61 research outputs found

    Os desafios contemporâneos da produção do conhecimento: o apelo para interdisciplinaridade

    Get PDF

    Interdisciplinaridade e desenvolvimento sustentável - À prova de trinta anos de história

    Get PDF
    Palestra apresentada no Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, a 26 de abril 2023, por ocasião da comemoração dos 30 anos do programa

    Crise agro-environnementale, mondialisation et capacité d’innovation des petits agriculteurs familiaux au Sahel: un exemple africain pertinent pour le Brésil?

    Get PDF
    A crise agrícola e alimentar grave que, no curso dos últimos anos, tem atingido o Niger e os paísesvizinhos da região saariana da África remete uma vez mais aos holofotes da atualidade uma região daÁfrica, o Sahel, que conhece dificuldades crônicas há muitas décadas (déficits climáticos, desertificação,queda na produção alimentar). Essa crise ecológica maior que, já há quase quarenta anos, atinge demaneira recorrente esta parte do continente africano é inseparável do movimento que se designou pelonome genérico de “mundialização” ou “globalização” e que afeta com uma violência especial as pequenascomunidades camponesas colocadas na periferia desse sistema. Sob formas diferentes, é a mesmadinâmica que se verifica na África, Ásia e América Latian. Esse artigo não aborda essa questão de umaforma mais geral, mas traz o testemunho de um exemplo particular de modo a estimular a reflexão sobreoutras realidades locais, em particular entre as que se pode encontrar no Brasil. Mostra especialmenteque pequenos agricultores familiares que se encontram entre os mais pobres e marginalizados do mundo,expostos a condições naturais particularmente severas, provam sua capacidade de reagir, com um sucessolimitado mas real, às exigências e limitações que se desenvolvem numa escala temporal e espacial quevai muito além do seu contexto cotidiano de vida. Isso coloca uma questão teórica maior: a de saber seexistem respostas globais aos mecanismos globais de dominação ou se uma estratégia pertinente deveincluir também respostas locais, apoiando-se sobre a capacidade de inovação e iniciativa dos próprios pequenos agricultores.The agricultural and food crisis which hit Niger and other neighbour countries during the last years putonce again under the limelight a certainregion of Africa, Sahel, which has been undergoing chronicdifficulties for several decades (such as rain shortages, desertification and dramatic decrease of foodproduction). Such a major ecological crisis, which for about forty years has been striking recurrently thispart of the African continent cannot be pulled apart from the historical trend which is currently referredto with the generic term “internationalization” or “globalization”. This trend bears a particular violenceupon the small farming communities that remain in the periphery of the system. Under different shapping,that is the same dynamics, in different ways, which is applied in Africa, Asia and Latin America.This paper does not term intend to look at this question with a general view but brings the indication ofa particular case, in order to stimulate the reflection about other local realities, notably some of thosewhich can be found in Brazil. It shows more specifically that small family farmers who are among thepoorer and more marginalized ones in the world and who are also submitted to very severe naturalconditions, seem to be able to react, under a limited but actual efficacy or to necessities and constraintswhich operate at a temporal and spatial scale that goes far beyond their structured daily habits. Thissituation raises a major theoretical question: do global responses solely exist for global mechanisms ofdomination? Or should a pertinent strategy also include local responses, drawing upon the small farmers’ innovation and initiative capacity?La crise agricole et alimentaire grave qui, au cours de ces dernières années, a frappé le Niger et ses pays voisinsde la région sahélienne d’Afrique remet une fois de plus sous les feux de l’actualité une région d’Afrique, leSahel, qui connaît des difficultés chroniques depuis de nombreuses décennies (déficits climatiques, désertification,chute de la production alimentaire). Cette crise écologique majeure qui, depuis près de quaranteans, frappe de manière récurrente cette partie du continent africain est inséparable du mouvement que l’ona désigné sous le nom générique de “mondialisation” ou “globalisation” et qui affecte avec une violencetoute particulière les petites communautés paysannes placées à la périphérie de ce système. Sous des formesdifférentes, c’est la même dynamique que l’on trouve à l’œuvre en Afrique, en Asie et en Amérique latine.Cet article ne tente pas d’aborder cette question sur un plan général mais apporte le témoignage d’un exempleparticulier afin de stimuler la réflexion concernant d’autres réalités locales, en particulier parmi celles que l’on peutrencontrer au Brésil. Il montre en particulier que des petits agriculteurs familiaux parmi les plus démunis et les plusmarginalisés du monde, exposés à des conditions naturelles particulièrement sévères, font preuve de leur capacité àréagir, avec un succès limité mais réel, à des exigences et des contraintes qui se déploient à une échelle temporelleet spatiale qui les dépasse très largement. Cela pose une question théorique majeure: celle de savoir s’il n’existe quedes réponses globales aux mécanismes globaux de domination ou si une stratégie pertinente doit inclure aussi desréponses locales, s’appuyant sur la capacité d’innovation et d’initiative des petits agriculteurs eux-mêmes

    Interfaces entre a antropologia e a saúde: em busca de novas abordagens conceituais

