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A NOVA ECONOMIA INSTITUCIONAL E O COMÉRCIO JUSTO E SOLIDÁRIO: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR DA UFOPA
O resumo expandido busca apresentar uma nova forma de comercialização justa com o intuito de combater as desigualdades históricas que dividem o planeta, pautado na expectativa de que consumidores irão adquirir um produto devido às suas características éticas. É por meio dessa perspectiva que a comercialização na Feira da Agricultura Familiar da UFOPA se tornou uma ação desenvolvida pelo projeto IES com a parceria da Pró-reitora da Cultura, Comunidade e Extensão – PROCCE. Com isso, o objetivo geral desse artigo é apresentar de que forma os elementos da Nova Economia Institucional se articulam com Comércio Justo e Solidário, na Comercialização da Feira da Agricultura Familiar da UFOPA. A metodologia abordada foi pesquisa de cunho bibliográfico e quantitativa, com técnica de aplicação de questionário pelo projeto IES. A pesquisa é relevante porque busca alternativas que proporcionam uma integração entre a comunidade acadêmica e os agricultores familiares, constituindo-se como um canal de comercialização dos produtos dos agricultores nos municípios de Mojuí dos Campos-PA, Belterra- PA e Santarém-PA. De acordo com os resultados, analisa-se que a iniciativa da feira é fundamental para o desenvolvimento rural, pois é inteiramente inovador como canal de comercialização e eficaz quanto a promoção do bem-estar das famílias envolvidas. Os elementos da NEI mostram que é essencial para reduzir os custos de transação controlar oportunismo.
Palavras-chave: nova economia institucional; comércio justo; oportunismo
AUTOGESTÃO DE EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS, CONTRIBUIÇÃO DOS REGISTROS CONTÁBEIS
No Brasil, atualmente, a economia solidária tem ganhado importância por ser um dos possíveis caminhos para o combate ao desemprego, gerando assim renda para a população, e acima de tudo servindo como uma alternativa, das ações de combate à chamada “vulnerabilidade social”. A economia solidária se caracteriza por ser composta de princípios próprios, entre eles podemos destacar o da autogestão. Assim, é importante que se tenha pessoas responsáveis pela gestão da cooperativa, as quais têm a obrigação de informar as contas pagas, as vendas realizadas pelas cooperativas/associações e controlar o patrimônio. Diante disso isso é essencial à utilização da contabilidade para informar e organizar a contabilidade das cooperativas/associações. Com isso, o Projeto de Extensão Incubadora de Empreendimentos Solidários, elaborou um plano de trabalho com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento da escrituração contábil como ferramenta de autogestão para os Empreendimentos Econômicos Solidários – EES. Foram coletados dados primários juntos a associação e cooperativas que participam da feira da agricultura familiar da UFOPA e seus associados, no qual foi solicitado que as mesmas realizem os lançamentos de todas as transações (entradas e saídas) realizadas no decorrer do mês no livro diário e posteriormente sendo auxiliados para que concluam o fechamento do livro caixa mensal, através de oficinas contínuas, pautadas na metodologia de incubação. Em relação aos dados obtidos no decorrer das oficinas observou-se que os EES e seus associados perceberam a importância dos registros para a autogestão os quais passaram a realizar seus lançamentos mensalmente.
