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    Fatores associados à coinfecção HIV/sífilis no início da terapia antirretroviral

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    OBJETIVO Avaliar a prevalência e os fatores associados à coinfecção HIV/sífilis em pessoas no início da terapia antirretroviral no município de Belo Horizonte, Minas Gerais. MÉTODOS Foi realizado um corte seccional de um estudo de coorte prospectivo, com pessoas vivendo com HIV, sem tratamento prévio da infecção, em início da terapia antirretroviral, maiores de 16 anos e em acompanhamento em serviços de assistência especializada em HIV/aids de Belo Horizonte. Dados sociodemográficos, comportamentais, clínicos, laboratoriais e relacionados ao tratamento farmacológico foram obtidos por meio de entrevistas, coleta em prontuários clínicos e nos sistemas de informação de controle de medicamentos antirretrovirais e exames laboratoriais. A variável dependente foi o primeiro episódio de sífilis ativa, registrado pelo médico em prontuário clínico, em um período de 12 meses após início da terapia antirretroviral. Os fatores associados à coinfecção HIV/sífilis foram avaliados por meio de regressão logística binária múltipla. RESULTADOS Dentre os 459 indivíduos avaliados, observou-se uma prevalência de 19,5% (n = 90) de infecções sexualmente transmissíveis, sendo a sífilis (n = 49) a infecção sexualmente transmissível mais frequente nesses indivíduos. A prevalência da coinfecção HIV/sífilis foi de 10,6% (n = 49) e os fatores independentes associados foram o uso de álcool (OR = 2,30; IC95% 1,01–5,26) e ter diagnóstico de outras infecções sexualmente transmissíveis (OR = 3,33; IC95% 1,24–8,95). CONCLUSÕES Houve alta prevalência de coinfecção HIV/sífilis em pessoas vivendo com HIV em início de terapia antirretroviral em Belo Horizonte. A coinfecção HIV/sífilis foi associada a fatores comportamentais e clínicos, como uso de álcool e diagnóstico de outras infecções sexualmente transmissíveis. O conhecimento prévio sobre os fatores associados à essa coinfecção pode subsidiar as decisões dos profissionais de saúde inseridos no cuidado às pessoas vivendo com HIV, no que diz respeito ao diagnóstico oportuno, orientações, acompanhamento e tratamento adequado, tanto da sífilis quanto do HIV.OBJECTIVE To evaluate the prevalence and factors associated with HIV/syphilis co-infection in people initiating antiretroviral therapy in Belo Horizonte, capital of the state of Minas Gerais. METHODS A sectional section of a prospective cohort study was carried out with people living with HIV, treatment-naive, initiating antiretroviral therapy, older than 16 years, and in follow-up treatment at specialized HIV/Aids care services in Belo Horizonte. Sociodemographic, behavioral, clinical, laboratory and pharmacological treatment-related data were obtained through interviews, medical records, and information systems for logistical control of antiretroviral medications and laboratory tests. The dependent variable was the first episode of active syphilis, recorded by the physician in clinical records, within 12 months after beginning of the antiretroviral therapy. Factors associated with HIV/syphilis co-infection were assessed using binary multiple logistic regression. RESULTS Among the 459 individuals included, a prevalence of 19.5% (n = 90) of sexually transmitted infections (STI) was observed, with syphilis (n = 49) being the most frequent STI in these individuals. The prevalence of HIV/syphilis co-infection was 10.6% (n = 49), and the associated independent factors were alcohol use (OR = 2.30; 95%CI: 1.01–5.26), and having a diagnosis of other sexually transmitted infections (OR = 3.33; 95%CI: 1.24–8.95). CONCLUSIONS There was a high prevalence of HIV/syphilis co-infection in people living with HIV initiating antiretroviral therapy in Belo Horizonte. HIV/syphilis co-infection was associated with behavioral and clinical factors, such as alcohol use and diagnosis of other sexually transmitted infections. Prior knowledge about the factors associated with this co-infection may support the decisions of health professionals engaged in the care to people living with HIV, with regard to timely diagnosis, guidance, follow-up and adequate treatment, both for syphilis and HIV

    Qualidade de vida em indivíduos iniciando a terapia antirretroviral: um estudo de coorte

