291 research outputs found

    Cladophialophora carrionii: agente raro de cromoblastomicose no estado do Rio de Janeiro, Brasil

    Get PDF
    A 73 year-old male farm laborer from a rural area presented a 15 year history of extensive tumoral lesions over his left leg. Histological studies of skin biopsy showed pseudoepitheliomatous hyperplasia and granulomatous chronic inflammatory process with muriform cells, confirming chromoblastomycosis (CBM). Cladophialophora carrionii was isolated in culture. Treatment with itraconazole 400 mg/day for 12 months resulted in complete remission of lesions. As far we aware, this is the first case report of CBM caused by Cladophialophora carrionii in Rio de Janeiro State, Brazil.Lavrador, com 73 anos, residente em área rural apresentava há 15 anos lesões tumorais disseminadas na perna esquerda. Exame histopatológico de biópsia de pele mostrou hiperplasia pseudo-epiteliomatosa e processo inflamatório crônico granulomatoso com células muriformes, confirmando o diagnóstico de cromoblastomicose (CBM). Cladophialophora carrionii foi isolado na cultura. Tratamento com itraconazol 400 mg/dia durante 12 meses resultou na completa remissão das lesões. Este é o primeiro relato de CBM causado por C. carrionii no estado do Rio de Janeiro, Brasil

    Tratamento de cromoblastomicose severa com a associação itraconazole e 5-flucitosina

    Get PDF
    Cromoblastomicose é uma infecção fúngica crônica do tecido subcutâneo causada pela inoculação traumática de um grupo específico de fungos através da pele, encontrados eventualmente em trabalhadores do campo descalços em países de clima tropical e subtropical. Relatamos aqui o caso de um paciente do sexo masculino com uma lesão dermatológica de crescimento lento e pruriginosa nos membros inferiores por 20 anos, diagnosticada e tratada com sucesso para cromoblastomicose. Apesar da prevalência desta doença em nossa região, o tratamento ainda é um desafio.Chromoblastomycosis is a chronic human melanized fungi infection of the subcutaneous tissue caused by traumatic inoculation of a specific group of dematiaceous fungi through the skin, often found in barefooted agricultural workers, in tropical and subtropical climate countries. We report the case of a male patient presenting a slow-growing pruriginous lesion on the limbs for 20 years, mistreated over that time, which was diagnosed and successfully treated as chromoblastomycosis. Besides the prevalence of this disease, treatment is still a clinical challenge

    Pedroso and Gomes' verrucous Dermatitis (Chromoblastomycosis): 90 years on and still among us

    Get PDF
    Os autores relatam o caso clínico de uma doente que procurou atendimento dermatológico em decorrência da presença de lesão em placa papulosa de superfície verrucosa no cotovelo esquerdo.In this report, the authors describe the clinical case of a woman seeking care at this dermatology outpatient clinic with a verrucous plaque on her left elbow

    Técnicas de imunoprecipitação e Elisa na detecção de anticorpos anti-Fonsecaea pedrosoi na cromoblastomicose

    Get PDF
    Chromoblastomycosis (CBM) is a chronic subcutaneous infection caused by several dematiaceous fungi. The most commonly etiological agent found in Brazil is Fonsecaea pedrosoi, which appears as thick walled, brownish colored cells with transverse and longitudinal division in the lesions, called "muriform cells". This disease is found worldwide but countries like Madagascar and Brazil have highest incidence. Diagnosis is made by clinical, direct and histopathologic examination and culture of specimens. Serological tests have been used to identify specific antibodies against Fonsecaea pedrosoi antigens, as well as immunotechniques have been used for CBM serological identification and diagnosis. In the present study double immunodiffusion (DID), counterimmunoelectrophoresis (CIE) and immunoenzymatic test (ELISA) have been used to evaluate humoral immune response in patients with CBM caused by F. pedrosoi. Metabolic antigen was used for immunoprecipitation tests (DID and CIE) while somatic antigen for ELISA. Our results demonstrated 53% sensitivity and 96% specificity for DID, while CIE presented 68% sensitivity and 90.5% specificity. ELISA demonstrated 78% sensibility and 83% specificity. Serological tests can be a useful tool to study different aspects of CBM, such as helping differential diagnosis, when culture of the pathogenic agent is impossible.Cromoblastomicose (CBM) é infecção subcutânea causada por vários fungos demáceos. O agente mais importante no Brasil é Fonsecaea pedrosoi, que se apresenta nas lesões como células de coloração acastanhada, com divisão transversal e longitudinal, originando as denominadas "células muriformes". Esta infecção apresenta caráter universal, mas países como Madagascar e Brasil apresentam alta incidência. O diagnóstico é realizado através dos exames clínico, direto e histopatológico, acompanhado de cultura e identificação do agente etiológico. Os testes sorológicos foram aplicados para identificar anticorpos específicos frente a antígenos de Fonsecaea pedrosoi e várias metodologias têm sido empregadas para identificação sorológica e o diagnóstico da CBM. Neste estudo, avaliamos reações de imunodifusão dupla (DID), contraimunoeletroforese (CIE) e teste imunoenzimático (ELISA) para avaliar a resposta imune humoral na CBM causada por F. pedrosoi. Utilizamos antígeno metabólico para DID e CIE e antígeno somático para ELISA. Nossos dados revelaram 53% e 68% de sensibilidade e 96% e 90,5% de especificidade, respectivamente. O teste de ELISA demonstrou 78% de sensibilidade e 83% de especificidade. Estes resultados indicam que as reações sorológicas podem ser uma ferramenta útil no auxílio diagnóstico desta infecção, quando a cultura do agente não for possível

