22 research outputs found

    Structure of Drosophilidae Assemblage (Insecta, Diptera) in Pampa Biome (São Luiz Gonzaga, RS)

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    O Pampa brasileiro (extremo sul do país) está, atualmente, vastamente modificado devido ao aumento das atividades agrícolas. Em muitos lugares, apenas pequenos fragmentos de campo permanecem em uma paisagem agrícola. Drosophilidae (Diptera) tem sido amplamente utilizadas como bioindicadores para monitorar os efeitos das mudanças antropogênicas em ambientes naturais. Porém, a fauna de Drosophilidae no Bioma Pampa de ambientes naturais ou perturbados, ainda permanece amplamente desconhecida. O presente estudo é uma das primeiras tentativas de preencher esta lacuna, apresentando resultados de coletas mensais no município de São Luiz Gonzaga (28º24'28"S, 54º57'39"W), no Pampa brasileiro. Um inventário de espécies foi conduzido em dois ambientes contrastantes, uma zona urbana e um remanescente de floresta (zona rural). Em ambos os locais, armadilhas com banana fermentada foram usadas para capturar drosofilideos adultos. A identificação foi feita através da morfologia externa e da terminália dos machos. No total, 13,379 drosofilideos foram analisados (zona rural: N = 8,812 and Sobs = 25; zona urbana: N = 4,567 and Sobs = 16). No presente estudo, 16 (60%) das 26 espécies coletadas foram encontradas exclusivamente ou preferencialmente no fragmento de mata. O período de maior riqueza foi entre os meses de junho a novembro (inverno-primavera), e o período de menor riqueza foi de dezembro a maio (verão-outono). Uma análise de cluster pelo Coeficiente de Jaccard mostrou que a composição da assembléia muda ligeiramente quando o período do ano com temperaturas mais elevadas (janeiro-maio) é comparado com o período de temperaturas menos elevadas (junho-outubro). A abundância das espécies foi também altamente afetada pela sazonalidade, como revelou o Índice de Morisita, onde as amostras foram agrupadas em períodos consecutivos dentro de uma mesma estação, mostrando a preferência sazonal de algumas espécies. O componente tempo foi determinante na diversidade da assembléia, superando o efeito espacial. A forte redução na diversidade na área urbana quando comparada com o pequeno fragmento de floresta, torna evidente a importância do ambiente natural para a preservação da diversidade no bioma Pampa, atualmente com sua paisagem altamente alterada.The Brazilian Pampa (the southernmost end of the country) is currently a highly modified environment because of increasing agricultural activities. In many places, only small parts of grasslands remain inside an agricultural landscape. Drosophilidae (Diptera) have been widely used as a potential bioindicators to monitor the effects of anthropogenic changes in natural environments. However, the fauna of Drosophilidae in the Pampa Biome from natural and disturbed environments, still remains largely unknown. The present study represents one of the first attempts to fill this gap, showing results from monthly collections in the municipality of São Luiz Gonzaga (28º24'28"S, 54º57'39"W), in the Brazilian Pampa. A species inventory was carried out in two contrasting environments, an urban zone and a forest remnant (rural zone). In both areas banana-baited traps were used to capture adult drosophilids. The identification was made using external morphology and male terminalia. In total, 13,379 drosophilids were analyzed (rural zone: N = 8,812 and Sobs = 25; urban zone: N = 4,567 and Sobs = 16). In the present study, 16 (60%) out of 26 species were found exclusively or preferentially in the forest. The period of highest richness was between the months of June to November (roughly winter and spring), and the period of lowest richness was from December to May (roughly summer and autumn). An analysis of cluster by the Coefficient of Jaccard showed that species composition slightly changes when the period of the year with higher temperatures (from January to May) is compared with the period with lower temperatures (from June to October). The species abundances were also highly affected by seasonality, as revealed by the Morisita Index, since the samples clustered into similar groups in consecutive periods and in the same season, showing the seasonal preference of some species. The time component was a determinant in the diversity of the assemblage, surpassing the spatial effect. The strong reduction in diversity in the urban area when compared to a small forest patch is evidence of the importance of the natural environments in maintaining the diversity in the Pampa biome, currently a highly disturbed landscape

