18 research outputs found
Aquarelas de um Brasil
A literatura teve participação efetiva no projeto de constituição da nacionalidade que dominou o panorama intelectual brasileiro do século XIX; para tanto, veio aliar-se às duas 'ciências' que configuram o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), criado precisamente para responder a este objetivo. No entanto, tanto história quanto geografia são atividades dotadas de eficácia política e social, poder que não se confere à literatura. O que, então, ela teria vindo fazer neste projeto? Que função específica a ela estaria destinada? Que motivo seria forte o bastante para aproximar dois campos que o pensamento ocidental tratava de manter distintos desde o século XVIII? Eis algumas questões que este texto levanta e sobre as quais se propõe refletir
Entre Ciência, Arte e Vida: a didática como ato responsivo
Este ensaio tem como finalidade trazer reflexões para se pensar a didática, entendida como ato responsivo, conceito cunhado por Mikhail Bakhtin que implica no agir como uma resposta responsável dada pelo sujeito que o coloca frente à alteridade. Inicialmente discute conceitos presentes no título. Afirma que é na relação com o outro que o eu se constitui. A didática é uma resposta responsável e não indiferente aos sujeitos a quem o ensino se dirige. Nesta perspectiva, são apresentados princípios para a didática O referencial teórico que sustenta os argumentos do texto inclui os estudos de Bakhtin, Arendt, Benjamin, Charlot, Vigotski, entre outros
Valores priorizados por estudantes universitários de um curso de psicologia de uma universidade pública
A maioria das pesquisas acerca da psicologia da moralidade compartilha a definição de que a moral refere-se a regras e valores cujo propósito é regular as relações interpessoais. No presente estudo, consideramos essa premissa válida porém, também levamos em consideração aspectos relacionados ao Eu. Assim, analisamos os valores priorizados por universitários com a intenção de verificar se esses jovens se pautam por valores públicos, privados e/ou ligados à glória. Os informantes foram 170 estudantes do primeiro ano do curso de psicologia de uma universidade pública localizada na região oeste paulista, de ambos os sexos, com idade média de 20 anos. Para a coleta de dados, aplicamos um questionário contendo perguntas relacionadas aos fatores factuais (idade, sexo e religião) e aos valores prezados pelos universitários. Os resultados – analisados segundo a psicologia das virtudes – mostraram que aproximadamente 70,0% das respostas válidas emitidas pelos estudantes apontaram a amizade (32,0%) e a inteligência (35,0%) como os valores mais priorizados. Os valores públicos praticamente não foram mencionados. No tocante às formas de glória, apesar de o percentual não ter sido expressivo para dinheiro e fama, quando os informantes justificaram a opção pela amizade e pela inteligência, conceberam tais valores como meios para a obtenção de dinheiro e fama. Concluímos que esses sujeitos dão pouca importância aos valores relacionados aos deveres (públicos) e a alguma forma de harmonia individual