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Educação escolar quilombola: desafios para o ensino de Física e Astronomia
A Educação Escolar Quilombola, como projeto político-pedagógico oriundo de lutas organizadas do Movimento Social Negro e de uma das mais cruciais políticas públicas do início do século XXI, é um processo em construção no Brasil que demanda esforços orquestrados de pesquisadores, educadores, gestores, movimentos sociais e da sociedade, em todas as áreas do conhecimento. Em estilo ensaístico, o objetivo do presente trabalho é problematizar os desafios e as potencialidades dos ensinos de Física e de Astronomia na Educação Escolar Quilombola, tensionando o Projeto de Modernidade materializado na Quarta Revolução Industrial por meio dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, em que a Física e a Astronomia jogam papel fundamental. Em diálogo permanente com referenciais teóricos, metodológicos e epistemológicos da educação, apontamos fundamentos, pesquisas e novas tendências para que os ensinos de Física e de Astronomia dialoguem com as experiências quilombolas, fomentando perspectivas interculturais e descolonizadoras da educação em ciências. As reflexões, questionamentos e apontamentos apresentados são gestados a partir de resultados parciais de projeto de pesquisa realizado no âmbito dos Programas de Pós-Graduação em Física e Ensino de Física e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Com foco na promoção da equidade racial na educação básica, argumentamos que os Ensinos de Física e Astronomia — tecno-ciências na base do Projeto Científico e de Poder Moderno e Contemporâneo — podem ajudar a ressignificar, ressemantizar e fortalecer o sujeito quilombola diferenciado do século XXI, sufocado pela realidade da Quarta Revolução Industrial. É por meio do diálogo intercultural e interdisciplinar com as comunidades quilombolas que as ciências físicas também poderão se humanizar, contribuindo fortemente para a democratização do País, reconhecendo Saberes-Fazeres que definem identidades potentes, ligadas à ideia de corpo-território e marcos civilizatórios afrodiaspóricos
COSMOPOLÍTICAS DA TRADUÇÃO: A POTÊNCIA EPISTÊMICA DAS LITERATURAS NEGRAS E INDÍGENAS
One of the greatest challenges for the Brazilian body of knowledge, in all areas of knowledge, is the dismantling of racism in its various facets, with epistemic, institutional and linguistic racism being of greater interest in this essay. Anchored in the ideas of black and indigenous intellectuals who have thought about the relationship between language and ethnic-racial, decolonial and counter-colonial issues, aligned with the political struggles of Black and Indigenous Social Movements, I present in this essay a discussion on the Cosmopolitics of Translation. Several aspects are pointed out that need to be taken into account in Translation Studies so that black and indigenous literatures can have their epistemic potential recognized, in the Academy, in Basic Education and in spaces of Dissemination of Language Sciences.Um dos grandes desafios para o corpo de conhecimento brasileiro, em todas as áreas do conhecimento, é a desarticulação do racismo em suas variadas facetas, sendo o racismo epistêmico, institucional e linguístico de maior interesse no presente ensaio. Ancorado nas ideias de intelectuais negros e indígenas que têm pensado a relação entre a linguagem e as questões étnico-raciais, decoloniais e contracoloniais, alinhando-se às lutas políticas dos movimentos sociais negros e indígenas, apresento uma discussão sobre as cosmopolíticas da tradução. Assim, são apontados vários aspectos que precisam ser levados em conta nos estudos da tradução para que as literaturas negras e indígenas possam ter o seu potencial epistêmico reconhecido na academia, na educação básica e nos espaços de divulgação das ciências da linguagem
Cosmologías racializadas : procesos políticos y educativos anti(racistas) en la enseñanza de la Física y la Astronomía