    Desvendando a fauna do bioma pampa no Rio Grande do Sul : inventário da fauna de Drosophilidae (Insecta, Diptera)

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    Resumo: A família Drosophilidae teve sua primeira espécie descrita em 1787 quando Fabricius descreveu Musca funebris, que mais tarde foi reclassificada como Drosophila funebris, espécie tipo da família que atualmente é composta por cerca de 4.170 espécies descritas. Os drosofilídeos são popularmente conhecidos como ―mosca da fruta‖, mas além de frutos em decomposição, também podem ser encontrados em flores, guano de morcego, cladódios de cactos, carcaças de insetos e outros animais, fluxos de seiva e material vegetal em decomposição, e em muitos outros recursos. Por estas moscas serem muito abundantes, apresentarem curto ciclo de vida, e serem facilmente coletadas, tornaram-se bons modelos em estudos de genética, e nas décadas mais recentes estão também se tornando bons modelos ecológicos. Embora muito estudadas nos diversos biomas do mundo, poucos estudos foram desenvolvidos nos Campos Sulinos, ambiente que tem sofrido com a degradação em decorrência da agricultura e pecuária no estado do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos o bioma Pampa vem recebendo maior atenção do Ministério do Meio Ambiente, com isso espera-se que este seja mais valorizado e receba maior atenção científica, contribuindo para sua conservação. No presente estudo, mostragens sazonais de drosofilídeos foram realizadas em uma área natural, na região do município de Bossoroca (28° 45’024‖S 54° 56’729‖W) entre Abril de 2011 e Abril de 2012, com iscas de banana e recursos naturais encontrados em campo. Nas coletas foram considerados os ambientes de campo aberto, borda e interior das manchas de mata que compõem o Pampa Além do acompanhamento da variação sazonal das populações de Drosophilidae, também foi analisada a variação de medidas de diversidade como, por exemplo, o índice de heterogeneidade de Shannon-Wiener (H’) e o de equitabilidade de Smith-Wilson (Evar),entre campo, borda e interior de mata ao longo das estações. Novas espécies foram propostas para o gênero Rhinoleucophenga: R. pampeana sp. nov., R. missionera sp. nov. e R. pampeana sp. nov. Através de uma ampla revisão da literatura, também foi realizado um levantamento das espécies de Drosophilidae registradas no Bioma Pampa, incluindo toda sua extensão, entre Brasil, Uruguai e Argentina. Como resultado das novas amostragens, Drosophila briegeri Pavan & Breuer, D. fuscolineata Duda, Rhinoleucophenga obesa Loew, R. punctulata Duda, R. subradiata Duda e Zygothrica orbitalis Sturtevant foram pela primeira vez registradas neste bioma, e dentre as mais abundantes estiveram Drosophila simulans Sturtevant, D. willistoni Sturtevant, D. mediopunctata Dobzanhsky & Pavan, D. buzzatii Patterson & Wheeler, D. mercatorum Patterson & Wheeler, D. maculifrons Duda, D. immigrans Sturtevant, D. hydei Sturtevant e Zaprionus indianus Gupta. De uma maneira geral, tanto espécies neotropicais quanto exóticas foram mais concentradas na borda e no interior das manchas de mata, sendo esta tendência influenciada pela variação sazonal. Consequentemente, medidas de diversidade também variaram ao longo das estações entre o campo aberto e o interior das manchas de mata. Logo, a sazonalidade parece ser o principal componente capaz de explicar a variação da diversidade de Drosophilidae no Pampa durante o período amostrado, sendo as manchas de mata fundamentais para a manutenção dessa diversidade. O Pampa brasileiro revelou uma grande riqueza de Drosophilidae, mais do que o dobro dos registros atuais para o Pampa uruguaio e argentino. Apesar disso, os três países apresentam amplas áreas do bioma Pampa ainda totalmente desconhecidas quanto a fauna de Drosophilidae. O conjunto dessas informações ressalta a importância e a necessidade de mais estudos para desvendar a fauna de Drosophilidae no bioma Pampa

    Desvendando a fauna do bioma pampa no Rio Grande do Sul : inventário da fauna de Drosophilidae (Insecta, Diptera)

