48 research outputs found

    How to include? The debate on prejudice and stigma in our days

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    O objetivo deste artigo é provocar um debate que amplie os termos habituais da discussão sobre a Educação Inclusiva. Essa discussão tem como um dos seus eixos a questão do preconceito que cerca aquele considerado "diferente". Propõe-se, no presente artigo, que, além do preconceito, há de se considerar as formas atuais do estigma. O ponto de partida é dado pela análise já clássica de Goffman, atualizada pelas propostas de Zygmunt Bauman. Um grupo "invisível" - pois cercado pelo segredo - que freqüenta as salas escolares, é aquele formado por crianças e jovens que vivem - ou viveram - o encarceramento de um dos progenitores. No Brasil, o "estigma", associado aos filhos de presidiários, tem origem no século XIX, por meio da penetração de teorias criminais, originárias em grande parte da Europa, das políticas eugenista e higienista. O discurso educacional se apropriou dessas concepções e, ao longo de décadas, despendeu esforços no sentido de tentar recuperar indivíduos já "viciados geneticamente" ou influenciados pelo meio familiar e social. Esse foi o grupo estudado para compreender como operam com o estigma que os cerca e que se concretiza na maneira como suas imagens são fixadas e amalgamadas às figuras criminosas de seus pais. Como resultado, vêm-se vidas marcadas pela ambivalência: emergem as figuras dos "indefiníveis", dos "estranhos". Como lidar com esse grupo em uma proposta inclusiva? Quais são as possibilidades e os limites da ação educativa em uma sociedade na qual o estigma parece se reatualizar? Essas são algumas reflexões que este artigo pretende introduzir.The purpose of this article is to help widening the discussion about Inclusive Education beyond its usual parameters. One of the pivoting points of that discussion is the issue of the prejudice surrounding those regarded as "different". In this article, we propose that, in addition to prejudice, we should also consider the current forms of stigma. The point of departure is given here by Goffman's already classic analysis, renewed by Zygmunt Bauman's propositions. An "invisible" group - because surrounded by secrecy - that inhabits school classes is that formed by children and youngsters who went - or are still going - through the incarceration of one of their parents. In Brazil, the "stigma" associated to the offspring of convicts can be traced back to the 19th century through the dissemination of crime theories, largely originated in Europe, underlying eugenic and hygienist policies. The educational discourse incorporated these conceptions and for decades endeavored to salvage individuals already "genetically vitiated" or influenced by their family and social environments. This is the group studied here in an attempt to understand how they operate under the stigma surrounding them, and which is actualized in the way their images are fixed and merged to the criminal figures of their parents. As a result, we have lives marked by ambivalence: they give rise to the figure of those "indefinable", of the "strange ones". How should we treat this group in an inclusive proposal? What are the possibilities and limitations of educative action in a society in which stigma seems to be revitalized? These are some of the reflections this article tries to introduce

    Quando as escolas públicas se põem à prova da inclusão escolar: sobre as artes de fazer o comum - plural - nas escolas, em busca do justo

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    As políticas públicas no domínio da educação estão hoje munidas de ações públicas cheias de boas intenções. Entre muitas ações públicas destacamos dois princípios que desde a institucionalização da escola pública têm animado o debate político nacional e internacional. Um está ligado à igualdade de oportunidade escolar para todos; o segundo está associado à escolaridade obrigatória para todos os alunos em idade escolar. Contudo, a aplicação destes dois princípios ainda estão aquém da sua concretização pública. As taxas de reprovação e do abandono ou da evasão escolares ainda são elevadas. É o que têm acontecido quer no Brasil, quer em Portugal. Neste sentido a escola para todos é ainda uma miragem. Há uma percentagem de alunos que na idade escolar não completam a escolaridade obrigatória que tem estado a ser prolongada pelas políticas públicas

    Igualdade, desigualdade e diferenças: o que é uma escola justa?

