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ENCHANTED AGENCIES: INDIGENOUS AND BACKLANDS COSMOPOLITICS
Este texto busca explorar um aspecto pouco estudado do universo religioso e político presente nas vidas de populações indígenas do alto sertão alagoano, e, especialmente, trata do povo Kalankó. Para isso, por meio de dados etnográficos que se estendem de 2001 a 2012, apresenta o potencial de agenciamento dos encantados, entidades espirituais relacionadas aos antepassados que atuam concretamente na região, promovendo transformações, como, por exemplo uma retomada territorial. Deste modo, o texto apoia-se na noção de cosmopolítica de Isabelle Stengers e Marisol de La Cadena, que buscam pensar no agenciamento de entidades sobre humanas e na, consequente, potencialidade política presente nestes grupos e agenciamentos. O objetivo do texto, por fim, é o de refletir acerca de uma cosmopolítica indígena e sertaneja, baseada na agência encantada e, assim, questionar políticas indigenistas formuladas para a região, baseadas apenas em categorias modernas, de outra matriz epistemológica, como religião e política, ligadas ao Estado moderno. Deste modo, busca-se problematizar a política indigenista brasileira no sertão nordestino.This text seeks to explore a poorly studied aspect of the religious and political universe present in the lives of indigenous populations of the highland Alagoas, and especially of the Kalankó people. To this end, through ethnographic data extending from 2001 to 2012, it presents the agency potential of the enchanted, spiritual entities related to ancestors who act concretely in the region, promoting transformations, such as, for example, a territorial retaking. Thus, the text is based on the notion of cosmopolitics by Isabelle Stengers and Marisol de La Cadena, who seek to think about the agency of nonhuman entities and, consequently, the political potential present in these groups and agencies. Finally, the aim of the text is to reflect on an indigenous and backwoods cosmopolitics, based on the enchanted agency, and thus question indigenous policies formulated for the region, based only on modern categories, from another epistemological matrix, such as religion and politics, linked to the modern state. Thus, we seek to problematize the Brazilian indigenous policy in the northeastern backlands
ENTRE A CANTORIA E A SALA DE AULA: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DA MÚSICA EM NOVAS MATRIZES CURRICULARES DE ESCOLAS TIMBIRA
This paper aims to analyze the role of music in some experiences of curriculum reformulation in indigenous schools of Central Brazil, especially in Timbira populations, such as the Krahô, Apinajé, Gavião and Krikati peoples. These curriculum matrices are based on the development of new teaching practices, which take their basis from the musicality of each population. These experiences occur in dialogue with the Takinahaky Center for Indigenous Higher Education, in Federal University of Goiás. Thus, we try to think, first, about the musical potential to the processes of teaching and learning in these schools, which points out to interesting ideas about music, culture and pedagogy. Then we seek to question the typical curriculum model of contemporary Brazilian school education, which reduces the value of music education and basis itself on eurocentric values. It is proposed ultimately that public policy to indigenous education must be based on Amerindian knowledge systems, in which the musicality has a predominant role. Thus, this paper points out to the possibility of contributing to the decolonization of Brazilian indigenous schools.Este texto trata de analisar o papel da música em algumas experiências de reformulação de matrizes curriculares em escolas indígenas do Brasil central, especialmente em populações timbira, como os Krahô, Apinajé, Gavião e Krikati. Estas matrizes curriculares têm como eixo a elaboração de novas práticas pedagógicas, as quais tomam como base a musicalidade de cada população. Estas experiências se dão em diálogo com o Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena da Universidade Federal de Goiás. Deste modo, busca-se refletir, em primeiro lugar, acerca do potencial musical nos processos de ensino e aprendizagem das escolas em tela, evidenciando-se concepções interessantes sobre música, cultura e pedagogia. Em seguida, busca-se questionar o modelo de matriz curricular típico da educação escolar brasileira contemporânea, que diminui o valor da educação musical para a formação das pessoas e tem como base valores eurocêntricos. Propõe-se, por fim, políticas públicas de educação escolar indígena voltadas aos regimes de conhecimento ameríndios, nos quais a musicalidade tem papel preponderante. Desta forma, aventa-se a possibilidade de se contribuir para a descolonização das escolas indígenas brasileiras
Políticas de inclusão e relações com a diferença: considerações sobre potencialidades, transformações e limites nas práticas de acesso e permanência da UFG
