50 research outputs found

    A VIDA NUA EM "O QUARTO DE DESPEJO" DE CAROLINA MARIA DE JESUS

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    The main objective of this article is to briefly analyze and bring some contributions about the words of Carolina de Jesus in the work Quarto de despejo: Diário de uma favelada. To achieve this feat, we seek to support ourselves in the theoretical-critical reflections of Villanueva (1991), Massud Moisés (1974), Lejeune (1973), Giorgio Aganbem (2002) among other authors, to address the themes, state of exception and biopolitics , lack of dignity, violence and writing as a form of social denunciation. Thus, we conclude that the work brings social denunciation as the main theme and there is a reduction of bare life to a mere biological condition.Keywords: Bare life. Dump room. Carolina Maria de Jesus.Este artigo tem como objetivo principal analisar brevemente e trazer algumas contribuições acerca do dizer de Carolina de Jesus na obra Quarto de despejo: Diário de uma favelada. Para conseguirmos esse feito, buscamos nos amparar nas reflexões teórico-críticas de Villanueva (1991), Massud Moisés (1974), Lejeune (1973), Giorgio Aganbem (2002) entre outros autores, para abordar os temas, estado de exceção e a biopolítica, a falta de dignidade, a violência e a escrita como forma de denúncia social. Desse modo, concluímos que a obra traz a denúncia social como tema principal e há uma redução da vida nua a uma mera condição biológica

    DIGA-ME COM QUEM TU TRANSAS E EU (NÃO) TE DIREI QUEM ÉS: AS REPRESENTAÇÕES DO GAY EM CONTOS DE MARCELINO FREIRE E TOBIAS CARVALHO

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    Este artigo analisa as representações do homem gay realizadas nos livros Contos Negreiros (2005), de Marcelino Freire, com enfoque nos contos “Canto VII – Coração” e “Canto XIII – Meus amigos coloridos”, e As coisas (2018), de Tobias Carvalho, utilizando as narrativas “Cantiga de roda” e “The Biggest Lie”. Pretende-se assim, com aportes teóricos direcionados ao queer, identificar relações e disparidades entre os personagens dos contos, a fim de problematizar e refletir de que formas são vistos por si e pelo outro, em relação às suas sexualidades. Percebe-se nas narrativas analisadas a existência de representações não preocupadas em atingir a um público específico e restritivo, mas em tratar naturalmente a construção de personagens gays. Portanto, a representatividade da homoeroticidade demonstra ser algo complexo, que envolve diferentes sujeitos, experiências e perspectivas sobre si, sua sexualidade e sobre o outro, distanciando-se da mera representação.DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v8i2.205

    ENTRE A VIDA E A MORTE DO AUTOR: O DILEMA DO REVISOR DE TEXTOS

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    O presente trabalho visa a uma reflexão sobre o ofício da revisão de textos. Nele, defendemos a importância do conhecimento sobre autoria e gêneros discursivos para o trabalho de revisão de textos, com vistas a melhor compreensão do ofício de revisão e da relação autor-revisor. Primeiramente, realizamos uma classificação sobre quais são as atribuições do revisor de textos com base no Manual do Revisor, de Luís Roberto Malta, e no Além da Revisão, de Aristides Coelho Neto; em seguida, apresentamos os variados conceitos sobre autoria encontrados em Wayne Booth, Mikhail Bakhtin, Roland Barthes e Michel Foucault, e, com relação ao conceito de gêneros discursivos, recorremos unicamente a Mikhail Bakhtin. No decorrer do trabalho, situamos o revisor de textos frente a cada uma das abordagens teóricas adotadas, de modo a conferir aplicabilidade e visibilidade à problemática discutida. Como resultado, ao mesmo tempo em que algumas abordagens linguísticas sobre autoria defendam a chamada “morte do autor”, por outro lado, as abordagens discursivas de autoria e gênero discursivo revelam que, por se tratar de um fazer social, o autor de carne e osso nunca de fato “morre”. Assim, o revisor de textos se encontra em uma curiosa posição: por participar ativamente da etapa de produção do texto, ele interage e depende desse mesmo autor de carne e osso para que o seu trabalho seja feito de maneira eficiente, afinal, o texto é produto do trabalho do autor, e não do revisor; ao mesmo tempo, ao revisar, o profissional da revisão inevitavelmente recorre a uma projeção do texto pós-publicação, visando o público-alvo intendido pelo autor, um cenário em que esse mesmo autor deixa de existir e “morre”. Concluímos, com o presente trabalho, que os conhecimentos sobre autoria e gênero discursivo de fato enriquecem e possibilitam que a revisão de textos seja feita de maneira mais eficiente — quanto à contribuição do revisor com o trabalho revisado — e respeitosa — quanto à delimitação da interferência excessiva do revisor e consequente melhoria na sua relação com o autor. Por fim, consideramos que ainda há muito o que expandir no presente trabalho, especialmente quanto à exploração do estatuto concebido ao revisor de textos e, também, quanto a estudos sobre a revisão de textos situada em cada uma das muitas esferas da comunicação humana, ou seja, situada diante dos diversos e complexos gêneros do discurso.DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v8i2.190

    A política étnico-racial na perspectiva jurídica norte-americana e brasileira

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    Trata-se da análise do instituto jurídico das ações afirmativas nos contextos norte-americano e brasileiro, com o objetivo de averiguar se essa política está sendo capaz de cumprir com seu propósito almejado, a saber: a promoção da justiça distributiva e a diversidade racial nos mais diferentes setores da sociedade. Para tal, no primeiro momento apresentaremos o surgimento dessa política, seu background histórico e a sua consolidação nos Estados Unidos da América. Em seguida, demonstraremos como tal política foi adotada na realidade jurídica e social brasileira e seus consequentes desdobramentos. Para esse fim, utilizaremos como fio condutor da pesquisa as obras Equal Treatment and Compensatory Discrimination de Thomas Nagel e Ação Afirmativa e Princípio Constitucional da Igualdade de Joaquim Barbosa Gomes, além de diversas decisões jurídicas norte-americanas, principalmente, Regents of University of California vs. Bakke (1978) e algumas legislações brasileiras, com a devida atenção para o Estatuto da Igualdade Racial de 2010 e a Lei de Cotas de 2012.

