11 research outputs found

    A MIGRAÇÃO COMO MITO FUNDADOR E OUTRAS METÁFORAS: NARRATIVAS DA COLONIZAÇÃO NO SUDESTE DO PARÁ

    Get PDF
    Este trabalho apresenta o relato de usos e interpretações da migração no sudeste do Pará, a partir da segunda metade do século XX. Aborda a migração como noção operacional de intervenção na realidade e sua reificação como problema social. Utiliza-se de variadas fontes, especialmente material de jornal impresso, rimas de histórias e anedotas. A discussão realizada concentra-se nas narrativas da colonização na (re)invenção de territórios e nas lutas de representação sobre pretensões de regionalização, incluindo a questão da "fronteira interna": a etnicização de migrantes maranhenses.  

    Memória social e construção de mitos fundacionais: separatismo na Amazônia oriental

    Get PDF
    Este trabalho trata do processo histórico de erguimento de memória social visando legitimar reivindicações de recortes político-territoriais na Amazônia Oriental brasileira. Nestas reivindicações estão imbricados interesses de ordenamento social e de domínio de território pelas denominadas redes do agronegócio (monoculturas e mineração). Neste artigo abordarei, brevemente, os casos do Maranhão do Sul (MA) e Carajás (PA). Estão em jogo, como interesse articulador, pretensões de estruturação de arranjos regionais de poder sobre o território e as relações sociais para viabilizar um determinado modelo de desenvolvimento.

    VOZES DO CAMPESINATO FEMININO: (DES) DOBRANDO CULTURAS E MEMÓRIAS DAS LUTAS TAMBÉM PELA TERRA NO SUDESTE DO PARÁ

    Get PDF
    O artigo pretende decantar de vozes icônicas de mulheres camponesas, do sudeste do Pará, suas experiências e agenciamentos desdobrando culturas parciais do campesinato. Tratam-se de mulheres, pela voz, trazendo à tona memórias da luta pela terra de um lugar de poder ainda desigual, mas não mais inexistente no interior das versões hegemonizadas pelos homens. São narrativas que apresentam diferenças, por isso alargam o campo da resistência camponesa na produção de sentidos as suas lutas. Encontramos mulheres, em corpo-voz, numa perspectiva relacional (a sua condição de classe e de gênero), intersticial (desdobrando a cultura e a memória camponesa no sudeste do Pará), como também em tons agonísticos (agenciando um campo de luta no limiar da inexistência/existência)

    “Salvemos os nossos índios”: uma catequese dominicana no Araguaia (1922-1933)

    Get PDF
    Abstract: This article analyzes the discursive practice of the Dominican priests after the creation of their catechism of Conceição do Araguaia, having as a source the magazine Cayapós e Carajás (RCC), edited between 1922 and 1933. It is part of the enunciation "let’s save our Indians ", a missionary representation of the natives as "savages", passive of an action civilization and, therefore, pacificatory. In an attempt to "save the soul" of the natives, the dominicans repeatedly proclaimed heralds of "faith" and the "salvation", a narrative elaborated during the historical context in which interethnic relations took place. The enunciation of evangelizing missionary activity, present in the magazine, continued naming, classifying, labeling and "inventing" the other as "savage", "brave" or "tamed". Thus, it was incumbent upon the civilizing project of the Church and its allies to "educate", evangelize, "pacify" the natives, considered as "pagan souls" living "in the darkness of death" in "a desert of souls". They aid in the examination of religious discursive practice the theoretical formulations of Bakhtin (2006) and Orlandi (1990), through the representations of incorporation or denial of the other by the attribution of "ideological signs" proper to an especific cultural sphere.  Resumo: Este artigo analisa a prática discursiva dos padres dominicanos após a criação da sua catequese de Conceição do Araguaia, tendo como fonte a Revista Cayapós e Carajás (RCC), editada entre 1922 e 1933. Parte-se da enunciação “salvemos os nossos índios”, uma representação missionária dos indígenas como “selvagens”, passivos de uma ação civilizatória e, portanto, pacificadora. Com o intento de “salvar a alma” dos indígenas, os dominicanos, repetidamente, proclamavam-se arautos da “fé” e da “salvação”, narrativa elaborada durante o contexto histórico em que ocorreram as relações interétnicas. Os enunciados da ação evangelizadora missionária, presentes na revista, seguiram nomeando, classificando, rotulando e “inventando” o outro como “selvícolas”, “bravos” ou “amansados”. Assim, cabiam no projeto civilizatório da Igreja e de seus aliados que era “educar”, evangelizar, “pacificar” os indígenas, tidos como “almas pagãs” vivendo “nas trevas da morte” em “um deserto das “almas”. Auxiliam no exame da prática discursiva religiosa as formulações teóricas de Bakhtin (2006) e Orlandi (1990), mediante as representações de incorporação ou de negação do outro pela atribuição de “signos ideológicos” próprios de uma dada esfera cultural. Palavras-chave: Revista Cayapós e Carajás. Catequese Dominicana. Araguaia Paraense. Pacificação

