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A transmissão vertical do vírus SARS-CoV-2: uma revisão de literatura
A pandemia da Covid-19, causada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave, tipo 2 (SARS-CoV-2), declarada no início de 2020, trouxe consigo novos desafios à ciência e um deles foi a pergunta acerca da transmissão vertical. Sendo assim, em 2023 ainda não obtivemos um consenso científico amplamente elucidado sobre o tema. O presente trabalho teve por objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre os mecanismos de transmissão vertical do SARS-CoV-2. Dessa forma, foi realizada uma busca de artigos nas bases PubMed/MEDLINE e Scielo entre os anos 2018 e 2023, utilizando as palavras-chaves “COVID-19”, “Transmissão vertical” e “Gravidez”. Nesse viés, foram analisados 13 artigos e, após a realização do estudo, constatou-se que a infecção viral vertical via placenta foi considerada rara e improvável pela maioria dos autores como rara e improvável, embora não tenha sido descartada, uma vez que foram encontradas partículas virais em células placentárias e, também, ressaltam a potencialização das respostas de anticorpos das vacinas, expondo resultados positivos para as gestantes e, até mesmo, para o feto. Apesar disso, necessita-se levar em consideração que a infecção materna de SARS-CoV2 causa patologias à placenta, má perfusão vascular materna e má perfusão vascular fetal, o que pode causar restrição de crescimento fetal, nascimento prematuro, aborto espontâneo e morte fetal
Toxoplasmose e suas repercussões clínicas: uma abordagem materno-fetal: Toxoplasmosis and its clinical repercussions: a maternal-fetal approach
A toxoplasmose congênita (TC) representa um problema de saúde pública, visto que a transmissão vertical (materno-fetal) pode acarretar em sérios problemas de saúde ao feto ou até mesmo levá-lo a óbito. A doença é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e geralmente é assintomática; entretanto, os riscos ao desenvolvimento fetal justificam o rastreio ativo da toxoplasmose durante a gravidez. Ademais, os riscos de transmissão vertical são maiores em gestantes expostas à infecção primária pelo toxoplasma, em comparação com aquelas que foram expostas à infecção antes da concepção. Nesse sentido, métodos diagnósticos que permitam diferenciar o tempo de exposição ao patógeno, como o teste de avidez IgG, são extremamente importantes para a conduta em relação ao tratamento da doença na gravidez. Além disso, cerca de 85% dos recém nascidos com TC não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento; entretanto, estudos recentes demonstram que em torno de 19% dos lactentes infectados desenvolvem pelo menos uma manifestação clínica da doença durante o primeiro ano de vida. Dessa forma, quando sintomáticos, os recém nascidos apresentam a clássica tríade de coriorretinite (escotoma, dor, fotofobia, visão turva e lacrimejamento excessivo), hidrocefalia e calcificações intracranianas. Ainda, podem manifestar febre, hepatoesplenomegalia, icterícia, anemia, prematuridade e grave restrição do crescimento intrauterino associado a baixo peso ao nascer. Em relação ao tratamento, o manejo da toxoplasmose depende da imunidade do hospedeiro e do status da doença, por isso existem várias combinações de drogas antiparasitárias e antibacterianas que são utilizadas no controle dessa doença. Outrossim, a prevenção da doença é extremamente importante, medidas profiláticas devem ser recomendadas a todas as gestantes susceptíveis à infecção pelo toxoplasma; concomitantemente, estudos em andamento apontam a possibilidade da invenção de uma vacina no futuro, o que possibilitaria a redução da transmissão da doença e das complicações materno-fetais
Hipertensão secundária - principais considerações na abordagem clínica: Secondary hypertension - main considerations in the clinical approach
