29 research outputs found
Materiais cerâmicos pré-romanos provenientes do sítio da Bela Fria (Tavira)
O sítio da Bela Fria situa-se na face norte da colina de Santa Maria.
Recentes trabalhos arqueológicos realizados no local permitiram a identificação de um arrabalde almóada, sendo ainda de destacar a identificação de vestígios de ocupação que remontam ao Bronze Final. É possível que tenha havido escorrência de materiais cerâmicos para a área onde foi identificado o arrabalde, o que
explicaria a presença destes materiais no local em análise. Embora tenham sido identificados no decurso da escavação de níveis islâmicos, os materiais cerâmicos alvo deste estudo apresentam uma cronologia mais antiga, integrando-se na já conhecida ocupação sidérica de características orientais. Destes destacamos as ânforas, a cerâmica de engobe vermelho, os pithoi e a cerâmica cinzenta, apresentando-se de um modo geral, muito fragmentados e rolados, sendo frequente a presença de concreções de carbonatos
A necrópole da Idade do Ferro do Convento da Graça, Tavira
Os trabalhos arqueológicos levados e efeito no Convento da Graça permitiram identificar parte de uma necrópole da Idade do Ferro. Trata-se de incinerações em urnas de tipo Cruz del Negro, idênticas, em rito e forma, a outras do Ocidente peninsular, concretamente da área tartéssica. A sua existência num sítio onde existe uma extensa ocupação de características orientais permite discutir a adscrição cultural de necrópoles deste tipo a grupos sociais concretos.The archaeological work carried out in the Convento da Graça (Tavira) allowed the identification of an Iron Age necropolis. Incineration urns of Cruz del Negro type, identical in form and ritual of others of the West Iberian Peninsula, specifically from the tartessian area, were found and excavated. Theses finds, in a site where an oriental and phoenician Iron Age occupation is well known, are discussed in the context of the traditional interpretation of this necropolis type. We propose another social and cultural point of view about the social group that was buried in these type of cemetery.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Materiais cerâmicos pré-romanos provenientes do sítio da Bela Fria (Tavira)
O sítio da Bela Fria situa-se na face norte da colina de Santa Maria.
Recentes trabalhos arqueológicos realizados no local permitiram a identificação de um arrabalde almóada, sendo ainda de destacar a identificação de vestígios de ocupação que remontam ao Bronze Final. É possível que tenha havido escorrência de materiais cerâmicos para a área onde foi identificado o arrabalde, o que
explicaria a presença destes materiais no local em análise.
Embora tenham sido identificados no decurso da escavação de níveis islâmicos, os materiais cerâmicos alvo deste estudo apresentam uma cronologia mais antiga, integrando-se na já conhecida ocupação sidérica de características orientais. Destes destacamos as ânforas, a cerâmica de engobe vermelho, os pithoi e a cerâmica cinzenta, apresentando-se de um modo geral, muito fragmentados e rolados, sendo frequente a presença de concreções de carbonatos.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Cerâmica islâmica em Portugal: 150 anos
As primeiras referências sobre cerâmica islâmica em Portugal remontam ao final do século XIX. A investigação
evolui timidamente até aos anos 80 do século XX, quando se assiste ao incremento dos estudos sobre a
temática, impulsionado pelos projectos estruturantes de Mértola e Silves. Nos anos 90, este incremento
intensifica-se e, na última década, aumenta o número, a diversidade e a dispersão geográfica de trabalhos e
projectos, nomeadamente com origem em arqueologia urbana.
O projecto CIGA (Cerâmica Islâmica do Garb al-Andalus), iniciado em 2008, insere-se nesta dinâmica,
promovendo a sistematização, problematização e divulgação de toda a informação dispersa e apresentando aqui
uma síntese histórica dos estudos sobre cerâmica islâmica em Portugal, suas principais tendências, problemas,
virtudes e perspectiva futuras
A propósito da investigação sobre cerâmica islâmica em Portugal
As primeiras referências sobre cerâmica islâmica em Portugal remontam ao final do século XIX. A investigação evolui timidamente até aos anos 80 do século XX, quando se assiste ao incremento dos estudos sobre a temática, impulsionado pelos projectos estruturantes de Mértola e Silves. Nos anos 90, este incremento intensifica-se e, na última década, a par de um maior número, alargam-se a diversidade e a dispersão geográfica de trabalhos e projectos, nomeadamente com origem em arqueologia urbana. O projecto CIGA (Cerâmica Islâmica do Ġarb al-Andalus), iniciado em 2008, insere-se nesta dinâmica, promovendo a sistematização, problematização e divulgação de toda a informação dispersa e apresentando aqui uma síntese histórica dos estudos sobre cerâmica islâmica recolhida no território português, as suas principais tendências, os seus problemas, virtudes e as perspectivas futuras.The first references on Islamic pottery in Portugal go back to the end of the nineteenth century. The modest evolution of the research until the 1980s was replaced by the development of the studies on this subject, pressed forward by the fundamental projects of Mértola and Silves. In the 1990s, this development was intensified and, in the last decade, the number, diversity and geographical dispersion of studies and projects was remarkable, particularly those originated from urban archaeology. The CIGA project (Cerâmica Islâmica do Ġarb al-Andalus), started in 2008, is part of this dynamics, promoting the systematization, the discussion and the diffusion of all the information and presenting here a composite paper about the studies on Islamic ceramics in Portugal, its main tendencies, problems, virtues and future perspectives
E da noite se fez dia... Alumiar em período islâmico