    Apresentação

    Get PDF

    Alteridades e Outridades na região de Carajás

    Get PDF
    O artigo tem o objetivo de abordar a região de Carajás como uma zona de contato na produção de alteridades. Metodologicamente ele está apoiado na abordagem arqueogenealógica foucaultiana, permitindo visibilizar a região fora da homogeneidade que o discurso hegemônico faz circular, delimitando-a como espaço de conflito e interação entre sujeitos diversos. Realizou-se um olhar problematizador sobre a ideia de regionalização de Carajás na perspectiva da: i) existência de vida e história na região com os povos que habitam originalmente esse espaço, tomando o caso dos Irã amrayré (um grupo Mebêngôkre-Kayapó); ii) migração como reflexo do plano de desenvolvimento para a região e seus desdobramentos na produção de outridades; iii) resistência dos povos originários e quilombolas contra os processos de dominação local por meio da formação no ensino universitário, ampliando as formas de luta com as ferramentas do conhecimento acadêmico-científico

    Fronteiras Culturais: Alteridades de Migrantes Nordestinos e Sulistas na Região de Marabá

    No full text
    O trabalho aborda as fronteiras culturais da migração, enfocando as alteridades de migrantes nordestinos e sulistas na região de Marabá, no sudeste do Pará, nas décadas de 1970 e 1980. Neste contexto, os processos identitários são atravessados pelas experiências diversas da migração e pelas negociações tornadas possíveisemnovos espaços geográficos e sociais

    Cultural frontier: otherness in Maranhão Southeast of Pará (1970-2008)

