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Body memory and hypochondria: an ever present archaic experience?
L’objectif de cet article est d’analyser le caractère unique de la dimension de la mémoire dans l’hypocondrie. La détresse corporelle caractéristique est l’un des modes les plus archaïques du vécu de l’expérience de la mort, qui se reflète dans la matérialité et l’immédiateté du corps. Dans l’ hypocondrie, le caractère de persécution qui se concentre sur le corps du sujet implique une « mise à jour » dans le sens d’un retour démoniaque du même, un vécu traumatique primaire. Le danger imminent de mort, présenté par la maladie grave dont ces sujets sont convaincus qu’ils ont été touchés exprime la percepcion continué qu’ils ont de ses états de corps. Ceci résulte de la permanence dans la vie psychique d’un temps présentifié, temps de l’archaïque, plus proche du champs de la perception. Ainsi, le moi met à jour son mode d’existance le plus primordial et fondamental, tout en se protégeant, paradoxalement, des effets traumatisants.The aim of this article is to analyze the uniqueness of the dimension of memory in hypochondria. Its characteristic body distress is one of the most archaic modes of death experience, projecting itself into the concrete and into the immediate of the body. In hypochondria, the persecutory character that affects the subject’s body implies an “updating” in the sense of a devilish return of the same, a primary traumatic experience. The imminent danger of death, presented by the serious illness these subjects are convinced to have been affected by, expresses the continuing perception they have of body states. This comes from how long the time made present, an archaic time, stayed in the psychic life, closer to the level of perception. Thus, the ego updates its most basic and primordial mode of existing, paradoxically protecting itself from the effects of trauma.El objetivo de este trabajo fue analizar la singularidad de la dimensión de la memoria en la hipocondría. La angustia corporal que es su característica es uno de los modos más arcaicos de la experiencia demuerte, que se proyecta en la concretud y en el inmediato del cuerpo. En la hipocondría, el carácter persecutorio que incide en el cuerpo del sujeto implica una “actualización”, en el sentido de un retorno demoníaco de lo mismo, un vivido traumático primario. El riesgo inminente de muerte, presentado por la enfermedad grave que estos sujetos están convencidos de que les afectan, expresa la continua percepción que tienen de sus estados corporales. Esto resulta la permanencia en la vida psíquica de un tiempo presentificado, tiempo del arcaico, más cerca del registro de la percepción. Así, el ego actualiza su modo de vida más básico y primordial, mientras paradójicamente protege a sí mismo de los efectos del trauma.O objetivo deste artigo é analisar a singularidade da dimensão de memória na hipocondria. A angústia corporal que lhe é característica constitui um dos modos mais arcaicos de vivência da experiência de morte, projetando-se na concretude e no imediato do corpo. Na hipocondria, o caráter persecutório que incide sobre o corpo do sujeito implica uma “atualização” no sentido de um retorno demoníaco do mesmo, de um vivido traumático primordial. O perigo iminente de morte, apresentado pela doença grave da qual esses sujeitos estão convencidos de terem sido acometidos, expressa a contínua percepção que eles têm dos estados do corpo. Isso resulta da permanência na vida psíquica de um tempo presentificado, tempo do arcaico, mais próximo do registro da percepção. Desse modo, o ego atualiza seu modo de existência mais elementar e primordial, protegendo-se, paradoxalmente, dos efeitos do traumático
Freud e a arte: uma postura estética
O artigo desenvolve a hipótese de que haveria no discurso freudiano sobre a criatividade artística a presença de uma postura estética subentendida no próprio encontro de Freud com as obras de arte de seu tempo. O argumento expõe alguns dados históricos sobre o panorama artístico da época; algumas referências do arquivo epistolar do autor; e um recorte da metapsicologia. Sugerimos que o trilho da estética possibilitou a emergência do emblemático texto O estranho, em 1919, que antecede a formalização da segunda tópica. O artigo consiste numa adaptação da primeira parte de uma tese que versa sobre o aspecto estranho e regressivo da criação artística – inscrito, portanto, numa dimensão além do princípio do prazer – de modo que o discurso que articula a arte ao sonho, o devaneio e a brincadeira é aqui apresentado como base, portanto, de uma estranheza esteticamente marcada na obra freudiana
