3,682 research outputs found

    Territorial marketing in Parque das Nações: diagnosis of the resident population in Centieira Street

    Get PDF
    The cities or territories must from a diagnosis of its characteristics to identify the cities with which they compete and examine the type of consumers interested in the attributesthat the city can offer (Franco, 2011). In a City Marketing perspective and sustainability of the territory of Parque das Nações parish in Lisbon, where World Exposition EXPO 98 took place, there is a street with historic features, with needs to be rehabilitate and that was added in the new parish of Parque das Nações, created in November 2012. This paper aims to make the population of the Centieira Street diagnosis, their characteristics, their sense of belonging (Azevedo, Magalhães and Pereira, 2010) and what they want to see future designed at this location: namely, to recover the historical perspective and keep a typical street of old Lisbon at Parque das Nações, or rebuild, similar to what happened in the modernized area of Parque das Nações. At an urban marketing level, actions must be designed so that there is a common thread, and in which the objective is to promote the territory internally and externally (Franco, 2011). For these stages go through, there is an initial work that this paper sets out to achieve.As cidades ou territórios devem partir de um diagnóstico das suas características, identificar as cidades com as quais competem e examinar o tipo de consumidor interessado nos atributos que a cidade pode oferecer (Franco, 2011). Numa ótica de City Marketing e de sustentabilidade do território da Freguesia do Parque das Nações, em Lisboa, zona que foi palco da exposição mundial EXPO 98 posteriormente edificada com sucesso - existe uma rua com características históricas, com necessidade de ser reabilitada e que foi agregada na nova freguesia do Parque das Nações, criada em Novembro de 2012. Este paper tem como objetivo efetuar o diagnóstico da população da Rua da Centieira, as suas características, o seu sentimento de pertença (Azevedo, Magalhães e Pereira, 2010) e qual o futuro que gostaria de ver projetado neste local: ou seja, recuperar a perspetiva histórica e mantendo uma rua típica de Lisboa Antiga no Parque das Nações ou, reconstruir, à semelhança do que aconteceu na zona modernizada do Parque das Nações. Ao nível do marketing urbano, as ações devem ser projetadas de forma que exista um fio condutor, e em que subsista o objetivo de promover o território interna e externamente (Franco, 2011). Para que este território possa passar por estas fases existe uma, inicial, que este trabalho se propõe conseguir

    Caracterização de Puccinia hemerocallidis causadora do primeiro surto de ferrugem de lírio-de-um-dia na Europa

    Get PDF
    Daylily (Hemerocallis spp.) is an ornamental plant widely used in gardens. Daylily rust, caused by the fungus Puccinia hemerocallidis, has disseminated through all continents only in the 21th century, except in Europe, where it has been considered a quarantine disease by the European Plant Protection Organisation. In Portugal, since November 2015, typical rust symptoms were observed in daylily plants in gardens in Lisbon, Alentejo, Algarve and Madeira, attaining high prevalence, incidence and severity. The causal agent was identified as P. hemerocallidis and the Koch’s postulates were fulfilled. Phylogenetic data suggest that this fungus may have been introduced from North America. Using flow cytometry, the genome size of the P. hemerocallidis populations present in Portugal was estimated to be 345 Mbp (0.3533 pg DNA/1C). For such analysis Rhamnus alaternus was validated as a DNA standard, exhibiting a nuclear content of 0.680 pg DNA/2C. The identification of this disease in diverse locations in Portugal represents a threat to European breeding and nursery industries, since there are the appropriate conditions for inoculum maintenance and propagation from Portugal to the rest of Europeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Hydraulic jumps and stilling basins

    Get PDF
    A hydraulic jump is a rapid transition from a high-velocity open channel flow to a slower fluvial motion. It is commonly experienced in streams and rivers, in industrial channels, during manufacturing processes and downstream of dam spillways. The air is entrapped at the jump toe that is a discontinuity between the impinging flow and the roller. The impingement perimeter is a source of vorticity. The air-water shear layer is characterised by a transfer of momentum from the high-velocity jet flow to the recirculation region above, as well as by an advective diffusion of entrained air bubbles. Herein the theoretical and experimental modelling of hydraulic jumps is presented with a focus on the two-phase flow properties. Later the hydraulic design of hydraulic jump stilling basin is developed and prototype experiences are discussed

    Qualidade das narrativas produzidas em contexto diádico por crianças na idade pré-escolar : impacto do "scaffolding" verbal materno