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    We present in this article the results of a research entitled Human rights, justice and violence: perceptions about the fair school (Direitos humanos, justiça e violência: percepções sobre a escola justa). The point of departure for the study was the observation of the impasse and circularity of the debate on violence, on the production of inequalities and on the disrespect of differences in daily school life. How can we face these conflicts in an indirect manner, dealing in a different way with demands for a fairer school, and thinking about practices that could help us to occupy a different place? In the research, we carried out a systematization of the theoretical debate on justice/injustice and a survey about the academic debate on the issue, both with their focus on the productions surrounding the school, in addition to two empirical studies. In the present text, that reflects necessarily a selection of results from a wider study, we describe perceptions about what is fair/unfair collected from students of the Pedagogy course of the Universidade de São Paulo, as well as from secondary education pupils, teachers and managers from a public school in São Paulo. These results were obtained from the analysis of the answers to a question that required describing a fair or unfair situation in the world and of a fair or unfair situation at school. We found a strong emphasis on the perception of injustice, both in the world and at school, corroborating the theoretical argument that what is positive is the perception of injustice. These perceptions are presented based on categories constructed in this study, and the article concludes with a brief description of proposals about what would constitute a fair school.Neste artigo apresentamos os resultados de uma pesquisa que teve por título Direitos humanos, justiça e violência: percepções sobre a escola justa. O ponto de partida foi a constatação do impasse e da circularidade do debate sobre a violência, a reprodução das desigualdades e o desrespeito às diferenças no cotidiano escolar. Como enfrentar de forma mais oblíqua os conflitos que aí acontecem, lidando de outra maneira com as demandas por uma escola mais justa e pensando em práticas que nos podem permitir ocupar outro lugar? Na pesquisa, realizamos uma sistematização do debate teórico sobre justiça/injustiça e um estado da arte acerca do debate acadêmico sobre a questão, ambos com foco sobre as produções que cercam a escola, além de dois estudos empíricos. Neste texto, que é necessariamente um recorte de uma pesquisa mais ampla, apresentamos os resultados das percepções sobre o justo/injusto coletadas entre alunas(os) do curso de pedagogia da Universidade de São Paulo e estudantes do ensino médio, professores e gestores de uma escola pública de São Paulo. Tais resultados foram obtidos a partir da análise das respostas a uma questão que implicava um relato de uma situação justa ou injusta no mundo e de uma situação justa ou injusta na escola. Encontramos uma forte ênfase na percepção sobre a injustiça, tanto nos relatos sobre o mundo, quanto naqueles sobre a escola, comprovando a discussão teórica de que o positivo é a percepção da injustiça. Essas percepções são apresentadas a partir de algumas categorias construídas, e o artigo se encerra com uma breve exposição das propostas sobre o que seria uma escola justa

    GOVERNANTES & GOVERNADOS, PÚBLICO & PRIVADO

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    Igualdade, desigualdade e diferenças: o que é uma escola justa?

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    We present in this article the results of a research entitled Human rights, justice and violence: perceptions about the fair school (Direitos humanos, justiça e violência: percepções sobre a escola justa). The point of departure for the study was the observation of the impasse and circularity of the debate on violence, on the production of inequalities and on the disrespect of differences in daily school life. How can we face these conflicts in an indirect manner, dealing in a different way with demands for a fairer school, and thinking about practices that could help us to occupy a different place? In the research, we carried out a systematization of the theoretical debate on justice/injustice and a survey about the academic debate on the issue, both with their focus on the productions surrounding the school, in addition to two empirical studies. In the present text, that reflects necessarily a selection of results from a wider study, we describe perceptions about what is fair/unfair collected from students of the Pedagogy course of the Universidade de São Paulo, as well as from secondary education pupils, teachers and managers from a public school in São Paulo. These results were obtained from the analysis of the answers to a question that required describing a fair or unfair situation in the world and of a fair or unfair situation at school. We found a strong emphasis on the perception of injustice, both in the world and at school, corroborating the theoretical argument that what is positive is the perception of injustice. These perceptions are presented based on categories constructed in this study, and the article concludes with a brief description of proposals about what would constitute a fair school.Neste artigo apresentamos os resultados de uma pesquisa que teve por título Direitos humanos, justiça e violência: percepções sobre a escola justa. O ponto de partida foi a constatação do impasse e da circularidade do debate sobre a violência, a reprodução das desigualdades e o desrespeito às diferenças no cotidiano escolar. Como enfrentar de forma mais oblíqua os conflitos que aí acontecem, lidando de outra maneira com as demandas por uma escola mais justa e pensando em práticas que nos podem permitir ocupar outro lugar? Na pesquisa, realizamos uma sistematização do debate teórico sobre justiça/injustiça e um estado da arte acerca do debate acadêmico sobre a questão, ambos com foco sobre as produções que cercam a escola, além de dois estudos empíricos. Neste texto, que é necessariamente um recorte de uma pesquisa mais ampla, apresentamos os resultados das percepções sobre o justo/injusto coletadas entre alunas(os) do curso de pedagogia da Universidade de São Paulo e estudantes do ensino médio, professores e gestores de uma escola pública de São Paulo. Tais resultados foram obtidos a partir da análise das respostas a uma questão que implicava um relato de uma situação justa ou injusta no mundo e de uma situação justa ou injusta na escola. Encontramos uma forte ênfase na percepção sobre a injustiça, tanto nos relatos sobre o mundo, quanto naqueles sobre a escola, comprovando a discussão teórica de que o positivo é a percepção da injustiça. Essas percepções são apresentadas a partir de algumas categorias construídas, e o artigo se encerra com uma breve exposição das propostas sobre o que seria uma escola justa

