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    Suscetibilidade genética para a hipertensão

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    Tese de mestrado em Biologia Humana e Ambiente, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, em 2018A hipertensão e uma doença multicausal, multifatorial e poligénica, caracterizada pela presença de níveis elevados de tensão arterial e encontra-se frequentemente associada a distúrbios metabólicos e hormonais, com presença de hipertrofia cardíaca e elevação do tónus vascular. E também considerada uma síndrome por estar fortemente associada a um agregado de distúrbios metabólicos, tais como a obesidade, aumento da resistência a insulina, diabete mellitus, e dislipidemias, que podem contribuir de forma significativa para o aumento da incidência da hipertensão e outras doenças cardiovasculares, bem como estarem na base do desenvolvimento das mesmas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a suscetibilidade genética para o desenvolvimento de hipertensão na população portuguesa, mais especificamente pretendeu-se testar a associação de variantes nos genes NOS3, HBA e G6PD com a hipertensão (fenótipo distante) e com potenciais factores de risco (fenótipos intermédios). Para tal foram analisadas amostras de sangue periférico de 377 indivíduos portugueses, com idade compreendida entre os 19 e 98 anos, dos quais 227 eram do sexo feminino e 144 do sexo masculino, sendo 243 hipertensos e 134 normotensos (população controlo). Foram ainda analisadas 22 amostras de uma população africana não hipertensa (Moçambique). Para a pesquisa do número de repetições de 27 bp em tandem (VNTR) no intrao 4 do gene NOS3 foi usada a PCR, para a pesquisa do SNP rs1050829 no gene G6PD foi usado a PCR-RFLP e para a pesquisa da deleção alfa-talassémica de -3,7kb no agrupamento génico da alfa-globina foi usada uma metodologia de Gap-PCR. Para a pesquisa de variantes no exao 2 dos genes HBA1 e HBA2 foi usada a PCR seguida de sequenciação de Sanger Os cálculos estatísticos foram realizados no programa estatístico SPSS 25.0, sendo o nível de significância estatístico estabelecido para p-value < 0,05. Dado que existia diferença entre os dois grupos analisados (hipertensos e normotensos) no que diz respeito a idade (mas não ao género), sempre que necessário foi realizado o ajuste para este fator de confundimento. Os resultados deste estudo mostraram que a presença do alelo 4a em NOS3 (em heterozigotia ou homozigotia) esta associado a um maior risco de ser hipertenso [OR = 2,297; IC (95%) = (1,206 – 4,376); p = 0,011]. Observou-se tambem que o IMC e a glicemia apresentavam diferenças estatisticamente significativas entre hipertensos e normotensos, respetivamente, p = 0,008 e p = 0,036. Alem disso, foi observado que na ausência do alelo 4a o IMC, a glicemia e a uricemia estão associadas a hipertensão (p = 0,005; p = 0,001 e p = 0,013) e que poderão ser fatores de risco independentes. Não se verificaram quaisquer diferenças estatisticamente significativas para a variante da G6PD e para a presença da alfa-talassemia entre os grupos (hipertensos e normotensos). Os resultados obtidos neste estudo indicam que a presença do alelo 4a no gene NOS3 e um fator de suscetibilidade genética para o desenvolvimento de hipertensão na população portuguesa. Este facto realça a importância do metabolismo do óxido nítrico nesta patologia. A identificação de variantes genéticas associadas ao fenótipo hipertenso, poderá permitir o reconhecimento de indivíduos susceptíveis e a classificação dos pacientes em subgrupos com distintas características genéticas, de maneira a serem delineadas as melhores estratégias preventivas e terapêuticas.Hypertension is a multicausal, multifactorial and polygenic disease, characterized by the presence of elevated arterial tension levels and is frequently found associated with metabolic and hormonal disturbances, with the presence of cardiac hypertrophy and elevation of the vascular toning. It is also considered a syndrome because it is strongly associated with an aggregate of metabolic disturbances, such as obesity, increased insulin resistance, diabetes mellitus and dyslipidemia, which may contribute significantly to increased incidence of hypertension and other cardiovascular diseases, as well as being at the basis for their development. This project aimed to evaluate the genetic susceptibility to hypertension within the Portuguese population, more specifically to test the association of variants in genes NOS3, HBA and G6PD with hypertension (distant phenotype). Also, the contribution of some biochemical/clinical parameters as potential risk factors (intermediate phenotypes) were analysed. For that, peripheral blood samples of 377 Portuguese individuals being 243 hypertensives and 134 normotensives (population control) were investigated. The sample was composed by 227 females and 144 males with ages ranging between 19 and 98 years. Further, 22 samples of a non-hypertensives African population was analyzed (Mozambique). The characterization of the number of repetitions of 27 bp in tandem (VNTR) in 4 intron of the gene NOS3 was performed by PCR, the SNP rs1050829 in G6PD gene was analysed by PCR-RFLP and the study of -3,7kb alpha-thalassemic deletion in the alpha-globin cluster was performed by Gap-PCR. To search for variants in exon 2 of HBA1 and HBA2 genes PCR followed by Sanger sequencing. The statistical calculations were made using the statistics tool SPSS 25.0, with the statistical significance level set to p-value <0.05. As the two groups (hypertensive/normotensive) presented difference concerning age (but not gender) correction for this confounding factor was performed when appropriate. The results of this study show that the presence of the allele with four repetitions (allele 4a) in NOS3 (in heterozygosity or homozygosity) is associated with a higher risk of being hypertensive [OR =2.297; CI (95%) = (1.206 - 4.376); p = 0.011]. Concerning intermediate phenotypes, it was also observed that the Body Mass Index (BMI) and glycemia showed statistical differences between hypertensives and normotensives groups, (p = 0.008 and p = 0.036, respectively). Moreover, we observed that in absence of allele 4a, BMI, glycemia and uricemia are associated with hypertension (p = 0.005; p = 0.001 and p = 0.013) which allowed to conclude that they are independent risk factors. No significant differences were verified for the G6PD variant or for the presence of the alpha-thalassemia deletion between the hypertensive and the normotensive groups. We can conclude that the presence of the allele 4a in NOS3 gene is a genetic susceptibility factor for the development of hypertension in the Portuguese population. This fact emphasizes the importance of nitric oxide metabolism in this pathology. The identification of contributing genetic variants for the susceptibility to hypertension may allow recognizing the vulnerable individuals and classifying patients in subgroups with distinct genetic characteristics in order to delineate the better prevention and therapeutic strategies

