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O fenómeno subversivo na actualidade : contributos para o seu estudo
Neste estudo foi utilizada uma perspectiva
holística e pluridisciplinar no sentido de alcançar
a resposta a uma questão fundamental:
“como pode este fenómeno ser caracterizado e
apresentado?” tendo sido organizado em quatro
partes. A primeira diz respeito ao fenómeno
da subversão e às suas características
no presente; a segunda parte foca as suas causas
e a terceira tenta identificar algumas tipologias
possíveis. Por fim, identifica-se e sistematiza-
-se as premissas que seguem o fenómeno da
subversão
Subversão:
Este artigo dedica-se ao processo de criação das séries “Mulheres em Pedaços” e “SubVersão”, realizadas entre os anos de 2020 e 2021. As séries são compostas por esculturas desenvolvidas a partir da apropriação de louças de mesa industriais de segunda linha, que foram descartadas por estarem trincadas, lascadas ou quebradas. Também são utilizados outros materiais como fios de bordado e cerâmica por modelagem manual. Tendo a pesquisa como fio condutor para a produção artística, o trabalho envolve uma investigação teórica que tem como base a história das mulheres, transitando nos estudos feministas, nos estudos de gênero e na escrita de si. O relato foi produzido com base em anotações realizadas em diário de campo e registros fotográficos. O texto foi desenvolvido pela artista, sob a supervisão de seu orientador, com base no Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual do Paraná, campus II - FAP. A motivação para o desenvolvimento destes trabalhos parte da experiência pessoal da autora enquanto mulher, artista, pesquisadora e docente. Por meio da pesquisa e da produção artística evidencia-se as assimetrias de gênero, demonstrando a importância de produzir registros de experiências de mulheres artistas
José Saramago , um prémio Nobel levantado do chão : uma escrita de subversão na subversão da escrita
A Literatura Portuguesa, qual universo riquíssimo em constelações com mundos e estrelas de criação estética, recebe agora um reconhecimento inequívoco e decisivo.
A Língua Portuguesa, Pátria cultural de autores notáveis espalhados pelas estradas da lusofonia, pode encontrar agora em José Saramago um arauto universal, como o poderia encontrar, também como justo prémio, em muitos outros escritores que mereciam esse galardão, tal é a profusão de possíveis homenageados.
Num mundo em que um reconhecimento público premeia com glória (ainda que fugaz) um vulto das Letras nacionais, é lícito que a cultura de expressão portuguesa se sinta orgulhosa. Mais ainda, como cidadãos e amantes da Cultura Portuguesa, devemos encontrar em Saramago não um autor mas sim um fautor, um verdadeiro arauto, um embaixador dos séculos de labor e criatividade espiritual.
Não se nos afigura fácil tecer algumas singelas considerações relativas a José Saramago, ele próprio uma figura complexa e polémica .
