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    “SÍNDROME DA LUTA MAIOR”: um perigo para a educação anti-discriminatória

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    Neste texto, as autoras e autor se baseiam em experiências das lutas antirracistas para discutir um perigo que pode passar despercebido até por pessoas envolvidas nas lutas anti-discriminatórias. A multiplicidade de causas, atividades e comportamentos de participantes dos grupos e subgrupos dedicados às lutas correspondentes apontam para uma situação facilmente invisibilizada que precisa de mudanças importantes. Integrantes destes agrupamentos parecem vítimas do perigo que chamamos síndrome da causa ou luta maior, a luta específica de um grupo ou outro, ou de algumas/ns integrantes destes, sendo considerada mais justa. A colonialidade do poder de valores, práticas culturais dominantes, mentalidades inferiorizadas e não-questionadas, especialmente marcantes em pessoas engajadas nas lutas sociais, se evidenciam nesta síndrome. Episódios envolvendo integrantes de um núcleo de pesquisas-estudos da temática educação-gênero-afrodescendência ajudam evidenciar os próprios preconceitos de sujeitos engajados em lutas anti-discriminatórias. Para dialogar sobre estas atitudes contraditórias e comportamentos questionáveis de pessoas que sofrem das consequências de ideologias do racismo e das discriminações, desta afirmação e negação (visibilização-invisibilização) de tipos de discriminação, usamos contribuições de Frantz Fanon (2008), Roberto DaMatta (1990, 1997), Chimamanda Ngozi Adichie (2015), Norbert Elias e John Scotson (2000), Walter Mignolo (2008), Aimé Césaire (1978) dentre outras/os. Enfrentar as percepções incompletas e subjetivas em questões das discriminações-desigualdades na sua abrangência contextual é desafio permanente. Até militantes e pessoas engajadas em lutas sociais por uma sociedade não discriminatória, também, correm o perigo de praticar discriminações e racismos. Palavras-chave: Colonialidade de poder. Racismos. Discriminações. Síndrome da luta maior
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