    Caracterização de regiões polimórficas em genes ligados à hipertensão - NOS3, G6PD e HBA numa população Moçambicana e numa população portuguesa

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    21ª Reunião da Sociedade Portuguesa de Genética Humana, 16-18 nov 2017Introdução: A hipertensão arterial é uma doença multifatorial, de elevada prevalência em Moçambique e Portugal (respectivamente 33,1%[1] e 42,2%[2]). Uma vez que a sintase do óxido nítrico endotelial (NOS3), a glucose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD) e a alfa-globina (HBA) têm sido propostas como potenciais moduladoras da hipertensão arterial, pretendem-se neste estudo caraterizar as variantes genéticas mais comuns em duas populações, uma Moçambicana e outra Portuguesa. Material e Métodos: Foram analisadas 22 amostras de DNA provenientes do Hospital Central de Maputo e 87 provenientes do Hospital de Santa Maria. Para a pesquisa do número de repetições em tandem (VNTR) no intrão 4 do gene NOS3 foi usada a PCR, para a pesquisa do SNP rs1050829 no gene G6PD foi usado a PCR-RFLP e para a pesquisa da deleção alfa-talassémica de -3,7kb no agrupamento génico da alfa-globina foi usada uma metodologia de Gap-PCR. As frequências alélicas e genotípicas foram calculadas e analisadas com recurso ao programa estatístico SPSS 22.0 Resultados: Os resultados mostram que em relação ao gene HBA, a população Moçambicana analisada apresenta a frequência de 59% para o alelo mutado e de 41% para o alelo normal, em contraste com o observado para a população Portuguesa onde foi detetada a frequência de 1% para o alelo mutado e 99% para o alelo normal. No gene G6PD, observou-se na população Moçambicana a frequência de 76% para o alelo mutado e 24% para o alelo normal e para a população Portuguesa analisada observou-se que o alelo mutado apresenta a frequência de 1% e o alelo normal a frequência de 99%. Para o VNTR em NOS3, na população Moçambicana os alelos 4a e 4b apresentam respetivamente a frequência de 32% e 68%, enquanto na população Portuguesa os mesmos alelos apresentam respetivamente a frequência de 12% e 88%. Discussão: Estes resultados preliminares mostram a caracterização da frequência de regiões polimórficas em três genes potencialmente influentes no desenvolvimento da hipertensão em duas populações distintas. Encontra-se em estudo um outro conjunto de indivíduos controlos, não hipertensos, que permitirão através de estudos de associação avaliar a contribuição dos referidos polimorfismos para esta patologia. [1] Damasceno A et al. Hypertension 2009; 54:77. [2] Polonia J et al. Journal of Hypertension 2014; 32:1211.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Differences in the genotype frequencies of genes related to blood pressure regulation - a comparative study between South-West Europe and Peri-equatorial Africa