A ferocidade da culpa na neurose obsessiva: do desamparo à angústia moral
O objetivo deste artigo é investigar uma das vertentes mais relevantes da neurose obsessiva, a problemática moral. Isso se deve à importância que o sentimento de culpa adquire nessa patologia, expresso por meio de autoacusações. Nossa investigação centrar-se-á principalmente na questão do sentimento de culpa a partir da relação entre as instâncias do ego e do superego. Realizaremos uma elaboração teórica desta questão por meio de uma análise crítica da bibliografia consultada, segundo um modelo metodológico de tipo qualitativo. Procuraremos mostrar que a violência do superego, característica da neurose obsessiva, não está atrelada, de forma prioritária, à questão da lei, no sentido da moralidade. Examinaremos os aspectos essenciais que embasam a instauração do sentimento de culpa nessa modalidade de neurose, levando em conta a dinâmica pulsional subjacente. Visando demonstrar a ação de uma dimensão de violência psíquica na neurose obsessiva, analisaremos as determinações da violência do sentimento de culpa, considerando os aspectos tópicos, dinâmicos e econômicos envolvidos. O superego ataca o ego de maneira implacável, colocando-o em uma posição de passividade. Na tentativa de superá-la, o ego responde a esse ataque pela convocação de uma moral categórica
“Sua Majestade, o perverso”: domínio e onipotência nas perversões
Este artigo pretende explorar as bases narcísicas da perversão para mostrar que a problemática perversa tem em seu fundamento um ego narcisicamente ferido, que precisa manter-se ilusoriamente unificado, afirmandose em sua onipotência infantil. Na base do funcionamento narcísico dos sujeitos perversos, reside um objeto interno “indomável”, de modo que toda manobra do perverso se configura como movimento extremo para dominálo e exercer o controle onipotente sobre ele. Diante da impossibilidade de se dominar internamente este objeto “encravado”, o sujeito acaba por tentar exercer o domínio ativo do objeto externo, tornado sua presa, seu cúmplice
Suffering and work in times of pandemic: an enlarged clinical intervention with educators
Com base em um projeto de intervenção social clínica, fundamentado na psicanálise e dirigido ao atendimento de professores do ensino básico da rede municipal do Rio de Janeiro, são analisados neste artigo aspectos envolvidos em sua experiência subjetiva. É priorizada a questão de sua relação com a esfera do trabalho, tendo como foco central as ressonâncias psíquicas do confronto sofrido por eles com a situação da pandemia da Covid-19. Trata-se de abordar seu impacto na rotina das atividades de trabalho desses sujeitos, na área da Educação, já marcadas pela precariedade social, fonte de vulnerabilidade psíquica. O isolamento social imposto pela pandemia, aliado a outras consequências, evidenciou, e mesmo acentuou esse quadro, objeto de especial atenção na proposta clínica, cujas linhas mestras são brevemente trazidas no texto.Basado en un proyecto de intervención social clínica, apoyado en la psicoanálisis y dirigido a la asistencia a profesores de la enseñanza de la red municipal en Rio de Janeiro, analizamos aspectos envueltos en su experiencia subjetiva. La cuestión de su relación con la esfera del trabajo es priorizada, habiendo como foco central las resonancias psíquicas del confronto que ellos sufren con la situación de la pandemia de Covid-19. Es cuestión de abordar su impacto en la rutina de las actividades de trabajo de esos sujetos, en el área de la Educación, ya marcadas por la precariedad social, fuente de vulnerabilidad psíquica. El aislamiento social impuesto por la pandemia ha evidenciado tal cuadro, objeto de atención en la propuesta clínica, cuyas líneas maestras están brevemente expuestas en el texto.En tenant comme base un projet d’intervention social clinique, en ayant comme fondement la psychanalyse, projet consacré au soin de professeurs de l’enseignement assuré par le reseau municipal de Rio de Janeiro, dans cet article des aspects liés à leur expérience subjective seront analysés. La question de leur relation avec le champs du travail sera privilegiée dont l’axe central sont les ressonances psychiques