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    OBJECTIVE: To assess longitudinally the change in quality of life in people living with HIV initiating antiretroviral therapy in three public reference services specialized in HIV care in Belo Horizonte, Brazil. METHODS: Prospective cohort study among people living with HIV, aged 18 years or older, and initiating antiretroviral therapy. We obtained sociodemographic, behavioral, clinical data related to pharmacological treatment and to the service by face-to-face interviews, and supplemented these data with information from clinical records and Information Systems of the Brazilian HIV/AIDS Program. We measured the quality of life using the WHOQOL-HIV bref instrument, with a minimum interval of six months between the baseline and the follow-up interviews. We used paired t-test to assess the mean change in quality of life between the two interviewsand evaluated factors associated with this outcome using multiple linear regression. RESULTS: The overall quality of life, as well as the physical, psychological, level of independence, environment and spiritual quality of life domains were statistically higher in people living with HIV using antiretroviral therapy at the end of the follow-up. Factors independently associated with the increase in quality of life were having religious belief and living with other people. Having signs or symptoms of anxiety and depression and the number of adverse drug reactions reported were predictors associated with worsening quality of life. CONCLUSIONS: These results show an improvement in the quality of life over time in people living with HIV on antiretroviral therapy. They also highlight the need to monitor and provide health care support, especially for individuals with signs and symptoms of anxiety and depression and that report adverse reactions to medicines at the beginning of treatment.OBJETIVO: Avaliar longitudinalmente a alteração da qualidade de vida em pessoas que vivem com HIV iniciando a terapia antirretroviral, atendidas em três serviços públicos de referência na assistência especializada ao HIV em Belo Horizonte. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo, com o acompanhamento de pessoas que vivem com HIV, com 18 anos de idade ou mais, e iniciando terapia antirretroviral. Dados sociodemográficos, comportamentais, clínicos, relacionados ao tratamento farmacológico e ao serviço foram obtidos por entrevistas, complementados com informações dos prontuários clínicos e dos sistemas de informação do Programa Brasileiro de HIV/AIDS. A qualidade de vida foi avaliada utilizando o instrumento WHOQOLHIV-bref, por meio de entrevista face a face, com intervalo mínimo de seis meses entre as entrevistas. A alteração média na qualidade de vida entre as duas entrevistas foi avaliada utilizando o teste t pareado. Os fatores associados foram avaliados por meio de regressão linear múltipla. RESULTADOS: A qualidade de vida global, assim como a qualidade de vida nos domínios físico, psicológico, nível de independência, ambiente e espiritual foram estatisticamente melhores em pessoas que vivem com HIV usando terapia antirretroviral no final do tempo de acompanhamento. Fatores independentemente associados ao incremento na qualidade de vida foram possuir crença religiosa e morar com outras pessoas. Enquanto ter sinais ou sintomas de ansiedade e depressão e o número de reações adversas a medicamentos reportadas foram preditores associados à piora da qualidade de vida. CONCLUSÕES: Os resultados evidenciam melhora na qualidade de vida em pessoas vivendo com HIV iniciando a terapia antirretroviral ao longo do tempo. Evidenciam ainda a necessidade de se acompanhar e prover cuidados de saúde, em especial para indivíduos com sinais e sintomas de ansiedade e depressão e que relatam reações adversas a medicamentos no início do tratamento

    Efetividade da terapia antirretroviral na era de medicamentos em dose fixa combinada

