12 research outputs found

    Asbestose no Brasil: um risco ignorado

    Get PDF
    A single case of asbestosis occurring in a cement-asbestos worker is described, this being the first case clinically, functionally and radiologically confirmed and described in the Brazilian scientific litterature. Due to the increasing use of asbestos by Brazilian industry, attention is drawn to the possibility of cases like this passing undiagnosed unless the possibility of its occurrence is considered.É descrito o caso de um trabalhador da indústria de cimento-amianto, portador de quadro de asbestose comprovado clínica, funcional e radialogicamente; trata-se do primeiro caso dessa pneumoconiose descrito na literatura médica brasileira. É chamada a atenção para a possibilidade de que casos dessa doença estejam passando desapercebidos no Brasil, onde é crescente a utilização do amianto pela indústria

    Not available

    No full text
    Na primeira parte do estudo, intitulada de Violência Explícita do trabalho, sustenta-se que o perfil de morbi-mortalidade da classe trabalhadora acompanha os ciclos de desenvolvimento e crise do capitalismo. No primeiro, de acumulação primitiva do capital, prevalecem as doenças \"pestilenciais\", infecto-contagiosas e consumptivas, com elevadas taxas de mortalidade, seguidas por doenças diretamente causadas pelo trabalho. No seguinte, pre-monopolista, aquelas diminuem sensivelmente, as últimas e os acidentes típicos do trabalho ganham enorme expressão. No terceiro ciclo, monopolista, as doenças predominantes no primeiro tornam-se \"evanescentes\", as doenças e acidentes típicas do trabalho tendem à estabilidade e a mortalidade dos dois grupos cai.; emergem, então, com força, as doenças \"crônico e degenerativas\" que junto com as \"causas externas\" passam a ocupar os primeiros lugares das taxas de óbitos nos países industrializados. São comparados os ciclos de desenvolvimento do capitalismo e de morbidade dos países centrais com o Brasil. No atual ciclo, a violência primitiva e explícita do trabalho tende à ocultação, fazendo adoecer, mas sem evidenciar nexos causais. As lesões das partes moles e superiores do aparelho locomotor por esforços repetitivos (LER) seriam emblemáticas desse ciclo e dessa transição da morbidade determinada pelo trabalho. A segunda parte trata dessa violência oculta, tomando como exemplo o comércio do dinheiro. Relata a evolução das instituições financeiras no país e da categoria bancária, especialmente no banco investigado. São revistos os modos de adoecer e morrer dessa categoria, vitima coletiva de uma doença do trabalho, as lesões por esforços repetitivos (LER). Os próprios trabalhadores adoecidos se fizeram sujeitos e pesquisados desse estudo de desenho híbrido, baseado em 525 questionários que preencheram e em 346 depoimentos que escreveram. Sob o ponto de vista quantitativo, trata-se de um estudo descritivo numa amostra não probabilística de 1223 casos de LER notificados pela empresa ao Instituto Nacional de Seguro Social. O diagnóstico mais freqüente foi de tenossinovite (34%), seguido de miosites e epicondilites (20%) e LER senso lato (16%). As compressões nervosas participavam com 10%. As lesões predominavam no lado direito ou eram bilaterais. Dos adoecidos, 83% eram do gênero feminino. 13% foram à cirurgia. O tempo médio de afastamento do trabalho foi de 11 meses. A análise dos 346 depoimentos revela sentimentos de perda e medo de incapacidade, esforço para aceitar os novos limites e vontade de retomar ao trabalho para evitar a discriminação e marginalização social e afetiva. Revelam-se, também, as representações que construíram das diversas instituições às quais tiveram que recorrer. A tomada de consciência e as trocas intersubjetivas foram passos dados para a saída coletiva do movimento social sobre as LER, em construção.In the first part of the study, nominated as The Explicit Violence it is stated that morbimortality of the working class follows the cycles of development and the crisis of capitalism. Regarding the cycles of development of primitive accumulation of capital, the predomination is of what could be called \"pestilential\" diseases such as communicable and consuptive diseases, with high mortality followed by deseases caused directly from work. In the pre-monopolist cycle, the above diseases decrease, but accidents due to work increase more and more. In the monopolist cycle the communicable diseases vanish, the diseases of conditions of work and acidents due to work diminish progressively and their place is taken by the chronic and degenerartive diseases in the industrialized countries which, together with external causes become the first cause of death. The cycles of development and causes of morbidity in the developed countries are compared with those of Brazil in the presente cycle, the primitive and explicit violence of work becomes less evident as cause of morbidity, without the evidence of relationship between cause and disease. The affection of soft parts of the members, specially of the superior one by repetitive strain injury (SRD constitutes the characteristic of the cycle and of the change of morbidity due to work. The second part of this study deals with this Occult Violence and the best example is the commerce of money. It discusses the evolution of brazilian financial institutions and that of the banks, with special emphasis on the bank where this research was carried out. A revision of the way those employees are submit to working conditions leading to infirmity and death is discussed with special mention to the lesions dueto repetitive strain injury (SRI). The affected workers are deeply interested in the subject of this study; based on a questionnaire answered by 525 workers and 346 of them presented writen personal documents describing their personal problems. From the quantitative point of view, this study is based on a non probabilistic sample of 1,223 cases of SRI notified by the empioyers to the National Institute of Social Security. The most frequent diagnosis is that of tenosynovitis (34%); the second one is that of miositis and epycondilitis (20%), followed by SRI in a more extensive sense. Nervous compressions were present in 10%. There was a frank predominance of the right side anda large number of bilateral problems. Most of the affected subjects were females (83%) and 13% of the whole sample was submited to surgery. The average time of absence to work was of 11 months. An analyse of the 346 statements shows feelings of loss; most of them present fear of incapacity to work, the difficulty to accept new working limits, the will to go back to work to avoid social and emotional discrimination, loss os social status. It also reveals the mental representation of the numerous institutions from wich they sought support