Palavras-chave: Economia solidária; autogestão; escrituração contábil
IDEOLOGIAS DE DESENVOLVIMENTO EM JORNAIS DE SANTARÉM-PA NAS DÉCADAS DE 1960 E 1970
O artigo discute a importância dos aspectos políticos, históricos e sociais nas décadas de 1960 e 1970, com o objetivo de compreender o contexto da implantação dos projetos de Desenvolvimento que afetaram o município de Santarém (Oeste do Pará), além de analisar as perspectivas de diferentes vertentes a respeito do desenvolvimento no século XX. Essa compreensão é fundamental para refletir a perspectiva da população amazônica na elaboração ou recepção destas políticas, visto que essas foram elaboradas a partir dos centros políticos brasileiros que consideravam a região amazônica como área periférica. Em termos práticos, a pesquisa foi realizada nas seguintes etapas: (a) revisão bibliográfica sobre o histórico-social do período estudado, o conceito de desenvolvimento e problemática de desenvolvimento no século XX e; (b) levantamento e análise de fontes primárias. (c) pesquisa em jornais na cidade de Santarém para compreender como a imprensa – parte da população, portanto – se posicionou em relação a estas políticas estatais. Como resultados, observou-se que os projetos para viabilizar a integração mantiveram seu foco na exploração e extração de recursos naturais da Região Amazônica. Economicamente a Amazônia era valorizada por ser uma vasta região cheia de riquezas que, de acordo com o pensamento da época, poderiam ser utilizadas para ajudar economicamente o país
OFICINA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: FERRAMENTA DE AUTOGESTÃO PARA FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIAR DA UFOPA
As Casas Familiares Rurais-CFRs são escolas comunitárias que por meio da Pedagogia da Alternância possibilitam aos agricultores acesso à educação formal e à qualificação profissional. Esse sistema educativo consiste na alternância de tempos e espaços de formação, denominados Tempo-escola e Tempo-comunidade. Durante os períodos de Tempo-escola, os alternantes ficam em regime de internato cujas despesas são custeadas por suas famílias e por parceiros, gerando, por vezes, situação de insegurança alimentar. Diante desse contexto buscou-se por meio do plano de trabalho contribuir para a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional-SAN dos jovens através de estratégias que viabilizassem o fornecimento de alimentos saudáveis durante os períodos de Tempos-escola. As atividades foram realizadas no período de outubro de 2017 a setembro de 2018 junto às turmas do 1º e 2º ano do Curso Técnico em Agropecuária da CFR de Santarém. Para introduzir o tema SAN no contexto da CFR foram realizadas reuniões de planejamento junto à equipe pedagógica, minicurso sobre Segurança Alimentar e Nutricional, breve pesquisa sobre hábitos alimentares dos educandos e palestra sobre os tipos de Nutrientes Encontrados nos Alimentos, tendo como recursos didáticos a pirâmide alimentar e a Feira da Chegada. Os resultados demonstraram que a introdução da temática SAN, dentro do processo educativo teve efeitos positivos. A partir das atividades os alternantes passaram conhecer e discutir sobre alimentação saudável; tornando-os mais soberanos em relação à alimentação, houve melhoria na alimentação observada a partir da Feira da Chegada, com a introdução de mais produtos advindos da agricultura familiar.
Palavras-chave: Educação do Campo; Pedagogia da Alternância; soberania alimentar
A LÓGICA DA AÇÃO COLETIVA E OS TRABALHADORES COOPERADOS NA RECICLAGEM DO LIXO EM SANTARÉM
Na sociedade capitalista em que se vive, é comum descartar diariamente uma enorme quantidade de resíduos sólidos nos aterros, lixões entre outros, devido ao alto índice do consumismo existente no mundo. Desta forma, ao abordar o tema da ação coletiva e os trabalhadores cooperados na questão da reciclagem, buscou-se contribuir para que a atividade de catação de materiais recicláveis realizada pela Cooperativa de Reciclagem de Santarém – Coopresan, no Aterro do Perema, seja instrumento de conforto econômico para seus cooperados. Além de analisar juntos aos catadores cooperados a relação custo-benefício do exercício da atividade pela cooperativa seja a partir da Lógica da Ação Coletiva. Apresenta-se no estudo uma tabela com dados de sete catadores cooperados através de uma entrevista semiestruturada, onde percebe-se claramente que a quantidade de trabalho não equivale à quantidade de