Os modelos cosmológicos desenvolvidos pela Astronomia e pela Física são considerados fundamentais não apenas para a construção histórica do conceito moderno e contemporâneo de ciência, mas também como elementos fundantes da epistemologia vigente no campo da educação em ciências, ambos marcadamente brancos e eurocentrados. Este trabalho objetiva fazer uma discussão teórica, epistemológica e metodológica sobre como o uso do conceito de raça na produção do racismo e nos processos políticos e educativos anti(racistas) tem sido feito no contexto das Ciências Exatas, particularmente no caso de Física e de Astronomia. Por meio da categoria “cosmologias racializadas”, fazemos uma discussão teórica de como o conceito de raça e do racismo científico foram produzidos a partir do pensamento científico europeu do século XIX e têm sido reproduzidos na comunidade científica, em suas práticas políticas, educacionais e epistemológicas, de forma que o racismo científico, uma pseudociência, contribua para a afirmação de estereótipos e representações negativas do pensamento da população negra, contribuindo para a invisibilização e subalternização do lugar da produção do conhecimento sobre a África e o legado afrodiaspórico nas Ciências Exatas. Concluímos que as práticas e formas de pensar o Universo na perspectiva da Física e da Astronomia moderna e contemporânea são etnocêntricas e branconcêntricas, baseadas nos modelos europeus e dos Estados Unidos. Embora negado, as Ciências Exatas operam o tempo inteiro com o fenômeno do racismo, atualizado, perpetuado e legitimado pela ideia de raça, hierarquizando saberes e diferentes visões acerca da origem e evolução do Universo.The cosmological models developed by Astronomy and Physics are considered fundamental not only for the historical construction of the modern and contemporary concept of science, but also as the founding elements of the current epistemology in the field of science education, both markedly white and Eurocentric. This work aims to create a theoretical, epistemological and methodological discussion about how the concept of race in the production of racism and anti(racist) political and educational processes has been achieved in the context of Exact Sciences, particularly in Physics and Astronomy. Through the category “racialized cosmologies”, we complete a theoretical discussion of how the concept of race and scientific racism were produced from 19th century European scientific thought and reproduced in the scientific community, in its political, educational and epistemological practices. So that scientific racism, a pseudoscience, still contributes to the affirmation of stereotypes and negative representations in the thinking of the black population, contributing to the invisibility and subordination in the production of knowledge about Africa and the afrodiasporic legacy in the Exact Sciences. We conclude that the practices and ways of thinking about the Universe from the perspective of modern and contemporary Physics and Astronomy are ethnocentric and white-centric, based on European and the USA models. Although denied, the Exact Sciences operate all the time with the phenomenon of racism, updated, perpetuated and legitimized by the idea of race, hierarchizing knowledge and different views about the origin and evolution of the Universe.Los modelos cosmológicos desarrollados por Astronomía y Física se consideran fundamentales no solo para la construcción histórica del concepto moderno y contemporáneo de ciencia, sino también como elementos fundadores de la epistemología actual en el campo de la educación científica, tanto marcadamente blanca como eurocéntrica. Este trabajo tiene como objetivo realizar una discusión teórica, epistemológica y metodológica sobre cómo se ha realizado el uso del concepto de raza en la producción de racismo y en procesos políticos y educativos antirracistas en el contexto de las Ciencias Exactas, particularmente en el caso de la Física y la Astronomía. A través de la categoría “cosmologías racializadas”, hacemos una discusión teórica de cómo el concepto de raza y racismo científico se produjo a partir del pensamiento científico europeo del siglo XIX y se ha reproducido en la comunidad científica, en sus prácticas políticas, educativas y epistemológicas, por lo que el racismo científico, una pseudociencia, sigue contribuyendo a la afirmación de estereotipos y representaciones negativas del pensamiento de la población negra, contribuyendo a la invisibilidad y subordinación del lugar de la producción de conocimiento sobre África y el legado de las afrodiasporas en las Ciencias Exactas. Concluimos que las prácticas y formas de pensar sobre el Universo desde la perspectiva de la Física y la Astronomía modernas y contemporáneas son etnocéntricas y centradas en el blanco, basadas en modelos europeos y estadounidenses. Aunque negado, las Ciencias Exactas operan todo el tiempo con el fenómeno del racismo, actualizado, perpetuado y legitimado por la idea de raza, jerarquizando saberes y visiones diferentes sobre el origen y evolución del Universo
