36 research outputs found

    Relação entre o processamento holístico de faces : a capacidade de reconhecimento de faces e a capacidade de perceção de faces

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    Dissertação de Mestrado, Psicologia (Área de Especialização em Cognição Social Aplicada), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2020Existe muita incerteza em relação ao papel do processamento holístico na nossa capacidade de perceção de faces e capacidade de memória de faces. Alguns estudos mostram indícios da existência de correlações entre o processamento holístico e a capacidade de memoria de faces e capacidade de perceção de faces, enquanto outros mostram exatamente o oposto. O nosso principal objetivo com esta dissertação é assim, propor um estudo que permitirá resolver alguns destes problemas que encontrámos na investigação atual, sendo alguns destes o facto de muitos investigadores utilizarem evidência insuficiente para realizar grandes afirmações sobre o papel do processamento holístico e também para estudar as correlações entre a perceção de faces e a memória de faces. Para tal, sugerimos o uso de diversas tarefas para a memória de faces, perceção de faces e processamento holístico, como forma de obter evidência forte e de confiança. Um objetivo secundário, foi também criar um artigo onde é feito um sumário da história de investigação sobre o papel do processamento holístico na capacidade de perceber e reconhecer faces, pois poderá ser útil para futura investigação. Finalmente, esperamos que esta investigação lance nova luz no nosso conhecimento sobre a perceção e reconhecimento de faces, assim como venha servir como um impulsionador para todos os novos estudos que procurem aprofundar estes mesmos tópicos.A lot of uncertainty exists regarding the role of holistic processing in our ability to perceive and recognize faces. Some studies show evidence that correlations exist between holistic processing and face perception and face recognition while others show the exact opposite. Our main objective with this thesis, is to propose a study that would solve some of the main problems we found with current research, namely the fact that many researchers use insufficient evidence to make big claims on the role of holistic processing and also to study the correlations between face perception and face memory. To do that, we suggest the use of multiple tasks for face memory, face perception and holistic processing to obtain strong and reliable evidence. A secondary purpose was also to create a paper with a summary on the history of research on the role of holistic processing in the ability to perceive and recognize faces, as it could be of help to future researchers. Finally, we hoped that this research would shed new light on our knowledge about face perception and face recognition as well as serve as a springboard to any new studies looking to pry deeper into these same topics

    Perceção e memória de faces em epilepsias occipitais e temporais

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    A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada por uma predisposição persistente para a ocorrência de crises epiléticas e pelo conjunto das consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e sociais associadas a esta condição (ILAE). Cerca de 25% dos casos são refratários à terapêutica farmacológica e candidatos a cirurgia (Elger, 2008). Nestes casos é crucial determinar a integridade funcional das áreas cerebrais adjacentes ao foco epilético, no sentido de as preservar. O diagnóstico das epilepsias occipitais e temporais constitui, no entanto, um grande desafio, como resultado da rápida propagação da atividade para os restantes lobos cerebrais, no primeiro caso (cf. Leal et al., 2007), e pela dificuldade de lateralização do foco, no segundo caso (Baxendale & Thompson, 2010). Considerando que uma das funções com representação cerebral alargada é a do processamento de faces (Haxby, Hoffman & Gobbini, 2000), o processamento deste estímulo poderá constituir um excelente teste de funcionamento de áreas occipitais e temporais. O presente trabalho testa a validade da utilização de uma prova de perceção de faces (Philadelphia Face Perception Battery; Thomas et al., 2008) e de uma prova de memória de faces (Cambridge Face Memory Test; Duchaine & Nakayama, 2006), para a identificação de focos epiléticos. A comparação de diferentes grupos clínicos, e destes com uma amostra de participantes saudáveis, permitiram demonstrar o importante contributo que estas provas podem oferecer para a localização de epilepsias occipitais e para a lateralização das epilepsias temporais.Epilepsy is a neurological condition characterized by an enduring predisposition for the occurrence of seizures and by a set of neurobiological, cognitive, psychological and social consequences associated with those seizures (ILAE). About 25% of cases are refractory to drug therapy and become surgery candidates (Elger, 2008). In those cases, it is crucial to establish the functional integrity of the brain areas adjacent to the epileptic focus, in order to preserve them. However, the diagnosis of occipital and temporal epilepsies is difficult to perform, as consequence of the rapid spread of anomalous electric activity to other cerebral lobes, in the first case (cf. Leal et al., 2007), and the difficulty of lateralizing the focus of that activity, in the second case (Baxendale & Thompson, 2010). Considering that one of the functions with more extensive cerebral representation is that of face processing (Haxby, Hoffman & Gobbini, 2000), the processing of this stimulus may constitute an excellent functional test of temporal and occipital areas. The current study tests the validity of a face perception test (Philadelphia Face Perception Battery; Thomas et al., 2008) and of a face memory test (Cambridge Face Memory Test; Duchaine & Nakayama, 2006) as tools to help identifying epileptic foci. The comparison of different clinical groups, and of those with a sample of healthy participants, demonstrated the contribution of those tests for the location of occipital epilepsies and for the lateralization of temporal epilepsy