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    Resumo: A família Drosophilidae teve sua primeira espécie descrita em 1787 quando Fabricius descreveu Musca funebris, que mais tarde foi reclassificada como Drosophila funebris, espécie tipo da família que atualmente é composta por cerca de 4.170 espécies descritas. Os drosofilídeos são popularmente conhecidos como ―mosca da fruta‖, mas além de frutos em decomposição, também podem ser encontrados em flores, guano de morcego, cladódios de cactos, carcaças de insetos e outros animais, fluxos de seiva e material vegetal em decomposição, e em muitos outros recursos. Por estas moscas serem muito abundantes, apresentarem curto ciclo de vida, e serem facilmente coletadas, tornaram-se bons modelos em estudos de genética, e nas décadas mais recentes estão também se tornando bons modelos ecológicos. Embora muito estudadas nos diversos biomas do mundo, poucos estudos foram desenvolvidos nos Campos Sulinos, ambiente que tem sofrido com a degradação em decorrência da agricultura e pecuária no estado do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos o bioma Pampa vem recebendo maior atenção do Ministério do Meio Ambiente, com isso espera-se que este seja mais valorizado e receba maior atenção científica, contribuindo para sua conservação. No presente estudo, mostragens sazonais de drosofilídeos foram realizadas em uma área natural, na região do município de Bossoroca (28° 45’024‖S 54° 56’729‖W) entre Abril de 2011 e Abril de 2012, com iscas de banana e recursos naturais encontrados em campo. Nas coletas foram considerados os ambientes de campo aberto, borda e interior das manchas de mata que compõem o Pampa Além do acompanhamento da variação sazonal das populações de Drosophilidae, também foi analisada a variação de medidas de diversidade como, por exemplo, o índice de heterogeneidade de Shannon-Wiener (H’) e o de equitabilidade de Smith-Wilson (Evar),entre campo, borda e interior de mata ao longo das estações. Novas espécies foram propostas para o gênero Rhinoleucophenga: R. pampeana sp. nov., R. missionera sp. nov. e R. pampeana sp. nov. Através de uma ampla revisão da literatura, também foi realizado um levantamento das espécies de Drosophilidae registradas no Bioma Pampa, incluindo toda sua extensão, entre Brasil, Uruguai e Argentina. Como resultado das novas amostragens, Drosophila briegeri Pavan & Breuer, D. fuscolineata Duda, Rhinoleucophenga obesa Loew, R. punctulata Duda, R. subradiata Duda e Zygothrica orbitalis Sturtevant foram pela primeira vez registradas neste bioma, e dentre as mais abundantes estiveram Drosophila simulans Sturtevant, D. willistoni Sturtevant, D. mediopunctata Dobzanhsky & Pavan, D. buzzatii Patterson & Wheeler, D. mercatorum Patterson & Wheeler, D. maculifrons Duda, D. immigrans Sturtevant, D. hydei Sturtevant e Zaprionus indianus Gupta. De uma maneira geral, tanto espécies neotropicais quanto exóticas foram mais concentradas na borda e no interior das manchas de mata, sendo esta tendência influenciada pela variação sazonal. Consequentemente, medidas de diversidade também variaram ao longo das estações entre o campo aberto e o interior das manchas de mata. Logo, a sazonalidade parece ser o principal componente capaz de explicar a variação da diversidade de Drosophilidae no Pampa durante o período amostrado, sendo as manchas de mata fundamentais para a manutenção dessa diversidade. O Pampa brasileiro revelou uma grande riqueza de Drosophilidae, mais do que o dobro dos registros atuais para o Pampa uruguaio e argentino. Apesar disso, os três países apresentam amplas áreas do bioma Pampa ainda totalmente desconhecidas quanto a fauna de Drosophilidae. O conjunto dessas informações ressalta a importância e a necessidade de mais estudos para desvendar a fauna de Drosophilidae no bioma Pampa

    O gênero Rhinoleucophenga Hendel, 1917 (Diptera, Drosophilidae) : proposta de estabelecimento de relações evolutivas baseadas em características morfológicas, moleculares e ecologia