    Get PDF
    Dissertação de mestrado integrado em Psicologia (área de especialização em Psicologia Clínica)É através da construção de narrativas que as crianças tentam atribuir sentido e coerência ao mundo que as rodeia. Este processo de significação da experiência desenvolve-se em interacção com os outros, nomeadamente com as figuras parentais. O scaffolding materno, em particular, assume um papel importante no desenvolvimento das capacidades narrativas da criança, as quais emergem por volta dos 3 anos de idade. Com base neste pressuposto teórico, o principal objectivo deste trabalho é compreender qual o contributo do scaffolding verbal materno na construção narrativa da criança em idade pré-escolar, ao nível da coerência estrutural. O estudo foi realizado mediante uma tarefa de elicitação de narrativas orais através de um livro composto exclusivamente por imagens, intitulado “Frog, where are you?” (Mayer, 1979). Nesta tarefa participaram 41 crianças (24 do sexo masculino, 58.5%) com 4 anos de idade e respectivas mães. As narrativas foram vídeogravadas e posteriormente transcritas, analisadas e codificadas segundo: a) o Manual de Avaliação da Coerência Estrutural Narrativa (Gonçalves, Henriques, & Cardoso, 2006) e b) a Grelha de Cotação de Comportamentos Verbais do Adulto Promotores da Narrativa nas Crianças em Idade Pré-escolar (instrumento desenvolvido no âmbito do presente estudo). De acordo com os resultados obtidos, os comportamentos verbais que dirigem a atenção e o interesse da criança para o livro correlacionam-se negativamente com as subdimensões sequência estrutural e comprometimento avaliativo, e marginalmente com a orientação e integração narrativa. O recurso a questões específicas e a verbalizações que direccionam o discurso da criança para determinados pontos da história também está correlacionado negativamente com a sequência estrutural e, de forma marginalmente significativa, com a integração. Não foi encontrada associação entre a utilização de exemplos e de pedidos de confirmação ou o uso de questões abertas e fechadas com incentivo ao discurso, com as diferentes sub-dimensões. Relativamente ao modo como a mãe orienta a construção narrativa, verificou-se que um nível reduzido de intrusividade e, por outro lado, um nível elevado de sensibilidade e mudança estão associados a uma elevada coerência estrutural narrativa. Os resultados deste estudo apontam para a importância de se considerar no estudo do scaffolding verbal não só o tipo de comportamentos verbais utilizados pela mãe, mas também o modo como estes são introduzidos e guiam a construção narrativa da criança, dadas as repercussões observadas ao nível da coerência estrutural narrativa.It is through the construction of narratives that children try to attribute sense and coherence to their world. This process, that allows to attribute meaning to the experience, occurs in interaction with others, namely with the parental figures. Maternal scaffolding, in particular, assumes an important role in the development of children’s narrative skills, which emerges around the age of 3. Based on this theoretical assumption, the main goal of this research is to understand the contribution of maternal verbal scaffolding in preschoolers’ narrative construction, at the level of narrative structural coherence. This study was elaborated based on an oral narrative elicitation task through a picture book named “Frog, where are you?” (Mayer, 1979). In this task, participated 41 children (24 boys, 58.5%) aged 4 years and their mothers. All narratives were transcribed, and subsequently analyzed and coded using a) the Narrative Structure and Coherence Evaluation Manual (Gonçalves, Henriques, & Cardoso, 2006) and b) the Coding System of adult´s verbal behaviors used to promote preschoolers´ narrative (instrument designed in the context of the current study). The results showed a negative correlation between the verbal behavior that direct children’s attention and interest to the book and the structural sequence and evaluative commitment sub dimensions, and a marginally significant result relative to orientation and integration; the use of specific questions and verbalizations that direct children’s discourse to certain issues of the story is also negatively correlated with structural sequence and marginality correlated to integration; no association was found between the use of examples and confirmation requests, as well as the use of open and close questions and discourse encouragements, with all different sub dimensions. Relatively to how the mother guides the narrative construction, it was found that a low level of intrusiveness, on the one hand, and a high level of sensibility and change, on the other hand, are associated with a high narrative structural coherence. The results of this study appoint to the importance of consider in verbal scaffolding study not only the type of verbal behaviors used by the mother, but also how they are introduced and guide the construction of the children’s narratives given the effects observed at the level of narrative structural coherence

    Testing Intra-Industry Trade Between Portugal and Spain [1990-1996]