Cosmologias racializadas: processos políticos e educativos anti(racistas) no ensino de Física e Astronomia
The cosmological models developed by Astronomy and Physics are considered fundamental not only for the historical construction of the modern and contemporary concept of science, but also as the founding elements of the current epistemology in the field of science education, both markedly white and Eurocentric. This work aims to create a theoretical, epistemological and methodological discussion about how the concept of race in the production of racism and anti(racist) political and educational processes has been achieved in the context of Exact Sciences, particularly in Physics and Astronomy. Through the category “racialized cosmologies”, we complete a theoretical discussion of how the concept of race and scientific racism were produced from 19th century European scientific thought and reproduced in the scientific community, in its political, educational and epistemological practices. So that scientific racism, a pseudoscience, still contributes to the affirmation of stereotypes and negative representations in the thinking of the black population, contributing to the invisibility and subordination in the production of knowledge about Africa and the afrodiasporic legacy in the Exact Sciences. We conclude that the practices and ways of thinking about the Universe from the perspective of modern and contemporary Physics and Astronomy are ethnocentric and white-centric, based on European and the USA models. Although denied, the Exact Sciences operate all the time with the phenomenon of racism, updated, perpetuated and legitimized by the idea of race, hierarchizing knowledge and different views about the origin and evolution of the Universe.
Los modelos cosmológicos desarrollados por Astronomía y Física se consideran fundamentales no solo para la construcción histórica del concepto moderno y contemporáneo de ciencia, sino también como elementos fundadores de la epistemología actual en el campo de la educación científica, tanto marcadamente blanca como eurocéntrica. Este trabajo tiene como objetivo realizar una discusión teórica, epistemológica y metodológica sobre cómo se ha realizado el uso del concepto de raza en la producción de racismo y en procesos políticos y educativos antirracistas en el contexto de las Ciencias Exactas, particularmente en el caso de la Física y la Astronomía. A través de la categoría “cosmologías racializadas”, hacemos una discusión teórica de cómo el concepto de raza y racismo científico se produjo a partir del pensamiento científico europeo del siglo XIX y se ha reproducido en la comunidad científica, en sus prácticas políticas, educativas y epistemológicas, por lo que el racismo científico, una pseudociencia, sigue contribuyendo a la afirmación de estereotipos y representaciones negativas del pensamiento de la población negra, contribuyendo a la invisibilidad y subordinación del lugar de la producción de conocimiento sobre África y el legado de las afrodiasporas en las Ciencias Exactas. Concluimos que las prácticas y formas de pensar sobre el Universo desde la perspectiva de la Física y la Astronomía modernas y contemporáneas son etnocéntricas y centradas en el blanco, basadas en modelos europeos y estadounidenses. Aunque negado, las Ciencias Exactas operan todo el tiempo con el fenómeno del racismo, actualizado, perpetuado y legitimado por la idea de raza, jerarquizando saberes y visiones diferentes sobre el origen y evolución del Universo.Os modelos cosmológicos desenvolvidos pela Astronomia e pela Física são considerados fundamentais não apenas para a construção histórica do conceito moderno e contemporâneo de ciência, mas também como elementos fundantes da epistemologia vigente no campo da educação em ciências, ambos marcadamente brancos e eurocentrados. Este trabalho objetiva fazer uma discussão teórica, epistemológica e metodológica sobre como o uso do conceito de raça na produção do racismo e nos processos políticos e educativos anti(racistas) tem sido feito no contexto das Ciências Exatas, particularmente no caso de Física e de Astronomia. Por meio da categoria “cosmologias racializadas”, fazemos uma discussão teórica de como o conceito de raça e do racismo científico foram produzidos a partir do pensamento científico europeu do século XIX e têm sido reproduzidos na comunidade científica, em suas práticas políticas, educacionais e epistemológicas, de forma que o racismo científico, uma pseudociência, contribua para a afirmação de estereótipos e representações negativas do pensamento da população negra, contribuindo para a invisibilização e subalternização do lugar da produção do conhecimento sobre a África e o legado afrodiaspórico nas Ciências Exatas. Concluímos que as práticas e formas de pensar o Universo na perspectiva da Física e da Astronomia moderna e contemporânea são etnocêntricas e branconcêntricas, baseadas nos modelos europeus e dos Estados Unidos. Embora negado, as Ciências Exatas operam o tempo inteiro com o fenômeno do racismo, atualizado, perpetuado e legitimado pela ideia de raça, hierarquizando saberes e diferentes visões acerca da origem e evolução do Universo
Educación escolar quilombola : desafíos a la enseñanza de Física y Astronomía
A Educação Escolar Quilombola, como projeto político-pedagógico oriundo de lutas organizadas do Movimento Social Negro e de uma das mais cruciais políticas públicas do início do século XXI, é um processo em construção no Brasil que demanda esforços orquestrados de pesquisadores, educadores, gestores, movimentos sociais e da sociedade, em todas as áreas do conhecimento. Em estilo ensaístico, o objetivo do presente trabalho é problematizar os desafios e as potencialidades dos ensinos de Física e de Astronomia na Educação Escolar Quilombola, tensionando o Projeto de Modernidade materializado na Quarta Revolução Industrial por meio dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, em que a Física e a Astronomia jogam papel fundamental. Em diálogo permanente com referenciais teóricos, metodológicos e epistemológicos da educação, apontamos fundamentos, pesquisas e novas tendências para que os ensinos de Física e de Astronomia dialoguem com as experiências quilombolas, fomentando perspectivas interculturais e descolonizadoras da educação em ciências. As reflexões, questionamentos e apontamentos apresentados são gestados a partir de resultados parciais de projeto de pesquisa realizado no âmbito dos Programas de Pós-Graduação em Física e Ensino de Física e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Com foco na promoção da equidade racial na educação básica, argumentamos que os Ensinos de Física e Astronomia — tecno-ciências na base do Projeto Científico e de Poder Moderno e Contemporâneo — podem ajudar a ressignificar, ressemantizar e fortalecer o sujeito quilombola diferenciado do século XXI, sufocado pela realidade da Quarta Revolução Industrial. É por meio do diálogo intercultural e interdisciplinar com as comunidades quilombolas que as ciências físicas também poderão se humanizar, contribuindo fortemente para a democratização do País, reconhecendo Saberes-Fazeres que definem identidades potentes, ligadas à ideia de corpo-território e marcos civilizatórios afrodiaspóricos.As a political-pedagogical project arising from the Black Social Movement, Quilombola School Education is a crucial public policy for this century. Brasil is currently determining the process to access the knowledge of researchers, educators, managers, social movements and society in general to formulate this policy. Our goal in this essay is to outline the challenges and potentials of teaching Physics and Astronomy in a Quilombola School environment while referring to the Modernity Project, materialized in the Fourth Industrial Revolution through the 17 Sustainable Development Goals of the Organization of the Nations United. While conscious of the theoretical, methodological and epistemological references in education, we highlight the foundations, researches and new trends so that the teachings can relate with quilombola experiences which foster intercultural and decolonizing perspectives on science education. The reflections, questions and comments are generated from partial results of an ongoing research project within the Physics and Teaching Physics Graduate Programs and the Center for Afro- Brazilian, Indigenous and African Studies at the Federal University of Rio Grande do Sul. With a focus on promoting racial equity in basic education, we argue that the Teachings