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    OBJETIVO : Avaliar a efetividade da terapia antirretroviral e fatores associados segundo o tipo de esquema utilizado: medicamento em dose fixa combinada ou múltiplos medicamentos e doses. MÉTODOS: Coorte prospectiva não concorrente de 440 pacientes que iniciaram terapia antirretroviral entre janeiro de 2014 e dezembro de 2015 em Belo Horizonte, MG. A efetividade foi definida como supressão viral (carga viral [CV] < 50 cópias/ml) e avaliada após seis e 12 meses de tratamento. Dados sociodemográficos, clínicos e comportamentais foram coletados de prontuário clínico e de sistemas de informação. A análise múltipla da efetividade global foi realizada por regressão logística. RESULTADOS: A maioria dos pacientes iniciou terapia antirretroviral com múltiplos medicamentos e doses (58%). Aos seis meses, a supressão viral global foi 74,6%, maior entre pacientes que utilizaram dose fixa combinada (80,6%; p = 0,04). Aos 12 meses, 83,2% dos pacientes atingiram supressão viral, sem diferença entre os grupos (p = 0,93). Fatores independentemente associados à supressão viral em seis e 12 meses variaram, e foram negativamente associados à efetividade: CV ≥ 100.000 cópias/ml, sintomas definidores de aids, maior intervalo de tempo entre diagnóstico e início da terapia antirretroviral, troca de antirretroviral e consumo de tabaco ou drogas ilícitas (p < 0,05). Fatores positivamente associados à supressão viral incluíram adesão à terapia antirretroviral e categoria de risco/exposição de homens que fazem sexo com homens (p < 0,05). Atingir supressão viral aos seis meses foi o principal preditor de efetividade em um ano (OR = 8,96; p < 0,01). CONCLUSÕES: A supressão viral foi elevada e superior para pacientes que utilizaram esquemas de dose fixa combinada aos seis meses. Fatores clínicos, comportamentais e relacionados à terapia antirretroviral influenciaram a supressão viral e evidenciam a necessidade de intervenções para aumentar o diagnóstico, o início precoce e a adesão dos pacientes à terapia antirretroviral, bem como reduzir o uso de drogas ilícitas e tabaco nesta população.OBJECTIVE: To evaluate the effectiveness of antiretroviral therapy and the associated factors according to the type of regimen used: Single Tablet Regimen or Multiple Tablet Regimen. METHODS: Prospective cohort of 440 patients (male, 74.3%, median age, 36 years old) who initiated antiretroviral therapy between Jan/14 and Dec/15 at a referral service in Belo Horizonte. Efficacy was defined as viral suppression (viral load, VL < 50 copies/ml) and evaluated after six and twelve months of treatment. Sociodemographic, clinical and behavioral data were collected from clinical charts and from Information Systems. Multivariate analysis of overall effectiveness was performed by logistic regression. RESULTS: Most patients initiated Multiple Tablet Regimen antiretroviral therapy (n = 255, 58%). At six months, overall viral suppression was 74.6%, being higher among patients who used Single Tablet Regimen (80.6%, p = 0.04). At twelve months, 83.2% of patients reached viral suppression, with no difference between groups (p = 0.93). Factors independently associated with viral suppression at six and twelve months varied, being negatively associated with effectiveness: VL ≥ 100,000 copies/ml, symptoms of AIDS, longer interval time between diagnosis and initiation of antiretroviral therapy, antiretroviral switching, smoking or current illicit drugs usage (p < 0.05). Factors positively associated with viral suppression included adherence to antiretroviral therapy and category of risk/exposure of men who have sex with men (p < 0.05). Reaching viral suppression at six months was the main predictor of effectiveness at one year (OR = 8.96 and p < 0.01). CONCLUSIONS: Viral suppression was high and better results were achieved for patients who used Single Tablet Regimen regimens at six months. Clinical, behavioral, and antiretroviral therapy -related factors influence viral suppression and highlight the need for interventions to increase early diagnosis and initiation of antiretroviral therapy, patient’s adherence, and to reduce illicit drugs and cigarette smoking in this population

    Prevalência e fatores associados ao tabagismo em pessoas vivendo com HIV em tratamento