    No full text
    Made available in DSpace on 2014-07-29T15:14:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Idelma_Santiago_Silva_Tese_Historia_UFG.pdf: 2167469 bytes, checksum: 44fb7de0dab4f93ebb08e0cc6d528999 (MD5) Previous issue date: 2010-11-29The theme of this work is the cultural frontier as a space os interactions and inconsistency in the process of repossession of migrants in southeast Pará, in the second half of the twentieth and early twenty-first century. He discusses the experience of otherness in the differentiation and sociocultural hierarchy that has built the ethnic category as Maranhão. It is an interpretation of the representations and socio-historical conditions which make/made ethnicization possible this process of maranhenses in the southeast of Pará. In this context, there are the narratives of colonization and regionalization in order to power arrangements on relations and social representations. The socio-spatial interactions and experiences of otherness are dramatized in the struggle for memory and migration of repossession. Therefore, the struggle of representation involves processes of domination and exclusion, as well as the cultural inscription of otherness as insurgent force, undertaken by groups in a position of inferiority, which aims at the empowerment and participation in history. It is a work of cultural history, with an interdisciplinary approach and the sources of the research object. The theoretical perspective adopted in reference to cultural studies and post-colonial history and the everyday. The sources taken for analysis and description compose a diverse corpus and his questioning was based on intellectual propositions of each chapter and the strategy of discourse analysis in the perspective of social dialogue. Among the sources used, stood out from the press materials, works memoirs, oral narratives and anecdotal texts in the public domain.O tema deste trabalho é a fronteira cultural como espaço das interações e contraditoriedade no processo de reterritorialização de migrantes no sudeste do Pará, na segunda metade do século XX e início do século XXI. Ele aborda a experiência da alteridade na diferenciação e hierarquização sociocultural que tem construído o maranhense como categoria étnica. É uma interpretação das representações e condições sociohistóricas que torna(ra)m possíveis esse processo de etnicização do maranhense no sudeste do Pará. Neste contexto, destacam-se as narrativas de colonização e regionalização visando arranjos de poder sobre as relações e as representações sociais. As interações socioespaciais e as experiências da alteridade são dramatizadas no combate pela memória da migração e de reterritorialização. Por isso, a luta de representação envolve processos de dominação e exclusão, bem como de inscrição cultural da alteridade como força insurgente, empreendida por grupos em condições de subalternidade, que visa à aquisição de poder e maior participação na história. É um trabalho de história cultural, com uma abordagem interdisciplinar das fontes e de aproximação do objeto de investigação. A perspectiva teórica adotada referencia-se nos estudos culturais e pós-coloniais e na história do cotidiano. As fontes tomadas para análise e descrição compõem um corpus diversificado e seu questionamento foi realizado com base nas proposições intelectuais de cada capítulo e na estratégia de análise de discurso na perspectiva do dialogismo social. Dentre as fontes utilizadas, destacam-se materiais da imprensa escrita, obras memorialísticas, narrativas orais e textos anedóticos de domínio público

    FRONTEIRAS INTERNAS DA NAÇÃO BRASILEIRA: Culturas negras – interdição e sobrevivência

    No full text
    Este trabalho aborda a questão das fronteiras ‘internas’ da nação, discutindo a situação de invisibilidade da contribuição cultural negra à formação da sociedade brasileira. É resultado de estudo bibliográfico, procurando discutir e evidenciar as interpretações que contribuem para uma compreensão histórica do objeto e as possibilidades teórico-metodológicas para a produção acadêmica sobre o tema na atualidade.Palavras-chave: Culturas negras. Nação. FronteiraResumen Este trabajo aborda la cuestión de las fronteras ‘internas’ de la nación; discute la situación de la invisibilidad de la contribuición de la cultura negra para la formación de la sociedad brasileña. El resultado del estudio bibliográfico, busca discutir y evidenciar las interpretaciones que contribuen para una comprensión académica sobre el tema en la actualidad.Palabras claves: Culturas negras. Nación. FronteraAbstract This work approaches the issue of the internal frontiers of the nation, discussing the invisibility situation of the black cultural contribution to the Brazilian society formation. It is a result of a bibliographic study, searching to discuss and to make evidence of the interpretations which contribute for a historical understanding of the subject and the theoretical and methodological possibilities to the academic production about the theme in our days.Keywords: Black cultures. Nation. Frontie

    APRESENTAÇÃO: SOBRE AMAZÔNIA, RESISTÊNCIA E ESPERANÇA!

    Get PDF
    A maioria dos artigos que compõe o dossiê Lutas e resistências de comunidades indígenas, tradicionais e camponesas: produção de saberes e territorialidades está, geograficamente, localizada na parte Oriental da Amazônia Brasileira. Essa porção do Brasil, composta pelos estados do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso, abriga diferentes grupos e modos de organização social, e diversas formas de produção de saberes e tecnologias. Nesse amplo território chamado Amazônia Oriental, habitam populações que partilham problemas, soluções e estratégias de sobrevivência frente às demandas da vida cotidiana. As mulheres que habitam esses territórios, e com as quais as autoras e os autores desse dossiê dialogam, são camponesas e indígenas, todas inseridas em coletivos — institucionais ou não — e trabalhando em agendas coletivas. A localização geográfica e social dessas sujeitas as coloca como representantes de uma das principais agendas de luta de segmentos camponeses e indígenas na Amazônia e para além dela: a luta em defesa do território
    corecore