O texto descreve e analisa algumas políticas de inclusão e permanência, efetivadas na UFG – Universidade Federal de Goiás, para coletivos culturalmente diferenciados. A partir da comparação entre duas delas, o programa UFGInclui e a criação do Núcleo Takinahakỹ de Formação Superior Indígena (NTFSI), busca-se refletir sobre ambiguidades, potencialidades e transformações observadas na universidade. Aventa-se a hipótese de que a agência de pessoas e coletivos é fundamental no processo de democratização universitária. E, fundamentalmente, que a universidade necessita de transformações estruturais para a concreta efetivação da inclusão e permanência.This article tries to describe and analyze some inclusion policies established at UFG – Federal University of Goiás. Based on the comparison between two of them, the UFGInclui program and the creation of the NTFSI – Takinahakỹ Indigenous Formation Center, aim to reflect on the university ambiguities, potentialities and transformations. It is hypothesized that the agency of people and collectives is fundamental in the process. And, fundamentally, that the university needs structural transformations for the concrete realization of the inclusion and permanence policies
RIOS, PONTES E ULTRAPASSAGENS: A LITERATURA INDÍGENA COMO PRÁTICA INTERCULTURAL PARA TODOS
This text seeks to indicate potentialities present in the field of indigenous literature in Brazil and Mexico as an intercultural policy for all – indigenous and non-indigenous. Through activities developed within the framework of the Intercultural Education Course at the Takinahaky Center for Higher Indigenous Training at the Federal University of Goiás, reading indigenous writings and reflections on the literature produced and an analysis of intercultural policies in both countries, we link literary production , community-based, with the potential of educational policies that deal with difference and seek to train people capable of a balanced, just and peaceful coexistence.Este texto busca señalar las potencialidades presentes en el campo de la literatura indígena en Brasil y México como política intercultural para todos, indígenas y no indígenas. A través de actividades desarrolladas en el marco del Curso de Educación Intercultural en el Centro Takinahaky de Formación Superior Indígena de la Universidad Federal de Goiás, lectura de escritos indígenas y reflexiones sobre la literatura producida, y un análisis de las políticas interculturales en ambos países, vinculamos la producción literaria, de base comunitaria, con el potencial de políticas educativas que aborden la diferencia y busquen formar personas capaces de una convivencia equilibrada, justa y pacífica.Este texto busca indicar potencialidades presentes no campo da literatura indígena no Brasil e no México, enquanto política intercultural para todos – indígenas e não indígenas. Por meio de atividades desenvolvidas no âmbito do Curso de Educação Intercultural no Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena (NTFSI) da Universidade Federal de Goiás (UFG), da leitura de escritos e reflexões indígenas acerca da literatura produzida e de uma análise de políticas interculturais em ambos países, relacionamos a produção literária, de base comunitária, com a potencialidade de políticas educativas que tratem da diferença, as quais buscam a formação de pessoas aptas para uma convivência equilibrada, justa e pacífica
Entre lugares: das possibilidades da interculturalidade. Entrevista com Mariano Baez Landa
O professor Mariano Baez landa possui longa e importante trajetória nos estudos da interculturalidade. Desde sua formação na instigante década de setenta até os dias atuais atua, como ele mesmo diz, de maneira engajada, apaixonada e aprofundada em temas centrais das sociedades latino-americanas, como as relações interétnicas, a educação formal, a interculturalidade e a questão indígena. Destaca-se aí sua atuação como diretor de uma universidade intercultural mexicana
Atualizando, juntando e esticando a universidade: considerações sobre a possibilidade de uma pluriversidade
O presente texto apresenta considerações iniciais acerca da consolidação de uma nova base epistêmica, acessada para se pensar a educação escolar indígena e a universidade. Tal situação tem relação com a emergência de um novo repertório conceitual, constituído na dinâmica de um diálogo intercultural crítico. A situação é apresentada no contexto do Núcleo Takinahaky de Formação Superior Indígena da Universidade Federal de Goiás. Um dentre vários cursos de licenciatura intercultural criados para a formação de professores indígenas. Isto no âmbito do movimento indígena organizado especialmente na década de 1980, de legislação elaborada posteriormente e da efetivação de políticas públicas sobre o tema, especialmente na década de 2000. Neste sentido, a experiência em tela, específica a este espaço, busca apontar reflexões mais gerais e interessantes acerca de modelos de educação escolar, trazendo reflexões sobre a interculturalidade, assim como propõe uma reflexão sobre estratégias políticas decoloniais por meio da educação escolar e da universidade
Por onde andam os PPPs (Projetos Políticos Pedagógicos): esticando possibilidades de transformação na Educação Escolar Indígena brasileira
O texto a seguir busca refletir sobre o potencial de agenciamento de documento central para o funcionamento de escolas indígenas no Brasil, o Projeto Político Pedagógico, que indica características e perspectivas centrais para o funcionamento da instituição. Por meio da análise de documentos da criação e desenvolvimento do Curso de Especialização “Educação Intercultural e transdisciplinar; gestão pedagógica”, cujo objetivo foi o de criar coletivamente, junto a docentes indígenas, tais documentos, da análise de alguns destes documentos e do diálogo com docentes indígenas, busca-se entender a complexidade do processo de elaboração do PPP em relação ao contexto da educação escolar indígena no Brasil. Entende-se que o processo de elaboração do PPP é importante dos pontos de vista epistemológico e político, já que sistematiza conhecimentos indígenas e detona processos de mobilização comunitária