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    OBJETIVO: Estimar a prevalência do tabagismo e avaliar os fatores a ele associados em pessoas vivendo com HIV (PVHIV). MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal de uma coorte prospectiva concorrente com 462 indivíduos em início de terapia antirretroviral atendidos em três serviços de assistência especializada ao HIV/aids em Belo Horizonte entre 2015 e 2017. Os status de tabagismo utilizados foram: fumante atual (FA), ex-fumante (EF) e não fumante (NF). Realizou-se regressão logística multinomial, sendo NF a categoria de referência. RESULTADOS: A maioria dos participantes eram homens (81,4%), jovens (de até 34 anos; 57,2%) e não brancos (75,7%). Do total de indivíduos, 27,7% eram FA, 22,9% EF, e 49,4% NF. A maioria dos tabagistas eram fumantes leves (65,1%), consumiam até 10 cigarros por dia e fumavam havia mais de 10 anos (63,3%), tendo começado em média aos 17,2 anos de idade (DP = 5,1). Na análise multivariada, maiores chances de ser FA se associaram a: ser do sexo feminino, ter até 9 anos de escolaridade, usar ou já ter usado álcool e drogas ilícitas (maconha, cocaína e crack) e apresentar sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão. Maiores chances de ser EF se associaram a ter até 9 anos de escolaridade e usar ou já ter usado álcool e drogas e ilícitas (maconha e crack). CONCLUSÕES: Os resultados mostram que o tabagismo é altamente prevalente entre PVHIV, indicando a necessidade de os serviços de assistência especializada em HIV priorizarem intervenções a fim de cessá-lo, com abordagem sobre o uso de álcool e drogas ilícitas, especialmente voltadas para pessoas jovens, com baixa escolaridade e com sinais e/ou sintomas de ansiedade ou depressão.OBJECTIVE: To estimate the prevalence of smoking and evaluate the factors associated with this outcome in people living with HIV (PLHIV). METHODS: This is a cross-sectional study of a prospective concurrent cohort of 462 individuals initiating antiretroviral therapy at three HIV/AIDS specialized services in Belo Horizonte between 2015 and 2017. The following smoking status were used: current smoker (CS), former smoker (FS) and non-smoker (NS). Multinomial logistic regression was performed with NS as the reference category. RESULTS: Most participants were men (81.4%), young (up to 34 years old; 57.2%) and non-white (75.7%). Of the total number of individuals, 27.7% were CS, 22.9% FS, and 49.4% NS. Most smokers were light smokers (65.1%), consumed up to 10 cigarettes per day and had been smoking for more than 10 years (63.3%), starting on average at 17.2 years of age (SD = 5.1). In the multivariate analysis, higher chances of being CS were associated with: being female, having up to 9 years of schooling, current or prior use of alcohol and illicit drugs (marijuana, cocaine and crack) and presenting signs and/or symptoms of anxiety or depression. Higher chances of being FS were associated with having up to 9 years of schooling and current or prior use of alcohol and illicit drugs (marijuana and crack). CONCLUSIONS: The results show that smoking is highly prevalent among PLHIV, indicating the need for HIV specialized services to prioritize smoking cessation interventions. These interventions should consider the use of alcohol and illicit drugs and be targeted especially to young people, those with low schooling and with signs and/or symptoms of anxiety or depression

    Development and content validity of the perceived barriers with antiretroviral treatment scale.

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    Introdu??o: Pessoas vivendo com HIV (PVHA) devem ser devidamente orientadas para iniciar a terapia antirretroviral (TARV), sendo importante identificar as dificuldades de PVHA com o tratamento, no intuito de realizar interven??es para prevenir uma poss?vel falha terap?utica. Objetivos: Desenvolver uma escala para avaliar a percep??o de dificuldades de PVHA com a TARV e analisar sua validade de conte?do. M?todos: Uma escala contendo 47 itens foi proposta a partir de um estudo qualitativo pr?vio e, entre junho e agosto de 2015, foi aplicada em 27 PVHA em tratamento no Hospital Eduardo de Menezes para avaliar a compreens?o dos itens pela popula??o alvo (an?lise sem?ntica). Os itens foram modificados e avaliados por tr?s ju?zes quanto ? relev?ncia, adequa??o e dimensionalidade, utilizando-se o coeficiente de validade do conte?do e coeficiente kappa. Resultados: Ap?s an?lise sem?ntica os itens foram reduzidos para 40. Nenhum item foi exclu?do ap?s an?lise de ju?zes, uma vez que todos foram considerados relevantes. Apenas 30% dos itens foram modificados ap?s serem considerados inadequados. A maior dificuldade dos ju?zes foi classificar itens sobre a adequa??o do medicamento ? rotina entre as dimens?es. Conclus?es: Os resultados apontaram a adequa??o da escala ao conte?do que ela pretende avaliar. A vers?o piloto da escala est? sendo testada empiricamente e poder? ser usada no servi?o de sa?de, em n?vel individual, identificando os casos nos quais ? necess?rio prover educa??o e aconselhamento ao paciente, bem como instrumento de pesquisa, em n?vel coletivo, para o planejamento de interven??es e de pol?ticas p?blicas.Introduction: People living with HIV (PLHIV) should be properly informed when starting antiretroviral therapy (ART). It is important to identify the difficulties of PLHIV, in order to implement interventions to prevent a possible treatment failure. Objectives: To develop a scale to measure the perceived difficulty of PLHIV with ART and analyze its content validity. Methods: A scale containing 47 items was proposed from previous qualitative study. Between June and August 2015, it was applied to 27 PLHIV under treatment at Eduardo de Menezes Hospital to assess the comprehension of items by the target population (semantic analysis). The items were modified and evaluated by three judges regarding the relevance, appropriateness and dimensionality, using the validity of the content and kappa coefficients. Results: After semantic analysis the items were reduced to 40. No items were excluded after analysis of judges, since all were considered relevant. Only 30% of the items were modified after being considered unsuitable. The main difficulty of judges was to evaluate items on their appropriateness of the medication use between dimensions. Conclusions: Results indicated the suitability of the scale to the content that it intends to evaluate. The scale of the pilot version is being tested empirically and can be used in the health service at the individual level, identifying cases where it is necessary to provide education and counseling to the patient, as well as a research tool, at the collective level, to plan interventions and public policies