    Relação entre a ansiedade social, agressividade e regulação emocional e a perceção de diversas características sociais em faces

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    Mestrado em Psicologia da Saúde e Reabilitação NeuropsicológicaEstudos indicam que ao olharmos para uma face atribuímos-lhe automaticamente caraterísticas sociais. É ainda importante referir três outras vertentes estudadas: a primeira em que estudos indicam que indivíduos ansiosos socialmente percecionam as faces como mais negativas, a segunda na qual indivíduos potencialmente agressivos avaliam as faces de modo mais negativo e ameaçador que a média e uma terceira entre indivíduos que possuem ansiedade social, que leva a uma desregulação emocional e consequentemente uma avaliação enviesada de faces devido a baixa capacidade de gestão e avaliação de emoções. Posto isto, o trabalho visa relacionar as caraterísticas sociais com as três vertentes individualmente estudadas (ansiedade social, agressividade e regulação emocional), tendo por base a ligação que existe entre as anteriores e a perceção de faces. Para tal, foram aplicados três instrumentos de auto-relato (Escala de Ansiedade e Evitamento em Situações de Desempenho e Interação Social, Questionário de Agressividade e Questionário de Regulação Emocional) e uma tarefa de perceção de caraterísticas sociais em faces, numa amostra de 84 indivíduos. Os resultados obtidos demonstram que a ansiedade social se correlaciona positivamente com a acessibilidade, feminilidade/masculinidade e inteligência. Por sua vez, a agressividade, correlaciona-se negativamente com a feminilidade/masculinidade e acessibilidade. Já a regulação emocional correlaciona-se positivamente com a dominância e confiabilidade. Estes resultados apontam para a importância das inferências de forma automática, contudo concluiu-se que apesar da caraterística social mais relevante ter sido a feminilidade/masculinidade, apenas parece ser significativa na ansiedade social. No entanto, de uma forma geral, as caraterísticas individuais não se associam a determinados enviesamentos na avaliação de traços.Studies show that when we look at a face we automatically attribute it social characteristics. It is also important to mention three other subjects studied: the first one regarding studies indicating that socially anxious individuals perceive the faces as more negative, the second one about potentially aggressive individuals and the way they evaluate the faces in a more negative and threatening way than the average and a third one among individuals having social anxiety, leading to emotional dysregulation and consequently to a skewed assessment of faces due to poor management and assessment of emotions. Therefore, the aim of this study is to relate the social characteristics to the three subjects studied individually (social anxiety, aggressiveness and emotional regulation), based on the connection between the previous ones and the perception of faces. In order to do that, three self-reporting tools were applied (Anxiety and Avoidance Scale in Situations of Social Interaction, Aggression Questionnaire and Emotional Regulation Questionnaire) and also a task of perceiving social characteristics on faces, in a sample of 84 individuals. The results show that social anxiety correlates positively with accessibility, femininity/masculinity and intelligence. In turn, aggressiveness, correlates negatively with femininity/masculinity and accessibility. Emotional regulation, however, correlates positively with dominance and reliability. These results point to a value of the inferences automatically, however concluded that although the most relevant social characteristic was femininity /masculinity, it only seems to be significant in social anxiety. However, in general, individual characteristics are not associated with certain biases in the evaluation of traits

    Emoções em movimento: momento representacional para expressões faciais dinâmicas em traços esquizotipicos