of Physics and Astronomy — techno-sciences based on the Scientific and Power Modern and Contemporary Project — can assist to re-signify, resemantize and strengthen the quilombola subjectivity of this century, which has been completely suffocated in the reality of the Fourth Industrial Revolution. It is through intercultural and interdisciplinary dialogue with the quilombola communities that the physical sciences will also be able to humanize themselves, strongly contributing to the democratization of Brasil, while recognizing knowledges-actions that define powerful identities and linked to the idea of body-territory and aphrodiasporic civilizational landmarks.Como proyecto político-pedagógico surgido del Movimiento Social Negro, la Educación Escolar Quilombola es una política pública crucial para este siglo. Brasil está actualmente determinando el proceso para acceder al conocimiento de investigadores, educadores, gestores, movimientos sociales y sociedad en general para formular esta política. Nuestro objetivo en este ensayo es esbozar los desafíos y potencialidades de la enseñanza de Física y Astronomía en un entorno de Escuela Quilombola, refiriéndonos al Proyecto Modernidad, materializado en la Cuarta Revolución Industrial a través de los 17 Objetivos de Desarrollo Sostenible de la Organización de las Naciones Unidas. Conscientes de los referentes teóricos, metodológicos y epistemológicos en educación, destacamos los fundamentos, investigaciones y nuevas tendencias para que las enseñanzas se relacionen con experiencias quilombolas que fomenten perspectivas interculturales y descolonizadoras de la educación científica. Las reflexiones, preguntas y comentarios se generan a partir de resultados parciales de un proyecto de investigación en curso dentro de los Programas de Posgrado en Física y Enseñanza de la Física y el Centro de Estudios Afrobrasileños, Indígenas y Africanos de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul. Con un enfoque en la promoción de la equidad racial en la educación básica, argumentamos que las Enseñanzas de la Física y la Astronomía — tecnociencias basadas en el Proyecto Científico y Poderoso Moderno y Contemporáneo — pueden ayudar a resignificar, resemantizar y fortalecer la subjetividad quilombola de este siglo, que ha sido completamente sofocado en la realidad de la Cuarta Revolución Industrial. A través del diálogo intercultural e interdisciplinario con las comunidades quilombolas, las ciencias físicas podrán también humanizarse, contribuyendo fuertemente a la democratización de Brasil, reconociendo saberes-acciones que definen identidades poderosas y vinculadas a la idea de cuerpo-territorio y hitos afrodiaspóricos de la civilización
ORÍKÌ ÒRÌṢÀ: CANÇÃO E POESIA ORAL IORUBANA NO BRASIL
The Oríkì is one of the most widespread Yoruba-African literary genres in Brazil, especially the oríkì òrìṣà. However, as part of linguistic and epistemic racism, its potential is little explored in language courses, in schools and spaces of cultural promotion. Linguistic, literary, songwriting and translation studies have historically neglected oríkì as key poetic and musical compositions that translate ancestral philosophy and onto-epistemology. Our objective in this essay is to highlight the importance of the written word and orality in the construction of this literary body that weaves transatlantic memories. We focused the analysis on the Oríkì work by the multi-artist Iara Rennó and, from it, we promoted a discussion about the oríkì genre in Brazil, characterizing it as sung Yoruba oral poetry. Discussions are made based on the concepts of “oralitura” and ancestrality. Throughout the text, notes are made on how the oríkì can contribute to help us think about the tensions between modernity and tradition, building decolonizing relations between university literary-song production (written) and that articulated in “candomble” communities (orality). We hope to contribute with examples of counter-hegemonic cosmologies that have helped us to forge a robust anti-racist education project in Brazil.Oríkì é um dos gêneros literários iorubá-africanos mais difundidos no Brasil, especialmente o oríkì òrìṣà. No entanto, como parte do racismo linguístico e epistêmico, o seu potencial é pouco explorado nos cursos de Letras, no chão das escolas e dos espaços de promoção cultural. Os estudos linguísticos, literários, cancionistas e