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Reflexões críticas da mesa "Ser 'gay' de interior”: vivências, existências e resistências político-afetivas
A mesa-redonda, criticamente refletida nesse artigo, foi apresentada por três “gays” de interior que também assinam a autoria do texto e atualmente desenvolvem pesquisas de doutoramento que versam sobre a (re)existência de LGBTs no âmbito educacional, político e cultural. A partir de suas experiências interioranas os autores refletem como é ser um gay de interior e as barreiras encontradas para o exercício da cidadania e para a constituição de redes de sociabilidade. A discussão é desenvolvida em três momentos. Primeiro, discutimos as barreiras à cidadania de homossexuais masculinos no interior. Em seguida, refletimos sobre nossas vivências em três contextos interioranos distintos. Por fim, nos posicionamos sobre a importância de politizar a experiência como modus de transformação dos lugares em que vivemo
Apresentação
Em sua primeira edição, a Revista Eletrônica Discente História.com materializa um projeto de árdua luta, mas acima de tudo, possível. Este periódico é um canal de publicação de produção acadêmica de discentes que atuam na área de História e demais Ciências Humanas e Sociais que dialoguem e contribuam para o campo da prática historiográfica.Para esse número, a presente edição recebeu trabalhos que foram submetidos à avaliação de seus pareceristas oriundos de várias universidades federais e estaduais do Brasil, fato que demonstra a lacuna que uma revista discente como esta preenche no meio acadêmico e o quanto discentes e seus respectivos orientadores acreditaram na credibilidade da proposta deste meio de divulgação do conhecimento científico.As contribuições dos autores para o entendimento de diversos períodos da história é uma realidade nesta edição. Espera-se que os trabalhos selecionados e publicados sejam estimuladores de discussões e produções de conhecimentos. Este é um dos ideais em que a Revista Eletrônica Discente História.com se ancora, seguindo o ideal acadêmico de que ela deve servir não apenas para a divulgação de trabalhos, mas como meio de disseminação e apropriação de conhecimentos, além de ser um canal de diálogo entre os estudiosos do país.
A ‘Ideologia de Gênero’ no Brasil: conflitos, tensões e confusões terminológicas
O discurso da ideologia de gênero tem se reproduzido entre os setores conservadores, especialmente entre cristãos das igrejas católicas e protestantes, e parlamentares das bancadas do Boi, Bala e Bíblia, que durante (e após) o processo de aprovação do Plano Nacional de Educação (2014) e da Base Nacional Comum Curricular (2017) se posicionaram contra o estudo e discussão de questões relacionadas a gênero e sexualidade nas escolas públicas brasileiras. Nesse processo, uma série de inverdades sobre as noções de gênero e sexualidade foram produzidas e localizadas como parte da teoria feminista e dos estudos sobre gênero e sexualidade. Meu objetivo nesse trabalho é produzir um contra discurso à Ideologia de Gênero, apontando as suas deficiências, incompreensões e confusões terminológicas produzidas com o intuito de instaurar um pânico moral e combater os direitos das mulheres e LGBTs, que em consequência acabam incentivando e legitimando a violência de gênero e lgbtfobia. O texto está organizado nas seguintes partes: introduzo a discussão refletindo sobre a transformação do gênero, sexo e sexualidade em objetos discursivos; apresento a construção discursiva de gênero como um aparelho ideológico; reflito sobre o cenário brasileiro e as principais tensões em torno da chamada “Ideologia de Gênero”; em seguida, apresento as construções teóricas em torno do conceito de gênero no movimento feminista; e por fim, sinalizo as incompreensões encontradas na noção de Ideologia de Gênero e as potencialidades que os estudos de gênero têm para o projeto político de eliminação da opressão, subordinação e subalternização das mulheres, e para a construção de uma sociedade mais igualitária
Escritas e leituras de mim: uma reflexão acerca da epistemologia do armário a partir da minha autobiografia
Este trabalho é uma reflexão teórica e descritiva, baseada na literatura nacional e na
escrita autobiográfica, acerca de como o armário gay atua como um aparelho que regula e molda
o comportamento de Gays na sociedade atual, mais especificamente na Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia, na tentativa de compreender como a sexualidade interfere diretamente
na permanência, afiliação e êxito acadêmico de estudantes universitários. Para tal, utilizarei
como objeto de análise e reflexão a minha trajetória pessoal de vida e formação,
(auto)biografada e embasada teoricamente no conceito de “Epistemologia do Armário”
desenvolvido por Eve Kosofsky Sedgwick. No intuito de compreender, como o “armário”
descrito por Segwick, moldou, regulou e transformou as relações afetivas, sexuais e de gênero
minhas e dos meus pares desde a minha infância até o meu acesso e permanência, na
universidade e demonstrar que a autobiografia, além de ser uma escrita e leitura de si mesmo,
pode vim a ser um mecanismo de contestação, luta política e produção memorialística, não só
da sua história pessoal, como também da história e dos marcadores sociais do seu tempo vivido
e escrito.El presente trabajo es una reflexión descriptivo y teórico, basado en la literatura
nacional y la escritura autobiográfica, acerca de cómo los homosexuales actos armario como un dispositivo que regula y da forma al comportamiento de gays en la sociedad actual, más
específicamente de la Universidad Federal de Reconcavo Bahía, en un intento de entender cómo
la sexualidad afecta directamente a la residencia, afiliación y el éxito académico de los
estudiantes universitarios. Para ello, voy a utilizar como objeto de análisis y reflexión de mi
viaje de la vida personal y la formación, (auto) biografiado y teóricamente fundamentada en el
concepto de "Epistemología del armario" de Eve Sedgwick Kosofsky desarrollado. Con el fin
de entender cómo el "armario", descrito por Segwick, forma, regula y transforma la emocional,
sexual y de género de mis compañeros y mis relaciones desde mi infancia hasta mi acceso y la
permanencia, la universidad y demostrar que la autobiografía , además de ser una escritura y la
lectura en sí, puede llegar a ser un mecanismo de defensa, y memorias lucha política de
producción, no sólo de su historia personal, sino también la historia y sociales marcadores de
su tiempo vivido y escrit