    Lesões por Esforços Repetitivos (LER): uma doença emblemática

    No full text
    As lesões ósteo-musculares dos membros superiores por esforços repetitivos atribuídas ao trabalho (LER) são hoje a mais freqüente das doenças do trabalho nos países precoce ou tardiamente industrializados. O autor sustenta que mais do que uma doença do trabalho, as LER são um modo de adoecimento emblemático, revelador das contradições e da patogenicidade social desse novo ciclo de desenvolvimento e crise do modo de produção capitalista. Discutindo essa dimensão social e histórica maior, insiste em que a baixa eficácia das intervenções técnicas no âmbito da engenharia, da ergonomia ou da Medicina para a prevenção, diagnóstico e tratamento adequados e precoces dessa doença da pós-modernidade e as dificuldades de reinserção dos adoecidos ou ex-adoecidos no trabalho refletem, justamente, essa determinação mais abrangente, externa ao trabalho senso estrito, porque a apropriacão, a incorporação e uso das inovações tecnológicas e as novas formas de administração do trabalho se fazem no interesse exclusivo do capital. Com isso, um contingente cada vez maior de trabalhadores jovens, a maioria do gênero feminino, das mais diferentes categorias estão perdendo ou ameaçados de perder a saúde e a capacidade de trabalho, bens públicos essenciais e intimamente relacionados. A saída para resolver a questão LER deve ser política e coletiva

    A violência oculta do trabalho: as lesões por esforços repetitivos

    Get PDF
    Após retrospectiva sobre a violência que acompanha as relações conflituosas entre capital e trabalho nos diversos ciclos da Revolução Industrial, inclusive no Brasil, em que uma das formas é o modo de adoecer e prematuramente morrer dos trabalhadores, o autor sinaliza o papel do Estado e da medicina do trabalho como instâncias normalizadoras e de intervenção na área, com base nas teorias 'positivas' do nexo causal e ocupacional. A seguir, analisa a violência oculta do trabalho em uma atividade exemplar, a bancária, investigando quando e porque emergem as LER, descrevendo todo o percurso desse adoecimento coletivo e do trabalho com base em 346 depoimentos escritos por trabalhadores de um banco estatal

