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A brincança dos Embelêcos: vozes políticas e epistemológicas dos subalternos
This paper introduces playing as Embelêcos from the municipality of Moita Bonita in the state of Sergipe, Brasil, as a cultural practice which, from the players’ perspective is subversive and revolutionary. Inspired by the perspective of the post-colonial knowledge, which allows us to understand that the subalterns can only speak in their own language, with their own explanatory systems, in their own culture, we propose thinking about the impact of systematic invisibilization, trivialized by the academic colonialism in relation to the knowledge of oral tradition. Therefore, we proceeded by listening deeply to the narratives of griô masters. When saying the unspoken, they provoke a decentralization of the culture seen as reference, producing epistemological effects of political consequences; thus, a space for enunciating the voice of subalterns and a place for political resistance.Este texto presenta el brincança de los Embelecos de Moita Bonita-SE como una práctica cultural que, desde la perspectiva de los jugadores, es subversiva y revolucionaria. Inspirados por la perspectiva del conocimiento poscolonial que nos permite comprender que los subalternos sólo podrán hablar, cuando hablan en su propio idioma, con sus sistemas explicativos, en su propia cultura, proponemos pensar sobre el impacto de la invisibilidad sistemática y naturalizada por el colonialismo académico en relación con los saberes de la tradición oral. Con este fin, procedemos escuchando profundamente las narrativas de los maestros Griots. Estos, al decir lo no dicho, provocan una descentralización de la cultura a la que se hace referencia, produciendo efectos epistemológicos de consecuencias políticas; por lo tanto, un espacio para la enunciación de la voz de los subalternos y un lugar de resistencia política.Esse texto apresenta a brincança dos Embelêcos de Moita Bonita-SE como uma prática cultural que, na perspectiva dos brincantes, é subversiva e revolucionária. Inspiradas pela perspectiva do conhecimento pós-colonial que nos possibilita compreender que os subalternos só poderão falar quando falarem em sua própria língua, com seus sistemas explicativos, em sua própria cultura, propomos pensar sobre o impacto da invisibilização sistemática e naturalizada pelo colonialismo acadêmico em relação aos saberes da tradição oral. Para tanto, procedemos pela escuta profunda das narrativas dos mestres griôs. Estes, ao dizer o não-dito, provocam um descentramento da cultura tida de referência, produzindo efeitos epistemológicos de consequências políticas; portanto, um espaço de enunciação da voz dos subalternos e um lugar de resistência política
Embelecando a educação: saberes griôs no povoado Capunga em Moita Bonita - Sergipe
This research aimed to understand the griotic knowledge present in the play of
Embelêcos, in Povoado Capunga, in Moita Bonita-SE. For this purpose, we
mediate a “rational-experiential process” of playing with teachers and griote
apprentices of Embelêcos, where the researcher herself places herself as a griote
apprentice, aiming to absolve, learn and keep the knowledge produced from the
oral tradition. We proceed with the identification of the village's griós masters and
their knowledge, based on oral tradition. For this, we set out to learn about the
history of the village and their encounters with the oral tradition of the Embelêcos
kept in the memory of the wise men of orality. Our proposal was, after the initial
survey of the Embelêcos artistic-cultural manifestation, to proceed by the
collective construction of a Workshop with the Embelêcos masters, identified by
the community. We are theoretically anchored in the notion of oral tradition as the
knowledge and practices of the culture of a people, transmitted and recognized
collectively through orality and corporality from generation to generation, within
the scope of non-formal education. From these paths that are being taken under
the inspiration of the Participatory Action Research - IAP, interwoven with Griô
Pedagogy and writing sometimes inspired by sensitive ethnography, we walk with
the griô knowledge of the Embelecos of the Capunga village, in Moita Bonita -
SE. With them we experience musical, plastic, visual and nature knowledge.