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    The perception of emotional faces is crucial in our everyday social interactions. Some studies have shown an association between the perception of emotional faces and schizotypal traits, a personality structure that resembles the positive, negative, and disorganized symptoms of schizophrenia. However, despite faces being constantly in motion in the real world, most studies still use static emotional faces. Additionally, there is evidence that it is possible to anticipate the immediate emotional state of others based on the perceptual history of their facial expressions. This “emotional anticipation” can be explained by a perceptual phenomenon named representational momentum (RM), in which the offset of a dynamic event is systematically displaced forward, into the immediate future. In this study, we aimed to investigate the effects of schizotypal traits on emotional anticipation for dynamic emotional faces, by taking advantage of the RM framework. Healthy individuals performed a probe judgment task with a set of avatar faces changing from a fully angry or happy expression towards an ambiguous expression. Each dynamic face was followed by a probe depicting the same expression as the final picture of the sequence (ambiguous) or one slightly changed to greater happiness/anger. Participants indicated if the probe was equal to, or different from, the final picture of the sequence. Participants were divided into two groups by median split of the Schizotypal Personality Questionnaire (SPQ). Dependent variable was the direction of bias, calculated as the weighted mean of the proportion of equal responses, with positive values indicating forward bias (or RM). We hypothesized that high SPQ group would show a stronger RM than low SPQ, particularly for Happy-to-Ambiguous faces, in line with an increased tendency to perceived threat in ambiguous stimuli in the psychotic-continuum. Results showed no effect of SPQ and, therefore, our hypothesis was not supported. This may indicate that schizotypal traits are not associated with an exaggerated emotional anticipation. Still, our results should be interpreted with caution due to the recruited sample and use of self-report measures. Future studies are needed to understand if RM for dynamic emotional faces is intact across the psychotic-continuum (including in schizophrenia) or solely at a subclinical level.A perceção de faces emocionais é crucial nas nossas interações sociais quotidianas. Alguns estudos demostraram uma associação entre a perceção de faces emocionais e traços esquizotípicos, uma estrutura de personalidade que se assemelha aos sintomas positivos, negativos e desorganizados da esquizofrenia. No entanto, apesar das faces estarem constantemente em movimento no mundo real, a maioria dos estudos ainda utiliza faces emocionais sem movimento. Além disso, existem evidências de que é possível antecipar o estado emocional imediato dos outros com base na história preceptiva das suas expressões faciais. Essa “antecipação emocional” pode ser explicada por um fenômeno percetual denominado de Momento Representacional (MR), no qual o deslocamento de um evento dinâmico é sistematicamente deslocado para frente, para o futuro imediato. Neste estudo, o nosso objetivo foi investigar o efeito dos traços esquizotípicos na antecipação emocional em faces emocionais dinâmicas, tendo por base a literatura sobre o RM. Indivíduos saudáveis realizaram uma tarefa de julgamento de um conjunto de faces dinâmicas de avatares, que começavam com uma expressão totalmente raivosa ou alegre para uma expressão ambígua. Cada face dinâmica foi seguida por uma sonda representando a mesma expressão da imagem final da sequência (ambígua) ou uma levemente alterada para maior alegria/raiva. Os participantes indicaram se a sonda era igual ou diferente da imagem final da sequência. Os participantes foram divididos em dois grupos pela mediana do Questionário de Personalidade Esquizotípica (QPE). A variável dependente foi a direção do viés, calculada como a média ponderada da proporção de respostas iguais, com valores positivos indicando viés positivo (ou MR). Nós hipotetizámos que o grupo com pontuações superiores no QPE mostraria um MR maior do que o grupo com pontuações menores no QPE, particularmente para faces que variavam de alegres para ambíguas, sugerindo uma perceção enviesada de ameaça em estímulos ambuíguos no contínuo psicótico. Os resultados não mostraram efeito do QPE e, portanto, a nossa hipótese não foi suportada. Isso pode indicar que os traços esquizotípicos não estão associados a uma antecipação emocional exagerada. Ainda assim, os nossos resultados devem ser interpretados com cautela devido à amostra recrutada e ao uso de medidas de autorrelato. Estudos futuros são necessários para entender se o MR para faces emocionais dinâmicas está intacto em todo o continuum psicótico (inclusive na esquizofrenia) ou apenas a um nível subclínico.Mestrado em Psicologia da Saúde e Reabilitação Neuropsicológic

    Processamento de emoções em sujeitos com características antissociais da personalidade