de la confrontation de ces sujets avec la pandémie du Covid 19. Il s’agit d’aborder son impact sur leur quotidien de travail, dans le champs de l’Education, déjà marqué par la precarité social, source de vulnérabilité psychique. L’isolement social, imposé par la pandémie a evidentié et a aussi acentué ce cadre, objet d’attention dans la proposition clinique dont les grandes lignes sont syntétiquement presentées dans ce texte.Based on a project of social clinical intervention, founded on psychoanalysis and addressed to the assistance of teachers of basic education in the local network in Rio de Janeiro, we examine in this article some features involved in their subjective experience. The issue of their relation to the sphere of work is prioritized, having as a central focus the psychic resonances of the confrontation they endured in the situation of Covid-19 pandemic. It’s a matter of approaching its impact on the routine of work of these individuals in the area of education, already marked by social precariousness, source of psychic vulnerability. The social isolation imposed by the pandemic highlighted and even reinforced such picture, object of attention in the clinical proposition whose guidelines are briefly developed in the text
Rationale, study design, and analysis plan of the Alveolar Recruitment for ARDS Trial (ART): Study protocol for a randomized controlled trial
Background: Acute respiratory distress syndrome (ARDS) is associated with high in-hospital mortality. Alveolar recruitment followed by ventilation at optimal titrated PEEP may reduce ventilator-induced lung injury and improve oxygenation in patients with ARDS, but the effects on mortality and other clinical outcomes remain unknown. This article reports the rationale, study design, and analysis plan of the Alveolar Recruitment for ARDS Trial (ART). Methods/Design: ART is a pragmatic, multicenter, randomized (concealed), controlled trial, which aims to determine if maximum stepwise alveolar recruitment associated with PEEP titration is able to increase 28-day survival in patients with ARDS compared to conventional treatment (ARDSNet strategy). We will enroll adult patients with ARDS of less than 72 h duration. The intervention group will receive an alveolar recruitment maneuver, with stepwise increases of PEEP achieving 45 cmH(2)O and peak pressure of 60 cmH2O, followed by ventilation with optimal PEEP titrated according to the static compliance of the respiratory system. In the control group, mechanical ventilation will follow a conventional protocol (ARDSNet). In both groups, we will use controlled volume mode with low tidal volumes (4 to 6 mL/kg of predicted body weight) and targeting plateau pressure <= 30 cmH2O. The primary outcome is 28-day survival, and the secondary outcomes are: length of ICU stay; length of hospital stay; pneumothorax requiring chest tube during first 7 days; barotrauma during first 7 days; mechanical ventilation-free days from days 1 to 28; ICU, in-hospital, and 6-month survival. ART is an event-guided trial planned to last until 520 events (deaths within 28 days) are observed. These events allow detection of a hazard ratio of 0.75, with 90% power and two-tailed type I error of 5%. All analysis will follow the intention-to-treat principle. Discussion: If the ART strategy with maximum recruitment and PEEP titration improves 28-day survival, this will represent a notable advance to the care of ARDS patients. Conversely, if the ART strategy is similar or inferior to the current evidence-based strategy (ARDSNet), this should also change current practice as many institutions routinely employ recruitment maneuvers and set PEEP levels according to some titration method.Hospital do Coracao (HCor) as part of the Program 'Hospitais de Excelencia a Servico do SUS (PROADI-SUS)'Brazilian Ministry of Healt
Das neuroses atuais às neuroses traumáticas: continuidade e ruptura
Analisamos as vicissitudes da neurose traumática, partindo das contribuições de Freud. Propomos uma linha de continuidade - considerando também os pontos de ruptura - entre as neuroses traumáticas e as neuroses atuais, a partir de uma releitura da dimensão de "atual" em Freud, articulada com a de compulsão à repetição. Ampliamos a compreensão das neuroses traumáticas por meio da ideia da formação de enclaves no espaço psíquico, exterioridade interna radical que tende a se fazer sempre atual por sua repetição compulsiva