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    O gênero Rhinoleucophenga é composto por espécies distribuídas em ambientes abertos nas regiões Neotropical e Neártica, com o bioma Pampa destacandose pela riqueza de espécies na América do Sul. A ampla distribuição do gênero e a carência de detalhes em muitas descrições parecem esconder uma grande diversidade de espécies. Muitas das espécies conhecidas de Rhinoleucophenga foram descritas na primeira metade do século XX, tornando-se evidente a necessidade de redescrever as mesmas nos padrões atuais, dando maior detalhamento às informações morfológicas. Sete espécies foram redescritas e 17 descritas nos atuais padrões de descrição de drosofilídeos (Capítulos II, III, IV, V). As espécies redescritas foram Rhinoleucophenga brasiliensis e R. fluminensis, originalmente descritas por Lima (1935), além de R. personata, R. lopesi, R. angustifrons, R. matogrossensis e R. nigrescens, originalmente descritas por Malogolowkin (1946); e as novas descrições para o gênero foram R. punctata sp. nov., R. paraguayensis sp. nov., R. ignota sp. nov., R. fusca sp. nov., R. alata sp. nov., R. paulistorum sp. nov., R. obscura sp. nov., R. fulva sp. nov., R. maculosa sp. nov., R. nigra sp. nov. R. brasilis sp. nov., R. punctuloides sp. nov., R. trivisualis sp. nov., R. flava sp. nov., R. grimaldii sp. nov., R. exigua sp. nov. e R. jacareacanga sp. nov. Descrições complementares de Rhinoleucophenga obesa (Capítulo VI), R. joaquina e R. punctulata (Capítulo II) também foram realizadas, apontando novos caracteres que facilitam a identificação dessas espécies. A revisão da morfologia de R. punctulata revelou variação na forma da espermateca entre diferentes populações da espécie, oriundas dos biomas Pampa, Cerrado e Caatinga, e também da região Amazônica (Capítulo VII); tal variação morfológica foi indicada como intraespecífica por dados moleculares (COI). Com base em conjuntos de caracteres morfológicos, relações filogenéticas foram propostas para Rhinoleucophenga (Capítulo VIII). Cinco estratégias de combinação e tratamento dos dados morfológicos foram exploradas: (A) 58 razões contínuas e 62 caracteres discretos; (B) 104 medidas e 62 caracteres discretos; (C) 58 razões contínuas log-transformadas e 62 caracteres discretos; (D) 104 medidas log-transformadas e 62 caracteres discretos e (E) somente os 62 caracteres discretos. Todas as matrizes foram analisadas no Software TNT, com pesagem igual (tratamentos A-E) e com pesagem implícita (K= 6) (tratamentos A’-E’). Todos os caracteres contínuos (razões e medidas) foram tratados como aditivos e reescalonados entre 0-1 para evitar uma pesagem excessiva na transformação dos mesmos – esta é a primeira vez que um grande conjunto de caracteres morfológicos contínuos não é discretizados em estudos filogenéticos com Drosophilidae. Rhinoleucophenga apresentou-se como um gênero parafilético em relação à Pararhinoleucophenga na maioria das análises realizadas; seis agrupamentos monofiléticos de espécies também foram repetidamente obtidos, principalmente com caracteres discretos associados a caracteres contínuos tratados como razões e log-transformados (tratamento C). Os caracteres morfológicos contínuos, tratados como razões ou como medidas absolutas, exercem alta influência sobre a topologia das árvores geradas. Da mesma maneira, foram fundamentais no aprimoramento dos valores de suporte dos principais agrupamentos de espécies obtidos na filogenia proposta para Rhinoleucophenga. As árvores geradas com caracteres contínuos log-transformados apresentaram melhora nos valores de suporte médio dos clados, porém, a aplicação de pesagem representou maior influência sobre os resultados filogenéticos. Pouco se sabe sobre a ecologia das espécies de Rhinoleucophenga, especialmente no bioma Pampa. Buscando suprir a lacuna referente ao conhecimento ecológico deste, e outros gêneros de Drosophilidae, coletas de drosofilídeos foram realizadas no bioma Pampa durante 12 períodos climáticos, considerando áreas naturais e degradadas dentro deste bioma (Capítulo IX). A influência ambiental sobre a estrutura das assembleias foi temporal e espacialmente analisada por meio de nMDS, IndVal e PERMANOVA. O tipo de ambiente amostrado e os componentes climáticos juntos explicaram 56,45% da variação nas assembleias de drosofilídeos. Ambientes Neotropicais abertos, especialmente o Bioma Pampa, têm apresentado alta diversidade de espécies de Rhinoleucophenga assim como de Drosophilidae em geral (Capítulo X). Portanto, a descrição de novas espécies é indispensável para melhorar o conhecimento faunístico dessa região. Trabalhos taxonômicos com redescrições e descrições de novas espécies são ferramentas importantes para a correta identificação da fauna de Drosophilidae, gerando dados mais precisos referentes à distribuição dos táxons, e também novos conjuntos dados para estudos com enfoque sistemático e evolutivo, como aqui realizado

