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Violência por parceiro íntimo e prática educativa materna
OBJETIVO Analisar a associação entre a violência pelo parceiro íntimo contra a mulher e a prática educativa materna direcionada às crianças no início da escolaridade formal. MÉTODOS Estudo transversal, realizado entre 2013 e 2014, com 631 pares mãe/criança, cadastradas na Estratégia de Saúde da Família do Distrito Sanitário II da cidade do Recife, Pernambuco. Integra o estudo de coorte prospectivo delineado para investigar as consequências da exposição à violência pelo parceiro íntimo para a criança que nasceu da gestação que ocorreu entre 2005 e 2006. A prática educativa materna foi avaliada pela escala de conflitos Parent-Child Conflict Tactics Scale e a violência pelo parceiro íntimo por um questionário adaptado do Estudo Multipaíses sobre a Saúde da Mulher e Violência Doméstica da Organização Mundial da Saúde. A violência pelo parceiro íntimo referiu-se aos últimos 12 meses e foi definida por atos concretos de violência psicológica, física e sexual infligidos à mulher pelo parceiro. Foram estimadas as razões de prevalência brutas e ajustadas para a associação estudada, utilizando-se a regressão log-binominal. RESULTADOS A prevalência da violência pelo parceiro íntimo foi de 24,4%, e da prática educativa materna violenta de 93,8%. O uso de disciplina não violenta foi referido por 97,6% das mulheres, coexistindo com estratégias violentas de disciplinamento. As crianças cujas mães relataram violência pelo parceiro íntimo apresentaram maior chance de sofrer agressão psicológica (RP = 2,2; IC95% 1,0–4,7). CONCLUSÕES A violência sofrida pela mãe interfere na educação parental. Os achados demonstram alta prevalência de prática educativa materna que perpassa pela violência, o que aponta para a necessidade de intervenções que minimizem os prejuízos da violência na mulher e na criança.OBJECTIVE The objective of this study is to analyze the association between intimate partner violence against women and maternal educational practice directed to children at the beginning of formal education. METHODS This is a cross-sectional study, carried out between 2013 and 2014, with 631 mother/child pairs, registered in the Family Health Strategy of the Health District II of the city of Recife, State of Pernambuco, Brazil. It integrates a prospective cohort study designed to investigate the consequences of exposure to intimate partner violence in relation to the child who was born between 2005 and 2006. The maternal educational practice has been assessed by the Parent-Child Conflict Tactics Scale and the intimate partner violence by a questionnaire adapted from the Multi-Country Study on Women’s Health and Domestic Violence of the World Health Organization. Intimate partner violence referred to the last 12 months and was defined by specific acts of psychological, physical, and sexual violence inflicted to women by the partner. The crude and adjusted prevalence ratios were estimated for the association studied, using log-binomial regression. RESULTS The prevalence of intimate partner violence was 24.4%, and violent maternal educational practice was 93.8%. The use of non-violent discipline was mentioned by 97.6% of the women, coexisting with violent strategies of discipline. Children whose mothers reported intimate partner violence presented a higher chance of suffering psychological aggression (PR = 2.2; 95%CI 1.0–4.7). CONCLUSIONS The violence suffered by the mother interferes in the parental education. The findings show high prevalence of violent maternal educational practice, pointing to the need for interventions that minimize the damage of violence in women and children
O desenho na expressão de sentimentos em crianças hospitalizadas
O artigo propõe uma reflexão sobre o atendimento psicológico à criança em situação de hospitalização. Aborda o desenho infantil como uma forma de expressão que facilita a comunicação das crianças com a equipe de saúde, principalmente quando as mesmas encontram-se no estágio pré-operacional do desenvolvimento infantil. O presente texto compreende o desenho como um instrumento projetivo que possibilita que a realidade interna da criança seja representada por meio de símbolos. Trabalhos nesta área ampliam as possibilidades de intervenções, contribuindo com aqueles que lidam com crianças em situação de hospitalização, favorecendo a percepção de novas maneiras de se lidar com estes pacientes
Crianças em situação de rua e suas representações sobre lar e família por meio do desenho
Para crianças em situação de rua, este espaço representa um ambiente de socialização e trabalho. Alguns autores salientam que o contexto familiar destas crianças favorece a saída de suas casas. A vulnerabilidade tornou-se um aspecto importante a ser considerado na compreensão de seus vínculos familiares. O presente estudo, de abordagem qualitativo-exploratória, consistiu em investigar as representações de crianças em situação de rua sobre seus lares e famílias mediante a linguagem simbólica do desenho. Participaram dele sete crianças em situação de rua, de ambos os sexos, com idades entre dez e quatorze anos. Foram aplicados dois instrumentos projetivos: o teste do desenho da família e o protocolo para o desenho da casa, referente ao teste House-Tree-Person (HTP). Os resultados apontaram que, para os participantes, o modelo de família não equivale ao modelo nuclear. Apontaram ainda mobilização diante dos desenhos, ambivalência afetiva em relação ao lar e à família e fragilidade nos laços afetivos. Pôde-se inferir que a ida das crianças à rua está relacionada a questões financeiras e afetivas, e que alguns destes aspectos ainda se preservam com a vivência nas ruas
A Comunicação Profissional de Saúde-Usuário(a) na Doença Renal Crônica
A doença renal crônica (DRC) possui caráter irreversível e progressivo, levando a pessoa acometida à terapia renal substitutiva. Nesse contexto, a comunicação entre o/a profissional de saúde e o(a) usuário(a) é essencial, pois poderá viabilizar melhor compreensão da doença e das terapêuticas e a maior apropriação do (auto)cuidado em saúde. O estudo, de natureza qualitativa, teve por objetivo analisar a percepção dos(as) usuários(as) e dos(as) profissionais de saúde do ambulatório de nefrologia de um hospital escola da cidade do Recife acerca da comunicação estabelecida entre eles quanto ao diagnóstico/prognóstico e tratamento da DRC. Responderam a entrevistas semiestruturadas 14 participantes (sete pacientes e sete profissionais). Foi utilizada análise de conteúdo para apreciação dos dados. Os resultados apontaram para dois tipos de comunicação: comunicação-explicação e comunicação-relação, as quais são influenciadas pelos seguintes fatores: sentimentos dos profissionais e dos pacientes, atitudes dos profissionais e dos pacientes, e fatores externos e internos à díade profissional-usuário(a). Conclui-se que existe predomínio de comunicação hierarquizada, ainda que se vislumbrem relações mais horizontais. Portanto, é necessário que profissionais de saúde aprimorarem habilidades para lidar com sentimentos e atitudes presentes na comunicação. Os resultados podem contribuir para a melhoria do processo comunicativo, auxiliando no aperfeiçoamento técnico do(a) profissional de saúde