    Get PDF
    This paper shows how, in the period 1990-1996, economic integration between the two Iberian economies has deepened through intra-industry trade. The enquiry was led at the level of the main forty traded products. In this context, several tests have been made. Our analysis combines first the application of the Grubel and Lloyd index of the main forty products and the marginal intra-industry trade of Brulhart, and Brulhart and Elliot. On the basis of these indexes we defined our criterion for the selection of the competitive cluster of Portugal throughout the period. We have also considered the global intra-industry trade, in nominal and real terms, according to the method of Greenaway et al. In econometric terms we have tried to know which is the relation between the intra-industry trade index and the marginal intra-industry trade at the level of the main forty products, the results however were not unequivocal. The same is true as far as concerns the relation between the intra-industry trade index and the net export position at the level of the same products. Despite the fact that some attempts have been inconclusive, knowledge about Iberian trade has developed in a field essential to its upgrading, and the way is open for further research.intra-industry trade; marginal intra-industry trade; competitive cluster; net export position.

    O PLANO DE MARKETING NA PRODUÇÃO DAS COMPANHIAS DE VINHO EM PORTUGAL

    Get PDF
    The creation of a marketing plan is something that has been studied and brings benefits to companies.The goal of this article transcribes the results of research, conducted on Portuguese wine companies, about the development and implementation of a marketing plan.We researched literature regarding context, benefits and barriers of the marketing plan and questioned the biggest 50 wine producing companies - responsible for 61, 6% of total wine production - in mainland Portugal (2009/2010).65% of respondents did not have a marketing plan: they simply set some goals and tried to react to what happens in the market. The main reasons presented for not having a marketing plan are the lack of available human resources and the lack of a suitable model/template to be applied to the company.The results indicated that the marketing plan is made annually and, the responsible for their implementation are mainly, marketing directors with the approval of top management. The advantages of the marketing plan outlined by the companies are: marketing plan helps to think about what the firm will do in the future, helps to organize the work and to assess and monitorizes the company’s performance. In this study are also listed the main elements that comprise marketing plan and the most important ones for companies - as well as the type of packaging used, the criteria for settingprices, distribution and the most used actions of communication.The method of collect data was done through the creation of a questionnaire online.The study universe is the Portuguese wine companies. The sampling method is not probabilistic. Sample´s method selection is intentional.A criação de um plano de marketing é um aspeto que tem sido estudado e traz benefícios para as empresas.O objetivo deste artigo é transcrever os resultados da pesquisa realizada em empresas vinícolas portuguesas, sobre o desenvolvimento e implementação de um plano de marketing.Foi efetuada a pesquisa da literatura sobre os benefícios e barreiras do plano de marketing e questionadas as 50 maiores empresas produtoras de vinho - responsáveis por 61,6% da produção total de vinho - em Portugal continental (2009/2010).65% dos respondentes não efetuavam um plano de marketing: simplesmente estabeleciam alguns objetivos e tentavam reagir de acordo com o que acontece no mercado.As principais razões apresentadas para não realizar um plano de marketing são a falta de recursos humanos disponíveis e a falta de um modelo adequado / guião para ser aplicado à empresa.Os resultados indicaram que o plano de marketing é feito anualmente e, os responsáveis pela sua implementação são, principalmente, diretores de marketing com a aprovação da alta direção. As vantagens do plano de marketing delineado pelas empresas são: plano de marketing ajuda a pensar sobre o que a empresa fará no futuro, ajuda a organizar o trabalho e avaliar e monitorizar o desempenho da empresa. Neste estudo estão também listados os principais elementos que compõem o plano de marketing e os mais importantes para as empresas -, bem como o tipo de embalagem utilizada, os critérios de fixação de preços, distribuição e as ações mais utilizadas de comunicação.O método de recolha de dados foi feito através da criação de um questionário online.O universo do estudo são as empresas vitivinícolas portuguesas. O método de amostragem é não probabilístico. A seleção do método de amostra é intencional

