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    Melhoria da qualidade assistencial de pacientes no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde

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    O tratamento cirúrgico da obesidade tem sido reconhecido pela sua efetividade, tanto na redução do excesso de peso quanto na melhora ou remissão das comorbidades associadas. No entanto, a demanda é maior do que a oferta, com filas de espera para cirurgia de até cinco anos. Além disso, os centros de referência de cirurgia bariátrica do Sistema Único de Saúde (SUS) adotam diferentes protocolos de acompanhamento e de reposição de micronutrientes, sem evidências claras de efetividade. Esta tese é composta de três estudos originais. O objetivo do primeiro estudo foi desenvolver e validar um escore clínico de gravidade para a organização da fila de espera dos pacientes submetidos à derivação gastrojejunal em Y-de-Roux (DGYR) no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) por meio da identificação de características pré-operatórias que pudessem predizer o sucesso um ano após a cirurgia. Foram incluídos 461 pacientes submetidos à DGYR entre 2010 e 2017. O sucesso da cirurgia foi definido como a soma de cinco variáveis avaliadas no pré-operatório e um ano após o procedimento: perda do excesso de peso, necessidade do uso de pressão positiva contínua (CPAP) ou pressão positiva em dois níveis nas vias áreas (BiPAP), número diário de antidiabéticos orais e/ou insulina, número diário de antihipertensivos e mortalidade por todas as causas. Os objetivos do segundo estudo foram: (1) construir um indicador de sucesso ponderado considerando o escore de gravidade obtido no primeiro estudo, o índice de massa corporal (IMC) pré-operatório e o tempo de espera na fila para o procedimento; (2) comparar este indicador de sucesso ponderado a três estratégias de priorização de candidatos à cirurgia bariátrica: a) disciplina first in, first out (FIFO), em que o primeiro paciente a ser operado é aquele que espera mais tempo na fila; b) IMC (kg/m²), em que os indivíduos são organizados em ordem decrescente de acordo com o seu IMC pré-operatório e c) escore clínico de gravidade não ponderado. Este estudo de coorte incluiu 162 pacientes em lista de espera para a DGYR no HCPA, além da amostra anterior de 461 pacientes submetidos à cirurgia. O terceiro estudo avaliou o impacto da implantação de um protocolo padronizado e pragmático de cuidados pós-operatórios na adesão aos cuidados, na incidência de deficiências de vitaminas e minerais e na qualidade de vida no primeiro ano após a DGYR. Este estudo comparou uma coorte retrospectiva (n=70) de pacientes submetidos à DGYR entre 2017 e 2018 que receberam assistência conforme protocolo institucional vigente a uma coorte prospectiva (n=70) de pacientes submetidos à DGYR entre 2018 e 2019 que receberam assistência conforme protocolo padronizado. O protocolo padronizado incluiu calendário pré-agendado de consultas no mesmo dia com a equipe multidisciplinar e de exames laboratoriais, acompanhamento telefônico sistemático e suplementação de vitaminas e minerais fornecida gratuitamente durante o primeiro ano após a cirurgia (multivitamínico oral diário, carbonato de cálcio oral diário, vitamina D3 oral semanal e complexo de vitamina B injetável de acordo com os níveis séricos de vitamina). No primeiro estudo, os preditores pré-operatórios de sucesso após a cirurgia bariátrica encontrados foram menor idade, presença de doença hepática gordurosa não alcoólica, presença de síndrome da apneia obstrutiva do sono, maior tempo de uso de CPAP/BiPAP, história negativa de doença cardiovascular e menor número de antihipertensivos. No segundo estudo, a aplicação do indicador de sucesso ponderado demonstrou que 42,6%, 53% e 4,3% dos pacientes elegíveis teriam a sua cirurgia antecipada, adiada ou inalterada, respectivamente, em relação à regra FIFO. Notavelmente, pacientes com maior número de comorbidades preexistentes teriam sua cirurgia antecipada. No terceiro estudo, os pacientes submetidos ao protocolo padronizado de cuidados apresentaram maior adesão ao acompanhamento pós-operatório (96,9% vs. 81,7%, p = .003), maior número de consultas realizadas (11,3 ± 1,7) vs. 7,1 ± 2,1, p < .001) e menor incidência de deficiência de vitamina D aos 3, 6 e 12 meses (p < .001). Ademais, o grupo que recebeu o protocolo padrozinado apresentou escores mais altos no questionário de avaliação de qualidade de vida nos domínios estado geral de saúde (p < .001) e aspectos sociais (p = .004) aos 12 meses. Os resultados dessa tese demonstram que o indicador ponderado de prioridade proposto beneficia claramente os pacientes com maior número de comorbidades preexistentes e pode contribuir para a priorização de pacientes em espera para a cirurga com maior indicação para o procedimento. Já a incorporação de um procoloco padronizado pragmático levou a maior adesão aos cuidados pós-operatórios contribuindo para o aumento da qualidade de vida