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    Dissertação de mestrado, Psicologia (Psicologia Clínica e Saúde), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, 2014A Perturbação Antissocial da Personalidade (PAP) está associada a um inadequado funcionamento psicossocial. Esta dificuldade ao nível do funcionamento social revela-se bastante incapacitante, dadas as dificuldades de adaptação às exigências do meio social observadas nestes sujeitos. Alguns autores sugerem que esta limitação se deve a uma diminuída cognição social, particularmente a um défice no processamento de emoções (capacidade para expressar, reconhecer e categorizar emoções). Neste contexto, tivemos como principal objetivo perceber de que forma sujeitos com características antissociais processavam emoções básicas, através da face e, ainda, se a dificuldade de processamento variava de acordo com a valência do estímulo e com a tarefa cognitiva proposta. Para o efeito, foram avaliados com recurso à Florida Affect Battery, que avalia a perceção de faces e o reconhecimento de emoções básicas, três grupos de sujeitos: dois grupos clínicos (11 sujeitos toxicodependentes com características antissociais e 9 sujeitos toxicodependentes sem características antissociais) e um grupo de controlo composto por 15 participantes saudáveis da população geral. Os resultados obtidos revelaram uma acuidade superior no processamento de emoções por parte do grupo controlo quando comparado com os dois grupos clínicos. Ao contrário do esperado não foi verificada nenhuma influência das características de personalidade antissocial no processamento de emoções, depois de analisados os resultados dos sujeitos clínicos

    Reconhecimento de emoções básicas num grupo de sujeitos com caraterísticas antissociais da personalidade

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    Dissertação de mest., Psicologia (Psicologia Clínica e Saúde), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Univ. do Algarve, 2013Encontra-se descrita na literatura a dificuldade que sujeitos com caraterísticas antissociais de personalidade possuem na adaptação às exigências do mundo social. Tem sido sugerido por alguns autores que esta frágil adaptação se poderá dever a uma diminuída cognição social, mais especificamente ao nível do processamento de emoções. Neste contexto, tivemos como principal objetivo avaliar 15 sujeitos, com caraterísticas antissociais e história de toxicodependência e um grupo constituído por 14 sujeitos saudáveis, recolhidos ao acaso da população geral, numa tarefa de reconhecimento de emoções básicas através da face. Para o efeito recorremos à Florida Affect Battery, que avalia a percepção de faces e o reconhecimento de emoções básicas, através de cinco sub-provas: perceção de faces; discriminação; nomeação; seleção; matching Os resultados sugerem que os sujeitos com caraterísticas antissociais possuem maiores dificuldades no reconhecimento de faces representativas das emoções de medo e alegria, quando comparados com os sujeitos de controlo, mais especificamente no que se refere à sua discriminação, nomeação e matching,. Estes resultados serão discutidos à luz do modelo cognitivo do desenvolvimento da moralidade e das emoções de Blair, Colledge, Murray e Mitchell (2001), que sugere que indivíduos com caraterísticas antissociais possuem alterações no reconhecimento de emoções, principalmente no reconhecimento do medo, conduzindo-os a um comprometimento na cognição social produto da frágil capacidade de mentalização e empatia

    Processamento neural de faces em crianças institucionalizadas com e sem perturbação de vinculação: um estudo de potenciais evocados

