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    AS VOZES DAS MULHERES DO BOLSA FAMÍLIA EM CAARAPÓ: análise da Reserva Indígena Tey'i kue

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    O presente artigo visa debater o Programa Bolsa Família (PBF), como uma política de Governo, que visa a transferência de renda para superação da pobreza e fome no Brasil, analisando seus objetivos, condicionalidades e impactos diretos e/ou indiretos na população beneficiária. O Programa foi criado em 2003 no Governo Luiz Inácio Lula da Silva. Para tanto, nos debruçamos sobre referenciais bibliográficos que nos conduziram pela compreensão do papel do Estado capitalista, mais precisamente no neoliberalismo, no aprofundamento da riqueza e pobreza e como se constituem historicamente as políticas públicas e sociais, neste modelo econômico e, especificamente o PBF. Abordamos precisamente as responsáveis familiares, que no PBF são preferencialmente as mulheres, normalmente as mães, que passam a ser as responsáveis pelas informações, no momento do cadastramento no Cadastro Único, assumindo também o cartão do benefício. Como estudo de caso, analisamos o município de Caarapó-MS e buscamos compreender o funcionamento do PBF no município, onde a maioria de benefícios pagos destinam-se a população indígena, em maioria absoluta vivendo na Reserva Tei’yí Kue. Assim, foram realizadas entrevistas com mulheres beneficiárias no município de Caarapo-MS, buscando obter a visão das beneficiárias acerca do PBF. Nesse processo, ouvimos suas histórias e conhecemos suas lutas para criar a prole e percebemos, pelos seus dizeres, o papel do PBF, para as diferentes gerações de mulheres pobres com quem dialogamos, em maioria de baixa escolaridade e qualificação, sem oportunidades de trabalhar, que passaram a viver experiências de autonomia e dignidade, pela renda obtida por meio do Programa

    ZICOSUL E A PARADIPLOMACIA NAS FRONTEIRAS DA AMÉRICA DO SUL

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    Criada em 1997, a ZICOSUL (Zona de Integração do Centro-Oeste da América do Sul) constitui uma iniciativa em prol do desenvolvimento regional do subcontinente sul-americano. Composta por governos regionais dos países da região, no Brasil cinco estados fazem parte da Organização. Passadas duas décadas do início da iniciativa a mesma é muito pouco conhecida e difundida na mídia. Nesse sentido, o presente artigo tem o objetivo de analisar a ZICOSUL no âmbito da paradiplomacia em zonas de fronteira do Centro Oeste da América do Sul, área chave para a integração regional do subcontinente. O artigo traz ainda uma análise da paradiplomacia desenvolvida no estado de Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, pautada em análise bibliográfica e documental, sob a ótica das Relações Internacionais e do Desenvolvimento Regional, enriquecida com cartografia temática elaborada pelos autores

    ÑANDE MBARETE! OCUPAÇÕES NO ESPAÇO DE FRONTEIRA

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    Este artigo trata da análise acerca dos processos sociais, econômicos e culturais que englobam as complexas relações fronteiriças, percebidas a partir do trabalho de campo na tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina. Compõem esta análise o acampamento “Linha Oito” (Brasil), o território Maká (Paraguai) e Tekoha Iryapú (Argentina), contemplando suas especificidades e relações oriundas da mobilidade e complexidade presentes na fronteira, temas de importância relevante na discussão tais como: luta pela moradia, direito do lugar como território, a mulher como chefe de família, cultura e identidade, todo este processo permeado por uma constante luta pela dignidade de um povo. Todas estas questões vistas pela ótica do sistema capitalista de produção, que por sua vez é repleto de agruras e preconceitos e extremamente excludente que, como as linhas de um trançado formam um tecido, as características deste sistema se cruzam, e refletem nas situações que propomos refletir. As transformações no território desaguam num constante processo de desterritorialização e reterritorialização, tratando-se tanto do “chão”, do espaço, mas também do indivíduo que constrói a sua identidade em meio a tais transformações, ao mesmo tempo que luta pelas suas convicções, sobrevivência, dignidade e, principalmente, pela manutenção de sua cultura, lugar e valores que são imensuráveis e invendáveis

    AS TRAMAS DO CAPITALISMO ENTRELAÇANDO AS RELAÇÕES FRONTEIRIÇAS

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    O presente texto discute as reflexões obtidas no Trabalho de Campo em um acampamento de luta pela terra localizado na Linha Internacional Brasil-Paraguai, no município de Mundo Novo. Nossas observações partiram de uma metodologia de Campo que buscou diálogo direto com os moradores, buscando compreender a lutas pessoais e coletivas, suas trajetórias/histórias de vida e o seu cotidiano, além das dificuldades enfrentadas nesse território. Durante a pesquisa constatamos uma divisão interna entre as cerca de 60 famílias, relacionadas, principalmente às nacionalidades: brasileira, paraguaia e “brasiguaios”. A instrumentalização da pesquisa através do Trabalho de Campo nos possibilitou a percepção de um espaço complexo, disputado por diferentes forças da sociedade e que tem enfrentado problemáticas internas e externas, para buscar sua resiliência e adquirir a posse de seu lote. Por fim, o campo nos propiciou entender os processos de desigualdade e exclusão enfrentados no acampamento, criando alteridade entre as famílias.
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