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    Refuncionalização de patrimônio cultural e a nova racionalidade da organização sócioespacial em núcleos urbanos tombados

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    Este artigo baseia-se na análise da refuncionalização do patrimônio cultural, no Brasil, à guisa da nova racionalidade do capital hegemônico global que se instala nos núcleos urbanos tombados através de estratégias de intervenção e produção do espaço urbano. Para tanto, resgatamos um referencial teórico a respeito do espaço geográfico, do turismo e do patrimônio cultural, de forma relacionada. Na transformação de seu valor cultural em valor de troca, ou seja, tornando o patrimônio um atrativo para a mercantilização do lugar, verifica-se que a organização sócio-espacial destes núcleos acaba por evidenciar a perversidade da globalização econômica, onde se intensificam o processo de segregação sócio-espacial e a banalização pela cenarização destes núcleos, a tônica crítica deste trabalho

    Operation in urban centers in period of globalization

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    Difunde-se, globalmente, que a denominada requalificação urbana deve agregar projetos que devolvam ou proponham qualidade ao ambiente físico e social dos espaços construídos, baseados na compreensão da relação entre processos de produção social do território e sua realidade como lugar da vida e de memória. Diante desse enunciado, o presente ensaio problematiza a relação causal entre os processos de intervenção em áreas especiais de cidades e os produtos dessas operações, em uma perspectiva teórica atrelada a um enfoque objetivo de casos internacionais e nacionais. Os temas da estetização urbana e do planejamento de cidades dirigem-nos para o que tratamos como dialética da memória, entendida como o produto da intervenção parcial em áreas especiais de cidades, no período mais avançado da globalização. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACTThere is a globally widespread awareness that the so-called urban re-qualification must aggregate projects that develop or propose quality to the physical and social environment of the built spaces, based on the understanding of the relation between social production processes of the territory and its reality as a place of life and memory. Considering this statement, this article reflects on the causal relation between the intervention processes in special areas of cities and the products of those operations, from a theoretical perspective, associated to an objective focus of international and national cases. The themes of urban esthetics and city planning direct us to what we will treat as memory dialectics, understood as the product of partial intervention in cities special areas, in the most advanced period of globalization

    A dialética da construção destrutiva na consagração do patrimônio mundial

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    Este artigo tem por principal objetivo discutir o que denominamos a “dialética da construção destrutiva” que envolve as cidades históricas consagradas como Patrimônio Mundial ou Patrimônio Cultural da Humanidade, no Brasil. Esta dialética se dá no próprio percurso de consagração do Patrimônio Cultural da Humanidade, quando temos, por um lado, a UNESCO, através da Convenção do Patrimônio Mundial, do Comitê do Patrimônio Mundial e da Lista do Patrimônio Mundial, como um organismo internacional de proteção que luta pela preservação inconteste dos bens culturais e naturais do mundo, e por outro lado, em contraposição, a tendência contemporânea de mercantilização, banalização e destruição dos espaços da história, da memória, da cultura, da natureza e da vida, ou seja, são dois processos que se estabelecem, dialeticamente, no percurso de consagração do patrimônio cultural da humanidade. Nossa crítica se deve ao caráter meramente estético e classista da apropriação dos bens culturais via turismo implantado, descompromissadamente, em algumas cidades históricas vivas brasileiras; na fetichização e cenarização progressiva evidenciadas nos espaços do patrimônio. A cidade histórica, ao ser tomada pela “indústria cultural” por via do turismo, é destituída de sua particularidade no fortalecimento do sentimento de pertencimento ao lugar e na edificação da cidadania. Ante ao frenesi pela Lista do Patrimônio Mundial, urge a implementação da gestão participativa dos bens culturais da humanidade. ________________________________________________________________________________________________ ABSTRACTThis article has as its main objective to discuss that which is called “the dialectics of the destructive construction”, that involves cities consecrated as world heritage or as Humanity’s cultural heritage, in Brazil. These dialectics occur in the process of consecration of the Humanity’s Cultural Heritage itself, as we have, on one hand, the UNESCO, through the World Heritage Convention, the World Heritage Committee and the World Heritage Index, as and international organ of protection that fights for the undisputed preservation of world-wide cultural and natural assets, and on the other hand, the contemporary tendency of mercantilizing, banalizing and destroying historical, memorial, cultural and natural spaces, ergo, two processes that establish themselves, dialectally, in the course of consecration of humanity’s cultural heritage. Our critic is owed to the merely esthetical and classist character of appropriation of the cultural assets, through the uncommitted tourism implemented in several living brazilian historical cities; in the progressive fetishism and scenarism displayed on the heritage’s space. The historical city, by being overtaken by the “cultural industry” through tourism, is depleted of it’s particularity in the strengthening of the feeling of belonging to a place and in the edification of citizenship. Before the frénésie by the World Heritage Index, rises the need of implementing a participative management of humanity’s cultural assets