Talvez possamos começar com um episódio elucidativo
Contra-retratos: a subversão do grão fotográfico
O presente artigo propõe-se elencar os motivos mais recorrentes da prática lúdica retratística das últimas décadas do séc. XIX e das primeiras do séc. XX e pensá-los à luz do conceito de jogo (Caillois, 1958), e da noção de montagem (Benjamin, 2012b, 1991, 1989). Outrora difundidos nos postais ilustrados, na imprensa, nos manuais de fotografia amadora e nos álbuns familiares, e hoje expostos no museu e recuperados no ciberespaço, os retratos lúdicos da viragem do século, aqui agrupados sob a designação de fotografia recreativa, eram praticados por fotógrafos amadores em contexto doméstico, mas também por fotógrafos comerciais em estúdio, feiras populares e parques de diversão (Chéroux, 1998, 2005). Permitindo restabelecer a dupla pertença da fotografia ao mundo mágico do espetáculo e ao mundo técnico da ciência (Gunning, 1995), os contra-retratos exibem um particular encontro do humano com a técnica, avariando o meio fotográfico, na medida em que fazem do seu dispositivo reprodutivo um dispositivo recreativo, e convertem a fixação do tempo passado num animado passatempo, que esconjura qualquer jogo triste.The following essay aims to list the most common themes for the practice of trick portrait photography in the last decades of the 19th century and the first decades of the 20th century. It aims also to reason them in the light of the concept of play (Caillois, 1958), and the notion of montage (Benjamin, 2012, 1991, 1989). Once diffused in illustrated postcards, in the press, in the amateur photography manuals and in the family albums, nowadays displayed in the museum and recuperated in the cyberspace, the playful portraits from the turn of the century, here grouped under the designation of recreational photography, were produced by amateur photographers in a domestic context, but also by commercial photographers in studio, in popular fairs and amusement parks (Chéroux, 1998, 2005). Allowing the reestablishment of the double belonging of photography to the magical world of the spectacle and the technological world of science, these counter-portraits exhibit a peculiar encounter of the human with the technique, breaking down the photographic automatism, as they turn its reproduction device into a recreational one, and they convert the fixation of time into an animated pastime, which exorcise any mourning play.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Contributos para a compreensão e enquadramento actual.
Numa sociedade cada vez mais global, as questões de segurança e desenvolvimento
aparecem no topo das agendas político-diplomáticas. Em simultâneo, e com a presença de
novos actores não-estatais, os Estados perderam a hegemonia na condução da guerra,
obrigando estes últimos a combater “novas” ameaças. Estes Estados, por vezes integrados
no seio de organizações internacionais, recorrem aos seus instrumentos do poder para
combater tais ameaças, quer sejam levados pela prossecução dos seus interesses, quer
sejam pressionados pela comunidade internacional.
A guerra convencional, na qual se pretende subjugar as vontades dos outros às
nossas, através da conquista do terreno e da destruição do inimigo, têm dado recentemente
lugar a guerras não convencionais1, onde o fenómeno subversivo2 assume um papel de
destaque. Actualmente este fenómeno tem sido dado a conhecer ao mundo com uma nova
designação, a de “insurgency”, obrigando os Estados a envolver as suas Forças Armadas
numa tipologia de guerra diferente daquela para as quais estavam preparadas,
especialmente no período da Guerra-Fria.
Estas mudanças súbitas no modo de condução da guerra obrigaram os Estados, e
em especial as suas Forças Armadas, a revisitar o passado. Aos “velhos” manuais
doutrinários sobre subversão foi-lhe retirado o pó acumulado durante anos, para serem de
novo lidos por políticos, estrategas e comandantes militares. Neste revisitar do passado,
seja ele conceptual e/ou doutrinário, os chefes militares viram-se obrigados a reorganizar
as Forças Armadas, dotando-as de treino e equipamento específico, de modo a ser possível
desenhar as operações militares onde a conquista da população (mentes e corações) passa a
ser o centro de gravidade.
No complexo ambiente operacional misturam-se conceitos relacionados com a
condução da guerra irregular. Assim, é neste contexto que surge este trabalho de
investigação, no qual se pretende dar a conhecer novos e velhos conceitos, de modo a
compreende-los, nomeadamente os conceitos de Subversão e “Insurgência”. “Porém, tal
só será possível com uma análise detalhada de diferentes ambientes operacionais, de modo
a se obter um enquadramento actual destes conceitos. Contudo, este trabalho ficaria
incompleto se apenas se cingisse à compreensão e enquadramento actual destes conceitos. Uma mais valia a que se propõe este trabalho vai de encontro ao modo como a doutrina
portuguesa de contra-subversão poderá contribuir para a doutrina NATO de “Counter-
Insurgency Operations”, que se encontra numa fase de estudo e elaboração.