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    Dissertação de mestrado integrado em Psicologia (área de especialização de Psicologia Clínica)Nos últimos anos, diversos estudos de potenciais evocados (em inglês, Event Related Potentials – ERPs) mostraram que, desde idades muito precoces, as crianças com desenvolvimento típico são capazes de diferenciar a face da mãe de faces estranhas (Carver et al., 2003; de Haan & Nelson, 1997, 1999). No entanto, apenas dois estudos procuraram compreender os efeitos da institucionalização - uma experiência relacional atípica com efeitos sócio-emocionais adversos - no processamento neural da familiaridade de faces (Moulson, Westerlund, Fox, Zeanah, & Nelson, 2009; Parker & Nelson, 2005). Estes autores verificaram que, quer crianças institucionalizadas quer crianças não institucionalizadas eram capazes de discriminar faces familiares de faces não familiares, ainda que se constatasse hipoativação cortical no grupo de crianças institucionalizadas. Até à atualidade nenhum estudo com crianças institucionalizadas avaliou os padrões de atividade neural em função da familiaridade de faces considerando a presença das perturbações de vinculação. Neste sentido, este estudo pretende analisar o efeito da familiaridade de faces no processamento neural em: (1) crianças inseridas em contexto institucional; (2) crianças institucionalizadas com e sem perturbação de vinculação; (3) crianças institucionalizadas com perturbação de vinculação do tipo inibido e do tipo desinibido. Foram recolhidos os ERPs de 25 crianças, com idades compreendidas entre os 36 e os 70 meses (M = 55.96; DP = 11.43) e aplicada a Disturbances of Attachment Interview (DAI; Smyke & Zeanah, 1999) aos seus respetivos prestadores de cuidados. Onze crianças (44%) foram diagnosticadas com perturbação de vinculação (das quais sete (28%) do tipo inibido, três (12%) do tipo desinibido e uma (4%) de ambos os tipos), enquanto as restantes 14 (56%) não preencheram os critérios de diagnóstico. Os resultados obtidos sugerem que: a) crianças institucionalizadas revelam padrões de ativação neural atípicos, caracterizados pela relativa falta de discriminação ao nível da familiaridade de faces, que divergem dos dados previamente observados neste grupo de risco; b) crianças institucionalizadas com e sem perturbação de vinculação não se distinguem na forma como processam faces familiares e não familiares, observando-se, contudo, maior tendência para hipoativação cortical em crianças com perturbação de vinculação; c) a experiência de institucionalização parece ter maior impacto no processamento neural de faces em crianças com perturbação de vinculação do tipo desinibido1. Em geral, os dados obtidos sugerem que o processamento de informação social tende a estar sobretudo comprometido em crianças institucionalizadas com comportamentos perturbados de vinculação.In recent years, studies using event-related potential techniques (ERPs) have shown that, from early ages, typically developing children are able to discriminate their mothers’ faces from strangers’ faces (Carver et al., 2003; Dawson et al., 2002; de Haan & Nelson, 1997, 1999). Contrastingly, only two studies have sought to understand the effects of institutional rearing - an atypical relational experience with adverse socio-emotional effects - on the neural processing of face familiarity (Moulson, Westerlund, Fox, Zeanah, & Nelson, 2009; Parker & Nelson, 2005). These authors reported that both never-institutionalized children and children living in institutions were able to discriminate familiar from unfamiliar faces. Nevertheless, despite similar patterns, there was a cortical hypoarousal in the institutionalized group. To date, no study with institutionalized children analyzed the patterns of neural processing of face familiarity considering the presence of attachment disorders. Thus, the current study aims to examine the effects of face familiarity on the neural processing of: (1) children living in institutionalized settings; (2) institutionalized children with and without attachment disorder; (3) institutionalized children with inhibited and disinhibited types of attachment disorder. ERP data was collected for 25 children, aged between 36 and 70 months (M = 55.96; SD = 11.43). The Disturbances of Attachment Interview (DAI; Smyke & Zeanah, 1999) was administered to the caregiver of each child. Eleven children (44%) were diagnosed with an attachment disorder (seven (28%) with the inhibited type, three (12%) with the disinhibited type and one (4%) with both types), while the remaining 14 children (56%) did not meet this diagnosis. The results suggest that: a) institutionalized children show atypical patterns of neural activation, characterized by the relative lack of discrimination of face familiarity that differs from data previously observed in this risk group; b) children with and without attachment disorders do not differ in how they process familiar and unfamiliar faces; however, a tendency for cortical hypoarousal was discernible in the children with attachment disorder; c) the experience of institutionalization appears to have a greater impact on neural processing of faces in children with disinhibited type of attachment disorder2. In general, the data suggest that processing of social information tends to be more compromised in institutionalized children with disturbed attachment behaviors

