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FONOLOGIA DA LÍNGUA KURUAYA: DISTRIBUIÇÃO E DISPERSÃO DAS VOGAIS ORAIS
RESUMO: O Kuruaya, juntamente com o Munduruku, forma a família Munduruku, pertencente ao tronco Tupi. Apesar de existirem aproximadamente 300 índios Kuruaya, apenas três falam a língua, e estes residem na cidade de Altamira, região oeste do Pará, fora da área pertencente a esse povo. Nosso objetivo nesse trabalho é apresentar as qualidades vocálicas em Kuruaya, explicar a distribuição dos fonemas vocálicos e de seus alofones e descrever a dispersão das vogais orais nessa língua. Assim, a parte de descrição dos fonemas e dos alofones da língua Kuruaya foi baseada na análise de contraste, distribuição complementar e variação dos sons postulada por Pike (1947). Esses pontos estão inseridos dentro do campo de estudo da fonética articulatória, que classifica os sons da fala de acordo com o contexto em que estes são articulados, ou seja, da maneira como os sons são produzidos pelo aparelho fonador. Também utilizamos de instrumentos da fonética acústica para descrevermos os sons vocálicos do Kuruaya. Nesse sentido, nos baseamos nos estudos de Ladefoged (1982) sobre os princípios da análise acústica de fonemas. Segundo o autor, é possível descrever os sons de determinada língua a partir de suas propriedades acústicas, perceptíveis através da análise de espectogramas. Assim, a altura da língua é obtida através da medição do primeiro formante (F1); enquanto sua posição na boca é dada pelo segundo formante (F2). Através dos dados obtidos com as medições desses dois formantes é que nos foi possível descrever a dispersão dos sons vocálicos e identificar seu espaço de realização em Kuruaya.
ABSTRACT: Kuruaya, with Munduruku, forms the family Munduruku, belonging to the Tupi trunk . There are approximately 300 Indians Kuruaya, however only one them speak the language, and these live in the city of Altamira, west area of Pará Estate, out of the area belonging to that people. Our objective in that work is to present the vocalic qualities in Kuruaya, to explain the distribution of the vocalic phonemes and of their allophones, and to describe the dispersion of the oral vowels in that language
Entre lugares: das possibilidades da interculturalidade. Entrevista com Mariano Baez Landa
O professor Mariano Baez landa possui longa e importante trajetória nos estudos da interculturalidade. Desde sua formação na instigante década de setenta até os dias atuais atua, como ele mesmo diz, de maneira engajada, apaixonada e aprofundada em temas centrais das sociedades latino-americanas, como as relações interétnicas, a educação formal, a interculturalidade e a questão indígena. Destaca-se aí sua atuação como diretor de uma universidade intercultural mexicana
Caminhos do saber Arukwayene nas águas da história: a emergência da historicidade Palikur em narrativas de memória
Os Palikur-Arukwayene são um povo indígena que vivem em ambos os lados da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa e, juntamente com Karipuna, Galibi-Marworno e Galibi-Kalinã, constituem o que a literatura convencionou chamar de povos indígenas de Oiapoque. Este artigo aborda a emergência da “historicidade” deste povo a partir das narrativas dos sábios Wet e Tebekwe e, ao mesmo tempo, analisa como estes sábios, de forma singular e distinta, são reconhecidos e referenciados por esta sociedade. A “latência” de saberes palikur-arukwayene emerge dos estudos e pesquisas que vem sendo desenvolvidas há alguns anos com o povo e, em decorrência disso, fomentam a (re)escrita da história a partir das interseções com as narrativas de vida, relatos de experiências, transmissão e compartilhamento de conhecimentos dos sábios. Neste percurso, fizemos o registro e documentação de narrativas que possibilitam considerar que muitos dos saberes do povo mantem-se vivos e presentes nas lembranças e reminiscências de memórias dos antigo
Kayka Aramtem: saber e tradição de um sábio Arukwayene
[video:kaykaport] Wet (ManoelAntonio dos Santos) é o personagem principal deste filme. Ele é filho de uma Palikur com um não-indígena e neto do último grande xamã arukwayene, que esteve com o etnólogo Curt Nimuendajú em 1925, período em que este pesquisador permaneceu no rio Urucauá. Nimuendajú encontrou o avô de Wet na mesma pequena aldeia, Imawihg, habitada hoje por esse sábio, local onde ocorreu a Kayka. Tendo sido criado pelo avô após a morte precoce da mãe, Wet esteve por muitos anos ren..
Indigenismo brasileiro e indianidade entre os povos indígenas de Oiapoque
Carina Santos de Almeida a consacré sa recherche à la notion d\u27indianité chez les peuples autochtones d\u27Oiapoque