11 research outputs found

    O conflito entre a liberdade e a obediência

    Get PDF
    O culto à lei e à “ordem” e a defesa da punição – mais dura possível - aos desvios estão cada vez mais presentes na sociedade brasileira, especialmente em razão dos recentes acontecimentos que demonstram a corrupção existente nos governos e nas grandes empresas. Porém, este tipo de discurso esconde atrás de si outras consequências quando defende, em outras palavras, a obediência. Em que medida a liberdade é afetado pelo agir obediente à lei é o ponto central deste trabalho. Por fim cabe pensar a que serve a obediência e quem lucra com a ordem, tanto a que é estabelecida, quanto a que é dada

    Da impossibilidade de uma relação de self-ownership: o dualismo ontológico na ilusão da auto-propriedade

    Get PDF
    O conceito de self-ownership é frequentemente utilizado nos campos da Ética e da Filosofia Política para justificar ou negar a justeza de determinadas situações, atos ou práticas. As críticas a tal conceito são predominantemente focadas em seus corolários. No presente artigo a análise se concentra sobra as condições de possibilidade da existência de uma relação de propriedade de si mesmo – auto-propriedade – procurando-se demonstrar a impossibilidade de tal relação pela ausência de multiplicidade de elementos que possam constituir um proprietário e uma propriedade. A propriedade de si mesmo é fundada em um dualismo ontológico, cuja ilusão procura se respaldar na percepção de si como um outro na constituição da identidade e na confusão da relação genitiva com uma relação de propriedade

    Discursos do Preconceito

    Get PDF
    Resumo Este trabalho retoma o tema dos preconceitos sociais de grupo na filosofia, esclarecendo seu modo de funcionamento a partir das identificações sociais e destacando que os discursos de preconceito – xenophobia, racismo, homofobia etc. – seguem o mesmo paradigma, independentemente de seu conteúdo. Primeiramente procederemos a um breve delineamento histórico do conceito de preconceito na filosofia, a fim de delimitar o escopo do trabalho no preconceito social de grupo. Em seguida, a discussão se dará sobre a constituição da identidade de grupo e a exclusão do outro dela decorrente. Por fim, chegaremos à conclusão de que os diversos tipos de preconceito não só possuem uma estrutura similar como seguem a mesma lógica e funcionam conjuntamente para a hierarquização complexa da sociedade por meio da interseccionalidade. Abstract This paper takes up the issue of social prejudice in philosophy, clarifying its way of functioning by the means of social identifications as well as highlighting that the discourses of prejudice – xenophobia, racism, homophobia etc. – follow the same paradigm, regardless of their content. First, we will briefly delineate the concept of prejudice throughout the history of philosophy, in order to delimit the scope of this work in the group-related social prejudice. Then, the discussion will follow to the constitution of the group identity and the exclusion of the others from it. Finally, we will conclude that the different types of prejudice not only have a similar structure but follow the same logic and work together for the complex hierarchization of society through intersectionality

    Uma Perspectiva Ética do Eterno Retorno

    Get PDF
    O problema do eterno retorno, conforme este é construído no aforismo 341 da Gaia Ciência, é analisado em sua possibilidade de se construir uma perspectiva ética. Além disso, são abordadas as relações que se estabelecem entre essas expressões 'cuidado de si' e 'eterno retorno', respectivamente em Foucault e Nietzsche, de forma a compreender como as noções que residem nelas se aproximam, afastam ou complementam-se

    Liberdade e Propriedade

    Get PDF
    Neste artigo são brevemente discutidas as origens e o significado da propriedade a partir dos conceitos de bem e Mal em Nietzsche e do Temer e da Angústia em Heidegger. No tocante à origem da Propriedade, foca-se não em seu significado posterior, mas em seu anterior, ou seja, naquilo que pode subjazer ao desejo de apropriar-se, o qual parece relacionar-se com a liberdade, ao mesmo tempo desejada e temida: desejada para si e temida para o outro. Por fim então se abordam propostas do que significa para a sociedade atual a propriedade em termos de sua organização social, com base nas conclusões da análise realizada neste artigo

    FRONTEIRAS DA EXCLUSÃO DE DIREITOS. HÁ UMA DISCRIMINAÇÃO INSTITUCIONALIZADA CONTRA OS ESTRANGEIROS?