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    Background: Since the emergence of the genus Homo, hominids have occupied a wide variety of environments, facing different selective pressures. Objectives: The aim this study is to compare genotype frequencies between South-West Europe and Peri-equatorial Africa in genes potentially modulators of blood pressure. Methods: The analyzed sample consisted of 325 individuals from Portugal and 226 individuals from Africa (48 from Mo zambique and 178 from São Tomé and Príncipe). The following genetic variants were analyzed: intron 4 VNTR in eNOS, rs1050829 in G6PD, -3.7kb α-thalassemic deletion in HBA, rs1800457 in CYB5R3, Hp 1/2 genotype/phenotype in Hp and intron 16 I/D in ACE. Results: Frequencies of genotypes with the 4a allele in eNOS (p<0.001), the G allele in G6PD (p<0.001), the α-3.7 kb in HBA (p <0.001), the C allele in the CYB5R3 (p<0.001) were higher in Peri-equatorial Africa. The Hp 1.1 genotype of Hp has a higher frequency in Peri-equatorial Africa (p=0.002). ACE shows no significant differences. Conclusion: Results show differences in five genetic variants. Conditions of extreme heat and humidity, characteristic of Peri-equatorial Africa, have been associated with increased sodium loss. This study suggests that selected compensatory mechanisms printed in the genome, are nowadays risk factors for hypertension in Peri-equatorial Africa.Financial support - Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha Cabralinfo:eu-repo/semantics/publishedVersio