    O gênero Rhinoleucophenga Hendel, 1917 (Diptera, Drosophilidae) : proposta de estabelecimento de relações evolutivas baseadas em características morfológicas, moleculares e ecologia

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    O gênero Rhinoleucophenga é composto por espécies distribuídas em ambientes abertos nas regiões Neotropical e Neártica, com o bioma Pampa destacandose pela riqueza de espécies na América do Sul. A ampla distribuição do gênero e a carência de detalhes em muitas descrições parecem esconder uma grande diversidade de espécies. Muitas das espécies conhecidas de Rhinoleucophenga foram descritas na primeira metade do século XX, tornando-se evidente a necessidade de redescrever as mesmas nos padrões atuais, dando maior detalhamento às informações morfológicas. Sete espécies foram redescritas e 17 descritas nos atuais padrões de descrição de drosofilídeos (Capítulos II, III, IV, V). As espécies redescritas foram Rhinoleucophenga brasiliensis e R. fluminensis, originalmente descritas por Lima (1935), além de R. personata, R. lopesi, R. angustifrons, R. matogrossensis e R. nigrescens, originalmente descritas por Malogolowkin (1946); e as novas descrições para o gênero foram R. punctata sp. nov., R. paraguayensis sp. nov., R. ignota sp. nov., R. fusca sp. nov., R. alata sp. nov., R. paulistorum sp. nov., R. obscura sp. nov., R. fulva sp. nov., R. maculosa sp. nov., R. nigra sp. nov. R. brasilis sp. nov., R. punctuloides sp. nov., R. trivisualis sp. nov., R. flava sp. nov., R. grimaldii sp. nov., R. exigua sp. nov. e R. jacareacanga sp. nov. Descrições complementares de Rhinoleucophenga obesa (Capítulo VI), R. joaquina e R. punctulata (Capítulo II) também foram realizadas, apontando novos caracteres que facilitam a identificação dessas espécies. A revisão da morfologia de R. punctulata revelou variação na forma da espermateca entre diferentes populações da espécie, oriundas dos biomas Pampa, Cerrado e Caatinga, e também da região Amazônica (Capítulo VII); tal variação morfológica foi indicada como intraespecífica por dados moleculares (COI). Com base em conjuntos de caracteres morfológicos, relações filogenéticas foram propostas para Rhinoleucophenga (Capítulo VIII). Cinco estratégias de combinação e tratamento dos dados morfológicos foram exploradas: (A) 58 razões contínuas e 62 caracteres discretos; (B) 104 medidas e 62 caracteres discretos; (C) 58 razões contínuas log-transformadas e 62 caracteres discretos; (D) 104 medidas log-transformadas e 62 caracteres discretos e (E) somente os 62 caracteres discretos. Todas as matrizes foram analisadas no Software TNT, com pesagem igual (tratamentos A-E) e com pesagem implícita (K= 6) (tratamentos A’-E’). Todos os caracteres contínuos (razões e medidas) foram tratados como aditivos e reescalonados entre 0-1 para evitar uma pesagem excessiva na transformação dos mesmos – esta é a primeira vez que um grande conjunto de caracteres morfológicos contínuos não é discretizados em estudos filogenéticos com Drosophilidae. Rhinoleucophenga apresentou-se como um gênero parafilético em relação à Pararhinoleucophenga na maioria das análises realizadas; seis agrupamentos monofiléticos de espécies também foram repetidamente obtidos, principalmente com caracteres discretos associados a caracteres contínuos tratados como razões e log-transformados (tratamento C). Os caracteres morfológicos contínuos, tratados como razões ou como medidas absolutas, exercem alta influência sobre a topologia das árvores geradas. Da mesma maneira, foram fundamentais no aprimoramento dos valores de suporte dos principais agrupamentos de espécies obtidos na filogenia proposta para Rhinoleucophenga. As árvores geradas com caracteres contínuos log-transformados apresentaram melhora nos valores de suporte médio dos clados, porém, a aplicação de pesagem representou maior influência sobre os resultados filogenéticos. Pouco se sabe sobre a ecologia das espécies de Rhinoleucophenga, especialmente no bioma Pampa. Buscando suprir a lacuna referente ao conhecimento ecológico deste, e outros gêneros de Drosophilidae, coletas de drosofilídeos foram realizadas no bioma Pampa durante 12 períodos climáticos, considerando áreas naturais e degradadas dentro deste bioma (Capítulo IX). A influência ambiental sobre a estrutura das assembleias foi temporal e espacialmente analisada por meio de nMDS, IndVal e PERMANOVA. O tipo de ambiente amostrado e os componentes climáticos juntos explicaram 56,45% da variação nas assembleias de drosofilídeos. Ambientes Neotropicais abertos, especialmente o Bioma Pampa, têm apresentado alta diversidade de espécies de Rhinoleucophenga assim como de Drosophilidae em geral (Capítulo X). Portanto, a descrição de novas espécies é indispensável para melhorar o conhecimento faunístico dessa região. Trabalhos taxonômicos com redescrições e descrições de novas espécies são ferramentas importantes para a correta identificação da fauna de Drosophilidae, gerando dados mais precisos referentes à distribuição dos táxons, e também novos conjuntos dados para estudos com enfoque sistemático e evolutivo, como aqui realizado