    A SOCIOLOGIA NA MODERNIDADE RADICAL: QUEM TEM MEDO DA INCERTEZA?

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    A SOCIOLOGIA NA MODERNIDADE RADICAL: QUEM TEM MEDO DA INCERTEZA

    Disciplina, justiça: uma nova direção

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    Trabalho de evento publicado na Revista Apase, São Paulo, v.13, n.15, p.52-55, abr. 2014

    O direito à cidade e os enredos pós-modernos de um projeto social dirigido a jovens moradores da metrópole paulistana: um estudo sobre o programa “jovens urbanos”

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    This article approaches the theory behind a social initiative aimed at the youth of Sao Paulo named "Programa Jovens Urbanos". One of it's main goals is to increase and improve the mobility of the youth in the city, given that some of them live in what the program calls "urban peripheries", being therefore affected by different exclusionary factors, such as the mobility one. Our goal is to explore the idea of the restriction of circulation and transportation: which theories support thesis such as this? Why would one, after all, create a whole social enterprise that revolves around a huge variety of social actors (such as the government, private initiative, community organizations, NGOs e even the youth that actually live in this places) to make the youth circulate in the city but not to do the same in their own neighborhoods? These questions make the research necessary, starting from analyzing the base points of the social initiative and, from there, seeing what other points of view and interpretations are possible.Este artigo trata dos contornos teóricos que fundamentam um projeto social dirigido a jovens moradores da metrópole de São Paulo denominado “Programa Jovens Urbanos”. Um dos principais objetivos expresso pelo Programa é ampliar e qualificar as possibilidades de circulação dos jovens na cidade, partindo-se do pressuposto de que jovens moradores de determinadas regiões da cidade – chamadas no Programa de periferias urbanas – são afetados por diferentes condições de exclusão, dentre elas a exclusão socioespacial. Interessa, nos limites deste artigo, problematizar a própria ideia de restrição da circulação: que saberes informam tais teses? Por que, afinal, haveria de se criar um empreendimento social que mobiliza uma gama de atores sociais (poder público, iniciativa privada, organizações comunitárias e os próprios jovens moradores dessas regiões, cuja identidade mais reconhecida é aquela que se apresenta nas drásticas estatísticas da vulnerabilidade social) para fazer o jovem circular fisicamente na cidade, movimentar-se em seus espaços? Diante disso, torna-se necessário reconhecer o ponto de vista assumido pelo projeto social, identificando em quais campos teóricos se instalam suas afirmações e proposições e, no diálogo com as ideias mapeadas, identificar possibilidades de leitura, lentes pelas quais se possam ver, interpretar e registrar os desafios da metrópol

    Em busca dos direitos humanos: quem são os sujeitos?

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    The article aims to discuss historical and current meanings of law and justice in social struggles that embraced ideas of equality and diversity. Our starting point is an article from the Universal Declaration of Human Rights which will guide our reflection as it radically reveals the dilemmas concerning equality and difference which permeate the fights and clashes over “who” the right holder is. From a historical point of view, we will reflect on the accomplishments regarding human rights. Then, we will raise contemporary issues addressing democracy and mechanisms for obtaining justice, which anchor a society based on human rights standards.Este artigo tem por objetivo debater a história e a atualidade das acepções de direito e de justiça nas lutas sociais que abarcaram as ideias de igualdade e de diversidade. Trabalharemos, como ponto de partida, com um artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos que orientará nossa reflexão, por revelar, de forma radical, os dilemas da igualdade e da diferença que permeiam os embates e as lutas sobre “quem” é o sujeito de direitos. Refletiremos, do ponto de vista histórico, sobre as conquistas relacionadas ao campo dos direitos humanos. Em seguida, levantaremos questões contemporâneas que abarcam o tema da democracia e dos procedimentos para obtenção da justiça, os quais ancoram uma sociedade pautada pela dimensão dos direitos humanos
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