    Geografia urbana aplicada : possibilidades, utopias e metodologia

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    O discurso geográfico do início do século XXI reafirma o papel da disciplina em desvendar os processos históricos da produção de nossas cidades em seus nexos econômicos, políticos e simbólicos, pois a existência material e imaginária de nossa sociedade está diretamente vinculada às práticas espaciais. Assim, este ensaio aborda possibilidades e utopias do planejamento urbano; discute o papel de uma geografia aplicada ao planejamento para além das formas ou das funções citadinas, mas envolvida com a concretude dos processos que ressignificam as cidades (ou seus setores); apresenta uma metodologia para a leitura do movimento contraditório da reprodução do urbano e dos interstícios do território

    Urban imaginary and vulnerable territorial situation in the Capital of Brazil

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    Brasília - Capital Federal do Brasil - fez-se símbolo da modernização nacional alavancada nas décadas de 1950-1960; exprimiu uma catarse civilizadora através de sua morfologia urbanística arrojada e da demanda impositiva de integração territorial do país. Os veículos para concretização desse ideário (de progresso) foram a tecnoburocracia civil e militar, a classe política e as classes associadas. Porém, o imaginário fundador expresso pela nova cidade logo se viu defrontado por uma massa populacional não desejada em busca, também ela, das benesses do moderno e do civilizador. Gestou-se uma metrópole contraditória e fracionada na qual, a par de áreas afluentes e de alta renda, eclodiram territórios dos mais vulneráveis do país, no tocante à vida material-econômica. Este artigo investiga situações territoriais vulneráveis metropolitanas frente à valoração permanente do Plano Piloto de Brasília. Metodologicamente, são cruzados dados oficiais relativos à vulnerabilidade socioeconômica no Distrito Federal com o imaginário urbano apreendido dos testemunhos daqueles que experimentam, concretamente, o intenso cotidiano da metrópole: os residentes de três das mais vulneráveis Regiões Administrativas ou cidades satélites do DF (Varjão, Estrutural e Samambaia). ____________________________________________________________________________________________ ABSTRACTBrasília – the Federal Capital of Brazil – was made a symbol of the national modernization pushed up in the 50‟s and 60‟s; expressed a civilizing catharsis through its dashing urban morphology and the compulsory demand of territorial integration for the country. The means for achieving this progress ideal were military and civil techno-bureaucracy, politicians and associated classes. However, the founding imaginary expressed by the new city was confronted by an undesired mass of people searching for the same benefits from the modern and the civilizing. It was created a contradictory and fragmented metropolis where in the midst of affluent areas erupted territories of the most vulnerable economical situation. This article investigates metropolitan vulnerable territorial situations vis a vis the permanent appreciation of Plano Piloto de Brasília. Methodologically the official data related to socio-economical vulnerability in Distrito Federal is crossed with the urban imaginary expressed by the testimonies from the ones who actually experience the intense day-by-day in the metropolis: the residents of the three most vulnerable Regiões Administrativas or satellite cities in DF (Varjão, Estrutural e Samambaia)