Como resultado da investigação foi possível verificar que não é possível comparar
directamente os conceitos de “Subversão” e “Insurgência”, pelo facto deste último não
existir no léxico nacional. Porém, propusemo-nos substituir este pelo conceito de guerra
insurreccional, que consideramos ser semelhante ao de “insurgency”, destacando ainda o
facto deste poder fazer uso da subversão para atingir os seus objectivos.
Analisados os diferentes ambientes operacionais em estudo e estabelecida uma
relação entre os conceitos, conclui-se que a doutrina nacional sobre contra-subversão
poderá constituir-se numa mais valia para a elaboração futura da doutrina NATO, embora
necessite de algumas actualizações ao nível conceptual e doutrinário. Abstract: In an increasing global society, matters of security and development are at the top
of political and diplomatic agendas. Simultaneously, due to the relevance achieved by nonstate
actors, states have lost their hegemony in the conduct of the war, forcing them to fight
"new" emerging threats. These states, often integrated in international organizations, use
their instruments of power to fight these threats, whether driven by the pursuit of their
interests, whether under pressure from the international community.
Conventional war, which seeks to subjugate the will of others to our own through
the conquest of the land and the destruction of the enemy, has recently given rise to nonconventional
wars, where the phenomenon of the subversive role has gained prominence.
Today this phenomenon has been known to the world with a new name, the insurgency,
requiring states to involve the armed forces on a different kind of war other than the one
that they’ve been prepared for, especially in the period of the Cold War.
These sudden changes in the way of conducting the war forced the States, and in
particular their armies, to revisit the past. "Old" doctrinal manuals on subversion were
removed the dust accumulated for years, to be read by politicians, strategists and military
commanders again. Revisiting the past, whether in a conceptual and / or doctrinaire way,
military commanders have been forced to reorganize the armed forces, providing them
with training and specific equipment to be possible to design military operations where the
center of gravity is the population, by conquering of their minds and hearts.
In this complex operational environment concepts related to the conduct of
irregular warfare mix up. Thus, it appears in this context that this research work, which
aims to discover new and old concepts in order to understand them, particularly the ones of
insurgency and subversion. But this will only be possible with a detailed analysis of
different operational environments in order to obtain a framework of current concepts.
However, this work would be incomplete if it only leaned on the current framework of
understanding these concepts. The value of this work will lie on the way that Portuguese
doctrine of counter-subversion can contribute to NATO’s doctrine of counter-insurgency
operations, which is on a phase of study and preparation.
As an outcome of the investigation we were able to verify that you may not directly
compare the concepts of subversion and insurgency because the latter does not exist in the
Portuguese lexicon. However, we propose to replace this by the concept of “guerra insurreccional”, that we consider being similar to the one of insurgency, highlighting the
fact that this still makes use of subversion to achieve their objectives.
Once the different operational environments are studied and a relationship between
concepts is established, it is concluded that the Portuguese counter-subversion doctrine
would add value to NATO’s future doctrine development, even if it shows the need of
minor conceptual and doctrinal level updates
Origens e metodologia do esforço do Exército face ao conflito no Ultramar (1961-74)
Em 1958, o Exército português, prevendo o despoletar do conflito no Ultramar, sentiu
necessidade de se preparar para uma actuação de contra-subversão.
O presente trabalho pretende dar resposta à questão central:
- quais as origens e a metodologia do esforço que o Exército Português desenvolveu na
elaboração da sua doutrina de contra-subversão para fazer face aos desenvolvimentos
que já se previam para o Ultramar português ?
Para fazer face à manobra de subversão, o Exército desenvolveu, à custa da sua própria
experiência, uma doutrina de contra-subversão materializada no Manual “O Exército na
Guerra Subversiva”.
Das missões das forças militares definidas neste Manual ressaltam dois aspectos
caracterizadores da concepção e emprego da doutrina portuguesa de contra-subversão:
- a acção psicossocial e;
- a colaboração e integração entre as estruturas militares e civis a todos os níveis.
