8 research outputs found

    Mortalidade entre brancos e negros no Rio de Janeiro após a abolição

    Get PDF
    O objetivo desse artigo é analisar a diferença de mortalidade entre brancos e negros no Rio de Janeiro durante os primeiros anos da República brasileira. Utilizam-se dados de mortalidade de doenças relacionadas a condições precárias de moradia e acesso a infraestrutura como um indicador de desigualdade econômica. Apesar do Rio de Janeiro possuir taxas de mortalidade declinantes durante o início do século XX, não ocorreu convergência entre a população branca e negra. Além disso, a análise quantitativa apresenta evidências que doenças que afetavam mais a população pobre, como a tuberculose, aumentavam indiretamente a probabilidade de morte por outras doenças, fenômeno conhecido como Mills-Reincke. Isso sugere que a taxa de mortalidade para a população não branca pode ter sido previamente subestimada. The objective of this paper is to analyze the difference in mortality rates among blacks and whites in Rio de Janeiro during the first years of the Brazilian Republic. For that, mortality rates of diseases related to poor housing conditions and access to infrastructure are used as an indicator of economic inequality. Despite the decline in mortality rates in Rio de Janeiro at the beginning of the twentieth century, there was no convergence between the white and black population. In addition, quantitative analysis presents evidence that diseases which disproportionately affected the poor population, such as tuberculosis, indirectly increased the likelihood of death from other diseases, a phenomenon known as Mills-Reincke. This suggests that the mortality rate for the black population may have been previously underestimated

    Was it Uruguay or Coffee? The causes of the beef jerky industry’s decline in southern Brazil (1850 – 1889)

    Get PDF
    What caused the decline of the beef jerky’s production in Brazil? The main sustenance for slaves, beef jerky was the most important industry in southern Brazil. Nevertheless, by 1850, producers were already worried that they could not compete with Uruguayan industry. Traditional interpretations impute the decline to labor markets differences in productivity, since Brazil used slaves while Uruguay had abolished slavery in 1842. Recent research also raises the possibility of a Brazilian “Dutch Disease”, resulting from the coffee exports boom. We test both hypothesis and argue that Brazilian production’s decline was associated with structural changes in demand for low quality meat. Trade protection policies created disincentives for Brazilian producers to increase productivity and diversify its cattle industry

    Tariffs and the Textile Trade between Brazil and Britain (1808-1860)

    Get PDF
    O tratado comercial de 1810 com a Grã-Bretanha, em conjunto com a abertura dos portos em 1808, estão entre as mudanças institucionais mais importantes no Brasil durante o século XIX. O tratado de 1810 reduziu as tarifas das manufaturas britânicas enquanto manteve tarifas elevadas na Grã-Bretanha para o açúcar e o café brasileiro. Essas condições são geralmente consideradas como desastrosas para a economia brasileira, embora ainda haja informações quantitativas limitadas sobre o quanto a tarifa afetou a demanda por importações britânicas. Este artigo fornece novas evidências qualitativas e quantitativas sobre a operação e o efeito das tarifas de importação do Brasil durante esse período. A pesquisa demonstra que o efeito das tarifas é diferente do que a literatura tradicional assume. Em primeiro lugar, a instabilidade monetária na década de 1820 e os conflitos sobre a avaliação dos preços dos produtos muitas vezes levaram a tarifa de facto a ser superior aos 15% estabelecidos pelo tratado. Em segundo lugar, mesmo com taxas mais altas, a análise quantitativa demostra que não houve redução nas importações dos produtos têxteis britânicos.The commercial treaty with Britain in 1810, along the authorization of foreign trade in ports in 1808, are among the most important institutional changes in nineteenth century Brazil. The 1810 treaty lowered tariffs for British manufactures while maintaining high tariffs in Britain for Brazilian sugar and coffee. These terms are generally viewed as disastrous for the Brazilian economy, although there is still limited quantitative information about how much the tariffaffected the demand for British imports. This paper provides new qualitative and quantitative evidence on the operation and effect of Brazil’s imports tariffs in the period. I find that the effect of the tariffs is different from what traditional literature assumes. First, the monetary instability in the 1820s and conflicts over product price assessment often led the de facto tariff to be higher than the 15 percent established by the treaty. Second, even with higher rates, quantitative analysis shows they did not have decrease imports of British textiles

    Resenha: A passos lentos.Uma história econômica do Brasil Império

    No full text
    Resenha do livro: A passos lentos.Uma história econômica do Brasil Império Autores do livro: Marcelo de Paiva Abreu, Luiz Aranha Correa do lago e André Arruda Villela - Editora Almedina, 2022

    Lavoura de homem pobre? Escravidão nas regiões algodoeiras do Brasil (1800-1850)