    Feohifomicose cerebral ("cromoblastomicose") por Fonsecaea pedrosoi: primeiro caso demonstrado por cultura do fungo no Brasil

    Get PDF
    Cerebral phaeohyphomycosis ("chromoblastomycosis") is a rare intracranial lesion. We report the first human culture-proven case of brain abscesses due to Fonsecaea pedrosoi in Brazil. The patient, a 28 year-old immunocompetent white male, had ocular manifestations and a hypertensive intracranial syndrome. Magnetic resonance imaging (MRI) of the brain revealed a main tumoral mass involving the right temporo-occipital area and another smaller apparently healed lesion at the left occipital lobe. A cerebral biopsy was performed and the pathological report was cerebral chromoblastomycosis. The main lesion was enucleated surgically and culture of the necrotic and suppurative mass grew a fungus identified as Fonsecaea pedrosoi. The patient had received a knife wound sixteen years prior to his hospitalization and, more recently, manifested a pulmonary granulomatous lesion in the right lung with a single non-pigmented form of a fungus present. It was speculated that the fungus might have gained entrance to the host through the skin lesion, although a primary respiratory lesion was not excluded. The patient was discharged from the hospital still with ocular manifestations and on antimycotic therapy and was followed for eight months without disease recurrence. Few months after he had complications of the previous neuro-surgery and died. A complete autopsy was performed and no residual fungal disease was found.A Feohifomicose cerebral ("cromoblastomicose") é uma lesão rara. Apresentamos o primeiro caso desta entidade com cultura do abscesso cerebral, devido a Fonsecaea pedrosoi. O paciente, um homem de 28 anos de idade, imunocompetente, apresentou manifestações oculares e síndrome de hipertensão intracraniana. Imagens de ressonância magnética (MRI) cerebral mostraram massa tumoral envolvendo a área temporo-occipital direita e outra lesão menor, possivelmente cicatricial, no lobo occipital esquerdo. Biopsia cerebral mostrou cromoblastomicose cerebral. A lesão principal foi enucleada cirurgicamente e Fonsecaea pedrosoi foi cultivado da massa necrótica e supurada. O paciente tinha tido um ferimento por faca 16 anos antes de ser visto no nosso hospital e, mais recentemente, uma lesão pulmonar granulomatosa no pulmão direito onde foi identificada uma forma isolada, não pigmentada, de fungo. A possibilidade de que o fungo tenha penetrado no organismo do paciente através da lesão de pele foi considerada, mas não se pode excluir uma eventual lesão primária pulmonar. O paciente teve alta hospitalar e foi seguido durante oito meses sem recorrência da doença. Meses depois, entretanto, desenvolveu complicações relacionadas à neurocirurgia, vindo a óbito. Uma autopsia completa foi feita, não demonstrando doença fúngica remanescente

    Ferramentas moleculares para detecção de agentes da cromoblastomicose do gênero Fonsecaea