de tradução têm historicamente negligenciado os oríkì como importantes composições poéticas e musicais que traduzem filosofia e ontoepistemologia ancestrais. O nosso objetivo neste ensaio é destacar a importância da palavra escrita e da oralidade na construção desse corpo literário que tece memórias transatlânticas. Focamos a análise na obra Oríkì da multiartista Iara Rennó e, a partir dela, promovemos uma discussão sobre o gênero oríkì no Brasil, caracterizando-o como poesia oral iorubá cantada. As discussões são feitas com base nos conceitos de oralitura e ancestralidade. Ao longo do texto, são feitos apontamentos sobre como os oríkì podem contribuir para nos ajudar a pensar as tensões entre a modernidade e a tradição, construindo relações descolonizadoras entre a produção literária-cancional universitária (escrita) e aquela articulada nas comunidades de terreiro (oralidade). Esperamos contribuir com exemplos de cosmologias contra-hegemônicas que têm nos ajudado a forjar um projeto robusto de educação antirracista no Brasil
Full spectral fitting of Milky Way and M31 globular clusters: ages and metallicities
Context: The formation and evolution of disk galaxies are long standing
questions in Astronomy. Understanding the properties of globular cluster
systems can lead to important insights on the evolution of its host galaxy.
Aims: We aim to obtain the stellar population parameters - age and metallicity
- of a sample of M31 and Galactic globular clusters. Studying their globular
cluster systems is an important step towards understanding their formation and
evolution in a complete way. Methods: Our analysis employs a modern
pixel-to-pixel spectral fitting technique to fit observed integrated spectra to
updated stellar population models. By comparing observations to models we
obtain the ages and metallicities of their stellar populations. We apply this
technique to a sample of 38 globular clusters in M31 and to 41 Galactic
globular clusters, used as a control sample. Results: Our sample of M31
globular clusters spans ages from 150 Myr to the age of the Universe.
Metallicities [Fe/H] range from -2.2 dex to the solar value. The
age-metallicity relation obtained can be described as having two components: an
old population with a flat age-[Fe/H] relation, possibly associated with the
halo and/or bulge, and a second one with a roughly linear relation between age
and metallicity, higher metallicities corresponding to younger ages, possibly
associated with the M31 disk. While we recover the very well known Galactic GC
metallicity bimodality, our own analysis of M31's metallicity distribution
function (MDF) suggests that both GC systems cover basically the same [Fe/H]
range yet M31's MDF is not clearly bimodal. These results suggest that both
galaxies experienced different star formation and accretion histories.Comment: A&A, in pres
APOGEE discovery of a chemically atypical star disrupted from NGC 6723 and captured by the Milky Way bulge
The central (‘bulge’) region of the Milky Way is teeming with a significant fraction of mildly metal-deficient stars with atmospheres that are strongly enriched in cyanogen (12C 14N). Some of these objects, which are also known as nitrogen-enhanced stars, are hypothesised to be relics of the ancient assembly history of the Milky Way. Although the chemical similarity of nitrogen-enhanced stars to the unique chemical patterns observed in globular clusters has been observed, a direct connection between field stars and globular clusters has not yet been proven. In this work, we report on high-resolution, near-infrared spectroscopic observations of the bulge globular cluster NGC 6723, and the serendipitous discovery of a star, 2M18594405−3651518, located outside the cluster (near the tidal radius) but moving on a similar orbit, providing the first clear piece of evidence of a star that was very likely once a cluster member and has recently been ejected. Its nitrogen abundance ratio ([N/Fe] & +0.94) is well above the typical Galactic field-star levels, and it exhibits noticeable enrichment in the heavy s-process elements (Ce, Nd, and Yb), along with moderate carbon enrichment; all characteristics are known examples in globular clusters. This result suggests that some of the nitrogen-enhanced stars in the bulge likely originated from the tidal disruption of globular clusters
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