dinheiro arrecadado com a venda do resíduo. É importante destacar que esses catadores cooperados ainda se comportam como catadores autônomos, visando solucionar esse entrave realizou-se uma palestra pra tentar mudar essa realidade, sobre a temática de cooperativismo, ação coletiva e afins, além de buscar melhorar a qualidade do resíduo, que atualmente ainda é vendido em péssimo estado pelos catadores cooperados e também visando contribuir par a união da cooperativa, já que há uma certa desunião entre eles, o que implica no trabalho da cooperativa. Ressaltando que é a partir da constatação de que as pessoas, quando se organizam em grupos e visam ampliar benefícios pessoais e coletivos, lutam por benefícios que se tornam fatores de agregação entre elas.Palavras-chave: catação; cooperativa; reciclagem
A LÓGICA DA AÇÃO COLETIVA E OS TRABALHADORES NÃO COOPERADOS NA RECICLAGEM DO LIXO EM SANTARÉM
A reciclagem é uma das principais alternativas recorridas ao se pensar em preservação do meio ambiente e redução do consumismo exacerbado. Por outro lado, a profissão de catador foi muito desvalorizada desde seu surgimento. Dessa forma, o objetivo da pesquisa é contribuir para que a atividade de catação de materiais recicláveis pelos catadores não cooperados seja instrumento de conforto econômico para estes trabalhadores, por meio de palestras realizadas após o recolhimento de dados. Através de um estudo de caso, com foco nos catadores autônomos de material reciclável, foram realizadas visitas ao Aterro do Perema e às empresas recicladoras, onde foram feitas entrevistas semiestruturadas. No dia 24/08/2015, foi realizada uma ação social reunindo catadores cooperados e não cooperados, na Comunidade de Cristo Rei, o objetivo foi realizar uma palestra com o tema “A formação do Cooperativismo”, de forma a fornece-lhes princípios fundamentais a respeito do funcionamento de uma cooperativa, suas características, o que é importante para o sucesso da mesma. Nos dados de campo, todos os sete catadores autônomos declararam que não consideram sua renda justa pelo trabalho árduo e cansativo que executam. Quando perguntados sobre o que deveria ser feito para melhorar a atividade de catação, a resposta mais clamada foi a criação de um galpão de triagem. A vida destes catadores necessita de melhorias, pois estão claramente expostas a riscos de saúde. Logo, é relevante destacar que a pesquisa necessita de continuidade, pois é visível que a situação de trabalho desses catadores ainda é precária e desumana.Palavras-chave: ação social; catadores autônomos; materiais reciclávei
INCUBADORA DE EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS: UM ESTUDO DO PROJETO DE TURISMO COMUNITÁRIO EM PIQUIATUBA/PA
Esta pesquisa colabora com o estudo sobre o Turismo de Base Comunitária (TBC) realizado em Piquiatuba-Pa com assessoria do projeto de Extensão Incubadora de Empreendimentos Solidários (IES), vinculado à Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). O objetivo foi apresentar como a Economia Solidária (ES) e seus princípios, compartilhados por meio da metodologia de incubação, contribuíram para a organização do TBC na respectiva comunidade. Há muitos desafios para inserir a ES no desenvolvimento do turismo, no entanto, é fundamental que as pesquisas aprimorem seus estudos com o intuito de aperfeiçoar a abordagem e oportunizar novas pesquisas. Nesse sentido, realiza-se uma análise da aplicação da metodologia de incubação no turismo comunitário em Piquiatuba-PA, destacando as principais dificuldades e os possíveis reajustes. Os métodos utilizados foram pesquisa bibliográfica, exploratória e pesquisa-ação com base nos relatórios anual e parcial da IES. A experiência permitiu perceber a importância da autogestão no desenvolvimento das atividades para o turismo de base, quando os membros da associação que participam do projeto realizam as atividades cooperando e se empenhando para concretização desse empreendimento. A avaliação que se faz é a de que os princípios e valores da economia solidária (democracia, a autogestão, a igualdade, a participação e a cooperação), sendo similares aos do TBC, são essenciais para o desenvolvimento da atividade em comunidade, onde individualismo, egoísmo e a busca do lucro a qualquer preço, que caracterizam as relações capitalistas, devem ser minimizados a fim de não abortar ou comprometer essa inciativa local, coletiva e sustentável. Por isso a importância formal da Economia Solidária.