    Zoologia em Campo

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    Zoologia em Campo

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    Estrutura populacional do tanaídeo Sinelobus stanfordi (Richardson, 1901) (Crustacea, Tanaidacea) ocorrente em raízes do aguapé Eichhornia azurea (Sw.) Kunth. (Liliiflorae, Pontederiaceae), em uma laguna costeira do sul do Brasil

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    This study aimed to investigate the population structure of Sinelobus stanfordi (Richardson, 1901) (Malacostraca, Tanaidae) in a coastal lagoon in the North coast in the Rio Grande do Sul state. The collections were performed weekly on banks of the aquatic hyacinth Eichhornia azurea (Sw.) Kunth during three months. Samples of water hyacinth were manually collected and washed on a sieve of 0.250μm mesh size. In the laboratory, the material was sorted and the tanaid lengths were measured and classified into following morphotype categories: Manca, Juveniles, Non-Reproductive Females (NRF), Preparatory Females (PREPF), Ovigerous Females (OVF) and Males. The distribution by frequency of body length classes presented a higher abundance of manca in the class of 0.75mm; juveniles in 2.19mm; non-reproductive females in 2.5mm; preparatory females in 2.7mm; ovigerous females in 2.85mm and males in 2.81mm. The average of sexual rate was 3.1:1 (females: males). It was observed the recruitment and predominance of juveniles in the eleven studied weeks, and the presence in lower proportion of PREPF, OVF and males. Based on the analyses of the population structure observed and data found in the literature, became evident the presence of juveniles, females and males during all the year, beyond a continuous reproduction activity of the species. The results have also suggested the species seems to have an opportunistic behavior, being able to colonize a high diversity of substrates.Este trabalho buscou obter informações sobre a estrutura populacional de Sinelobus stanfordi (Richardson, 1901) (Malacostraca, Tanaidae), em intervalos semanais por um período de três meses, em uma laguna costeira do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. As coletas foram realizadas em estande da macrófita aquática Eichhornia azurea (Sw.) Kunth. Exemplares do aguapé foram coletados manualmente e lavados sobre uma peneira de 0.250μm de abertura de malha. Em laboratório, o material foi triado e os indivíduos medidos e classificados por morfotipos: Mancas, Juvenis, Fêmeas Não-Reprodutivas (FNR), Fêmeas Preparatórias (FPREP), Fêmeas Ovadas (FOV) e Machos. A distribuição por frequências de classes de tamanho corporal demonstrou um maior número de indivíduos manca na classe de tamanho 0,75mm; juvenis, em 2,19mm; fêmeas não reprodutivas, em 2,5mm; fêmeas preparatórias, em 2,7mm; fêmeas ovadas, em 2,85mm e machos em 2,81mm. A média da proporção sexual foi de 3,1:1 (fêmeas: machos). Observou-se recrutamento e predomínio dos juvenis nas onze semanas de estudo e a presença, em menor proporção de FPREP, FOV e Machos. Com base na análise da estrutura populacional observada e dados encontrados na literatura, fica evidente a presença de juvenis, fêmeas e machos ao longo de todo ano, além de uma reprodução contínua da espécie. Estes resultados ainda sugerem que a espécie parece ter um comportamento oportunista, podendo, inclusive, colonizar uma diversidade de substratos