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) corresponde à doença crônica mais prevalente no mundo - com cerca de 800 milhões de adultos portadores da doença. Além disso, representa também o fator de risco modificável mais importante para morbidade e mortalidade por todas as causas em todo o mundo, pois pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, as quais são as principais causas de óbito, mundialmente. Dessa maneira, a hipertensão arterial sistêmica secundária (HASS) representa a forma menos prevalente da doença, contudo, apresenta maiores chances de complicações cardiovasculares devido a sua maior gravidade. Outrossim, a HASS possui múltiplas etiologias e inúmeras causas já foram identificadas, como o hiperaldosteronismo primário e a hipertensão renovascular, as quais são as causas mais prevalentes da doença. Ademais, a doença deve ser considerada, principalmente, em indivíduos com sinais e sintomas característicos, tais como: hipertensão em adultos jovens, pacientes hipertensos que possuam neoplasias, aumento agudo de pressão arterial - em relação à medidas anteriores - e hipertensão arterial sistêmica primária que não responda à terapia medicamentosa. Para o diagnóstico, exames complementares distintos podem ser requisitados, a depender da etiologia suspeita como causa da HASS; bem como o tratamento, o qual irá ser específico para cada causa da doença
Pneumotórax espontâneo - novas perspectivas sobre avaliação diagnóstica e uso de cirurgia minimamente invasiva para manejo do paciente: Spontaneous pneumotorax - new perspectives on diagnostic evaluation and use of minimally invasive surgery for patient management
A pleura constitui uma membrana de tecido mesotelial que reveste os pulmões e a cavidade torácica, possibilitando o adequado funcionamento destes órgãos. Além disso, possui dois folhetos, o parietal e o visceral; quando na presença de ar entre estes, ocorre uma complicação denominada pneumotórax, o qual possui múltiplas etiologias. Nesse sentido, o pneumotórax espontâneo (PE) corresponde a uma forma de apresentação da afecção, porém menos frequente. Ademais, o pneumotórax representa uma emergência médica e pode ser tratado de maneira conservadora ou cirúrgica, contudo, há divergências na literatura sobre quais critérios devem ser utilizados para se optar pelo manejo expectante ou invasivo. Outrossim, vários casos de PE não apresentam etiologia esclarecida e são denominados de pneumotórax espontâneo primário (PEP); não obstante, tal terminologia é questionada atualmente, pois estudos indicam que sempre há uma doença pulmonar adjacente como fator predisponente, de maneira que nos casos considerados primários, apenas não houve a devida identificação da doença pulmonar responsável pelo pneumotórax. Ainda, os sinais e sintomas na doença são inespecíficos e mimetizam várias doenças, fazendo-se necessário a consideração de diagnósticos diferenciais importantes, os quais irão alterar a conduta e a gravidade do quadro, bem como a necessidade imediata ou não de procedimentos invasivos. Para o diagnóstico, além da suspeição clínica, são necessários exames complementares, como a radiografia e a tomografia computadorizada de tórax, os quais auxiliam também na identificação de complicações da doença
Meningite bacteriana na infância e adolescência - perspectivas atuais e desafios futuros
As meninges podem ser infectadas por bactérias patogênicas que resultam em uma resposta inflamatória desregulada no organismo, levando a um quadro clínico grave, com alta possibilidade de óbito e sequelas neurológicas, denominado meningite. Os principais agentes patogênicos associados a essa infecção são o Streptococcus pneumoniae (S. pneumoniae), a Neisseria meningitidis (N. meningitidis) e o Haemophilus influenzae (H. influenzae), que frequentemente colonizam a nasofaringe de crianças e adolescentes e se disseminam hematologicamente. Os bebês de até dois meses de idade são a faixa etária mais comumente acometida pela meningite bacteriana (MB), em comparação com outras faixas etárias. A patogênese da meningite bacteriana aguda envolve a colonização nasofaríngea, a invasão da corrente sanguínea e da placa cribiforme, a associação com outros agentes infecciosos, a bacteremia e a translocação para o sistema nervoso central (SNC). Em alguns casos, a bactéria pode invadir diretamente o SNC através dos gangliosídeos, da aderência ao bulbo olfatório ou da infiltração de fagócitos. Ademais, a doença está associada a fatores de risco como a não vacinação, países de baixa renda, alterações anatômicas, idade <5 anos e alterações da resposta imune. Essa infecção pode resultar em sequelas agudas ou a longo prazo, incluindo transtornos comportamentais, além de fatores socioeconômicos e biológicos, como baixo desempenho escolar e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade
Utilização de quitosana na alimentação de ruminantes
O objetivo desta revisão foi avaliar os possíveis efeitos da utilização\ud
da quitosana na nutrição de ruminantes e demonstrar os resultados obtidos\ud
com sua aplicação na dieta de bovinos no Brasil. Foram utilizados neste\ud
estudo 8 novilhos canulados da raça Nelore. Os animais foram submetidos\ud
