ÑANDE MBARETE! OCUPAÇÕES NO ESPAÇO DE FRONTEIRA

Abstract

Este artigo trata da análise acerca dos processos sociais, econômicos e culturais que englobam as complexas relações fronteiriças, percebidas a partir do trabalho de campo na tríplice fronteira Brasil-Paraguai-Argentina. Compõem esta análise o acampamento “Linha Oito” (Brasil), o território Maká (Paraguai) e Tekoha Iryapú (Argentina), contemplando suas especificidades e relações oriundas da mobilidade e complexidade presentes na fronteira, temas de importância relevante na discussão tais como: luta pela moradia, direito do lugar como território, a mulher como chefe de família, cultura e identidade, todo este processo permeado por uma constante luta pela dignidade de um povo. Todas estas questões vistas pela ótica do sistema capitalista de produção, que por sua vez é repleto de agruras e preconceitos e extremamente excludente que, como as linhas de um trançado formam um tecido, as características deste sistema se cruzam, e refletem nas situações que propomos refletir. As transformações no território desaguam num constante processo de desterritorialização e reterritorialização, tratando-se tanto do “chão”, do espaço, mas também do indivíduo que constrói a sua identidade em meio a tais transformações, ao mesmo tempo que luta pelas suas convicções, sobrevivência, dignidade e, principalmente, pela manutenção de sua cultura, lugar e valores que são imensuráveis e invendáveis

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