Knowledge that subverts, resists and reexists.Esta pesquisa objetivou compreender os saberes griôs presentes na brincança
dos Embelêcos, no Povoado Capunga, em Moita Bonita-SE. Para isso
mediamos um “processo vivencial-racional” de brincança com mestres e
aprendizes griôs dos Embelêcos, onde a própria pesquisadora se coloca como
aprendiz griô, objetivando absolver, aprender e guardar os saberes produzidos
a partir da tradição oral. Procedemos pela identificação dos mestres griôs do
povoado e de seus saberes, fundamentados na tradição oral. Para tanto, nos
propusemos a conhecer a história do povoado e seus encontros com a tradição
oral dos Embelêcos guardada na memória dos sábios da oralidade. Nossa
proposta foi, após o levantamento inicial da manifestação artítico-cultural dos
Embelêcos, proceder pela construção coletiva de uma Oficina com os mestres
dos Embelêcos, identificados pela comunidade. Estamos teoricamente
ancorados na noção de tradição oral como os saberes e fazeres da cultura de
um povo, transmitido e reconhecido coletivamente através da oralidade e da
corporeidade de geração em geração, no âmbito das educações não-formais. A
partir desses caminhos que estão sendo percorridos sob inspiração da
Investigação Ação-Participativa – IAP, entrelaçada a Pedagogia Griô e escrita
por vezes inspirada na etnografia sensível, caminhamos com os saberes griô
dos Embelecos do povoado Capunga, em Moita Bonita – SE. Com eles
vivenciamos os saberes musicais, plásticos, visuais e da natureza. Saberes que
subvertem, resistem e reexistem.São Cristóvã
PEDAGOGIA GRIÔ E EDUCAÇÃO MUSICAL: DIÁLOGOS POSSÍVEIS ENTRE A TRADIÇÃO ORAL E A TRADIÇÃO ESCRITA
This article contains reflections about Musical Educations and the Griô Pedagogy. Therefore, starting from a narrative that allows us to reflect about the meetings and disagreements between the knowledge of Oral Tradition and Written Tradition. We presente the Griô Pedagogy as a possibility to think, conceptualize, learn, teach and experience music through the Oral Tradition, walking hybrid paths that promote the meeting of Musical Education with the Ancestrality / Identity, with Dialogue, with Living and, finally, with Oral Tradition. We conclude with indications to think the Griô Pedagogy as one of the possible fissures for the decolonization of knowledge.Neste artigo tecemos reflexões sobre a Educação Musical e a Pedagogia Griô. Para tanto, partimos de uma narrativa que nos possibilita refletir sobre os encontros e desencontros entre os conhecimentos da Tradição Oral e da Tradição Escrita. Apresentamos a Pedagogia Griô como possibilidade para pensar, conceituar, aprender, ensinar e vivenciar música através da Tradição Oral, percorrendo caminhos híbridos que promovem o encontro da Educação Musical com a Ancestralidade/Identidade, com o Diálogo, com a Vivência e por fim, com a Tradição Oral. Concluímos com indicativos para pensar a Pedagogia Griô como uma das fissuras possíveis para a descolonização do saber
A brincança dos Embelêcos: vozes políticas e epistemológicas dos subalternos
Esse texto apresenta a brincança dos Embelêcos de Moita Bonita-SE como uma prática cultural que, na perspectiva dos brincantes, é subversiva e revolucionária. Inspiradas pela perspectiva do conhecimento pós-colonial que nos possibilita compreender que os subalternos só poderão falar quando falarem em sua própria língua, com seus sistemas explicativos, em sua própria cultura, propomos pensar sobre o impacto da invisibilização sistemática e naturalizada pelo colonialismo acadêmico em relação aos saberes da tradição oral. Para tanto, procedemos pela escuta profunda das narrativas dos mestres griôs. Estes, ao dizer o não-dito, provocam um descentramento da cultura tida de referência, produzindo efeitos epistemológicos de consequências políticas; portanto, um espaço de enunciação da voz dos subalternos e um lugar de resistência política.Este texto presenta el brincança de los Embelecos de Moita Bonita-SE como una práctica cultural que, desde la perspectiva de los jugadores, es subversiva y revolucionaria. Inspirados por la perspectiva del conocimiento poscolonial que nos permite comprender que los subalternos sólo podrán hablar, cuando hablan en su propio idioma, con sus sistemas explicativos, en su propia cultura, proponemos pensar sobre el impacto de la invisibilidad sistemática y naturalizada por el colonialismo académico en relación con los saberes de la tradición oral. Con este fin, procedemos escuchando profundamente las narrativas de los maestros Griots. Estos, al decir lo no dicho, provocan una descentralización de la cultura a la que se hace referencia, produciendo efectos epistemológicos de consecuencias políticas; por lo tanto, un espacio para la enunciación de la voz de los subalternos y un lugar de resistencia política.This paper introduces playing as Embelêcos from the municipality of Moita Bonita in the state of Sergipe, Brasil, as a cultural practice which, from the players’ perspective is subversive and revolutionary. Inspired by the perspective of the post-colonial knowledge, which allows us to understand that the subalterns can only speak in their own language, with their own explanatory systems, in their own culture, we propose thinking about the impact of systematic invisibilization, trivialized by the academic colonialism in relation to the knowledge of oral tradition. Therefore, we proceeded by listening deeply to the narratives of griô masters. When saying the unspoken, they provoke a decentralization of the culture seen as reference, producing epistemological effects of political consequences; thus, a space for enunciating the voice of subalterns and a place for political resistance