à 4 diferentes tratamentos, sendo além do controle, fomecidas as doses de\ud
50 mg, 100 mg ou 150 mg/kg de peso vivo (PV) de quitosana diariamente\ud
e inseri da no rúmen. Na adição da concentração de 150 mg/kg de PV de\ud
quitosana observou-se diminuição sobre o consumo de fibra detergente neutro\ud
(FDN), expressos em kg/dia e em porcentagem de PV do animal. A inclusão\ud
de quitosana na dieta proporcionou aumento da digestibilidade da matéria seca\ud
(MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB),carboidratos totais (CT),\ud
FDN e nutrientes digestíveis totais (NDT). Houve efeito quadrático sobre\ud
o N-NH3 com a inclusão de quitosana na dieta. A inclusão de quitosana na\ud
dieta alterou as proporções molares de AGCC individualmente. O aditivo\ud
proporcionou aumento das concentrações de propionato (mmol/L) a medida\ud
que se elevou as concentrações de quitosana e de forma semelhante houve\ud
aumento de 7,47% para as porcentagens molares de propionato. Houve\ud
diminuição da relação acetato:propionato, principalmente com a inclusão de\ud
150mg/Kg de peso vivo de quitosana diariamente.Foi observado também neste\ud
trabalho, efeito linear decrescente para a proporção molar de butirato.Assim\ud
como esperado as concentrações de glicose plasmática foram influenciadas\ud
notadamente neste estudo, resultando num incremento de 18,58%, 26,35%,\ud
23,68% respectivamente para o controle versus as três concentrações\ud
utilizadas. Estes dados são coesivos com o aumento também linear obtido\ud
na participação do propionato no total de AGCC. Embora estejam dentro dos...Os organizadores autorizam a reprodução total ou parcial deste trabalho, para qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte
Uso da ventilação natural como estratégia para redução de riscos na transmissão da Covid-19 em salas de aula: relatos de estudos em escolas municipais de Londrina-PR
A ventilação natural em salas de aula se configura como um importante mecanismo de diluição e remoção dos aerossóis que contêm o vírus SARS-CoV-2, transportados pelo ar. O presente estudo, de caráter extensionista, teve como principal objetivo dar suporte aos gestores das escolas municipais da cidade de Londrina-PR quanto às questões ligadas à ventilação natural das salas de aula no período vigente da pandemia, visando segurança sanitária aos alunos, professores e funcionários. Neste contexto, duas ações, integradas à Secretaria Municipal da Educação da cidade, foram realizadas: a criação de um vídeo instrucional de apoio ao protocolo de biossegurança da prefeitura, destacando a importância da ventilação natural dentro das salas de aula; e estudos técnicos de cálculo da renovação de ar em salas de aula, com a determinação do número máximo de alunos. Para o desenvolvimento das ações, a estratégia foi o envolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão permitindo a atuação do grupo de alunos de engenharia civil e arquitetura em estudos técnicos realizados nas escolas municipais Edmundo Odebrecht e Tarumã. As análises finais foram norteadas por parâmetros técnicos definidos pela Anvisa e por estudos internacionais que classificam a qualidade do ar de acordo com a quantidade de trocas de ar por hora nas salas de aula. Ao final sugere-se a limitação diferenciada da ocupação máxima de alunos nas salas, de acordo com as condições de ventilação de cada uma, para reduzir as chances de contaminação por COVID-19
Spatial analysis of probable cases of dengue fever, chikungunya fever and zika virus infections in Maranhao State, Brazil
Dengue fever, chikungunya fever, and zika virus infections are increasing public health problems in the world, the last two diseases having recently emerged in Brazil. This ecological study employed spatial analysis of probable cases of dengue fever, chikungunya fever, and zika virus infections reported to the National Mandatory Reporting System (SINAN) in Maranhao State from 2015 to 2016. The software GeoDa version 1.10 was used for calculating global and local Moran indices. The global Moran index identified a significant autocorrelation of incidence rates of dengue (I=0.10; p=0.009) and zika (I=0.07; p=0.03). The study found a positive spatial correlation between dengue and the population density (I=0.31; p<0.001) and a negative correlation with the Performance Index of Unified Health System (PIUHS) by basic care coverage (I=-0.08; p=0.01). Regarding chikungunya fever, there were positive spatial correlations with the population density (I=0.06; p=0.03) and the Municipal Human Development Index (MHDI) (I=0.10; p=0.002), and a negative correlation with the Gini index (I=-0.01; p<0.001) and the PIUHS by basic care coverage (I=-0.18; p<0.001). Lastly, we found positive spatial correlations between Zika virus infections and the population density (I=0.13; p=0.005) and the MHDI (I=0.12; p<0.001), as well as a negative correlation with the Gini index (I=-0.11; p<0.001) and the PIUHS by basic care coverage (I=-0.05; p=0.03). Our results suggest that several socio-demographic factors influenced the occurrence of dengue fever, chikungunya fever, and zika virus infections in Maranhao State