Palavras-chave: turismo de base comunitária; economia solidária; desenvolvimento rural
Uso de Plantas com Fins Medicinais no Município de Barra, BA
This work was carried out in the Settlement Land Reform New Site, Barra-BA, in order to know the medicinal
plants and their use forms adopted by local people. Between April and May 2015 interviews were conducted with structured
questionnaires. All respondents make use of medicinal plants and cultivate some kind in their homes, use plants by family
tradition and because it is a natural remedy consuming especially when they are sick. 258 citations were registered, in which
were reported the use of various plant parts of 41 species, 11 types of preparation, with different therapeutic purposes. The
leaves and bark were the most used parts and teas the main form of use. The Lamiaceae families, Anacardiaceae, Myrtaceae
and Rutaceae were those with greater representation and medicinal adoption. The most cited species were Cymbopogon
citratus (Capim Santo - 15.5%), Lantana camara L. (Camará - 10.5%), Mentha sp. (Mint Kid - 9.7%), Ocimum basilicum L.
(Basil - 5.4%) and Ruta graveolens L. (Arruda - 4.6%) which accounted for 45.7% of the citations. Among the therapeutic
indications mentioned, include: diseases associated with respiratory, anti-inflammatory indications, hypertension, soothing and
diseases associated with the digestive system. Note that the residents are in possession of a vast empirical knowledge related to
ethnobotany and climatic conditions related to the management of the flora of the region and the use of medicinal plants for
therapeutic purposes is striking, showing that the popular use of medicinal plants is inserted significantly in the social and
cultural spheres of the community, which will ensure the perpetuation of customs among the next generations.Este trabalho foi realizado no Assentamento de Reforma Agrária Sítio Novo, Barra–BA, objetivando conhecer as
espécies medicinais e suas formas de uso adotadas pela população local. Entre Abril e Maio de 2015 foram realizadas
entrevistas com aplicação de questionários estruturados. Todos os entrevistados fazem uso de plantas medicinais e cultivam
alguma espécie em suas residências, usam as plantas por tradição familiar e por se tratar de um remédio natural consomem
principalmente quando estão doentes. Foram registradas 258 citações, nas quais foram relatadas a utilização de várias partes
vegetais das 41 espécies, em 11 formas de preparo, com diferentes finalidades terapêuticas. As folhas e as cascas foram as
partes mais utilizadas e os chás a principal forma de uso. As famílias Lamiaceae, Anacardiaceae, Myrtaceae e Rutaceae foram
aquelas com maior representatividade e adoção medicinal. As espécies mais citadas foram a Cymbopogon citratus (Capim
Santo – 15,5%), Lantana camara L. (Camará – 10,5%), Mentha sp. (Hortelã Miúdo – 9,7%), Ocimum basilicum L.
(Manjericão – 5,4%) e Ruta graveolens L. (Arruda – 4,6%) que corresponderam por 45,7% das citações. Entre as indicações
terapêuticas citadas, destacam-se: doenças associadas ao sistema respiratório, indicações anti-inflamatórias, hipertensão,
calmante e doenças associadas ao sistema digestivo. Nota-se que os moradores são detentores de um vasto conhecimento
empírico relacionados à etnobotânica e as condições climáticas relacionadas ao manejo da flora da região e que o uso de
plantas medicinais para fins terapêuticos é marcante, evidenciando que o uso popular de plantas medicinais está inserido
significativamente nas esferas social e cultural dessa comunidade, o que assegurará a perpetuação dos costumes entre as
próximas gerações