    Estrutura populacional do tanaídeo Sinelobus stanfordi (Richardson, 1901) (Crustacea, Tanaidacea) ocorrente em raízes do aguapé Eichhornia azurea (Sw.) Kunth. (Liliiflorae, Pontederiaceae), em uma laguna costeira do sul do Brasil

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    This study aimed to investigate the population structure of Sinelobus stanfordi (Richardson, 1901) (Malacostraca, Tanaidae) in a coastal lagoon in the North coast in the Rio Grande do Sul state. The collections were performed weekly on banks of the aquatic hyacinth Eichhornia azurea (Sw.) Kunth during three months. Samples of water hyacinth were manually collected and washed on a sieve of 0.250μm mesh size. In the laboratory, the material was sorted and the tanaid lengths were measured and classified into following morphotype categories: Manca, Juveniles, Non-Reproductive Females (NRF), Preparatory Females (PREPF), Ovigerous Females (OVF) and Males. The distribution by frequency of body length classes presented a higher abundance of manca in the class of 0.75mm; juveniles in 2.19mm; non-reproductive females in 2.5mm; preparatory females in 2.7mm; ovigerous females in 2.85mm and males in 2.81mm. The average of sexual rate was 3.1:1 (females: males). It was observed the recruitment and predominance of juveniles in the eleven studied weeks, and the presence in lower proportion of PREPF, OVF and males. Based on the analyses of the population structure observed and data found in the literature, became evident the presence of juveniles, females and males during all the year, beyond a continuous reproduction activity of the species. The results have also suggested the species seems to have an opportunistic behavior, being able to colonize a high diversity of substrates.Este trabalho buscou obter informações sobre a estrutura populacional de Sinelobus stanfordi (Richardson, 1901) (Malacostraca, Tanaidae), em intervalos semanais por um período de três meses, em uma laguna costeira do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. As coletas foram realizadas em estande da macrófita aquática Eichhornia azurea (Sw.) Kunth. Exemplares do aguapé foram coletados manualmente e lavados sobre uma peneira de 0.250μm de abertura de malha. Em laboratório, o material foi triado e os indivíduos medidos e classificados por morfotipos: Mancas, Juvenis, Fêmeas Não-Reprodutivas (FNR), Fêmeas Preparatórias (FPREP), Fêmeas Ovadas (FOV) e Machos. A distribuição por frequências de classes de tamanho corporal demonstrou um maior número de indivíduos manca na classe de tamanho 0,75mm; juvenis, em 2,19mm; fêmeas não reprodutivas, em 2,5mm; fêmeas preparatórias, em 2,7mm; fêmeas ovadas, em 2,85mm e machos em 2,81mm. A média da proporção sexual foi de 3,1:1 (fêmeas: machos). Observou-se recrutamento e predomínio dos juvenis nas onze semanas de estudo e a presença, em menor proporção de FPREP, FOV e Machos. Com base na análise da estrutura populacional observada e dados encontrados na literatura, fica evidente a presença de juvenis, fêmeas e machos ao longo de todo ano, além de uma reprodução contínua da espécie. Estes resultados ainda sugerem que a espécie parece ter um comportamento oportunista, podendo, inclusive, colonizar uma diversidade de substratos
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