    Not available

    No full text
    Na primeira parte do estudo, intitulada de Violência Explícita do trabalho, sustenta-se que o perfil de morbi-mortalidade da classe trabalhadora acompanha os ciclos de desenvolvimento e crise do capitalismo. No primeiro, de acumulação primitiva do capital, prevalecem as doenças \"pestilenciais\", infecto-contagiosas e consumptivas, com elevadas taxas de mortalidade, seguidas por doenças diretamente causadas pelo trabalho. No seguinte, pre-monopolista, aquelas diminuem sensivelmente, as últimas e os acidentes típicos do trabalho ganham enorme expressão. No terceiro ciclo, monopolista, as doenças predominantes no primeiro tornam-se \"evanescentes\", as doenças e acidentes típicas do trabalho tendem à estabilidade e a mortalidade dos dois grupos cai.; emergem, então, com força, as doenças \"crônico e degenerativas\" que junto com as \"causas externas\" passam a ocupar os primeiros lugares das taxas de óbitos nos países industrializados. São comparados os ciclos de desenvolvimento do capitalismo e de morbidade dos países centrais com o Brasil. No atual ciclo, a violência primitiva e explícita do trabalho tende à ocultação, fazendo adoecer, mas sem evidenciar nexos causais. As lesões das partes moles e superiores do aparelho locomotor por esforços repetitivos (LER) seriam emblemáticas desse ciclo e dessa transição da morbidade determinada pelo trabalho. A segunda parte trata dessa violência oculta, tomando como exemplo o comércio do dinheiro. Relata a evolução das instituições financeiras no país e da categoria bancária, especialmente no banco investigado. São revistos os modos de adoecer e morrer dessa categoria, vitima coletiva de uma doença do trabalho, as lesões por esforços repetitivos (LER). Os próprios trabalhadores adoecidos se fizeram sujeitos e pesquisados desse estudo de desenho híbrido, baseado em 525 questionários que preencheram e em 346 depoimentos que escreveram. Sob o ponto de vista quantitativo, trata-se de um estudo descritivo numa amostra não probabilística de 1223 casos de LER notificados pela empresa ao Instituto Nacional de Seguro Social. O diagnóstico mais freqüente foi de tenossinovite (34%), seguido de miosites e epicondilites (20%) e LER senso lato (16%). As compressões nervosas participavam com 10%. As lesões predominavam no lado direito ou eram bilaterais. Dos adoecidos, 83% eram do gênero feminino. 13% foram à cirurgia. O tempo médio de afastamento do trabalho foi de 11 meses. A análise dos 346 depoimentos revela sentimentos de perda e medo de incapacidade, esforço para aceitar os novos limites e vontade de retomar ao trabalho para evitar a discriminação e marginalização social e afetiva. Revelam-se, também, as representações que construíram das diversas instituições às quais tiveram que recorrer. A tomada de consciência e as trocas intersubjetivas foram passos dados para a saída coletiva do movimento social sobre as LER, em construção.In the first part of the study, nominated as The Explicit Violence it is stated that morbimortality of the working class follows the cycles of development and the crisis of capitalism. Regarding the cycles of development of primitive accumulation of capital, the predomination is of what could be called \"pestilential\" diseases such as communicable and consuptive diseases, with high mortality followed by deseases caused directly from work. In the pre-monopolist cycle, the above diseases decrease, but accidents due to work increase more and more. In the monopolist cycle the communicable diseases vanish, the diseases of conditions of work and acidents due to work diminish progressively and their place is taken by the chronic and degenerartive diseases in the industrialized countries which, together with external causes become the first cause of death. The cycles of development and causes of morbidity in the developed countries are compared with those of Brazil in the presente cycle, the primitive and explicit violence of work becomes less evident as cause of morbidity, without the evidence of relationship between cause and disease. The affection of soft parts of the members, specially of the superior one by repetitive strain injury (SRD constitutes the characteristic of the cycle and of the change of morbidity due to work. The second part of this study deals with this Occult Violence and the best example is the commerce of money. It discusses the evolution of brazilian financial institutions and that of the banks, with special emphasis on the bank where this research was carried out. A revision of the way those employees are submit to working conditions leading to infirmity and death is discussed with special mention to the lesions dueto repetitive strain injury (SRI). The affected workers are deeply interested in the subject of this study; based on a questionnaire answered by 525 workers and 346 of them presented writen personal documents describing their personal problems. From the quantitative point of view, this study is based on a non probabilistic sample of 1,223 cases of SRI notified by the empioyers to the National Institute of Social Security. The most frequent diagnosis is that of tenosynovitis (34%); the second one is that of miositis and epycondilitis (20%), followed by SRI in a more extensive sense. Nervous compressions were present in 10%. There was a frank predominance of the right side anda large number of bilateral problems. Most of the affected subjects were females (83%) and 13% of the whole sample was submited to surgery. The average time of absence to work was of 11 months. An analyse of the 346 statements shows feelings of loss; most of them present fear of incapacity to work, the difficulty to accept new working limits, the will to go back to work to avoid social and emotional discrimination, loss os social status. It also reveals the mental representation of the numerous institutions from wich they sought support

    Lesões por Esforços Repetitivos (LER): uma doença emblemática

    No full text
    As lesões ósteo-musculares dos membros superiores por esforços repetitivos atribuídas ao trabalho (LER) são hoje a mais freqüente das doenças do trabalho nos países precoce ou tardiamente industrializados. O autor sustenta que mais do que uma doença do trabalho, as LER são um modo de adoecimento emblemático, revelador das contradições e da patogenicidade social desse novo ciclo de desenvolvimento e crise do modo de produção capitalista. Discutindo essa dimensão social e histórica maior, insiste em que a baixa eficácia das intervenções técnicas no âmbito da engenharia, da ergonomia ou da Medicina para a prevenção, diagnóstico e tratamento adequados e precoces dessa doença da pós-modernidade e as dificuldades de reinserção dos adoecidos ou ex-adoecidos no trabalho refletem, justamente, essa determinação mais abrangente, externa ao trabalho senso estrito, porque a apropriacão, a incorporação e uso das inovações tecnológicas e as novas formas de administração do trabalho se fazem no interesse exclusivo do capital. Com isso, um contingente cada vez maior de trabalhadores jovens, a maioria do gênero feminino, das mais diferentes categorias estão perdendo ou ameaçados de perder a saúde e a capacidade de trabalho, bens públicos essenciais e intimamente relacionados. A saída para resolver a questão LER deve ser política e coletiva
    corecore