    CONCENTRAÇÃO DE ÍONS FERRO E MANGANÊS SOLÚVEIS EM AMOSTRAS DE ÁGUA BRUTA PARA CONSUMO HUMANO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

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    A água é um recurso natural com alto valor econômico agregado, que nem sempre é próprio para o consumo humano. Na água podem ser encontradas diversas substâncias químicas, como os íons ferro e manganês que, dependendo de sua concentração, podem causar danos à saúde humana. Assim, no presente estudo teve-se como objetivo avaliar as concentrações de íons ferro e manganês em amostras de água bruta em diferentes municípios do Estado de Minas Gerais. Para isso, foram analisadas 422 amostras de água provenientes de 85 municípios, sendo originadas de diferentes fontes, como poços, cisternas, minas e nascentes. Para análise, a concentração de ferro e manganês foi determinada por meio de espectrofotometria, utilizando kits específicos para cada íon. Das 422 amostras de água, 93 (22,0%) e 106 (25,1%) apresentaram valores acima do limite máximo de ferro e manganês, respectivamente, segundo a portaria GM/MS nº 888 de maio de 2021. Embora sejam consideradas impróprias para o consumo humano, o tratamento por meio da adição de cloro seguida de processo de filtração, pode ser uma alternativa viável para reduzir a concentração de ferro e manganês na água e contribuir para a redução de bactérias na água

    Utilização de medicamento pelos usuários da atenção primária do Sistema Único de Saúde