Os últimos anos foram decisivos nos estudos sobre a cerâmica islâmica em Portugal, não apenas pelo volume de materiais descobertos como pela quantidade de publicações disponíveis. Embora as lacunas ainda sejam significativas, em especial no que diz respeito aos períodos mais recuados, o tema adquiriu uma grande abrangência territorial, com um considerável número de sítios a permitir um enquadramento cronológico fiável. Neste artigo, tratamos os objectos de iluminação, propondo um ensaio de abordagem crono-tipológica para estas formas no actual território português
CIGA: projecto de sistematização para a cerâmica islâmica do Gharb al-Ândalus
Nos últimos vinte anos, assistimos a um grande desenvolvimento da investigação acerca da cerâmica islâmica do Gharb al-Ândalus. Esta investigação foi desenvolvida a partir de iniciativas particulares. sem uma organização articulada de objectivos e estratégias de pesquisa. Actualmente, dispomos de uma informação desigual do ponto de vista geográfico, mas que já permite reunir dados de todas as áreas do território português em que o domínio islâmico perdurou até mais tarde. O grupo de trabalho CIGA está a desenvolver uma síntese dos conhecimentos disponíveis sobre a cerâmica islâmica do Gharb al-Ândalus, com o objectivo de verificar a existência de grupos cerâmicos coerentes no que respeita à distribuição geográfica, formas, técnicas de fabrica e ornamentação.Um factor especialmente interessante a equacionar é o contexto socio-económico dos sítios de proveniência dos materiais em estudo, verificando-se uma acentuada diferença entre contextos rurais e urbanos, mais intensa em períodos cronológicos mais recuados e mais ténue no final do domínio islâmico. Nesta comunicação apresenta-se um ponto de situação ao avanço dos trabalhos do projecto, numa fase ainda embrionária da investigação
Cerâmica de tradição islâmica em contexto português. Séculos XII-XIV
Pretende-se1 avançar com uma primeira análise às lógicas de continuidade entre o período islâmico e os momentos posteriores à conquista cristã, patentes na cerâmica produzida em várias cidades e áreas geográficas do território nacional. Muito embora se assuma o carácter preliminar desta abordagem, tenta-se também uma interpretação das diferenças regionais assinaladas, a partir de factores como o âmbito temporal da presença islâmica e as relações centro-periferia. Verifica-se que a leitura defensora da disrupção, oferecida por alguma história política, não encontra apoio no registo arqueológico, em especial nas latitudes mais meridionais. Aí anuncia-se não só um cenário de evidente manutenção das tradições de período islâmico, mas também a integração contínua de inovações e tendências provenientes da região peninsular onde o poder muçulmano continuava a dominar, nas cadeias operatórias locais. Esta realidade demonstra como séculos de integração cultural centrada no Mediterrâneo, e especialmente evidente nas materialidades, resistiram ao surgimento de novas fronteiras e à chegada de novos actores sociais.ABSTRACT
The excessive tutelage of Political History over the study of medieval materials, frequently results in attempts to link directly the archeological record with an historical conjuncture, generally disruptive. One example is the tendency to assume that some characteristics of Islamic pottery were exclusive to the time frame of the Muslim domain, submitting the material culture to a political and institutional chronology which reveals as totally artificial.
In this paper we intend to start systemizing data that allows us to consider that the integration of the southern cities in the Christian territory did not cause a moment of rupture, at least in the material creations. On the contrary, by valuating the inputs of stratigraphic and contextual data, we verify that continuities do not restrain to the maintenance of technical knowledge, formal patterns or ornamental options. In some latitudes, in the century following the Christian conquest, the pottery production continued to incorporate innovations and tendencies from regions where Muslim powers proceed ruling.
This observation allows us to conclude that some material expressions of a cultural universe that was structured by centuries of Mediterranean interchange, survived the establishment of new political frontiers and the arrival of new social actors
Alguns apuntes sobre icononografia y ornamentación en la cerámica del Garb Al-Andalus
En este trabajo de homenaje a Manuel Acién Almansa, el grupo CIGA reúne un conjunto de objetos
con elementos iconográficos destacados, interpretando su simbolismo y el significado que su ornamentación tuvo en los territorios más occidentales de al-Andalus, una región periférica donde la cerámica fue un instrumento importante de transmisión de mensajes desde los centros de poder de al-Andalus.In this work of homage to Manuel Acién Almansa, the CIGA group gathers a set of objects with prominent iconographic elements, interpreting the symbolism and meaning that the ornamentation of these objects had in the western territories of al-Andalus, a peripheral region where pottery was an important instrument for the transmission of messages from the power centers of al-Andalus.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
A propósito da investigação sobre cerâmica islâmica em Portugal
As primeiras referências sobre cerâmica islâmica em Portugal remontam ao final do
século XIX. A investigação evolui timidamente até aos anos 80 do século XX, quando
se assiste ao incremento dos estudos sobre a temática, impulsionado pelos projectos
estruturantes de Mértola e Silves. Nos anos 90, este incremento intensifica-se e, na
última década, a par de um maior número, alargam-se a diversidade e a dispersão
geográfica de trabalhos e projectos, nomeadamente com origem em arqueologia urbana.O projecto CIGA (Cerâmica Islâmica do Ġarb al-Andalus), iniciado em 2008, insere-se
nesta dinâmica, promovendo a sistematização, problematização e divulgação de toda a
informação dispersa e apresentando aqui uma síntese histórica dos estudos sobre
cerâmica islâmica recolhida no território português, as suas principais tendências, os
seus problemas, virtudes e as perspectivas futuras