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A Psicologia Forense em Portugal – novos rumos na consolidação da relação com o sistema de justiça
Neste artigo refletimos sobre os mais recentes desenvolvimentos da psicologia forense em Portugal, numa das mais importantes áreas de interface entre a psicologia e o sistema de justiça – a avaliação psicológica forense e o contributo da psicologia para a tomada de decisão judicial. Ao mesmo tempo que se faz um levantamento dos principais contributos do trabalho de Carla Machado para esta área são apontados caminhos a percorrer na consolidação da relação entre a psicologia e o direito
Prevalência de Marcadores de Hepatites Víricas numa População Universitária
INTRODUÇÃO
As hepatites permanecem um problema de saúde pública à escala mundial, apresentando grande impacto económico e social. Existem várias causas de hepatite, sendo as mais conhecidas as provocadas por vírus das hepatites A, B, C e E. Alguns destes vírus partilham formas de transmissão, como o VHB e VHC em que a transmissão sexual e parentérica são as formas mais frequentes, e o VHE e VHA, onde a transmissão fecal-oral é a principal forma de disseminação. A vacina está disponível para o VHA e VHB, mas apenas a vacina contra o VHB integra, desde o ano 2000, o PNV. Este estudo teve como objetivo determinar a prevalência de anticorpos contra as hepatites A, B, C e E num grupo de estudantes universitários e avaliar o seu enquadramento no padrão epidemiológico nacional.
MATERIAL E MÉTODOS
Entre Janeiro e Abril de 2012, foram recolhidas e estudadas 70 amostras de soro para anticorpos VHA (Total/IgM), VHB (anti-HBs), VHC (Total) e VHE (IgG/IgM), no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
RESULTADOS
De entre as 70 amostras estudadas, 12 (17%) foram positivas para VHA total (todas VHA IgM negativas), 63 (90%) apresentavam o marcador serológico anti-HBs, e nenhuma das amostras avaliadas apresentou título de anticorpos detetável contra VHC. Quatro (5.7%) amostras revelaram a presença de VHE IgG mas em nenhuma foi detetada VHE IgM.
CONCLUSÕES
A prevalência da infeção por VHA foi inferior à descrita em outros estudos, para a mesma faixa etária, reforçando a tendência decrescente desta infeção em Portugal.
Em 10% (n=7) das amostras não foi detetado anti-HBs, situação que pode significar uma não resposta à vacina (apesar desta induzir proteção em 95-99% dos casos) ou que a resposta imunológica ficou abaixo do limiar de deteção dos imunoensaios.
A ausência de resultados positivos para o VHC está de acordo com os dados epidemiológicos existentes em Portugal, que apontam para uma seroprevalência de 1.5% na população saudável.
Em relação à hepatite E, apesar de outros estudos apresentarem uma prevalência de 4.2%, no presente trabalho esta foi superior (5.7%).
Estudos envolvendo outros grupos populacionais serão necessários para melhor conhecer a real prevalência destas hepatites em Portugal
Escala de Crenças sobre Violência Sexual (ECVS)
A incorporação e partilha das concepções culturais dominantes acerca da sexualidade, da violência da violação e de outras formas de violência sexual têm consequências tanto para a vida dos indivíduos como para a vida em sociedade. Atitudes sexistas e crenças legitimadoras da violação têm consistentemente sido associadas com uma maior probabilidade de agressão e violência sexual. As atitudes face à violência sexual parecem também estar associadas com os papéis tradicionais de género, sobretudo os que se prendem directamente com o comportamento sexual. A ECVS mede o grau de tolerância/aceitação do sujeito quanto ao uso de violência desta natureza. Quanto mais elevada for a pontuação total da escala, mais elevado será o grau de tolerância/aceitação do sujeito quanto ao uso de violência sexual. A ECVS foi administrada a uma amostra nacional de 1000 estudantes universitários, analisando-se as suas características psicométricas. A análise factorial de componentes principais (com rotação varimax) permitiu obter cinco factores. A consistência interna da escala, obtida através do coeficiente alpha de cronbach, é de 0.91. Discutem-se as implicações dos resultados obtidos, quer em termos da análise da capacidade da ECVS para detectar atitudes e crenças associadas com a violência sexual, quer em termos da análise do seu contributo na construção e implementação de programas de intervenção e prevenção
Escala de crenças sobre violência sexual (ECVS)
A incorporação e partilha das concepções culturais dominantes acerca da sexualidade, da violência,
da violação e de outras formas de violência sexual têm consequências tanto para a vida dos indivíduos
como para a vida em sociedade. Atitudes sexistas e crenças legitimadoras da violação têm
consistentemente sido associadas com uma maior probabilidade de agressão e violência sexual. As
atitudes face à violência sexual parecem também estar associadas com os papéis tradicionais de género,
sobretudo os que se prendem directamente com o comportamento sexual. A ECVS mede o grau de
tolerância/aceitação do sujeito quanto ao uso de violência desta natureza. Quanto mais elevada for a
pontuação total da escala, mais elevado será o grau de tolerância/aceitação do sujeito quanto ao uso
de violência sexual. A ECVS foi administrada a uma amostra nacional de 1000 estudantes
universitários, analisando-se as suas características psicométricas. A análise factorial de componentes
principais (com rotação varimax) permitiu obter cinco factores. A consistência interna da escala, obtida
através do coeficiente alpha de cronbach, é de 0.91. Discutem-se as implicações dos resultados
obtidos, quer em termos da análise da capacidade da ECVS para detectar atitudes e crenças associadas
com a violência sexual, quer em termos da análise do seu contributo na construção e implementação
de programas de intervenção e prevenção.The dominant culture sends out powerful messages about rape, sex and violence. Many studies
postulated that conceptions of what events constitute sexual violence are influenced by the attitudes
of those in their immediate social network. Sexist attitudes and rape-supporting beliefs have long been
linked to relationship aggression and sexual violence. Attitudes toward sexual violence seem to be
linked to traditional gender-role stereotypes, in particular those related to sexual behavior. The ECVS
measures the degree to which a person sustains false information about sexual violence (false beliefs
about sexual violence that are used to justify sexual violence and trivialize its effects on the victims).