    Women’s freedom of movement : from walking to solo travel narratives

    Get PDF
    Being alone, going solo, getting out of the house, and traveling have always been situations and activities not traditionally attributed to women. According to many cultures, women have a role to fulfil in society and that is to take care of the house, to have children and to fall into a social construed role of femininity. When women decide to travel solo there are usually three questions/statements that surface: 1- Are you are going alone?; 2- Aren’t you afraid of going alone?; 3- You are so brave for doing it alone. Three main elements can be highlighted from these sentences: alone, afraid and brave. Why are these associated with women traveling? The fact is they are associated to almost every element of women’s lives, but they are almost the main elements associated to female travel writing from the start. When reading accounts from a century ago, or even more, one wonders how they were able to travel, if even nowadays it continues to be difficult. This wondering also presents the inherent problematic: we think it is strange for women to be able to do certain things and that there is, or should be, a fear attached to such activity. We also acknowledge this fear is greater for women because it has more parts to it than if it were men travelling. This dissertation will analyse these three main elements, question them and try to find their roots and how they still apply nowadays, taking into consideration society and cultural views as well as female travel writing accounts and the present-day state of it. It will start from small (cities and places known to women), to media representation and cultural ideals (mainly of female imagery), and afterwards, with solo travel regarding who gets to tell the story and where are women’s travel accounts in order to analyse women’s freedom of movement from walking solo to travel narratives.Aquando da leitura da narrativa de viagens femininas deparamo-nos com três perguntas ou observações, afirmações dirigidas às mulheres, se vão sozinhas, se não têm medo e que são corajosas por o fazerem. Nem sempre estas mulheres possuem estes três elementos, mas estes fazem parte da sua vida. Estes três elementos permitem criar uma base teórica para explorar a liberdade de movimento das mulheres com base nestes testemunhos e análise dos mesmos a nível social e cultural. Procura-se também responder à questão do porquê de se colocar esta pressão sobre mulheres, o que leva a isto estar associado às mulheres e de como o medo é associado às mulheres como se fosse nato. Em 1995, Cheryl Strayed percorreu 1770 quilómetros através do PCT (Pacific Crest Trail) nos Estados Unidos (e que tem 4285 quilómetros), sozinha. Desta viagem nasceu o livro de memórias de viagem Livre: Uma História de Autodescoberta, Sobrevivência e Coragem (2012), no qual a autora aborda abertamente vários temas e há um que se destaca mais: o medo. Ao longo da narrativa, a sua relação com o medo transforma-se, ela encontra formas de lidar com ele, tal como cantar e dizer para ela própria “Não tenho medo” (2012). Outras narrativas de viagem no feminino apresentam uma relação similar com vários temas que parecem ser diferentes da imagem externa, aquela que a sociedade e a cultura têm em relação às mulheres. As narrativas de viagem de mulheres a solo apresentam uma oportunidade de entrarmos no seu mundo no qual parece não haver temas tabu a ser discutidos. No entanto, não só através das críticas e de análises, mas também dentro das narrativas e vivências, das outras pessoas que as viajantes encontram ao longo do caminho, é-nos apresentada uma versão diferente, ou uma paralela que coexiste. Tendo em conta a realidade atual relativamente às notícias de muitas mulheres que são mortas ao circularem pelas ruas, sendo a razão da sua morte apenas serem mulheres, e o crescimento da culpabilização da vítima que continua a existir, esta dissertação nasce destes dois pontos de encontro da liberdade de movimento das mulheres enquanto viajam e do medo, tudo o que está relacionado com esta liberdade de movimento desde andar pelas ruas até a estarem em comunhão com a natureza e a viajarem para diferentes países, tendo em mente o ideal do que as mulheres devem ou não ser, tal como a ideia de que devem ficar em casa, serem invisíveis e outros; com este medo que é incutido nas mulheres desde que nascem e com a análise do porquê de isso acontecer, de onde vem e como influencia esta liberdade. Assim, conclui-se com este trabalho que a liberdade de movimento das mulheres enquanto viajam está dependente da definição de liberdade que é concebida para elas, os perigos que enfrentam e a sua própria vontade de viajar e de se movimentarem apesar de tudo isto. As três questões/afirmações colocadas como base desta dissertação não só expõem o que as mulheres vivenciam, mas são também uma resposta em si mesmas, ao providenciarem os ideais e preconceitos que escondem das sociedades e das culturas. Ao se perguntar a uma mulher se esta não tem medo de viajar sozinha ou de estar sozinha, as pessoas estão a presumir que há algo de anormal no facto de as mulheres estarem sozinhas