    Suscetibilidade genética para a hipertensão

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    Dissertação de mestrado em Biologia Humana e Ambiente, apresentada à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 2018Dissertação de mestrado orientada por Doutora Paula Faustino (Departamento de Genética Humana do INSA)A hipertensão é uma doença multicausal, multifatorial e poligénica, caracterizada pela presença de níveis elevados de tensão arterial e encontra-se frequentemente associada a distúrbios metabólicos e hormonais, com presença de hipertrofia cardíaca e elevação do tónus vascular. É também considerada uma síndrome por estar fortemente associada a um agregado de distúrbios metabólicos, tais como a obesidade, aumento da resistência à insulina, diabetes mellitus, e dislipidémias, que podem contribuir de forma significativa para o aumento da incidência da hipertensão e outras doenças cardiovasculares, bem como estarem na base do desenvolvimento das mesmas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a suscetibilidade genética para o desenvolvimento de hipertensão na população portuguesa, mais especificamente pretendeu-se testar a associação de variantes nos genes NOS3, HBA e G6PD com a hipertensão (fenótipo distante) e com potenciais fatores de risco (fenótipos intermédios). Para tal foram analisadas amostras de sangue periférico de 377 indivíduos portugueses, com idade compreendida entre os 19 e 98 anos, dos quais 227 eram do sexo feminino e 144 do sexo masculino, sendo 243 hipertensos e 134 normotensos (população controlo).Foram ainda analisadas 22 amostras de uma população africana não hipertensa (Moçambique). Para a pesquisa do número de repetições de 27 bp em tandem (VNTR) no intrão 4 do gene NOS3 foi usada a PCR, para a pesquisa do SNP rs1050829 no gene G6PD foi usado a PCR-RFLP e para a pesquisa da deleção alfa-talassémica de -3,7kb no agrupamento génico da alfa-globina foi usada uma metodologia de Gap-PCR. Para a pesquisa de variantes no exão 2 dos genes HBA1 e HBA2 foi usada a PCR seguida de sequenciação de Sanger. Os cálculos estatísticos foram realizados no programa estatístico SPSS 25.0, sendo o nível de significância estatístico estabelecido para p-value <0,05. Dado que existia diferença entre os dois grupos analisados (hipertensos e normotensos) no que diz respeito à idade (mas não ao género), sempre que necessário foi realizado o ajuste para este fator de confundimento. Os resultados deste estudo mostraram que a presença do alelo 4a em NOS3 (em heterozigotia ou homozigotia) está associado a um maior risco de ser hipertenso [OR = 2,297; IC (95%) = (1,206 –4,376); p = 0,011]. Observou-se também que o IMC e a glicémia apresentavam diferenças estatisticamente significativas entre hipertensos e normotensos, respetivamente, p = 0,008 e p = 0,036. Além disso, foi observado que na ausência do alelo 4a o IMC, a glicémia e a uricémia estão associadas a hipertensão (p = 0,005; p = 0,001 e p = 0,013) e que poderão ser fatores de risco independentes. Não se verificaram quaisquer diferenças estatisticamente significativas para a variante da G6PD e para a presença da alfa-talassémia entre os grupos (hipertensos e normotensos). Os resultados obtidos neste estudo indicam que a presença do alelo 4a no gene NOS3 é um fator de suscetibilidade genética para o desenvolvimento de hipertensão na população portuguesa. Este facto realça a importância do metabolismo do óxido nítrico nesta patologia. A identificação de variantes genéticas associadas ao fenótipo hipertenso, poderá permitir o reconhecimento de indivíduos