    INTERVENÇÕES EM CENTROS URBANOS NO PERÍODO DA GLOBALIZAÇÃO

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    There is a globally widespread awareness that the so-called urban re-qualification must aggregate projects that develop or propose quality to the physical and social environment of the built spaces, based on the understanding of the relation between social production processes of the territory and its reality as a place of life and memory. Considering this statement, this article reflects on the causal relation between the intervention processes in special areas of cities and the products of those operations, from a theoretical perspective, associated to an objective focus of international and national cases. The themes of urban esthetics and city planning direct us to what we will treat as memory dialectics, understood as the product of partial intervention in cities special areas, in the most advanced period of globalizationDifunde-se, globalmente, que a denominada requalificação urbana deve agregar projetos que devolvam ou proponham qualidade ao ambiente físico e social dos espaços construídos, baseados na compreensão da relação entre processos de produção social do território e sua realidade como lugar da vida e de memória. Diante desse enunciado, o presente ensaio problematiza a relação causal entre os processos de intervenção em áreas especiais de cidades e os produtos dessas operações, em uma perspectiva teórica atrelada a um enfoque objetivo de casos internacionais e nacionais. Os temas da estetização urbana e do planejamento de cidades dirigem-nos para o que tratamos como dialética da memória, entendida como o produto da intervenção parcial em áreas especiais de cidades, no período mais avançado da globalização

    FUNDAMENTOS DE UMA EMERGENTE PATRIMONIALIZAÇÃO GLOBAL

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    O processo universal de patrimonialização dos lugares . tornados singulares e irreplicáveis . no percurso de atividades como o turismo ou de ações relacionadas a intervenções em setores de cidades é o objeto deste artigo. O conceito patrimonialização global é apresentado enquanto generalização necessária ao entendimento da ressignificação dos lugares de memória e da natureza, por meio de uma leitura dialética do espaço geográfico e do fato urbano, este que ultrapassa o ângulo da morfologia ou do sítio delimitado e funcional. A formulação e a problematização daquele conceito é o principal objetivo analítico do estudo ora apresentad