    Get PDF
    Orientadora: Prof(a). Dr(a). Vânia Aparecida VicenteCoorientadora: Prof(a). Dr(a). Renata Rodrigues GomesDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Microbiologia, Parasitologia e Patologia. Defesa: Curitiba, 23/10/2018Inclui referências: p. 51-61Resumo: Leveduras negras pertencentes à ordem Chaetothyriales, família Herpotrichiellaceae, abrangem diversas espécies associadas a colonização de hospedeiros humanos e animais, tal como relatado nos gêneros Exophiala, Cladophialophora, Capronia, Fonsecaea, Phialophora, Rhinocladiella, Veronea e Cyphellophora, sendo que entre as principais micoses causadas por este grupo destacam-se a cromoblastomicose e a feoifomicose. Nesta família existem espécies proximamente relacionadas com características morfológicas muito semelhantes, assumidas como espécies crípticas com ecologia diferente, reunindo desde sapróbias a patógenas. Diante disto, o presente trabalho objetivou desenvolver novos métodos moleculares capazes de identificar ferramentas para diferenciação e detecção de espécies crípticas, agentes causais de cromoblastomicose, uma micose de implantação, com forte ligação ambiental, causada por várias espécies de leveduras negras. Logo, a utilização de técnicas moleculares com maior sensibilidade, especificidade e eficácia, como o uso de sondas cadeado aliado à técnica de amplificação em círculo rolante (RCA), pode influenciar intrinsicamente no diagnóstico, em estudos de virulência e epidemiologia molecular, assim como no entendimento de vias de infecção, levando a identificação da espécie mesmo sem estudos de sequenciamento genômico. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo desenhar oligonucleotídeos espécie específicos para as espécies de Fonsecaea patogênicas como F. monophora, F. nubica, F. pedrosoi e F. pugnacius e a sonda cadeado baseada na amplificação de circulo rolante (RCA), para a espécie F. pugnacius. Oligonucleotídeos específicos foram desenhados para as espécies F. pedrosoi (FOPE), F. monophora (FOMO), F. nubica (FONU) e F. pugnacius (FOPU), utilizando como molde a região do gene CBF5 (centromere/microtubule-binding protein cbf5) e a sonda RCA cadeado para F. pugnacius (FPgP) utilizando como molde a região ITS1-5,8S-ITS2 do DNAr, com 94pb. Estas ferramentas demonstraram especificidade quanto as espécies de Fonsecaea em ensaios in silico e in vitro, comparando espécies de origem clínica ou ambiental (F. pedrosoi, F. monophora, F. nubica, F. pugnacius, F. erecta e F. brasiliensis), além das demais espécies associadas à cromoblastomicose como Cladophialophora carrioni, C. samoensis, E. dermatitidis, P. verrucosa, R. aquaspersa, R. tropicalis e Cyphellophora ludoviensis. Palavras-chave: Cromoblastomicose. Detecção molecular. Oligonucleotídeos espécie-específico. Sonda cadeado RCA. Fonsecaea pugnacius.Abstract: The black yeasts from the Herpotrichiellaceae family of the Chaetothyriales order belong to several genus such as Exophiala, Cladophialophora, Capronia, Fonsecaea, Phialophora, Rhinocladiella, Veronea and Cyphellophora with related species associated to infection in human and animal hosts; as for instance the casual agents of Chromoblastomycosis and phaeohyphomycosis. In the Herpotrichiellaceae family there are from saprobes to pathogens strains described as closely related species very similar in morphology but different in ecology. In this context, there is a necessity to develop new molecular methods capable to species discrimination and environmental and biological samples detection, especially for the causative agents of chromoblastomycosis, an implantation mycosis, with an important environmental link. Given that, the use of molecular techniques with high sensitivity, specificity and efficacy, such as the use of padlock probes associated to rolling circle amplification technique (RCA), represent a potential effective tool for diagnosis, virulence and molecular epidemiology studies. Likewise it could be useful for infection routes elucidation and species identification even without genomic sequencing. Therefore, this work aimed to design molecular markers species-specific for Fonsecaea pathogenic species as F. monophora, F. nubica, F. pedrosoi and F. pugnacius and develop a padlock probe RCA for F. pugnacius. Species-specific primers were designed for F. pedrosoi (FOPE), F. monophora (FOMO), F. nubica (FONU) and F. pugnacius (FOPU) using CBF5 gene (centromere microtubule-binding protein cbf5 ) and the RCA padlock probe (FPgP), for F. pugnacius using region ITS1-5.8S-ITS2 of rDNA as template, with 94pb. These tools demonstrated specificity for Fonsecaea sibling species in the in silico and in vitro assays using the clinical and environmental species: F. pedrosoi, F. monophora, F. nubica, F. pugnacius, F. erecta and F. brasiliensis in comparison to other associated with chromoblastomycosis such as C. carrioni, C. samoensis, E. dermatitidis, P. verrucosa, R. aquaspersa, R. tropicalis and Cyphellophora ludoviensis. Keywords: Chromoblastomycosis. Molecular detection. Species-specific primers. RCA padlock probe. Fonsecaea pugnacius