    Get PDF
    In studying how societies consider and deal with the human body both as a symbolic as well as a biological entity, anthropology situates itself at the nexus of two axes. These occupy a central epistemological space in the discipline and consist of: the analysis of social facts, ranging from their manifestations in the lives of individuals, to those manifested in the collective life of groups; and the observation of reality, ranging from its material to its immaterial or ideal aspects. This singular position enriches the anthropology of health and opens up theoretical and methodological perspectives that go beyond those of medical anthropology and the anthropology of illness in their restricted focus upon the social parameters of biological disorders, the causes of suffering, and misfortune. This paper attempts to reflect upon examples which encompass the above two axes showing how the anthropology of health can improve our understandingPara estudiar la forma como las sociedades tratan el cuerpo – tanto las simbólicas como las físicas y biológicas – la antropología situase en la interface de dos ejes de polarización que ocupan una posición central en el espacio epistemológico de la disciplina: él de que, en el análisis de los hechos sociales, va del individual al colectivo, y él de que, en la observación del campo de lo real, va de lo material a lo ideal. És esta posición singular que enriquece la antropología de la salud y que le abre perspectivas teóricas y metodológicas que van bien allá de aquellas a las cuales se restringen a la antropología de la enfermedad y la antropología médica que enfocan el estudio de los cuidados sociales de los desórdenes biológicos, fuentes de sufrimento e infortúnio. Dentro de esta perspectiva serán profundizados los elementos que recubren los dos ejes de cuestionamiento arriba citados y cómo la antropología de la salud puede contribuir para explorarlosPara estudar a forma como as sociedades lidam com o corpo – formas tanto simbólicas quanto físicas, biológicas – a antropologia se situa na interface de dois eixos de polarização que ocupam uma posição central no espaço epistemológico da disciplina: o de que, na análise dos fatos sociais, vai do individual ao coletivo, e o de que, na observação do campo do real, vai do material ao ideal. É esta posição singular que enriquece a antropologia da saúde e que lhe abre perspectivas teóricas e metodológicas que vão muito além daquelas às quais se restringem a antropologia da doença e a antropologia médica que enfocam o estudo dos cuidados sociais das desordens biológicas, fontes de sofrimento e infortúnio. Dentro desta perspectiva serão aprofundados os elementos que recobrem os dois eixos de questionamento acima citados e como a antropologia da saúde pode contribuir a explorá-lo

    Paradoxos e ambiguidades na ideia de interdisciplinaridade

    Get PDF
    A prática da interdisciplinaridade nos coloca diante de um paradoxo: embora a ideia que a inspira ainda nos pareça pioneira, ela não tem nada de efetivamente novo. Apareceu há quase um século e desde então nunca deixou de ser aprofundada e aplicada em vários contextos da pesquisa e do ensino. No entanto, apesar de seu aparente sucesso, o projeto de ultrapassagem do quadro disciplinar continua a ser objeto de múltiplas controvérsias e resistências. Quais as razões das difculdades que essa visão inovadora da prática científca encontra para alcançar um pleno reconhecimento no quadro acadêmico? Em primeiro lugar, há de constatarmos que, como qualquer outra forma de inovação, ela é percebida como ameaça por instituições e atores sociais que se benefciam da estabilidade de quadros organizacionais estabelecidos e que impõem resistências a toda perspectiva de mudança. Contudo, além dessa blocagem de cunho político – no sentido amplo da palavra – existem também razões mais essenciais, de caráter conceitual e epistemológico, ligadas à confusão que geram a multiplicidade e a heterogeneidade das interpretações da noção e dos conteúdos a ela atribuídos. É esse caráter heterogêneo do pensamento interdisciplinar que gostaria de explorar aqui. Para isso, proponho que, em um primeiro momento, nós nos interroguemos sobre a própria noção de disciplina e sobre a dinâmica de redefnições, de trocas de conceitos e métodos, de passagem de fronteiras, intrínseca ao recorte disciplinar. O primeiro passo para clarifcar a ideia interdisciplinar consiste em abster-se de confundi-la com esse movimento constitutivo da vida das disciplinas. Em segundo lugar, se o projeto interdisciplinar se defne como esforço para ultrapassar essa dinâmica espontânea das disciplinas e construir algo novo no domínio da produção e da transmissão do conhecimento, quais as características e os objetivos dessa tentativa original para ambiguidades na ideia de interdisciplinariedade dar conta da complexidade e da hibridização do mundo real? Aqui diversas são as metas almejadas, múltiplos os caminhos seguidos e dispares os públicos visados pelos projetos que se reclamam da interdisciplinaridade. Tal diversidade não é um problema em si. Entretanto, torna-se problemática quando a confusão reina, bem como as nuanças e divergências não são sufcientemente explicitadas, clarifcadas, articuladas. Nesse caso, surge uma incoerência que prejudica a elaboração de uma estratégia institucional comum necessária para combater as falsas interpretações, os preconceitos, as resistências que até hoje impedem que a abordagem seja integrada de modo duradouro e incontestável nas instituições científcas acadêmicas. É esse trabalho de identifcação e clarifcação da diversidade e das ambiguidades da interpretação da prática interdisciplinar que procurei iniciar nesse texto

    Depoimento de Claude Raynaut

    Get PDF

    Meio ambiente e desenvolvimento: imperativos para a pesquisa e a formação? Reflexões em torno do doutorado da UFPR

    Get PDF
    Este texto foi originalmente publicado no Cadernos em Desenvolvimento e Meio Ambiente, volume 1 (1994). Os Cadernos foram criados pelas iniciativa de Magda Zanoni e Claude Raynaut para abrir um debate sobre os fundamentos epistemológicos e metododológicos da interdisciplinaridade no campo ambiental. Neste artigo, em particular, foram discutidos tais pressupostos no caso da fundação do Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento que recém havia iniciado sua primeira turma

    Prefácio ao primeiro número dos Cadernos de Desenvolvimento e Meio Ambiente, publicado em 1994

    Get PDF
    Este texto foi originalmente publicado no Cadernos em Desenvolvimento e Meio Ambiente, volume 1 (1994). Os Cadernos foram criados pelas iniciativa de Magda Zanoni e Claude Raynaut para abrir um debate sobre os fundamentos epistemológicos e metododológicos da interdisciplinaridade no campo ambiental
    corecore