    Get PDF
    Este artigo tem por objetivo analisar se não seria o caso que o trato diferenciado dedicado a cidadãos nacionais e imigrantes seria discriminatório. A questão dos imigrantes internacionais aflora atualmente nos mais distintos campos da sociedade.Entretanto, o foco da discussão aqui não é somente o ato de cruzar as fronteiras - ponto central de grande parte das publicações filosóficas sobre imigração. O cerne é a diferença entre direitos e obrigações de imigrantes internacionais e cidadãos nacionais.Não se trata de cidadãos de um ou outro país, mas da categoria ‘cidadão nacional’ frente à categoria ‘estrangeiro’, independentemente do país. Será discutido o conceito de discriminação, a fim de que, sobre o pano de fundo deste conceito, sejam debatidas as restrições aos direitos dos estrangeiros. Com isso, pretende-se demonstrar que este tratamento diferenciado caracterizaria uma discriminação, pois os argumentos que sustentariam a diferenciação são insuficientes para justificá-la.This paper aims to analyze whether the differential treatment dedicated to national citizens and immigrants would be discriminatory. The issue of international migrants arises today in very different fields of society. However, the core of thediscussion here is not only the act of crossing borders – focus of much of the philosophical publications about immigration. /e focus of the analysis is the difference of rights and obligations between international migrants and national citizens. It isnot about one country or another, but the discussion concern the category ‘national citizen’ in relation to the ‘foreign’, regardless of the country. We will discuss the concept of discrimination, in order to debate the restrictions over the rights of thestrangers on the background of this conceptualization. Our goal is to show that this differential treatment would characterize as discrimination, because the arguments that support this differentiation are insufficient for justifying it

    Fronteiras da Exclusão de Direitos

    Get PDF
    Este artigo tem por objetivo analisar se não seria o caso que o trato diferenciado dedicado a cidadãos nacionais e imigrantes seria discriminatório. A questão dos imigrantes internacionais aflora atualmente nos mais distintos campos da sociedade. Entretanto, o foco da discussão aqui não é somente o ato de cruzar as fronteiras – ponto central de grande parte das publicações filosóficas sobre imigração. O cerne é a diferença entre direitos e obrigações de imigrantes internacionais e cidadãos nacionais. Não se trata de cidadãos de um ou outro país, mas da categoria ‘cidadão nacional’ frente à categoria ‘estrangeiro’, independentemente do país. Será discutido o conceito de discriminação, a fim de que, sobre o pano de fundo deste conceito, sejam debatidas as restrições aos direitos dos estrangeiros. Com isso, pretende-se demonstrar que este tratamento diferenciado caracterizaria uma discriminação, pois os argumentos que sustentariam a diferenciação são insuficientes para justificá-la. This paper aims to analyze whether the differential treatment dedicated to national citizens and immigrants would be discriminatory. The issue of international migrants arises today in very different fields of society. However, the core of the discussion here is not only the act of crossing borders – focus of much of the philosophical publications about immigration. The focus of the analysis is the difference of rights and obligations between international migrants and national citizens. It is not about one country or another, but the discussion concern the category ‘national citizen’ in relation to the ‘foreign’, regardless of the country. We will discuss the concept of discrimination, in order to debate the restrictions over the rights of the strangers on the background of this conceptualization. Our goal is to show that this differential treatment would characterize as discrimination, because the arguments that support this differentiation are insufficient for justifying it

    O CONFLITO ENTRE A LIBERDADE E A OBEDIÊNCIA

    Get PDF
    O culto à lei e à “ordem” e a defesa da punição – mais dura possível - aos desvios estão cada vez mais presentes na sociedade brasileira, especialmente em razão dos recentes acontecimentos que demonstram a corrupção existente nos governos e nas grandes empresas. Porém, este tipo de discurso esconde atrás de si outras consequências quando defende, em outras palavras, a obediência. Em que medida a liberdade é afetado pelo agir obediente à lei é o ponto central deste trabalho. Por fim cabe pensar a que serve a obediência e quem lucra com a ordem, tanto a que é estabelecida, quanto a que é dada

    A ação no livro III da ética a nicômaco

    Get PDF

    Sobre a Europa e sua lida com os outros

    Get PDF
    O artigo empreende a tentativa de refletir criticamente sobre a possibilidade de um contato não danoso com o outro, indicada sob o mote da interculturalidade, à luz do pensamento radical de Lévinas e Derrida sobre a alteridade. Essa reflexão se encontra sob a suspeita de que as filosofias ou fenomenologias da interculturalidade não dão conta da negatividade do encontro intercultural de fato com o outro irredutível, como a história do imperialismo e colonialismo europeus produziram. Para comprovar isso, eu refletirei sobre as funções, as quais o conceito de cultura assumiu nos discursos sobre a Europa. No centro da questão se encontra a comprovação de que a identificação da superioridade europeia sob o signo da cultura implica na constituição do outro como um outro ameaçador, a qual promove a brutalidade desta lida, ou seja, a história da violência – tanto interna quanto externa – da Europa. Sobre este plano de fundo eu concluo com o rascunho de alguns contornos de uma política da não-indiferença cultural, cujas raízes vejo remeterem ao pensamento de uma descolonização do imaginário da Europa
    corecore