    Tratamento com posaconazol de casos de cromoblastomicose e micetoma maduromicótico resistentes a outros antifúngicos

    Get PDF
    Eumycetoma and chromoblastomycosis are chronic, disfiguring fungal infections of the subcutaneous tissue that rarely resolve spontaneously. Most patients do not achieve sustained long-term benefits from available treatments; therefore, new therapeutic options are needed. We evaluated the efficacy of posaconazole, a new extended-spectrum triazole antifungal agent, in 12 patients with eumycetoma or chromoblastomycosis refractory to existing antifungal therapies. Posaconazole 800 mg/d was given in divided doses for a maximum of 34 months. Complete or partial clinical response was considered a success; stable disease or failure was considered a nonsuccess. All 12 patients had proven infections refractory to standard therapy. Clinical success was reported for five of six patients with eumycetoma and five of six patients with chromoblastomycosis. Two patients were reported to have stable disease. As part of a treatment-use extension protocol, two patients with eumycetoma who initially had successful outcome were successfully retreated with posaconazole after a treatment hiatus of >; 10 months. Posaconazole was well tolerated during long-term administration (up to 1015 d). Posaconazole therapy resulted in successful outcome in most patients with eumycetoma or chromoblastomycosis refractory to standard therapies, suggesting that posaconazole may be an important treatment option for these diseases.Eumicetoma e cromoblastomicose são infecções fúngicas crônicas do tecido subcutâneo que evoluem com aspecto desfigurado, raramente involuindo espontaneamente. A maioria dos pacientes não apresenta melhora sustentada por longo tempo com os tratamentos disponíveis, sendo de grande importância as novas opções terapêuticas. A eficácia do posaconazol, um novo agente antifúngico de amplo espectro do grupo dos triazóis, foi estudada em 12 pacientes com eumicetoma ou cromoblastomicose refratária às terapêuticas antifúngicas disponíveis. Os pacientes receberam por no máximo 34 meses, doses divididas de 800 mg/dia de posaconazol. Resposta clínica parcial ou completa foi considerada como sucesso; doença estável ou falha terapêutica foi considerada como insucesso. Todos os 12 pacientes tinham infecções comprovadas ou prováveis, refratárias à terapêutica padrão preconizada. Sucesso clínico foi registrado em cinco de seis pacientes com eumicetoma e cinco de seis pacientes com cromoblastomicose. Em dois pacientes observou-se doença estável. Como parte do protocolo de extensão do tratamento, dois pacientes com eumicetoma que inicialmente tinham tido sucesso terapêutico e que após um intervalo maior de 10 meses apresentaram recidiva da micose, foram retratados com sucesso com posaconazol. Posaconazol foi bem tolerado durante o longo período de administração (até 1015 dias). A terapêutica com posaconazol foi seguida de sucesso na maioria dos pacientes com eumicetoma ou cromoblastomicose refratária à terapêutica padrão, sugerindo que tal droga possa ser uma importante opção no tratamento de tais doenças

    Cromoblastomicose : aspectos histológicos e micológicos durante o tratamento com o itraconazol

    Get PDF
    Orientador: Wilhelm BaumeierCo-orientadores: Flavio de Queiroz Telles Filho, Jose Fillus NetoContem 12 fots. coladasDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Parana, Setor de Ciencias da SaudeNo volume falta a fig. 10Resumo: As modificações histológicas e micológicas da Cromoblastomicose foram estudadas em 20 pacientes através de 135 biópsias de pele seriadas, realizadas durante o tratamento com Itraconazol. Os fragmentos de tecido contendo epiderme, derme e hipoderme foram submetidos a exames micológicos (direto e cultura) e histológicos. Nos cortes histológicos foram estudadas as alterações tissulares, a localização e quantificação dos parasitas, comparando-se as colorações hematoxilina-eosina e Fontana-Masson na detecção dos fungos, e feita a correlação entre a positividade dos exames ao longo do tratamento. Antes do tratamento a observação dos parasitas ao exame micológico direto ocorreu em 80% dos casos; o isolamento em cultura em 85%, e a detecção do parasita em exame histológico foi possível em 100% dos casos. Durante o acompanhamento, o agente isolado em cultivo foi a Fonseccea pedrosoi, existindo estatisticamente concordância entre os resultados dos exames micológicos (direto e cultura) e histológicos ao nível de 5%. A coloração Fontana-Masson mostrou-se superior na visualização de fungos, principalmente a nível de epiderme. A ausência de parasitas em hipoderme foi consistente com o fato de que sob o ponto de vista histológico a micose é cutânea. Durante o tratamento observou-se atrofia da epiderme, desaparecimento do infiltrado supurativo e granulomatoso, alterações morfológicas e quantitativas de parasitas, e aumento da fibrose. Esses achados histológicos, associados a ausência de parasitas ao exame direto e cultura, e cicatrização clínica das lesões, em duas avaliações consecutivas, são úteis como parâmetros de avaliação e interrupção da terapêutica. Entretanto, a cura definitiva em Cromoblastomicose só pode ser definida após longo tempo de seguimento.Sem abstrac