suscetíveis e a classificação dos pacientes em subgrupos com distintas características genéticas, de maneira a serem delineadas as melhores estratégias preventivas e terapêuticas.Hypertension is a multicausal, multifactorial and polygenic disease, characterized by the presence of elevated arterial tension levels and is frequently found associated with metabolic and hormonal disturbances, with the presence of cardiac hypertrophy and elevation of the vascular toning. It is also considered a syndrome because it is strongly associated with an aggregate of metabolic disturbances, such as obesity, increased insulin resistance, diabetes mellitus and dyslipidemia, which may contribute significantly to increased incidence of hypertension and other cardiovascular diseases, as well as being at the basis for their development. This project aimed to evaluate the genetic susceptibility to hypertension within the Portuguese population, more specifically to test the association of variants in genes NOS3, HBA and G6PD with hypertension (distant phenotype). Also, the contribution of some biochemical/clinical parameters as potential risk factors (intermediate phenotypes) were analysed. For that, peripheral blood samples of 377 Portuguese individuals being 243 hypertensives and 134 normotensives (population control) were investigated. The sample was composed by 227 females and 144 males with ages ranging between 19 and 98 years. Further, 22 samples of a non-hypertensives African population was analyzed (Mozambique). The characterization of the number of repetitions of 27 bp in tandem (VNTR) in 4 intron of the gene NOS3 was performed by PCR, the SNP rs1050829 in G6PD gene was analysed by PCR-RFLP and the study of -3,7kb alpha-thalassemic deletion in the alpha-globin cluster was performed by Gap-PCR. To search for variants in exon 2 of HBA1 and HBA2 genes PCR followed by Sanger sequencing. The statistical calculations were made using the statistics tool SPSS 25.0, with the statistical significance level set to p-value <0.05. As the two groups (hypertensive/normotensive) presented difference concerning age (but not gender) correction for this confounding factor was performed when appropriate. The results of this study show that the presence of the allele with four repetitions (allele 4a) in NOS3 (in heterozygosity or homozygosity) is associated with a higher risk of being hypertensive [OR =2.297; CI (95%) = (1.206 - 4.376); p = 0.011]. Concerning intermediate phenotypes, it was also observed that the Body Mass Index (BMI) and glycemia showed statistical differences between hypertensives and normotensives groups, (p = 0.008 and p = 0.036, respectively). Moreover, we observed that in absence of allele 4a, BMI, glycemia and uricemia are associated with hypertension (p = 0.005; p = 0.001 and p = 0.013) which allowed to conclude that they are independent risk factors. No significant differences were verified for the G6PD variant or for the presence of the alpha-thalassemia deletion between the hypertensive and the normotensive groups. We can conclude that the presence of the allele 4a in NOS3 gene is a genetic susceptibility factor for the development of hypertension in the Portuguese population. This fact emphasizes the importance of nitric oxide metabolism in this pathology. The identification of contributing genetic variants for the susceptibility to hypertension may allow recognizing the vulnerable individuals and classifying patients in subgroups with distinct genetic characteristics in order to delineate the better prevention and therapeutic strategies.N/