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    OBJETIVO: Caracterizar o perfil de utilização de medicamentos pelos usuários da Atenção Primária do Sistema Único de Saúde no Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal, exploratório, de natureza descritiva, integrante da Pesquisa Nacional Sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos – Serviços, 2015. Foram realizadas entrevistas com usuários presentes nos serviços por meio de questionários semiestruturados. Foram avaliadas as variáveis sociodemográficas, clínicas e relacionadas ao uso de medicamentos e verificado o uso de medicamentos nos 30 dias anteriores à entrevista. A população foi estratificada em três faixas etárias: 18 a 44, 45 a 64 e 65 anos ou mais. As diferenças entre as faixas etárias foram verificadas por meio do teste t de Student para variáveis contínuas e teste qui-quadrado para categóricas. Utilizou-se o plano de análises de amostras complexas. Os medicamentos foram classificados conforme Anatomical Therapeutical Chemical Classification System. RESULTADOS: De 8.803 usuários entrevistados, 6.511 (76,2%) relataram uso de medicamentos nos 30 dias anteriores à entrevista. Em média, cada usuário utilizou 2,32 medicamentos, sem diferença entre os sexos. Dentre os usuários de medicamentos, 18,2% tinham 65 anos de idade ou mais. Em comparação com as demais faixas etárias os idosos apresentaram mais comorbidades, usaram mais medicamentos e autorrelataram pior condição de saúde; eram menos escolarizados, relataram pior situação econômica e viviam sozinhos. Os medicamentos mais utilizados foram “outros analgésicos e antipiréticos” (3º nível ATC) e losartana (5º nível ATC). CONCLUSÕES: A maioria dos usuários de medicamentos possuía baixa escolaridade e comorbidades. Os medicamentos mais utilizados foram os anti-hipertensivos. A automedicação foi maior entre os jovens. A maioria dos usuários relatou utilização de medicamentos genéricos. O número médio de medicamentos e a prevalência de uso aumentaram com a idade. Devido às características observadas e as dificuldades no uso de medicamentos, os idosos estão em situação de maior vulnerabilidadeOBJECTIVE: To characterize the use of medicines by patients of the primary health care of the Brazilian Unified Health System (SUS). METHODS: This is a cross-sectional, exploratory, and descriptive study, part of the Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos – Serviços, 2015 (PNAUM – National Survey on Access, Use and Promotion of Rational Use of Medicines – Services, 2015). Interviews were carried out with patients present in the services by semi-structured questionnaires. Sociodemographic, clinical, and use of medicines variables were assessed and the use of medicines in the 30 days prior to the interview was also verified. The population was stratified into three age groups: 18 to 44, 45 to 64, and 65 years or more. The differences between the age groups were verified using the Student’s t-test for continuous variables and chi-square test for the categorical ones. The complex samples analysis plan was employed. The medicines were classified according to the Anatomical Therapeutic Chemical Classification System. RESULTS: Of the 8,803 patients interviewed, 6,511 (76.2%) reported to have used medicines in the 30 days prior to the interview. On average, each patient used 2.32 medicines, without difference between the sexes. Among medicine users, 18.2% were aged 65 years or more. Compared to the other age groups, older adults presented more comorbidities, used more medicines, and self-reported worse health conditions. They were also less educated, reported worse economic situation, and lived alone. The medicines that were mostly used were “other analgesics and antipyretics” (3rd ATC level) and Losartan (5th ATC level). CONCLUSIONS: Most medicine users had lower education level and presented comorbidities. The most used medicines were the antihypertensive ones. Self-medication was higher among young people. Most patients reported to use generic medicines. The average number of medicines and the prevalence of use increased with age. Due to the characteristics observed and the difficulties in the use of medicines, older adults are in a situation of greater vulnerabilit

    Qualidade de vida relacionada à saúde dos usuários da atenção primária no Brasil

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    Objetivo: analisar a qualidade de vida relacionada à saúde dos usuários da atenção primária em saúde do Sistema Único de Saúde e fatores a ela associados. Métodos: estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos – Serviços, 2015. A coleta de dados foi por meio de questionário que incluiu o instrumento Euroqol 5 Dimensions. Foram entrevistados usuários das cinco regiões do Brasil. Regressão linear múltipla foi utilizada para analisar a qualidade de vida relacionada à saúde e fatores associados. Resultados: do total de 8.590 usuários, as dimensões com maior frequência foram dor/mal-estar (50,7%) e ansiedade/depressão (38,8%). Cerca de 10% dos usuários reportaram problemas extremos nessas dimensões. Os fatores significantemente associados à pior qualidade de vida foram: ser do sexo feminino; ter artrite, artrose ou reumatismo; acidente vascular encefálico; doenças do coração; depressão; relatar autopercepção de saúde ruim/muito ruim; usar bebida alcoólica uma vez ou mais por mês; fazer dietas para perder peso, evitar o consumo de sal e reduzir o consumo de gordura. Foi observada associação significante entre uma melhor qualidade de vida e: residir no Norte e Sudeste; praticar atividades físicas e nível educacional mais alto. Não foi observada associação com fatores relacionados aos serviços de saúde. Conclusões: a qualidade de vida relacionada à saúde dos usuários foi influenciada por fatores demográficos, socioeconômicos, relacionados às condições de saúde e ao estilo de vida, sendo útil para nortear ações específicas de promoção da saúde e cuidado integral à saúde dos usuários do Sistema Único de Saúde.Objective: to analyze the Health-Related Quality of Life (HRQoL) of patients of the primary health care of the Brazilian Unified Health System (SUS) and its associated factors. Methods: this is a cross-sectional study with data from the Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos – Serviços, 2015 (PNAUM – National Survey on Access, Use and Promotion of Rational Use of Medicines – Services, 2015). Data were collected with a questionnaire that included the EuroQol 5 Dimensions (EQ-5D) instrument. Patients from the five regions of Brazil were interviewed. Multiple linear regression was used to analyze their Health-Related Quality of Life and its associated factors. Results: of the total of 8,590 patients, the most frequent dimensions were pain/discomfort (50.7%) and anxiety/depression (38.8%). About 10% of the patients reported extreme problems in these dimensions. The following factors were significantly associated with a worse quality of life: being female; having arthritis, osteoarthritis, or rheumatism; cerebrovascular accident; heart disease; depression; health self-assessment as poor or very poor; drinking alcoholic beverages once or more per month; dieting to lose weight, avoiding salt consumption, and reducing fat intake. Significant association was observed between a better quality of life and: living in the North and Southeast regions of Brazil; practicing physical activities; and having a higher educational level. No association was observed with factors related to the health services. Conclusions: the Health-Related Quality of Life of patients was influenced by demographic and socioeconomic factors that were related to health conditions and lifestyle, being useful to guide specific actions for promoting health and the integral care to patients of the Brazilian Unified Health System