    Facial expressions and dysphonia: a pilot study in dysphonic women

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    "Foram estudadas cinco mulheres adultas com disfonia num estudo exploratório prospetivo, com cinco voluntárias saudáveis, sem perturbação vocal, para fins de controlo. A metodologia utilizada foi descritiva, comparativa e correlacional. Realizou-se um protocolo de avaliação complexo incluindo: análise da expressão facial (sobrancelhas, olhos e boca) durante a leitura oral de textos que representam diferentes emoções (neutro, alegria, tristeza) e narrativas sobre acontecimentos de vida. Foram delineados como objetivos: 1) identificar as expressões faciais utilizadas nos diferentes contextos emocionais; 2) verificar a relação entre o grau de disfonia e as expressões faciais para diferentes contextos emocionais; 3) verificar se as mulheres com e sem disfonia apresentam expressões faciais significativamente diferentes nos vários contextos emocionais. Os resultados mostraram diferenças estisticamente significativas (p<0,05) entre os dois grupos na manifestação de alegria através da face. Os sujeitos com perturbação vocal são menos expressivos facialmente, em todos os contextos e significativamente menos expressivos ao nível da emoção alegria. O grau de disfonia encontra-se associado a uma diminuição de manifestações faciais de alegria e a uma maior manifestação de traços associáveis à tristeza, sendo a transmissão emocional é bimodal.""Five adult speakers with vocal perturbation were studied in a prospective exploratory study, with five healthy volunteers without vocal perturbation for control purposes. The methodology used was descriptive, comparative and correlational. A complex evaluation protocol including: facial expression analysis (eyebrows, eyes and mouth during oral reading of passages representing different emotions (neutral, joy and sadness) and talking about a personal event were carried out. The aims of this study were: 1) identification of the facial expressions used in different emotional contexts; 2) verification of the relation between the rank of vocal perturbation and the facial expressions for different emotional contexts; 3) comparison between subjects to investigate whether significant differences exist between two groups of different voice conditions on the facial expressions used in different emotional contexts. The results show statistically significant differences (p <0.05) between the two groups in the facial expression of joy. Subjects with vocal disorder are less facially expressive in all contexts and significantly less expressive of joy. The degree of dysphonia is associated with a reduction of facial expressions of joy and greater manifestation of assignable sadness features. The emotional transmission is bimodal.

    Atratividade e memória para a aparência de faces associadas a contexto criminal e não criminal

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    Mestrado em Psicologia ForenseEm determinados contextos, faces consideradas menos atraentes são frequentemente associadas a comportamentos criminais – o que faz parte do chamado “estereótipo criminal”. De uma maneira geral, a pessoas consideradas menos atraentes são associadas caraterísticas menos positivas, incluindo a propensão para o crime. É neste âmbito que surge o presente estudo, onde 40 participantes tiveram que visualizar faces associadas a etiquetas criminosas e não criminosas e, posteriormente, recordar-se da sua aparência facial, numa tarefa de manipulação da face, que variava implicitamente no seu nível de atratividade. Os resultados mostram que as faces do sexo masculino associadas a etiquetas criminosas foram recordadas como sendo menos atraentes que as faces associadas a etiquetas não criminosas. Para as faces do sexo feminino verificou-se o oposto. No entanto, estes resultados não atingiram o nível de significância. Observou-se ainda que as faces do sexo masculino foram recordadas como significativamente mais atraentes em comparação com as faces do sexo feminino, e que os participantes do sexo masculino avaliaram as faces como significativamente mais atraentes do que os participantes do sexo feminino. Numa tarefa de memória para a fonte, onde os participantes tinham que recordar o tipo de etiqueta que estava associada à face durante a exposição inicial, os resultados demonstraram que as associações entre as faces e as etiquetas criminosas foram melhor recordadas. Estes resultados contribuem para uma melhor compreensão dos processos de reconhecimentos em contextos criminais, tendo em vista o seu possível melhoramento.In certain contexts, faces considered less attractive are often associated with criminal behaviours – which is part of the “criminal stereotype”. In general, people considered less attractive are associated to less positive characteristics, including the propensity for crime. It is in this context that this study arises, in which 40 participants were exposed to faces associated with criminal and noncriminal labels and, later, were asked to recall their facial appearance, in a manipulation task of the face, which ranged implicitly in its level of attractiveness. The results show that male faces associated with criminal labels were recalled as being less attractive than the faces associated with noncriminal labels. For female faces, the opposite happened. However, these results did not reach statistical significance. We also observed that the male faces were recalled as significantly more attractive than the female faces and that male participants rated the faces as significantly more attractive than female participants. In a source memory task, where participants had to remember the type of label that was associated with the face during the initial exposure, the results showed that the association between faces and criminal labels was better remembered. These results contribute to a better understanding of the recognition processes in criminal contexts, aiming at their possible improvement

    Agressividade e adolescência : implicações na deteção de faces emocionais positivas e negativas