    Suscetibilidade genética para a hipertensão

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    Tese de mestrado em Biologia Humana e Ambiente, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, em 2018A hipertensão e uma doença multicausal, multifatorial e poligénica, caracterizada pela presença de níveis elevados de tensão arterial e encontra-se frequentemente associada a distúrbios metabólicos e hormonais, com presença de hipertrofia cardíaca e elevação do tónus vascular. E também considerada uma síndrome por estar fortemente associada a um agregado de distúrbios metabólicos, tais como a obesidade, aumento da resistência a insulina, diabete mellitus, e dislipidemias, que podem contribuir de forma significativa para o aumento da incidência da hipertensão e outras doenças cardiovasculares, bem como estarem na base do desenvolvimento das mesmas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a suscetibilidade genética para o desenvolvimento de hipertensão na população portuguesa, mais especificamente pretendeu-se testar a associação de variantes nos genes NOS3, HBA e G6PD com a hipertensão (fenótipo distante) e com potenciais factores de risco (fenótipos intermédios). Para tal foram analisadas amostras de sangue periférico de 377 indivíduos portugueses, com idade compreendida entre os 19 e 98 anos, dos quais 227 eram do sexo feminino e 144 do sexo masculino, sendo 243 hipertensos e 134 normotensos (população controlo). Foram ainda analisadas 22 amostras de uma população africana não hipertensa (Moçambique). Para a pesquisa do número de repetições de 27 bp em tandem (VNTR) no intrao 4 do gene NOS3 foi usada a PCR, para a pesquisa do SNP rs1050829 no gene G6PD foi usado a PCR-RFLP e para a pesquisa da deleção alfa-talassémica de -3,7kb no agrupamento génico da alfa-globina foi usada uma metodologia de Gap-PCR. Para a pesquisa de variantes no exao 2 dos genes HBA1 e HBA2 foi usada a PCR seguida de sequenciação de Sanger Os cálculos estatísticos foram realizados no programa estatístico SPSS 25.0, sendo o nível de significância estatístico estabelecido para p-value < 0,05. Dado que existia diferença entre os dois grupos analisados (hipertensos e normotensos) no que diz respeito a idade (mas não ao género), sempre que necessário foi realizado o ajuste para este fator de confundimento. Os resultados deste estudo mostraram que a presença do alelo 4a em NOS3 (em heterozigotia ou homozigotia) esta associado a um maior risco de ser hipertenso [OR = 2,297; IC (95%) = (1,206 – 4,376); p = 0,011]. Observou-se tambem que o IMC e a glicemia apresentavam diferenças estatisticamente significativas entre hipertensos e normotensos, respetivamente, p = 0,008 e p = 0,036. Alem disso, foi observado que na ausência do alelo 4a o IMC, a glicemia e a uricemia estão associadas a hipertensão (p = 0,005; p = 0,001 e p = 0,013) e que poderão ser fatores de risco independentes. Não se verificaram quaisquer diferenças estatisticamente significativas para a variante da G6PD e para a presença da alfa-talassemia entre os grupos (hipertensos e normotensos). Os resultados obtidos neste estudo indicam que a presença do alelo 4a no gene NOS3 e um fator de suscetibilidade genética para o desenvolvimento de hipertensão na população portuguesa. Este facto realça a importância do metabolismo do óxido nítrico nesta patologia. A identificação de variantes genéticas associadas ao fenótipo hipertenso, poderá permitir o reconhecimento de indivíduos susceptíveis e a classificação dos pacientes em subgrupos com distintas características genéticas, de maneira a serem delineadas as melhores estratégias preventivas e terapêuticas.Hypertension is a multicausal, multifactorial and polygenic disease, characterized by the presence of elevated arterial tension levels and is frequently found associated with metabolic and hormonal disturbances, with the presence of cardiac hypertrophy and elevation of the vascular toning. It is also considered a syndrome because it is strongly associated with an aggregate of metabolic disturbances, such as obesity, increased insulin resistance, diabetes mellitus and dyslipidemia, which may contribute significantly to increased incidence of hypertension and other cardiovascular diseases, as well as being at the basis for their development. This project aimed to evaluate the genetic susceptibility to hypertension within the Portuguese population, more specifically to test the association of variants in genes NOS3, HBA and G6PD with hypertension (distant phenotype). Also, the contribution of some biochemical/clinical parameters as potential risk factors (intermediate phenotypes) were analysed. For that, peripheral blood samples of 377 Portuguese individuals being 243 hypertensives and 134 normotensives (population control) were investigated. The sample was composed by 227 females and 144 males with ages ranging between 19 and 98 years. Further, 22 samples of a non-hypertensives African population was analyzed (Mozambique). The characterization of the number of repetitions of 27 bp in tandem (VNTR) in 4 intron of the gene NOS3 was performed by PCR, the SNP rs1050829 in G6PD gene was analysed by PCR-RFLP and the study of -3,7kb alpha-thalassemic deletion in the alpha-globin cluster was performed by Gap-PCR. To search for variants in exon 2 of HBA1 and HBA2 genes PCR followed by Sanger sequencing. The statistical calculations were made using the statistics tool SPSS 25.0, with the statistical significance level set to p-value <0.05. As the two groups (hypertensive/normotensive) presented difference concerning age (but not gender) correction for this confounding factor was performed when appropriate. The results of this study show that the presence of the allele with four repetitions (allele 4a) in NOS3 (in heterozygosity or homozygosity) is associated with a higher risk of being hypertensive [OR =2.297; CI (95%) = (1.206 - 4.376); p = 0.011]. Concerning intermediate phenotypes, it was also observed that the Body Mass Index (BMI) and glycemia showed statistical differences between hypertensives and normotensives groups, (p = 0.008 and p = 0.036, respectively). Moreover, we observed that in absence of allele 4a, BMI, glycemia and uricemia are associated with hypertension (p = 0.005; p = 0.001 and p = 0.013) which allowed to conclude that they are independent risk factors. No significant differences were verified for the G6PD variant or for the presence of the alpha-thalassemia deletion between the hypertensive and the normotensive groups. We can conclude that the presence of the allele 4a in NOS3 gene is a genetic susceptibility factor for the development of hypertension in the Portuguese population. This fact emphasizes the importance of nitric oxide metabolism in this pathology. The identification of contributing genetic variants for the susceptibility to hypertension may allow recognizing the vulnerable individuals and classifying patients in subgroups with distinct genetic characteristics in order to delineate the better prevention and therapeutic strategies

