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Music interpretation and civilization – rationalising the body and expression in performance
ISBN 978-989-99832-7-4A interpretação musical evidencia na sua transforma
ção história o recurso a um aparato físico
progressivamente mais extenso, pressupondo, do pont
o de vista da preparação técnica do
intérprete, um marcado autodomínio e domínio da mot
ricidade fina. Por outro lado, a relação que
entretecem a representação cognitiva da estrutura m
usical com o movimento corporal e a
produção e perceção de desvios expressivos, permite
m sustentar uma conceção do gesto e da
expressão como interização da estrutura musical. Ne
sses pressupostos, a interpretação musical é
apresentada como um caso particular dos racionaliza
ção e autodomínio identificados por Adorno
na teorização da modernidade, e teorizados por Norberto Elias na elaboração sobre os processos
civilizacionaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio
Um corpo elíptico: a expressão e o gesto sob o signo da civilização
[Extrato] Na interpretação musical, como decorre da assimilada designação anglo-saxónica
performance, o corpo assume um marcado protagonismo. Ao problematizar perspetivas
alternativas em que o corpo emerge ora objeto, ora como sujeito na criação de sentido,
sugere-se, a partir da relação entre mimesis e racionalidade apresentada por Adorno, a
pertinência de pensar biunivocamente os esquemas abstratos como racionalização da
experiência corporal, e os elementos expressivos e corporais (neurológicos, gestuais)
como interiorização de representações cognitivas. [...]info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Do timbre como desconstrução: Makrokosmos I/II de George Crumb
[Excerto] George Crumb (n. 1929) indica o ano de 1962, com a composição de Five Pieces For
Piano, como início do seu período de maturidade (Crumb, 1987: 162, 397), em que a
exploração do timbre e das possibilidades dos instrumentos são aspetos determinantes.
Evidenciando a sua natureza singular no contexto das componentes definidoras do som,
bem como as distintas direções que assume no contexto do serialismo e do
experimentalismo o seu tratamento, procura-se mostrar que a exploração do timbre em
George Crumb, a partir da escrita para piano em Makrokosmos I (1972) e Makrokosmos
II (1973)2
e da multiplicidade de técnicas de execução que gera, é levada a cabo na recusa,
quer de uma racionalidade totalizante, quer de uma ausência de organização, cuja
resultante desconstrução das propostas teóricas dominantes é congruente, desde logo,
com a complexidade e natureza multidimensional deste elemento composicional.[...
Da expansão sonora à expansão técnica: práticas performativas na recente escrita para instrumentos de corda
[Excerto] A exploração do timbre e a extensão da sua utilização no processo composicional constitui um elemento essencial da composição no século XX. Dando conta do abandono dos motivos como o principal elemento estrutural de composição em favor do timbre, Gérard Grisey (1946-1998) avançava em 1978 como facto consumado, na apresentação da música espectral em Darmstadt, a inversão da relação tradicional entre materiais e macro-estrutura (cf. Rose, 1996).1 Nessa transformação, é primordial o desenvolvimento de novos modos de produção de som, que veio não só alterar a conceção das potencialidades sonoras dos instrumentos tradicionais, como redefinir algumas das suas técnicas fundamentais de execução. Procurando caracterizar alguns dos aspetos essenciais dessa transformação, são evidenciados a exploração da técnica de arco e da mão esquerda, a desdiferenciação do som e do ruído ou a complexidade como elemento seminal na escrita e execução, designadamente na obra de Klaus K. Hübler (1956-2018), Helmut Lachenmann (n. 1935) e Brian Ferneyhough (n. 1943).[...
Um corpo elíptico: a expressão e o gesto sob o signo da civilização
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