High scores indicate that a person is more tolerant to sexual violence. The ECVS was administered to
a national sample of 1.000 university students. The psychometric properties of the ECVS were
examined. Using principal components analysis we presented five independent factors. The scale has
an alpha coefficient (internal consistency reliability) of .91. The implications of these findings are
discussed in terms of the ability of the ECVS to detect attitudes and beliefs associated with sexual
violence and to subsequently develop appropriate educational and intervention programs to address
and ultimately prevent sexual aggression.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT
Discursos socioculturais sobre o amor em Portugal: um percurso geracional
No presente estudo procuramos compreender a forma como os diferentes sujeitos conceptualizam e vivenciam o amor e as relações de intimidade. O estudo envolve 28 sujeitos, com os quais se conduziu uma entrevista individual sobre a história de amor da sua vida. Procedeu-se à contrastação do discurso dos jovens com o discurso dos adultos, de diferentes gerações, considerando também o estado civil e o sexo dos sujeitos. Identificam-se algumas especificidades, principalmente diferenças geracionais, que são discutidas sob o seu enquadramento histórico, social e polÃtico. Além das especificidades, identifica-se um discurso consensual sobre o amor, amplamente partilhado, bem como o retorno a concepções tradicionalistas e convencionais – com mais assimetrias e desigualdades relacionais, sobretudo, na população juvenil.</jats:p
Hepatite E: diagnóstico serológico em hepatites de etiologia desconhecida
Introdução
A infeção por VHE tem maior incidência nos países em desenvolvimento, nomeadamente no sudoeste asiático, como por exemplo a Índia e a China, surgindo nos restantes países como casos importados. Recentemente foram descritos casos de hepatite E em países desenvolvidos sem que estivesse presente o principal fator de risco, viagens recentes a zonas endémicas, sugerindo a existência de reservatórios do VHE nestes países. O crescente número de casos de VHE autóctone alerta para um potencial problema de saúde pública em áreas não endémicas para este agente, no qual Portugal se encontra incluído.
Este trabalho teve como objetivo a análise retrospetiva (2000/2011) de infeção por VHE em casos de hepatite de etiologia desconhecida.
Material e Métodos
Entre Janeiro de 2000 e Dezembro de 2011, foram recebidos no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, 241 amostras de soro de indivíduos com diagnóstico de hepatite de etiologia desconhecida, nos quais foi realizada a pesquisa de anticorpos VHE (IgG/IgM), por ensaio imunoenzimático.
Resultados
De entre as amostras estudadas, 12.9% (n=31) revelaram a presença de VHE IgM (infeção aguda/recente), 8.3% (n=20) foram positivos apenas para VHE IgG (infeção antiga/convalescença) e 78.8% (n=190) não apresentaram anticorpos VHE.
A distribuição de resultados positivos para anticorpos VHE (IgG/IgM) foi a seguinte: n=1 entre 2000 e 2005; n=2 em 2006; n=6 em 2007; n=9 em 2008, 2009 e 2010; n=15 em 2011.
Conclusões
A relevância da infeção por VHE, como possível causa de hepatite, é evidenciada pelo facto de 51 indivíduos (21.2%) apresentarem anticorpos VHE, dos quais 31 (12.9%) revelaram a presença de VHE IgM, resultado compatível com infeção aguda ou recente. O aumento gradual do número de pedidos, para deteção de anticorpos VHE, bem como de resultados positivos, poderá ser o reflexo não só do aumento real de número de infeções, mas também de uma maior sensibilização dos clínicos para a existência de casos de infeção por VHE, em Portugal.
Não foi possível determinar se os casos de infeção encontrados seriam importados ou autóctones, por ausência de informação, evidenciando a necessidade de uma melhor colaboração entre os clínicos e o laboratório, de forma a conhecer o padrão epidemiológico da hepatite E, em Portugal
Repertórios interpretativos sobre o amor e as relações de intimidade de mulheres vítimas de violência: Amar e ser amado violentamente?