    Cirurgia para tratamento da obesidade mórbida: princípios básicos

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    A obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de gordura corporal. Esse acúmulo ocorre quando a oferta de calorias é constantemente maior que o gasto de energia corporal e resulta frequentemente em sérios prejuízos à saúde.  Atualmente, atinge 600 milhões de pessoas no mundo, 30 milhões somente no Brasil. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) projetam um cenário ainda pior para os próximos anos. Estima-se que, em 2015, existirão 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de obesos no mundo inteiro. Com o aumento do uso de procedimentos cirúrgicos como opções de tratamento para obesidade mórbida, o conhecimento da cirurgia bariátrica se tornou essencial. Durante a última década, o número de procedimentos bariátricos aumentou e os refinamentos desses procedimentos fizeram-nos mais seguros e mais eficazes. Todos os médicos devem saber como identificar candidatos adequados e estar familiarizados com os procedimentos cirúrgicos disponíveis, cientes de possíveis complicações e benefícios. A cirurgia bariátrica reúne técnicas com respaldo científico, destinadas ao tratamento da obesidade morbida e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. O objetivo deste artigo de revisão é analisar os dados da literatura acerca do tratamento da obesidade mórbida, mostrando que a cirurgia bariátrica vem se tornando o tratamento padrão para o controle dessa epidemia

    Accuracy of ultrasound diagnosis of nonalcoholic fatty liver disease in patients with classes II and III obesity : a pathological image study

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    Liver biopsy is the gold standard method to diagnose nonalcoholic fatty liver disease (NAFLD). However, ultrasound is widely recommended as the first-line imaging test for individuals with suspected NAFLD. This study aimed to estimate the accuracy of ultrasound as a screening test for NAFLD compared to liver biopsy in a cohort of patients with class II and III obesity undergoing bariatric surgery. This retrospective study included patients undergoing Roux-en-Y gastric bypass in southern Brazil between 2010 and 2019 who were screened for NAFLD with both ultrasound and liver biopsy. All samples were collected by a core biopsy needle and were analyzed by the same pathologist. Sensitivity, specificity, and positive and negative predictive values of ultrasound were estimated. The final database included 227 patients, mostly female (84%) and white (83.6%), with a mean age of 42.5 ± 10.2 years and a mean preoperative body mass index of 49.5 ± 8.4 kg/m2. A total of 153 subjects (67.4%) were diagnosed with NAFLD through liver biopsies: 41 (18%) had fatty liver and 112 (49.3%) had nonalcoholic steatohepatitis. Ultrasound sensitivity was 88.9% and specificity was 44.6%. Positive and negative predictive values were 76.8% and 66.0%, respectively. Positive likelihood ratio was 1.6 (95% CI 1.30–1.98), and negative likelihood ratio was 0.25 (95% CI 0.15–0.42). Therefore, approximately three every four subjects with an ultrasound suggesting NAFLD were true positives. Ultrasound showed a good sensitivity in detecting NAFLD in patients with class II and III obesity

    Cirurgia para tratamento da obesidade mórbida: princípios básicos

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    A obesidade é uma doença caracterizada pelo excesso de gordura corporal. Esse acúmulo ocorre quando a oferta de calorias é constantemente maior que o gasto de energia corporal e resulta frequentemente em sérios prejuízos à saúde.  Atualmente, atinge 600 milhões de pessoas no mundo, 30 milhões somente no Brasil. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) projetam um cenário ainda pior para os próximos anos. Estima-se que, em 2015, existirão 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e 700 milhões de obesos no mundo inteiro. Com o aumento do uso de procedimentos cirúrgicos como opções de tratamento para obesidade mórbida, o conhecimento da cirurgia bariátrica se tornou essencial. Durante a última década, o número de procedimentos bariátricos aumentou e os refinamentos desses procedimentos fizeram-nos mais seguros e mais eficazes. Todos os médicos devem saber como identificar candidatos adequados e estar familiarizados com os procedimentos cirúrgicos disponíveis, cientes de possíveis complicações e benefícios. A cirurgia bariátrica reúne técnicas com respaldo científico, destinadas ao tratamento da obesidade morbida e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. O objetivo deste artigo de revisão é analisar os dados da literatura acerca do tratamento da obesidade mórbida, mostrando que a cirurgia bariátrica vem se tornando o tratamento padrão para o controle dessa epidemia
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