative patterns of hegemonic masculinity produced impacts on men’s health/mental health in the context of the COVID-19 pandemic. Methods: A qualitative study from a socio-historical perspective was conducted with 50 men based on an online survey. A semistructured form was applied. The data were analyzed by the Collective Subject Discourse method, interpreted in the light of the context of epidemic disease and hegemonic masculinity. Results: The experience of the pandemic exposed the normative patterns of masculinities from the consummation of acts representative of the pandemic context, which incited men to deny the existence of COVID-19 disease and to delay the understanding and adoption of measures to protect and control COVID-19. As a repercussion, men presented conflicts in the regulation of emotions; presented emotional suppression; were more reactive; felt threatened regarding the loss of the role of family provider, virility; and revealed a sense of invulnerability, added to the weakening of self-care. Conclusion: The discourse revealed that the men’s behaviors are consistent with the characteristics of hegemonic masculinity, but express signs of recognition that this behavior causes harm to themselves and their health.publishersversionpublishe
O Que vem depois? Preciso falar disso com alguém! Sexualidade, HIV/ Aids e violência interpessoal na vivencia de mulheres soropositivas.
p. 1-214Este estudo buscou compreender as dimensões da vulnerabilidade à violência interpessoal contra mulheres vivendo com HIV/Aids, atendidas em serviços de referência para pessoas soropositivas da Bahia. A investigação foi orientada pela abordagem qualitativa, a qual se revelou fundamental para compreensão do objeto de estudo, centrada no paradigma interpretativo, hermenêutico. As técnicas de coleta de dados foram a observação, que registrada em um diário de campo, a análise documental e a entrevista semi-estruturada gravada eletronicamente e transcrita na íntegra. Foram entrevistadas 32 mulheres que viviam com HIV/Aids e que estavam sendo atendidas em dois serviços de referência dos municípios de Salvador e Santo Antônio de Jesus. A coleta de dados foi realizada no período de dezembro/2008 a setembro/2009. O corpus do estudo foi organizado e tratado com o auxílio da técnica de análise de conteúdo e interpretados com o uso de referencias que abordavam a temática. A partir da análise do conteúdo das entrevistas emergiram três sub-temas: (Des) cobrindo a condição sorológica; práticas sexuais e reprodutivas de mulheres antes e após a soropositividade e; vulnerabilidade à violência interpessoal na dinâmica das relações sociais vivenciadas por mulheres. Os resultados revelaram que a história de vida das mulheres soropositivas é dividida, por uma linha imaginária, em um momento antes e outro depois do diagnóstico. As características sócio-demográficas e as relações desiguais de gênero que as mulheres mantinham com seus parceiros afetivo-sexuais foram identificadas como condições que interferiram na vulnerabilidade delas à infecção. As agressões fizeram parte do cotidiano das mulheres e puderam ser consideradas como uma causa e uma conseqüência da infecção pelo HIV/Aids, contudo, nem sempre as violências sofridas foram percebidas como tal pelas mulheres, que estavam envolvidas em um contexto relacional afetivo-sexual. Após o diagnóstico, além da violência física, psicológica, sexual e verbal as mulheres também vivenciaram medos, culpas, estigmas, auto-agressões e rupturas nos seus relacionamentos. A sorologia interferiu na maneira como as mulheres lidavam com a sexualidade, pois após a infecção algumas apresentaram diminuição da libido e se recusaram a manter práticas sexuais, tais condutas contribuíram para a ocorrência de violência entre os parceiros afetivo-sexuais. Neste contexto, o empoderamento das mulheres é fundamental para que elas interrompam os ciclos de violência e construam outro panorama social, no qual, a violência e as desigualdades cedem o lugar à paz e à cidadania plena. Além disso, para a melhoria da assistência a saúde das mulheres vivendo com HIV/Aids é preponderante ouvi-las, para que de acordo com as necessidades delas, mudanças possam ser implementadas na reorganização das práticas de saúde.Salvado
Revista Baiana de Enfermagem
p. 11-18Diante da complexidade e extensão da violência doméstica no âmbito conjugal, há uma preocupação dos pesquisadores com a temática e discussão para articular violência e saúde. Tais estudos evidenciam que, embora as mulheres busquem mais os profissionais de saúde e, em especial, os que atuam nos serviços de emergência, devido às lesões físicas, nem todos estabelecem a relação entre a identificação das lesões e o contexto violento, no qual foram produzidas. Este estudo tem como objeto as representações sociais de profissionais de saúde acerca da assistência à mulher em situação de violência conjugal e como objetivo analisar as representações destes profissionais sobre esta temática. Foi utilizada a pesquisa qualitativa, tendo como referencial a Teoria das Representações Sociais. O espaço do estudo foi a Unidade de Emergência de um Hospital Público da cidade de Salvador (BA). Os sujeitos foram: profissionais de saúde de nível superior (enfermeiras, médicos e assistentes sociais) e profissionais de saúde de nível médio (auxiliares de enfermagem). Para captação dos dados, utilizou-se a observação participante e a entrevista semi-estruturada. Na análise destes dados utilizou-se a análise temática de Bardin. Os resultados evidenciaram que o setor de emergência, para os profissionais de saúde, é um espaço apenas para a identificação e o tratamento das lesões, não sendo responsabilidade deles “olhar” os aspectos da subjetividade que favoreçam trazer as causas da lesão como uma possibilidade de violência. Para eles, a violência diz respeito apenas a profissionais como assistente social e psicólogo, bem como aos aspectos jurídicos.Salvado
Revista Baiana de Enfermagem
p. 79-90A aids é atualmente retratada como uma pandemia que tem trazido múltiplas transformações nos conceitos e
comportamentos dos indivíduos. Este estudo teve como objetivo identificar aspectos do comportamento sexual de
pessoas HIV positivas em relação ao uso do preservativo, analisando sob a perspectiva de gênero. Trata-se de um
estudo descritivo com abordagem qualitativa. Para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada. Na análise
dos dados utilizou-se a técnica de análise temática como procedimento da análise de conteúdo. Entre os resultados
ressalta-se que a percepção da aids acontece, em sua maioria, após a sintomatologia da doença oportunista; observou-
-se a diminuição da libido e da valorização do sexo após a contaminação pelo HIV; as relações de gênero estão
constantemente imbricadas na vivência da sexualidade; a vida dos soropositivos é permeada por sentimentos
ambíguos frente a sua condição atual; a conscientização atrelada à importância do preservativo na prática do sexo
protegido, pela maioria dos entrevistados, ocorreu somente após a descoberta da infecção. Os resultados indicam
necessidades de cuidados que busquem alcançar indivíduos que parecem estar mais vulneráveis à contaminação pelo
HIV, dando-lhes o direito de obter informações concretas que lhes permitam a livre escolha de mudanças no padrão
de seu comportamento sexual. É plausível ressaltar a importância de práticas educativas que permitam educar para o
uso consciente e adequado do preservativo, mesmo que este método seja passível de falhas, pois é ainda o único que
pode minimizar comprovadamente o risco da infecção pelo HIV.Salvado