    Polifarmácia : uma realidade na atenção primária do Sistema Único de Saúde

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    Objetivo: caracterizar a polifarmácia em usuários da atenção primária e identificar fatores a ela associados. Métodos: estudo transversal, exploratório, de natureza avaliativa, integrante do Componente Serviços da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos, 2015. A variável de interesse foi a polifarmácia, definida como o uso de cinco ou mais medicamentos. Buscou-se identificar a associação de variáveis sociodemográficas e indicadores de condições de saúde à polifarmácia. Para a comparação de grupos utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson. A associação entre polifarmácia e variáveis explicativas foi avaliada por modelo de regressão logística (p < 0,05). A qualidade do ajuste foi verificada pelo teste de Hosmer-Lemeshow. Resultados: a prevalência de polifarmácia entre os usuários de medicamentos foi de 9,4% (IC95% 7,8–12,0) na população geral e de 18,1% (IC95% 13,6–22,8) em idosos acima de 65 anos. Houve associação estatisticamente significante entre polifarmácia e faixa etária acima de 45 anos, baixa autopercepção de saúde, presença de doenças crônicas, ter plano de saúde, atendimento em serviço de emergência e região do país. Usuários do Sul apresentaram as maiores chances para polifarmácia. Os medicamentos mais utilizados foram os do aparelho cardiovascular, sendo compatível com o perfil epidemiológico nacional. Conclusões: a polifarmácia é uma realidade na população atendida no âmbito da atenção primária do Sistema Único de Saúde e pode estar relacionada ao uso exacerbado ou inapropriado de medicamentos. O principal desafio para qualificar a atenção em saúde é garantir que a prescrição de múltiplos medicamentos seja apropriada e segura.Objective: to characterize the polypharmacy in primary health care patients and to identify its associated factors. Methods: this is a cross-sectional, exploratory, and evaluative study, part of the Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos – Serviços, 2015 (PNAUM – National Survey on Access, Use and Promotion of Rational Use of Medicines – Services, 2015). The variable of interest was polypharmacy, defined as the use of five or more medicines. We sought to identify the association of sociodemographic variables and indicators of health conditions to polypharmacy. For group comparison, the Pearson’s Chi-square test was used. The association between polypharmacy and explanatory variables was evaluated by logistic regression model (p < 0.05). The quality of the adjustment was verified by Hosmer-Lemeshow test. Results: the prevalence of polypharmacy among medicine users was 9.4% (95%CI 7.8–12.0) in the general population and 18.1% (95%CI 13.6–22.8) in older adults above 65 years old. We found statistically significant association between polypharmacy and age above 45 years, lower self-perception of health, presence of chronic diseases, having health insurance, care in emergency services, and region of the Country. South users presented the highest chances to polypharmacy. The most used medicines were those of the cardiovascular system, being compatible with the national epidemiological profile. Conclusions: polypharmacy is a reality in the population met within the primary care of Brazilian Unified Health System and may be related to excessive or inappropriate use of medicines. The main challenge to qualify health care is to ensure that prescription of multiple medicines be appropriate and safe
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