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    Mestrado em Psicologia ForenseA adolescência é uma fase do ciclo de vida marcada por grandes alterações psicológicas, comportamentais, físicas e cognitivas, suscetível ao desenvolvimento de comportamentos agressivos. A agressividade pode surgir como resposta a uma forma de interpretação hostil de estímulos sociais. Quando um indivíduo entra numa situação social, a informação é processada em cinco etapas anteriores a ser efetivada uma ação, e em cada uma delas, a informação é codificada ou recuperada com interferência de um conjunto de pressupostos cognitivos armazenados na memória e que podem estar enviesados. Existem evidências do processamento automático de faces de raiva. Estas podem ser interpretadas como uma pista de hostilidade por parte dos outros, podendo estar associada ao viés de atribuição hostil em jovens mais agressivos. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi investigar se o processamento de informação se encontra enviesado na deteção de pistas sociais, neste caso faces, em adolescentes agressivos. Pretende-se averiguar se um maior nível de agressividade potencia o reconhecimento de expressões faciais de cariz emocional negativo (raiva e nojo), levando a menores tempos de reação bem como a uma maior proporção de respostas corretas para faces emocionais negativas. A amostra de 40 adolescentes (20 rapazes e 20 raparigas) preencheu o Questionário Revisto de Experiência Entre Pares (QREEP) para categorização do nível de agressividade e posterior divisão em dois grupos, um com baixo e um com elevado nível de agressividade. Todos os participantes realizaram também uma tarefa de pesquisa visual na qual se apresentavam expressões faciais emocionais alvo (alegria, raiva e nojo) entre expressões neutras ou apenas expressões faciais neutras. A tarefa dos participantes implicava detetar de forma rápida e precisa a presença (ou ausência) das expressões discrepantes. Os resultados demonstram que em ambos os grupos os tempos de resposta se revelaram mais longos para a deteção de faces de raiva, seguindo-se as faces de nojo e por fim as de alegria. Para além disso, os resultados revelaram uma menor proporção de respostas corretas para as faces de raiva em ambos os grupos, comparativamente com as faces de nojo e alegria. Os resultados indicaram também que o nível de agressividade não interferiu na deteção de estímulos potencialmente ameaçadores, uma vez que não foram reveladas diferenças estatisticamente significativas entre grupos nos tempos e na precisão das respostas. Estes resultados podem ser justificados pelo facto de, como demonstrado por estudos anteriores, as faces de raiva dificultarem o desprendimento do olhar de estímulos ameaçadores e, assim, potenciarem a perceção de ameaça.Adolescence is a human life cycle stage marked by relevant psychological, behavioural, physical and cognitive changes. During adolescence the development of aggressive behaviour is rather frequent. Aggressiveness may result from an interpretation of hostiliy of social stimuli. When an individual faces a social situation, the information is processed in five steps that occur previous to the action and, in each of them, the information is encoded or recalled with the interference of a set of cognitive assumptions stored in memory that in some cases can be biased. There is evidence of an automatic processing of angry faces. These faces can be interpreted as a cue of hostility from peers, leading to overstated hostile attributions assumed by adolescentes who are more aggressive. The goal of this study was to investigate if the information processing is affected in the interpretation of social cues, in this case faces with emotional expressions. The aim is to determine whether a higher level of aggressiveness enhances the detection of facial expressions of negative emotional nature (anger and disgust) (shorter response times and higher proportion of erros oin a visual search task) due to a higher attribution of hostile intentions. A sample of 40 adolescents (20 male and 20 female) were divided into two groups, based on their score in the Revised Peer Experience Questionnaire (RPEQ) (low and high aggressivity level). All the participants also performed a visual search task which included a set of emotional facial expressions (happy, anger and disgust) presented among neutral facial expressions. The participants task was to detect the presence or absence of target face (anger, disgust, or happy) as quickly and accurately as possible. The results showed that, in both groups, the response time was longer for detecting angry faces, followed by disgusted and happy faces. In addition, the results showed a lower proportion of correct responses to angry faces in both groups, compared to disgust and happy faces. The results also revealed that the level of aggression did not interfere with the detection of potential threatening stimuli, since there were statistically significant differences between groups in terms of response times and accuracy. These results can be explained by the fact that, as demonstrated in previous studies, the angry faces delayed the disengagement of attention which, in turn, might increase the perceived degree of hostility displayed in the angry faces in adolescents
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