e dão a entender e admitem que pode haver perigo. Na verdade, a ideia é de que é perigoso para as mulheres estarem sozinhas, e esta é em si a resposta, não só porque mulheres e homens enfrentam os mesmos medos e perigos, mas as mulheres carregam consigo o medo sexualizado, o risco de violência sexual e de serem violadas. Reduzir o estar sozinha a isto desumaniza as mulheres e retira-lhes o poder das mãos, constrói uma imagem que é continuamente perpetuada, a de que as mulheres são seres indefesos que requerem proteção (de um homem) (DeRoche, 2017). Além disso, a culpabilização da vítima que daí advém é um conhecimento geral de que existe algo de perigoso para as mulheres que andam sozinhas, então, se algo acontecer, a culpa será delas. O peso do medo dirigido às mulheres também é visto como sinónimo do que é ser mulher. Se as mulheres não tiverem medo significa que há algo de errado com elas, e isto é, novamente, uma resposta à questão e também a aceitação de que alguém irá atacar as mulheres, portanto, elas têm razão para ter medo. E, se nada acontecer, foi porque tiveram sorte. A coragem é a resposta às mulheres que se aventuram e seguem a sua vontade e desejo de viajar, mesmo quando não carregam medo consigo ou se questionam quanto ao espaço que ocupam. De facto, uma das respostas na luta pelo seu lugar nas ruas está no viajar a solo e na publicação das suas narrativas de viagem está no ocupar espaço, tal como Lauren Elkin coloca, estabelecendo assim os seus próprios termos. Na sociedade, as mulheres estarem e viajarem sozinhas é mal recebido ou percecionado devido a ideais preconceituosos que existem há milénios e que têm sido adaptados ao longo dos anos. Um deles é de como uma mulher andar sozinha é percecionado; nas ruas é vista como prostituta, daí o termo “mulher da rua”; na natureza é como outro animal que é caçado, faltando-lhe a proteção da figura feminina da Mãe Natureza. De acordo com Rebecca Solnit, o caminhar das mulheres é construído como uma atuação em vez de um meio de deslocação, e isto implica que elas caminham não para ver, mas para serem vista por uma audiência masculina, ou seja, estando a pedir qualquer atenção que recebam (Solnit, 2017). É possível afirmar que a marginalização das narrativas de viagem das mulheres através da comparação destas às dos homens e a ideia de que a escrita de viagens é um género literário masculino deve-se à perceção e à receção dos seus trabalhos porque uma mulher não pode controlar como o seu trabalho é lido pelo público com noções essencialistas de género (Bird, 2015) que se devem ao determinismo binário e social (speaking, 2017). Tal como Carrie speaking denota, o problema da escrita de viagens das mulheres não está na forma como escrevem, mas no sexismo sistémico. Sara Mills afirma que a grande diferença é a forma como são julgadas e processadas (2006). A escrita das mulheres é considerada diferente devido à falta de liberdade imposta pelo género e isso leva ao surgimento de outras formas de liberdade dentro da falta desta (Bassnett, 2002). Quando à marginalização, Strayed observa que as histórias dos homens são vistas como universais e as das mulheres específicas e que o que as mulheres enfrentam é uma batalha para não serem marginalizadas (Friedman, 2018). Quanto às mulheres na Natureza e a verem as suas histórias publicadas ou retratadas em filmes, uma das conclusões alcançadas é que as mulheres não são gostadas e que as mulheres que viajam violam as nossas expectativas de como uma mulher se deve comportar na natureza (Friedman, 2018). Ao se afastarem destas expectativas e da agradabilidade, as mulheres são castigadas com a indiferença e depreciação. E se, em cima disto, os homens não leem a escrita feminina e as mulheres são incutidas com crenças patriarcais, a tendência é a de pôr de parte o trabalho das mulheres logo à partida e de ter em conta suposições. A restrição das mulheres e o serem julgadas pela agradabilidade também advém de como não é possível controlá-las da mesma forma quando estas viajam e de como, quando elas escrevem sobre o que sentem, estão a ter controlo sobre as suas vidas, o que leva ao medo em relação às mulheres porque elas mostram não ser o que se espera delas (Bravermen, 2017). Uma mulher sem medo não é controlável nos moldes atuais, uma mulher que não é possível prever torna-se perigosa aos olhos dos demais. O que também ficamos a saber é que as mulheres não são gostadas quando são independentes. Ao fazerem o que é considerado masculino tornam-se transgressoras. Uma das formas de combater a discriminação dentro da escrita de viagens seria abrir a definição desta à diversidade de razões por que as pessoas viajam e não à ideia do que é a forma correta de viajar. Concluindo, é possível afirmar que a liberdade está relacionada com a falta de constrições, com o poder fazer o que se quer ou deseja sem a interferência de outros, por conseguinte, de acordo com estes conceitos e com as imposições das sociedades, as mulheres não têm liberdade de movimento. Ao mesmo tempo, as mulheres têm liberdade de movimento porque continuam a avançar e a viajar, não obstante, tal como o fizeram durante séculos

    Editorial

    Get PDF
    corecore