    Para Eduardo Yázigi, amigo professor, uma homenagem

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    A segunda semana de fevereiro de 2019 iniciou mais triste, com a passagem do nobre amigo Eduardo Yázigi (janeiro e fevereiro do corrente ano inauguraram um período de muitos pesares). Ao mesmo tempo, ameniza esse sentimento cortante da perda do corpo, parar para lembrar, ver, ler e reconhecer que Yázigi segue conosco, mais presente do que nunca, pois dedicou sua vida ao pensamento e, o que é fundamental, à prática do espaço vivido, percebido e concebido, com seu modo sempre inédito, criativo, provocador, provocante, erudito e sarcástico. Brindou-nos com a revisão do “Espaço banal” (por último); divagou sobre o “Mundo das calçadas”; polemizou o “Turismo como esperança condicional”; questionou a “Alma do lugar”; analisou a “Civilização urbana” e, o que mais significa para mim a espiritualidade terrena e duradoura de Eduardo: materializou suas “Saudades do futuro”, fazendo paródia e caricatura de sua própria imagem, nas “orelhas” do livro, ao apresentar sua foto de criança, na primeira, e sua caricatura “degenerada”, na última, criativa e zombeteiramente. Esses livros de nosso amigo professor não são obras que se encerram em si e com ele, trazem sua angústia e astúcia permanentes, diante do descaso público com as cidades e com o território e, concomitantemente, nos obrigam a seguir a reflexão, em um fiel diálogo, pois sua escrita envolve e provoca o leitor.A segunda semana de fevereiro de 2019 iniciou mais triste, com a passagem do nobre amigo Eduardo Yázigi (janeiro e fevereiro do corrente ano inauguraram um período de muitos pesares). Ao mesmo tempo, ameniza esse sentimento cortante da perda do corpo, parar para lembrar, ver, ler e reconhecer que Yázigi segue conosco, mais presente do que nunca, pois dedicou sua vida ao pensamento e, o que é fundamental, à prática do espaço vivido, percebido e concebido, com seu modo sempre inédito, criativo, provocador, provocante, erudito e sarcástico. Brindou-nos com a revisão do “Espaço banal” (por último); divagou sobre o “Mundo das calçadas”; polemizou o “Turismo como esperança condicional”; questionou a “Alma do lugar”; analisou a “Civilização urbana” e, o que mais significa para mim a espiritualidade terrena e duradoura de Eduardo: materializou suas “Saudades do futuro”, fazendo paródia e caricatura de sua própria imagem, nas “orelhas” do livro, ao apresentar sua foto de criança, na primeira, e sua caricatura “degenerada”, na última, criativa e zombeteiramente. Esses livros de nosso amigo professor não são obras que se encerram em si e com ele, trazem sua angústia e astúcia permanentes, diante do descaso público com as cidades e com o território e, concomitantemente, nos obrigam a seguir a reflexão, em um fiel diálogo, pois sua escrita envolve e provoca o leitor.A segunda semana de fevereiro de 2019 iniciou mais triste, com a passagem do nobre amigo Eduardo Yázigi (janeiro e fevereiro do corrente ano inauguraram um período de muitos pesares). Ao mesmo tempo, ameniza esse sentimento cortante da perda do corpo, parar para lembrar, ver, ler e reconhecer que Yázigi segue conosco, mais presente do que nunca, pois dedicou sua vida ao pensamento e, o que é fundamental, à prática do espaço vivido, percebido e concebido, com seu modo sempre inédito, criativo, provocador, provocante, erudito e sarcástico. Brindou-nos com a revisão do “Espaço banal” (por último); divagou sobre o “Mundo das calçadas”; polemizou o “Turismo como esperança condicional”; questionou a “Alma do lugar”; analisou a “Civilização urbana” e, o que mais significa para mim a espiritualidade terrena e duradoura de Eduardo: materializou suas “Saudades do futuro”, fazendo paródia e caricatura de sua própria imagem, nas “orelhas” do livro, ao apresentar sua foto de criança, na primeira, e sua caricatura “degenerada”, na última, criativa e zombeteiramente. Esses livros de nosso amigo professor não são obras que se encerram em si e com ele, trazem sua angústia e astúcia permanentes, diante do descaso público com as cidades e com o território e, concomitantemente, nos obrigam a seguir a reflexão, em um fiel diálogo, pois sua escrita envolve e provoca o leitor

    Brasília e áreas protegidas do cerrado : gestão do patrimônio mundial no Brasil central

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    O debate sobre os patrimônios cultural e natural ganha escopo em diferentes campos do saber, sob específicos prismas teoricometodológicos. Neste artigo, os autores do presente trabalho partem do pressuposto de que a ressignificação da cultura e da natureza transforma os territórios e reproduz as paisagens, o que pode rebater, direta e distintamente, nas condições de vida no campo e na cidade. Para verificar essa lógica no Brasil, o objetivo principal do trabalho é traçar o panorama recente da gestão e da conservação de dois bens chancelados como patrimônios da humanidade, no Centro-Oeste do país: Áreas Protegidas do Cerrado e Brasília. _________________________________________________________________________________ ABSTRACTThe debate about the cultural and natural heritage wins scope in different fields of knowledge, under specific prisms theoretical and methodological. In this article, the authors of the present study start from the assumption that the redefinition of culture and nature transforms the territories and reproduces the landscapes, which can bounce directly and distinctly, into the living conditions in the countryside and in the city. To verify this logic in Brazil, the main objective is to trace the recent overview of the management and conservation of two areas indicates as World Heritage sites in the Midwest of the Brazil: the Savanna Protected Areas and Brasilia

    Editorial e Homenagem à Profa. Cléria Botelho da Costa

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    Editorial e Homenagem à Profa. Cléria Botelho da Costa
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