    No full text
    Grande parte da literatura sobre a produção de algodão no Brasil, durante o século XIX, considerao algodão como um produto de “homem pobre” - cultivado por pequenos agricultores quenão empregavam uma grande força de trabalho escrava. No entanto, informações fornecidasem mapas populacionais do período entre 1800 e 1840 mostram que os escravos representavammetade da população do Maranhão, o mais importante exportador de algodão do Brasilaté a década de 1840. Isso representou uma participação maior do que em qualquer regiãodo nordeste do Brasil, e foi comparável às participações da população escrava registradas naregião algodoeira no sul dos Estados Unidos. Este artigo mostra que, durante os anos doboom do algodão (1790-1820), não apenas o algodão exportado do nordeste brasileiro paraa Grã-Bretanha e a Europa continental foi cultivado em grandes plantações, mas tambémos preços de escravos foram maiores no Maranhão do que em outras províncias brasileiras.Much of the literature about cotton production in Brazil during the nineteenth century considerscotton as a “poor man’s crop” – cultivated by small farmers who did not employ a large slavelabor force. However, information provided in population maps from the period between 1800and 1840 shows that slaves represented half the population in Maranhão, the most importantcotton exporter in Brazil until the 1840s. This represented a higher share than in any regionin northeast Brazil and was comparable to the slave population shares recorded in the UnitedStates’ cotton South. This paper shows that, during the cotton boom years (1790-1820), notonly was the cotton exported from northeast Brazil to Britain and continental Europe cultivatedon large plantations, but also, slave prices were higher in Maranhão than in other Brazilianprovinces

    Instituições e segregação econômica no Brasil (1850-1914)

    No full text
    O objetivo desta dissertação é analisar como o acesso desigual ao poder político no Brasil afetou a distribuição de recursos econômicos para diferentes grupos sociais. A partir da Lei de Terras e do fim do tráfico de escravos, em 1850, até o término da chamada primeira globalização, em 1914, imigrantes europeus e a população negra foram o centro do debate sobre quem seriam os trabalhadores brasileiros. Como instituições políticas afetam a distribuição de recursos econômicos, este trabalho busca identificar, através da Nova Economia Institucional, quais grupos foram beneficiados ou prejudicados pela estrutura institucional brasileira. A evidência qualitativa demonstra que o governo brasileiro teve um importante papel na discriminação de grupos sociais, limitando acesso a direitos políticos e oportunidades econômicas. A evidência quantitativa demonstra que instituições econômicas tiveram um impacto de longo prazo na disparidade de renda no Brasil que perdurou ao longo do século XX.The objective of this dissertation is to analyze how an unequal access to political power affected the distribution of economic resources to different social groups. From the land law and the end of slave trade, in 1850, until the conclusion of the first globalization, in 1914, European immigrants and the black population were at the center of the debate regarding who would be the Brazilian workforce. As political institutions impacts economic resources’ distribution, this work aims to identify, using the New Institutions Economics, which groups had advantages and disadvantages regarding the Brazilian’s institutional structure. Qualitative evidence demonstrates that Brazilian government had an important role on the discrimination of social groups, limiting access to political rights and economic opportunities. Quantitative evidence shows that economic institutions had a long run impact on Brazilian income inequality that persisted through the 20th century

    Algodão e o comércio internacional do Brasil durante a revolução industrial

    No full text
    This dissertation provides a new interpretation for the rise and subsequent decline of Brazil as a cotton supplier to the British textile sector during the Industrial Revolution. Between 1791 and 1801, northeast Brazilachieved a market share of 40 percent in Liverpool. Contrary to what scholars previously argued,the chief cause for the rise of Brazil as a major cotton exporterwas its superior cotton fiber for the new calico and muslin textiles produced in Britain. Notwithstanding the initial success, Brazilian cotton exports stagnated after 1819. Previous interpretations argued that the decline of Brazilian cotton plantations was a result of labor shortagesand high inland transport costs. This dissertation instead provides evidence showing that cotton regions in Brazil had in fact a high density of slaves. Likewise, transport costs represented a small fraction of cotton market prices. For cotton planters, the largest economic burden was the fiscal policy implemented by the central government after 1808. The need to increase revenues led the central government to tax the most important commodities at the time. Export taxes represented the largest cost for cotton production in Brazil until the 1840s. As regional governments could not tax imports, they were left with little resources to invest in infrastructure projects that could offset the increasing costs of taxation. In the end, higher production costs reduced Brazil\'s ability to face the challenge of new competitors in the international cotton market during the nineteenth century.Essa dissertação fornece uma nova interpretação para a ascensão e subsequente declínio do Brasil como um fornecedor de algodão para o setor têxtil britânico durante a Revolução Industrial.Entre 1791 e 1801, o nordeste do Brasil alcançou uma participação de mercado de 40% em Liverpool.Contrário ao que os pesquisadores normalmente argumentam, a principal causa do surgimento do Brasil como um importante exportador de algodão foi a qualidade superior da sua fibra para os novos têxteis produzidos na Grã-Bretanha.Não obstante o sucesso inicial, as exportações brasileiras de algodão estagnaram após 1819. As interpretações anteriores argumentaram que o declínio das plantações brasileiras de algodão foi resultado da escassez de mão-de-obra e dos altos custos de transporte terrestre.Essa dissertação, no entanto, fornece evidências de que as regiões de algodão no Brasil tinham, de fato, uma alta densidade de escravos. Do mesmo modo, os custos de transporte representaram uma pequena fração dos preços de mercado do algodão.Para os plantadores de algodão, o maior fardo econômico foi a política fiscal implementada pelo governo central após 1808. A necessidade de aumentar as receitas levou o governo central a tributar as commodities mais importantes na época.Os impostos de exportação representaram o maior custo de produção de algodão no Brasil até a década de 1840. Como os governos regionais não podiam tributar as importações, ficaram com poucos recursos para investir em projetos de infraestrutura que poderiam compensar os crescentes custos de tributação.No final, os custos de produção mais elevados reduziram a capacidade do Brasil de enfrentar o desafio de novos concorrentes no mercado internacional do algodão durante o século XIX
    corecore