    Isolamento e caracterização de leveduras negras em formigas, abelhas e cupins

    Get PDF
    Orientadora: Profª Drª Vânia Aparecida VicenteCoorientadora: Profª Drª Débora do Rocio KlisiowiczDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Microbiologia, Parasitologia e Patologia. Defesa : Curitiba, 23/03/2018Inclui referênciasResumo: A cromoblastomicose é uma doença negligenciada caracterizada pela ocorrência de lesões cutâneas, subcutâneas ou disseminadas, de desenvolvimento lento, que podem comprometer a qualidade de vida e o desenvolvimento econômico do indivíduo afetado. Trata-se de uma doença ocupacional que afeta principalmente trabalhadores rurais e aqueles expostos a solo e material vegetal contaminados, homens (numa relação 4:1), com idades entre 25 e 85 anos. O desenvolvimento da doença se dá principalmente a partir da inoculação de leveduras negras por lesão traumática com material contaminado. No Brasil, Fonsecaea pedrosoi é considerado o principal causador de cromoblastomicose, porém outras espécies como por exemplo, F. monophora, F. nubica, F. pugnacius, Rhinocladiella tropicalis e Cypehllophora ludoviensis também são relacionadas com a doença. Leveduras negras têm sido encontradas em substratos vegetais, madeira, solo e material vegetal em decomposição. Além disso, são capazes de se desenvolver em diversos microambientes considerados extremos, como solo contaminado com hidrocarbonetos, material contaminado com petróleo e gasolina, madeira tratada com creosoto, entre outros. O desenvolvimento dessas leveduras em condições extremas, como presença de radiação ultravioleta, alta osmolaridade, altas temperaturas, escassez de nutrientes, além da capacidade de assimilação de compostos aromáticos de carbono as caracteriza como seres oligotróficos. Embora se conheça os agentes causais da cromoblastomicose, o nicho ambiental e a forma com que essas leveduras se dispersam no ambiente ainda não estão totalmente esclarecidos, sendo uma das hipóteses sugeridas a de disseminação ambiental mediada por insetos. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi determinar se insetos sociais, especificamente formigas, abelhas e cupins, podem atuar como vetores na disseminação de leveduras negras no ambiente. Para isso foram realizados isolamentos utilizando duas técnicas seletivas para leveduras negras, flotação em óleo mineral e enriquecimento seletivo em compostos aromáticos voláteis, sendo obtidos oito isolados de fungos dematiáceos, posteriormente identificados por micromorfologia e sequenciamento como Fonsecaea pedrosoi, Rhinocladiella similis, Exophiala xenobiotica, Cyphellophora sp., Cladosporium sp., Microascus murinus e Hawksworthiomyces sp. Dentre os isolados, Fonsecaea pedrosoi, Rhinocladiella similis, Exophiala xenobiotica e Cyphellophora sp. são relacionadas com o desenvolvimento de cromoblastomicose ou outras micoses de implantação. Assim sendo, formigas, abelhas e cupins podem ser considerados vetores e agentes de dispersão de leveduras negras patogênicas, visto que tais leveduras são encontradas no exoesqueleto destes insetos e em material diretamente associado a estes hospedeiros. Palavras-chave: Cromoblastomicose; Leveduras negras; Atta laevigata; Melipona flavolineata; Scaptotrigona postica; Nasutitermes sp.Abstract: Chromoblastomycosis is a neglected disease characterized by cutaneous, subcutaneous or disseminated lesions with slow progression that affects mostly farm workers and individuals exposed to contaminated soil and plant debris, impairing life's quality and affecting individual's economic status. The onset of this disease is mostly by traumatic inoculation of black yeasts from plant material contaminated. Fonsecaea pedrosoi is the major agent of chromoblastomycosis in Brazil, but other species are related to the disease, as F. monophora, F. nubica, F. pugnacius, Rhinocladiella tropicalis and Cypehllophora ludoviensis. Black yeasts have been isolated from decaying plant material, soil, wood and other environments. They are capable of growing in harmful environments, like soil contaminated with hydrocarbons, contaminated sites with petroleum and gas, creosote treated wood and others. Black yeasts are known to be oligotrophic organisms because of their capacity for development in extreme conditions, such as UV presence, high osmolarity and temperature, low availability of nutrients, besides their capacity to assimilate hydrocarbons. It is well known which species are agents of chromoblastomycosis, but until now little is known about the environmental niche and mode of dispersion in nature. Because this, is hypothesized that insects can act as vectors mediating fungal dispersion. In this way, the aim of this study was determinate if social insects, being them ants, bees and termites, can act as vectors disseminating black yeasts in nature. To elucidate this, two selective methods of isolation were realized, oil flotation and selective enrichment on volatile aromatics. Eight isolates of dematiaceous fungi were obtained and were identified by micromorphology and sequencing as Fonsecaea pedrosoi, Rhinocladiella similis, Exophiala xenobiotica, Cyphellophora sp., Cladosporium sp., Microascus murinus and Hawksworthiomyces sp. Four of these are known as the agents of chromoblastomycosis or another implantation mycosis, being them Fonsecaea pedrosoi, Rhinocladiella similis, Exophiala xenobiotica and Cyphellophora sp. These results demonstrated that ants, bees and termites could be considered vectors and pathogenic black yeasts' dispersion agents since these fungi were found in insects' exoskeleton and in material associated with them. Keywords: Chromoblastomycosis; Black yeast; Atta laevigata; Melipona flavolineata; Scaptotrigona postica; Nasutitermes sp