High anti-SARS-CoV-2 antibody seroconversion rates before the second wave in Manaus, Brazil, and the protective effect of social behaviour measures: results from the prospective DETECTCoV-19 cohort
Background: The city of Manaus, Brazil, has seen two collapses of the health system due to the COVID-19 pandemic. We report anti-SARS-CoV-2 nucleocapsid IgG antibody seroconversion rates and associated risk factors in Manaus residents before the second wave of the epidemic in Brazil. Methods: A convenience sample of adult (aged ≥18 years) residents of Manaus was recruited through online and university website advertising into the DETECTCoV-19 study cohort. The current analysis of seroconversion included a subgroup of DETECTCoV-19 participants who had at least two serum sample collections separated by at least 4 weeks between Aug 19 and Oct 2, 2020 (visit 1), and Oct 19 and Nov 27, 2020 (visit 2). Those who reported (or had no data on) having a COVID-19 diagnosis before visit 1, and who were positive for anti-SARS-CoV-2 nucleocapsid IgG antibodies at visit 1 were excluded. Using an in-house ELISA, the reactivity index (RI; calculated as the optical density ratio of the sample to the negative control) for serum anti-SARS-CoV-2 nucleocapsid IgG antibodies was measured at both visits. We calculated the incidence of seroconversion (defined as RI values ≤1·5 at visit 1 and ≥1·5 at visit 2, and a ratio >2 between the visit 2 and visit 1 RI values) during the study period, as well as incidence rate ratios (IRRs) through cluster-corrected and adjusted Poisson regression models to analyse associations between seroconversion and variables related to sociodemographic characteristics, health access, comorbidities, COVID-19 exposure, protective behaviours, and symptoms. Findings: 2496 DETECTCoV-19 cohort participants returned for a follow-up visit between Oct 19 and Nov 27, 2020, of whom 204 reported having COVID-19 before the first visit and 24 had no data regarding previous disease status. 559 participants were seropositive for anti-SARS-CoV-2 nucleocapsid IgG antibodies at baseline. Of the remaining 1709 participants who were seronegative at baseline, 71 did not meet the criteria for seroconversion and were excluded from the analyses. Among the remaining 1638 participants who were seronegative at baseline, 214 showed seroconversion at visit 2. The seroconversion incidence was 13·06% (95% CI 11·52–14·79) overall and 6·78% (5·61–8·10) for symptomatic seroconversion, over a median follow-up period of 57 days (IQR 54–61). 48·1% of seroconversion events were estimated to be asymptomatic. The sample had higher proportions of affluent and higher-educated people than those reported for the Manaus city population. In the fully adjusted and corrected model, risk factors for seroconversion before visit 2 were having a COVID-19 case in the household (IRR 1·49 [95% CI 1·21–1·83]), not wearing a mask during contact with a person with COVID-19 (1·25 [1·09–1·45]), relaxation of physical distancing (1·31 [1·05–1·64]), and having flu-like symptoms (1·79 [1·23–2·59]) or a COVID-19 diagnosis (3·57 [2·27–5·63]) between the first and second visits, whereas working remotely was associated with lower incidence (0·74 [0·56–0·97]). Interpretation: An intense infection transmission period preceded the second wave of COVID-19 in Manaus. Several modifiable behaviours increased the risk of seroconversion, including non-compliance with non-pharmaceutical interventions measures such as not wearing a mask during contact, relaxation of protective measures, and non-remote working. Increased testing in high-transmission areas is needed to provide timely information about ongoing transmission and aid appropriate implementation of transmission mitigation measures. Funding: Ministry of Education, Brazil; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas; Pan American Health Organization (PAHO)/WHO.World Health OrganizationRevisión por pare