    Suscetibilidade Genética para a Hipertensão

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    Palestras de difusão da cultura científica dirigidas aos colaboradores internos do INSA, podendo incluir participantes externos envolvidos nos estudos e colegas de investigação da área de trabalho em questão.A Hipertensão é uma doença crónica caracterizada pela presença de níveis elevados de pressão sanguínea nas artérias. É causada por fatores relacionados com o estilo de vida e por fatores genéticos e encontra-se frequentemente associada a distúrbios metabólicos, tais como, obesidade, diabetes, dislipidemias e outras doenças cardiovasculares. Este trabalho teve como objetivo avaliar a suscetibilidade genética para o desenvolvimento de hipertensão, mais especificamente, pretendeu avaliar a possível associação de variantes nos genes NOS3, G6PD e HBA com a hipertensão (fenótipo distante) e com potenciais fatores de risco (fenótipos intermédios). Para tal foram analisadas amostras de sangue periférico de 377 indivíduos portugueses, com idade compreendida entre os 19 e 98 anos, dos quais 227 eram do sexo feminino e 144 do sexo masculino, sendo 243 hipertensos e 134 normotensos (população controlo). A identificação do número de repetições em tandem de uma sequência com 27 pb (VNTR) no intrão 4 do gene NOS3 foi efetuada por PCR. Para caracterização do SNP rs1050829 no gene G6PD foi usado a PCR-RFLP e para a pesquisa da deleção alfa-talassémica de -3,7kb no agrupamento génico da alfa-globina foi usada uma metodologia de Gap-PCR. As variantes no exão 2 dos genes HBA1 e HBA2 foram pesquisadas por PCR seguida de sequenciação de Sanger. Os cálculos estatísticos foram realizados no programa SPSS 25.0, sendo o nível de significância estatístico estabelecido para p-value < 0,05. Os resultados mostraram que a presença do alelo correspondente a 4 repetições em tandem (alelo 4a) no VNTR de NOS3 (em heterozigotia ou homozigotia) está associada a um maior risco de ser hipertenso [OR = 2,297; IC (95%) = (1,206 – 4,376); p = 0,011]. Observou-se também que o Índice de Massa Corporal (IMC) e a glicémia apresentavam diferenças significativas entre hipertensos e normotensos (respetivamente p = 0,008 e p = 0,036) e que, na ausência do alelo 4a, níveis elevados de IMC, de glicémia e de ácido úrico sérico estavam associados a hipertensão (p = 0,005; p = 0,001 e p = 0,013) o que sugere que estes serão fatores de risco independentes. Não se verificaram diferenças na frequência das variantes da G6PD e da alfa-talassémia entre os grupos (hipertensos e normotensos). Podemos concluir que a presença do alelo 4a no gene NOS3 é um fator de suscetibilidade genética para o desenvolvimento de hipertensão na população portuguesa. Este facto realça a importância do metabolismo do óxido nítrico nesta patologia. A identificação de variantes genéticas associadas à hipertensão nos doentes hipertensos permite a sua classificação em subgrupos com distintas características genéticas aos quais poderão ser aplicadas estratégias terapêuticas específicas e mais adequadas.N/

    Genetic susceptibility for hypertension development in the Portuguese population

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    Hypertension is a multifactorial disease involving both environmental and genetic factors. It is characterized by the presence of elevated arterial tension levels and is frequently found in association with metabolic and hormonal disturbances, cardiac hypertrophy and high vascular toning. This study aimed to investigate the potential implication of common polymorphisms located in NOS3, HBA and G6PD genes in hypertension development in the Portuguese population.N/

    Diferenças genotípicas entre o sudoeste da Europa e África: um estudo comparativo em genes relacionados com a hipertensão