    O conceito de escravidão na Política de Aristóteles: um problema metafísico ou político?

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    O presente artigo, de caráter introdutório, não visa emitir um juízo de valor sobre o conceito de escravidão em Aristóteles, mas elucidar pontos nevrálgicos de sua teoria, cuja influência na história do pensamento, sobretudo, no período da colonização europeia na América será notável. O conceito aristotélico encontra seu fundamento em uma “lei natural” que fundamenta a realidade e da qual dependem as ações políticas, por isso, na obra aristotélica encontramos mais uma descrição acerca do tema do que um debate propositivo. O tema ganha envergadura política unicamente na medida em que versa sobre a organização econômica básica que mantém a vida na polis, a oikonomia, onde baseando-se no critério básico do “nível de racionalidade”, o autor apresenta o escravo como um utensílio animado cujo fim é a ação produtiva

    O conceito de escravidão na Política de Aristóteles: um problema metafísico ou político?

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    O presente artigo, de caráter introdutório, não visa emitir um juízo de valor sobre o conceito de escravidão em Aristóteles, mas elucidar pontos nevrálgicos de sua teoria, cuja influência na história do pensamento, sobretudo, no período da colonização europeia na América será notável. O conceito aristotélico encontra seu fundamento em uma “lei natural” que fundamenta a realidade e da qual dependem as ações políticas, por isso, na obra aristotélica encontramos mais uma descrição acerca do tema do que um debate propositivo. O tema ganha envergadura política unicamente na medida em que versa sobre a organização econômica básica que mantém a vida na polis, a oikonomia, onde baseando-se no critério básico do “nível de racionalidade”, o autor apresenta o escravo como um utensílio animado cujo fim é a ação produtiva

    Consegue um homem comer um mamute inteiro? Psicologia moral do valor e normatividade

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    A concepção de valor no naturalismo moral enquanto empreendimento descritivista será investigada através da aplicação do crivo da falácia naturalista em uma perspectiva evolutiva da psicologia moral. Partindo de uma breve análise da falácia naturalista conforme proposta por Dall’Agnol, criticarei a aplicação do autor desta no que ele denomina de naturalismo moral. Contrastando a sociobiologia de E. Wilson com a teoria do altruísmo recíproco de R. Trivers procurarei uma definição de ética naturalista ao investigar as raízes psicológicas da motivação moral. Identifico que a falácia naturalista mostra-se desmerecedora de seu cunho e importância metaética, e evidencia-se que uma compreensão naturalizada do comportamento moral humano é vital para o entendimento da motivação para a ação e da concepção de valor; embora fraca sob uma perspectiva normativa

    Consegue um homem comer um mamute inteiro? Psicologia moral do valor e normatividade

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    A concepção de valor no naturalismo moral enquanto empreendimento descritivista será investigada através da aplicação do crivo da falácia naturalista em uma perspectiva evolutiva da psicologia moral. Partindo de uma breve análise da falácia naturalista conforme proposta por Dall’Agnol, criticarei a aplicação do autor desta no que ele denomina de naturalismo moral. Contrastando a sociobiologia de E. Wilson com a teoria do altruísmo recíproco de R. Trivers procurarei uma definição de ética naturalista ao investigar as raízes psicológicas da motivação moral. Identifico que a falácia naturalista mostra-se desmerecedora de seu cunho e importância metaética, e evidencia-se que uma compreensão naturalizada do comportamento moral humano é vital para o entendimento da motivação para a ação e da concepção de valor; embora fraca sob uma perspectiva normativa

    Sobre os pressupostos morais do liberalismo político de John Rawls

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    O presente texto fornece algumas considerações críticas da fundamentação restritamente política e autossustentável (freestanding) do liberalismo político de John Rawls. Seguindo uma linha de crítica comum a esse respeito, suponho que os pontos de partida da teoria de Rawls dão testemunho de seu comprometimento com um conteúdo moral anterior que extrapola as pretensões meramente políticas aventadas pelo autor. Tal conteúdo moral parece dizer respeito à realização da justiça e da estabilidade política. Se essa suposição estiver correta, então o projeto liberal de Rawls deve ser tomado como moral em sentido abrangente

    RACISMO, FUTEBOL E SOCIEDADE EM O DRIBLE, DE SÉRGIO RODRIGUES

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    Quem vê jogadores e torcedores negros, hoje, em gramados e arquibancadas de estádios brasileiros, talvez não imagine que essa nem sempre essa foi a realidade do país. Durante muitos anos o futebol reproduziu um dos aspectos mais perversos da sociedade brasileira: o racismo. Em O drible, Sérgio Rodrigues retoma parte dessa história, mostrando a permanência de práticas racistas no interior da sociedade de uma forma provocadora. Assim, este trabalho tem como objetivo analisar, no romance de Sérgio Rodrigues, como o racismo, em suas diferentes manifestações, está presente ainda hoje na sociedade brasileira, em fenômenos como a aceitação social a partir de um ideal de branqueamento e a falta de representatividade do povo negro
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