29 research outputs found

    A atualidade do conceito de semiformação e o renascimento da Bildung

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    Theodor W. Adorno publicou o ensaio “Teoria da semiformação” (Theorie der Halbbildung) em 1959. A partir da publicação deste texto, observou-se sua relevância, sobretudo para que se pudesse compreender a maneira como a indústria cultural determinava a produção de prejuízos significativos no processo formativo. Desde então, a conquista do espírito feita pelo caráter fetichista dos produtos da indústria cultural, sendo esta uma das definições de Adorno sobre o conceito de Halbbildung, impulsionou a realização de muitas pesquisas sobre os danos decorrentes desta conquista na formação. Porém, investigar as atuais características do processo semiformativo não resulta na aplicação direta dos conceitos propostos por Adorno no final da década de 1950. Sendo assim, é preciso que tais conceitos sejam revitalizados por meio da análise das atuais mediações históricas. Seguindo essa linha de raciocínio, o principal objetivo deste artigo é argumentar que a reflexão crítica sobre o modo como a semiformação se renova, na atual sociedade da chamada cultura digital, torna-se fundamental para que se possam elaborar considerações sobre o renascimento da formação (Bildung)

    Professores, tecnologias digitais e a distração concentrada

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    Os estudos das influências das novas tecnologias, presentes tanto na formação docente quanto em sua prática, têm sido objeto de muitas pesquisas na área de educação. Diante desse quadro, tem-se como objetivo investigar o modo como as novas tecnologias modificam a prática docente, principalmente no contexto atual em que predomina a chamada distração concentrada nos processos de ensino e aprendizagem. Parte-se do pressuposto de que refletir sobre as relações entre tais tecnologias, os professores e os processos de ensino e aprendizagem implica considerar a redefinição imagética do professor, bem como dos métodos historicamente empregados para promover a disciplina e a concentração entre os estudantes

    The Chemistry Laboratoratory As Locus Of Formative Experiences

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    O laboratório de Química, em muitas ocasiões, ainda é considerado um espaço onde prevalece a noção de que suas práticas deveriam ser autossuficientes, de tal maneira que sua produção seria descontextualizada em relação às determinações socioculturais que as geraram. Mas e se o próprio laboratório, com especial atenção ao de ensino, fosse identificado como um local onde os estudantes seriam estimulados a relacionar as práticas experimentais com tais características, de modo que o raciocínio crítico sobre tal relação fosse promovido e, portanto, fomentadas experiências formativas? Fundamentados principalmente nos escritos de Theodor Adorno e Walter Benjamin, os autores têm, como principal objetivo e contribuição ao campo, argumentar que o laboratório pode ser caracterizado como lócus de desenvolvimento de experiências formativas por meio da transformação do pensamento e ações sócio-historicamente situadas.1

    Autoridade enfraquecida, violência contra professores e trabalho pedagógico

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    Este artigo tem como objetivo analisar as ligações entre desautorização e violência escolar contra professores em uma instituição de educação básica e identificar seus possíveis efeitos no trabalho docente. Resultou de uma pesquisa com abordagem metodológica mista, delineamento exploratório e formato de estudo de caso. Foi realizada em uma escola pública estadual de ensino médio da cidade de Rio Branco (AC) no ano de 2015. A coleta de dados aconteceu em duas etapas: preliminar (levantamento documental) e principal (entrevista semiestruturada e questionário fechado). Os sujeitos foram 35 professores. A pesquisa procurou compreender a perspectiva dos sujeitos vitimados pela desautorização e pela violência. Os resultados indicam que os professores associam a violência, que dizem sofrer, ao enfraquecimento de sua autoridade, cujas consequências têm afetado diretamenteseu desempenho profissional. Apesar de existir entre os professores um clima de insegurança e medo, ficou evidente que estes não são vítimas diretas de graves violações, mas de microviolências, entretanto, guiados por um imaginário da violência escolar, agem como se assim o fossem. Concluiu-se, portanto, que as falas dos professores sobre a desautorização e o aumento da violência revelam muito mais do que aparentam, simbolizam também uma denúncia da precarização do trabalho docente e do descaso com a educação; expressam, ainda, uma tentativa de significar suas angústias diante da frustração profissional; representam, por fim, um recurso para justificar ou encobrir a desistência psicológica e física do trabalho