    USE OF AMPHOTERICIN B IN THE SIMULTANEOUS TREATMENT OF CHROMOBLASTOMYCOSIS AND AMERICAN TEGUMENTARY LEISHMANIASIS: A CASE REPORT

    Get PDF
    ABSTRACT Chromoblastomycosis (CMB) is a polymorphic fungal disease that usually affects the lower limbs and manifests as verrucous nodules or plaques that may ulcerate. American Tegumentary Leishmaniasis (ATL) is an infectious parasitic disease caused by digenetic protozoa of the genus Leishmania sp. which affects the skin and/or mucous membranes of man and various species of wild and domestic animals. Both are part of the World Health Organization (WHO) neglected tropical diseases portfolio, mostly affecting economically vulnerable populations without adequate sanitation and in close contact with infectious vectors. We present the report of a 59-year-old male patient, referred to the Hospital Geral Público de Palmas (HGPP) in December 2017, carrying a positive result from a direct parasitological detection test for Leishmania sp., in addition to multiple previously biopsied lesions caused by CMB. It was observed that the patient had an important improvement of the CMB lesions with the use of amphotericin B in combination with itraconazole, thus demonstrating the role that the former can play in the therapy of this fungal disease.   Keywords: Chromoblastomycosis; American Tegumentary leishmaniasis; Amphotericin B. RESUMO A cromoblastomicose (CBM) é uma doença fúngica polimórfica, que acomete normalmente os membros inferiores e que se manifesta como nódulos ou placas verrucosas que podem ulcerar. A leishmaniose tegumentar (LT) é uma doença infectoparasitária causada por protozoários digenéticos do gênero Leishmania sp. que acomete a pele e/ou mucosas do homem e de várias espécies de animais silvestres e domésticos. Ambas fazem parte do portfólio de doenças negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS), afetando em sua maioria pessoas economicamente vulneráveis, sem saneamento adequado e em contato próximo com vetores infecciosos. Apresentamos neste trabalho o relato de um paciente, masculino, 59 anos, encaminhado ao Hospital Geral Público de Palmas (HGPP) em dezembro de 2017, portando exame parasitológico direto positivo para Leishmania sp., além de múltiplas lesões causadas por CBM previamente biopsiadas. Foi observado que o paciente teve importante melhora das lesões de CBM com uso da anfotericina B em associação ao itraconazol, demonstrando o papel que essa droga pode exercer na terapêutica desta doença fúngica. Palavras-chave: Cromoblastomicose; Leishmaniose Tegumentar; Anfotericina B
    corecore