Relativamente à primeira, “a conquista da população” foi eleita como o objectivo principal
a atingir na medida em que é esta o centro de gravidade de uma guerra subversiva.
Quanto à segunda, era claramente definido na doutrina que a luta contra a subversão não
podia ser levada a bom termo só pelas forças militares, exigindo, pelo contrário, uma
convergência de esforços em todos os campos – político, social, económico, etc.
Já quanto ao processo de desenvolvimento da doutrina importa destacar:
- a atitude precavida de enviar oficiais para acções de formação em países com experiência
recente em conflitos subversivos;
- o aproveitamento do Instituto de Altos Estudos Militares (IAEM) para a elaboração de
estudos e trabalhos que estiveram directamente na base do desenvolvimento da doutrina;
- a criação do Centro Instrução Operações Especiais (CIOE), enquanto centro de instrução
especialmente vocacionado para a contra-guerrilha e;
- os ensinamentos colhidos durante cerca de dois anos de campanha no Norte de Angola.
Em resumo, a doutrina de contra-subversão desenvolvida para o efeito revelou-se
adequada às características do conflito, permitindo a um país com a dimensão de Portugal
conduzir simultaneamente três campanhas de contra-subversão em colónias
significativamente distantes do território continental.
Relativamente à primeira, “a conquista da população” foi eleita como o objectivo principal
a atingir na medida em que é esta o centro de gravidade de uma guerra subversiva.
Quanto à segunda, era claramente definido na doutrina que a luta contra a subversão não
podia ser levada a bom termo só pelas forças militares, exigindo, pelo contrário, uma
convergência de esforços em todos os campos – político, social, económico, etc.
Já quanto ao processo de desenvolvimento da doutrina importa destacar:
- a atitude precavida de enviar oficiais para acções de formação em países com experiência
recente em conflitos subversivos;
- o aproveitamento do Instituto de Altos Estudos Militares (IAEM) para a elaboração de
estudos e trabalhos que estiveram directamente na base do desenvolvimento da doutrina;
- a criação do Centro Instrução Operações Especiais (CIOE), enquanto centro de instrução
especialmente vocacionado para a contra-guerrilha e;
- os ensinamentos colhidos durante cerca de dois anos de campanha no Norte de Angola.
Em resumo, a doutrina de contra-subversão desenvolvida para o efeito revelou-se
adequada às características do conflito, permitindo a um país com a dimensão de Portugal
conduzir simultaneamente três campanhas de contra-subversão em colónias
significativamente distantes do território continental
A marca dos cidadãos: intervenção, ocupação e subversão na paisagem publicitária urbana
A interação da publicidade com o espaço urbano e as dinâmicas de ocupação e apropriação da paisagem, quer por parte da publicidade, quer por parte dos cidadãos através da publicidade e/ou apesar dela, constituem o foco desta investigação. Uma reflexão crítica que pretende olhar as formas de intervenção, ativismo e participação com a cidade real e digital, enquanto espaço público, e as suas implicações na construção das narrativas e das marcas territoriais das cidades.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Subversão e continuidade na poesia de Wendy Cope
Livro de homenagem à professora Maria Laura Bettencourt Pire
Jihadismo global : a (in)coerência de uma estratégia de subversão?
O objectivo deste estudo passa por perceber as
linhas estratégicas do movimento jihadista, e de
que forma os acontecimentos subsequentes ao 11
de Setembro de 2001 influenciaram o percurso
dessas linhas. Assumindo a incoerência e des‑
continuidade estratégica do Jihadismo Global,
procurar‑se‑á identificar as causas externas e
internas que levam (ou levaram) a essa impossi‑
bilidade no campo estratégico. Perante este último
ponto analisar‑se‑á a maneira como o movimento
tem tentado ultrapassar essa lacuna, sobretudo
no que diz respeito às formas organizativas,
doutrina de combate, e operacionalização da
acção subversiva
- …