    A formação da subjetividade na Idade Mídia

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    In today’s society of the spectacle, the screens are present in all spheres of public and private spaces, in such a way that it becomes possible to characterize the current society as the Media Age. This omnipresence of screens in all social relations determines unprecedented transformations in both the objective and the subjective dimensions. It is no coincidence that it is possible to identify signs of addictive behaviour in relation to audio-visual stimuli continuously produced and consumed through electronic gadgets, with emphasis on the ubiquitous presence of mobile devices. Following this line of reasoning, it becomes increasingly common to intensify anxiety, if someone separates from their cell phone for example. Given this context, the main objective of this article is to reflect critically on the metamorphoses in the subjective dimension present in the so-called Media Age. In order to do so, we will present considerations about the transformations related to the concept of cultural industry in the era of the microelectronic revolution, as well as the analysis of the changes in subjectivity resulting from the reconfiguration of the public and private spheres in times of hegemony of digital technologies. Resumo Na atual sociedade do espetáculo, as telas estão presentes em todas as esferas dos espaços público e privado, de tal maneira que se torna possível caracterizar a sociedade hodierna como a da Idade Mídia. Esta onipresença das telas em todas as relações sociais determina transformações inéditas tanto na dimensão objetiva, quanto na subjetiva. Não por acaso, já é possível identifcar sinais de comportamento de vício em relação aos estímulos audiovisuais continuamente produzidos e consumidos por meio dos gadgets eletrônicos, com destaque para a presença ubíqua dos aparelhos celulares. Seguindo esta linha de raciocínio torna-se cada vez mais comum o recrudescimento da ansiedade, caso alguém se separe de seu celular, por exemplo. Diante de tal contexto, os autores deste artigo têm, como principal objetivo, refletir criticamente sobre as metamorfoses na dimensão subjetiva presentes na chamada Idade Mídia. Para tanto, serão apresentadas considerações sobre as transformações no conceito de indústria cultural na era da revolução microeletrônica, bem como a análise das modifcações na subjetividade decorrentes da reconfiguração das esferas pública e privada em tempos de hegemonia das tecnologias digitais

    O trabalho pedagógico com imagens na contramão do choque imagético

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    A produção e a disseminação das imagens audiovisuais pela indústria cultural tem se fortalecido enormemente em tempos de cultura digital. De fato, as imagens fixas e em movimento adquiriram tamanho poderio e onipotência que a interpretação crítica da palavra impressa, historicamente sedimentada, já não é mais suficiente para se relacionar efetivamente com os produtos culturais e com a construção do conhecimento. Assim, além da leitura reflexiva da palavra, a interpretação crítica da forma com que as imagens são produzidas e do conteúdo que expressam tem se tornado indispensável para o processo educativo e para a compreensão e elaboração de novos conceitos por parte de professores e alunos. Diante desse contexto, o objetivo deste artigo é refletir sobre a produção e o consumo imagético na contemporaneidade tendo como escopo discutir a utilização das imagens fixas e em movimento como possibilidade de trabalho pedagógico em sala de aula.   Palavras-chave: Indústria Cultural; Choque imagético; Prática docente.

    A cultura digital, as TIC e a reconfiguração da relação professor-aluno em Rio Verde - GO

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    Na sociedade da cultura digital, novos desafios se avizinham, pois os papéis de professores e alunos de todos os níveis de ensino estão sendo cada vez mais reformulados em virtude da mediação constante das chamadas tecnologias de informação e comunicação (TIC) dentro e fora das salas de aula. Diante deste quadro, os autores deste artigo têm como objetivo analisar o modo como as estruturas identitárias dos professores da rede pública municipal de Rio Verde-Go são reconfiguradas por meio da utilização da TIC nas relações estabelecidas com seus alunos durante as atividades de ensino a aprendizagem produzidas nos laboratórios de informática das escolas rio-verdenses. Conclui-se que, em tempos da chamada distração concentrada, torna-se fundamental o papel do professor como mediador de relações conceituais com o objetivo de que o uso das TIC não se limite ao seu aspecto instrumental, mas sim contribua efetivamente para o desenvolvimento do processo formativo

    UNIVERSIDADE E FORMAÇÃO NA ERA DA CULTURA DIGITAL

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    RESUMO O artigo analisa os desafios decorrentes do crescente predomínio da visão neoliberal e da funcionalização da educação no contexto da cultura digital e suas implicações na concepção de formação universitária. O desenvolvimento do texto envolve três tópicos: o primeiro analisa a funcionalização da educação no contexto da cultura digital, o segundo apresenta alguns resultados do avanço da mediação digital na formação universitária e reflete sobre eles, e o terceiro avalia os desafios éticos da formação diante do avanço do tecnopoder e da indústria cultural digital. Concluiu-se que, perante a instrumentalização da razão e da formação, é preciso prevalecer o princípio da responsabilidade, fazendo com que todo o conhecimento produzido tenha como objetivos primeiros afastar os riscos à vida e arrefecer as desigualdades entre as pessoas

    A FORMAÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO DA INTERNET DAS COISAS

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    RESUMO: A Internet das Coisas tem revolucionado a forma de produção e reprodução do conhecimento. Trata-se de um tipo de interface comunicacional entre humanos, máquinas e objetos que, ao fundir os mundos material e informacional, suscita as seguintes questões: (1) a possibilidade de obtenção imediata de quaisquer informações implicaria na produção do pensamento crítico, em uma espécie de relação causa-efeito?; (2) se é possível acessar as informações em quaisquer tempo e espaço, quais seriam as transformações decorrentes no processo formativo dos alunos e dos professores? Justamente essas questões motivaram os autores do artigo a elaborar o seguinte objetivo: refletir criticamente sobre a revitalização do conceito de formação (Bildung ) na temporalidade e localidade da Internet das Coisas
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