O presente estudo procura compreender como as mulheres vítimas de violência falam sobre o amor e as relações de intimidade e como experienciam e significam o fenómeno da violência sofrida. Explora-se também o recurso à violência por parte destas mulheres, em que contextos o fazem e como significam a violência perpetrada. O estudo envolve 12 mulheres vítimas de violência, de diferentes grupos etários e com diferentes trajectórias de vida, com as quais se conduziu uma entrevista individual acerca da história de amor da sua vida. Conclui-se que tanto os relatos de vitimação como os de perpetração se inscrevem em discursos socioculturais mais amplos sobre o amor e as relações de intimidade – que sustentam a vitimação sofrida no feminino e limitam a agressividade feminina. Concluímos que a violência feminina assume características idiossincráticas e tem implicações práticas diferentes, relacionadas com as desigualdades e assimetria de género, não havendo similaridade na violência entre homens e mulheres na intimidade. A agressividade feminina surge como estratégia para lidar coma adversidade, no sentido de conseguir algum controlo sobre a relação e o sentido de si próprias, revelando a capacidade de luta, sobrevivência e resiliência destas mulheres
Seroprevalence of Specific SARS-CoV-2 Antibodies during Omicron BA.5 Wave, Portugal, April-June 2022
Members of ISN4COVID-19 Group: Paulo Gonçalves, Rita Matos, Inês Costa, Nuno Verdasca, Fátima Martins, Jorge Machado, Raquel Guiomar, Ana Rita Torres, Carlos Matias Dias, Ana Loureiro, Filomena Caldeira, Adriana Coutinho, M. Paula Falcão, Alzira Louro, Igor Filipciuc, Marisa Isabel da Conceição Belchior, Claudia Sofia Barão Ferreira, Ingrid Villanueva, Sara Moura, Marlene Silva, Rita Paulino, Conceição Cardoso, Ana Margarida Casaca, Maria Vitória Antunes de Matos, Lúcia Coimbra, Nazaré Boavida, Paula Cristina Justino Gama, Afonso Tavares Leite Barros dos Santos, Ana Maria Cabrita Frota Fernandes, Bela Jerónima Nogueira, Rui Pedro Vieira Ferreira, Rui Manuel Borges Vassal, Paula Barbeiro, Aurora Direito, Ana Paula Peleta Marques, Margarida Freitas, Gil Sequeira, Sandra Vieira, Gil Ferreira, Teresa Reis, Lucilia Araujo, Teresa Rodrigues, Lurdes Correia, Susana Gomes, Sílvia Campos, Maira João Cardoso, Angélica Ramos, Carlos Caldas, Eliana Costa, Joana Costa, José Alves, Jácome Bruges Armas, Ana Rita Couto, Paula Genuína de la Cerda Sarmento Escobar, Sónia Oliveira Dias Ávila, Luís Silva, Patricia Vargas, Maria Noia, Vanessa Cordeiro, Teresa Damião, Rita Pinto, Helena Rodrigues, Filomena Reis, André Ferreira Pinto, Fátima Vale, Ricardo Rodrigues, Ricardo Castro, Bernardo Silva, Jesuína Duarte, Isabel Santos, Ana Miranda Rosa, Adilia Vicente, José Alves, Raquel Sebastião, Patrícia Pereira, Gizela Ferreira Alves dos Santos, Ana Catarina Faria Guerreiro, Armindo Miguel Rosado Gonçalves, Maria de Fátima Narciso Rolo Raimundo, Manuel Cirne Carvalho, Mário João Santos, Nuno Aguiar, Rui Campaínha, Ana Margarida Godinho, João Pedro Freitas, Rita Batista Coelho, Maria Conceição Miranda Senra Furtado, Miguel Eduardo Magalhães Gouveia, Laura Brum, Ana Paula Farto, Susana Agostinho, Luísa Ponte, Maria Beatriz Tomaz, Joana Ramos, Alexandra Santos, Isabel Forjaz Sampaio, Ana Abreu, Paulo Aguiar, Rita Ribeiro, Ana Guia Pereira, Sandra Vieira, Jorge Nunes Oliveira, Inês Stilwell, Sandra Nóbrega, Iolanda Rodrigues, Marco Marques, Sofia Jorge, Jorge Queiroz, Mavilde Vargues, Carlos Cardoso, Rui Pinto, Ana Filipa Alves, João Fernandes.After the rapid spread of SARS-CoV-2 BA.5 Omicron lineage in Portugal, we developed a seroepidemiologic survey based on a sample of 3,825 residents. Results indicated that from April 27 through June 8, 2022, the estimated seroprevalence of SARS-CoV-2 nucleocapsid or spike IgG was 95.8%, which indicates a high level of protection.Acesso de acordo com política editorial da revista.info:eu-repo/semantics/publishedVersio