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    Introdução: Desde o surgimento do género Homo, os hominídeos ocuparam uma grande variedade de ambientes com relação ao clima. Assim, espera-se que as pressões seletivas variem amplamente entre diferentes regiões geográficas. Objetivo: O objetivo do presente trabalho foi comparar a frequência genotípica em genes que têm sido propostos como potenciais moduladores da hipertensão arterial (HTA), uma doença multifatorial cujo contributo genético é importante, no sudoeste da Europa e em África. Os genes analisados foram: sintase do óxido nítrico endotelial (eNOS), glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), alfa-globina (HBA) e enzima conversora da angiotensina (ECA). Material e métodos: Foram analisadas 224 amostras de DNA de Portugal e 202 amostras de África (24 amostras de DNA de Moçambique e 178 amostras de DNA de São Tomé e Príncipe). Para o gene eNOS, a análise polimórfica do número variável de repetições em tandem (VNTR) no intrão 4 (repetição em tandem de 27 pb) foi realizada por reação em cadeia da polimerase (PCR). A caracterização do SNP rs1050829 no gene G6PD foi obtida por PCR seguida de análise do comprimento do fragmento de restrição. Para a pesquisa da deleção α-talassémica de -3,7kb no agrupamento génico da α-globina foi usada uma metodologia de Gap-PCR. A genotipagem do polimorfismo da ECA I/D (inserção/ deleção) foi realizada por PCR. Todas as análises estatísticas foram realizadas recorrendo ao software SPSS, versão 24.0, sendo o nível de significância estatística estabelecido para p <0,05. Resultados: Os resultados mostram que, em relação ao gene eNOS, os genótipos que apresentam o alelo 4a (quatro cópias de repetições de 27 pb) têm uma frequência menor em Portugal do que em África (p <0,001). Curiosamente, apenas em África encontramos os alelos raros 4c, 4d e 4y. Para o gene G6PD (cromossoma X) há uma menor frequência dos genótipos com o alelo G em Portugal, comparado com a população africana (p <0,001). A presença da deleção α-talassémica de -3,7kb é comum em África, mas rara em Portugal (p <0,001). Em relação ao gene ECA, não se encontram diferenças estatisticamente significativas entre as populações estudadas (p =0,151). Conclusão: Os nossos resultados mostram diferenças na distribuição geográfica de três polimorfismos que potencialmente influenciam o desenvolvimento da HTA. Estas diferenças podem estar relacionadas com diferentes pressões seletivas proporcionadas pelos diferentes climas no sudoeste da Europa e na África equatorial e subequatorial. De facto, condições como o calor e a humidade estão associadas a maior perda de sódio.N/

    Genotypic differences between southwestern Europe and Africa: a comparative study in eNOS, G6PD, GSTM1 and GSTT1 genes

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    Aims/Context: The aim of the present work was to compare the genotypic frequency in genes involved in oxidative stress, in southwestern Europe and Africa. The genes under analysis were: endothelial nitric oxide synthase (eNOS), glucose-6-phosphate dehydrogenase (G6PD) glutathione S-transferases mu (GSTM1) and theta (GSTT1).N/

    Contributo dos genes NOS e ECA para a suscetibilidade de elevar a glicemia em hipertensos

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    Introdução: A Hipertensão Arterial (HTA) é um fator de risco cardiovascular muito prevalente em Portugal. Esta patologia é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais. A resistência à insulina e a hipertensão são componentes do síndroma metabólico e frequentemente coexistem. Níveis aumentados de glicemia associados a hipertensão aumentam significativamente o risco de doença cardiovascular. Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar a potencial implicação de polimorfismos genéticos nos genes da sintase do óxido nítrico endotelial (eNOS) e da enzima conversora da angiotensina (ECA) no desenvolvimento da HTA e hiperglicemia, na população portuguesa. Material e métodos: Foi realizado um estudo de caso-controlo para uma amostra de 377 indivíduos portugueses, dos quais 243 hipertensos e 134 normotensos. As análises polimórficas do número variável de repetições em tandem (VNTR) no intrão 4 (repetição em tandem de 27 pb) do gene eNOS e do polimorfismo ECA I/D (inserção/ deleção) foram realizadas por reação em cadeia da polimerase (PCR). Todas as análises estatísticas foram realizadas recorrendo ao software SPSS, versão 24.0, sendo o nível de significância estatística estabelecido para p <0,05. Resultados: Encontrou-se uma associação entre o alelo 4a do gene eNOS com a hipertensão (p =0,001), verificando-se ainda que na hipertensão, a presença do alelo 4a está associada a valores superiores de HbA1c (p=0,031). Em relação ao gene ECA, não se encontram diferenças estatisticamente significativas entre doentes e controlos, contudo verificou-se que a presença do alelo D em hipertensos está associada a níveis mais elevados de glicemia (p=0,017). Conclusão: Os nossos resultados mostram uma associação entre os genes eNOS e ECA com fenótipos clínicos associados a hiperglicemia, na população portuguesa. Indivíduos com níveis elevados de glicemia têm maior risco de desenvolver hipertensão. A identificação de polimorfismos genéticos que possam influenciar o desenvolvimento e gravidade da HTA, pode permitir um diagnóstico mais precoce e específico, que pode proporcionar melhores estratégias terapêuticas e de prevenção, para esta doença tão prevalente em Portugal.N/
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