18 research outputs found

    Imagens inaugurais e cenas urbanas: recorrências identitárias em Meu querido canibal

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    A capa do livro Meu querido canibal (Antônio Torres, 2000), assinada pelo artista gráfico Noguchi, traz uma sugestiva leitura do romance, tanto na sua epresentação plástica, como no título – “A imagem da falsa guarda”. O capista apresenta uma imagem conceitual que diz da natureza da narrativa no que ela joga com deslizamentos retóricos e ideológicos em torno da colonização. A capa revela uma instável sagração da natureza, elevando o índio a uma posição de herói em guarda, à espera de um inimigo ainda fora da paisagem. As estruturas narrativas do romance são configuradas num jogo de espelhamentos discursivosque acionam dados históricos documentais, como também, molduras subjetivas, imaginárias ou ficcionais.Esse jogo de perspectivas parece manipulado por um narrador em trânsito, que recolhe “alfarrábios” e dissemina paráfrases e paródias e que está implicado na sua própria teia de referências e representações, ou seja, é ele próprio um documento vivo que, ao mergulhar nos vestígios do passado, submerge também nas franjas de um tempo que se enreda em caóticas cenas urbanas

    AS MIGRAÇÕES DE BRÁS CUBAS ou contracenas da identidade

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    Analisar a figura de Brás Cubas construída por Machado de Assis e seu romance homônimo, levando em consideração a figura histórica da colonização portuguesa e a figura do poema épico A confederação dos Tamoios, de Gonçalves de Magalhães, no crivo da polêmica desencadeada por Alencar. Apontar as reencenações diretas e indiretas da emblemática figura machadiana em momentos diversos da literatura e da cultura brasileira

    A BRASILIANA de Policarpo Quaresma: modelo, moldura, mediação

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    O artigo discute o modelo de identidade brasileira representado no personagem Major Quaresma, na obra de Lima Barreto, "Triste fim de Policarpo Quaresma'

    De (re)conto e (des)encanto:: uma leitura de Fita verde no cabelo

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    Fita verde no cabelo: nova velha história, conto de Guimarães Rosa, apresenta uma leitura de Chapeuzinho Vermelho. Como indica o subtítulo ”“ nova velha história ”“, a narrativa rosiana ressignifi ca as versões tradicionais de Chapeuzinho, projetando a história em meio à perplexidade do mundo contemporâneo, desconstruindo certezas, deslocando fantasias. A partir de refl exões sobre a tradição oral, narrativa e memória, negação da experiência no mundo contemporâneo, pretendemos mostrar como o conto de Guimarães Rosa problematiza a trajetória da protagonista, Fita-Verde, num desdobrar-se em simbiose com a fala-fato de um narrador que trama o destino desta lendária menina, agora em situação dramática, evocando gestos e arquétipos que lhe escapam nos desvãos de uma consciência desencantada. A velha fantasia do tempo das fadas, requisitada pelo seu ser de linguagem e seu universo ontologicamente situado no próprio enredo do conto, sofre os refluxos de um tempo de crises, em que o confronto com a solidão é uma face da morte

    LIMA BARRETO um olhar deslocando-se

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    Com o olhar crítico na tradição, e descentrado em relação aos modismos de seu tempo, o escritor Lima Barreto situa-se como intelectual dissidente, tanto em relação ao abstrato ufanismo nacionalista de conotação romântica, quanto aos referenciais alinhados com a produção cultural da belle époque. Ao retomar, por exemplo, os textos escritos sobre o Brasil que se encontram arquivados na biblioteca de Policarpo Quaresma, Lima Barreto o faz para reinseri-los numa abordagem reflexiva de sabor satírico-parodística, que desloca, seja via ironia crítica ou riso desestruturador, os ufanismos, (os eurocêntricos ou os xenófobos) e repõe a discussão da identidade nacional num contexto onde não se pode mais desconhecer o aspecto plural de nossa cultura

    Em torno da casa-grande: o caso Gilberto Freyre

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    A obra de Gilberto Freyre traz uma clássica marca de polêmica: a confluência de reflexão e estilo, de pensamento e linguagem. Tal perspectiva geralmente desperta críticas positivas e negativas, ora sendo vista como agregação de forças complementares, buscando-se no estilo uma espécie de suplência às limitações teóricas ante a complexidade dos fatos; ora sendo condenada em nome da clareza e da objetividade científicas, considerando-se a expressividade estética como subterfúgio ou mascaramento crítico/ideológico. Neste artigo, discutem-se aspectos da produção e da recepção da obra de Gilberto Freyre, destacando-se o processo da mestiçagem na construção de uma identidade nacional e a confluência ciência e arte

    Entre contes et (dés) enchantements : une lecture de « Ruban vert dans les cheveux »

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    On grandit toujours, sans savoir vers où.Guimarães Rosa On reste sans savoir ce qu’était João et si João a existé qui puisse être prisCarlos Drummond de Andrade Il était une fois Récit court (à peine un peu plus d’une page), « Ruban vert dans les cheveux : une nouvelle ancienne histoire », surprend par son intensité lyrique et en même temps dramatique. Il n’est pas rare que le lecteur ingénu, emporté par la douce musique du titre ou par les références au monde enchanté du conte de fées, voie ..

    UM FABULADOR DA NACIONALIDADE JOSÉ DE ALENCAR

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    A natureza , a história, a motogênese, os ideais, o sonho, a evasão e a utopia são forças simbólicas e retóricas que circulam e dimensionam o ideário ramântico europeu. Esses, quando aportam no Brasil, interagem com a literatura que tematiza (desde o descobrimento) o índio e a natureza local. Essa interação revela-se produtiva e alcança grande singuralidade no projeto nacionalista e nas fábulas da nação enredadas pelo polêmico José de Alencar autodenominado o piguara da literatura brasileira

    MACHADIANAS

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    Buscarei, no espaço deste ensaio, situar-me como leitora de dois críticos-biógrafos de Machado de Assis: Lucia Miguel Pereira (Machado de Assis: estudo crítico e biográfico) Augusto Meyer (Machado de Assis: 1935-1958). Não será, portanto, uma Leitura integral dos autores sobre a obra e da vida machadianas. Interessa-me colher, nesses enfoques de Augusto Meyer e Lucia Miguel, situações e indicativos do modo como se relacionam com seu objeto de estudo, não que destaco o sentimento de admiração que Nutre tal relacionamento, marcado que é por um esforço de leitura crítico, mas que se deixa perpassar por olhares de subjetividade que se cruzam com o meu interessado olhar.

    De (re)conto e (des)encanto: uma leitura de Fita verde no cabelo

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    Fita verde no cabelo: nova velha história, conto de Guimarães Rosa, apresenta uma leitura de Chapeuzinho Vermelho. Como indica o subtítulo – nova velha história –, a narrativa rosiana ressignifi ca as versões tradicionais de Chapeuzinho, projetando a história em meio à perplexidade do mundo contemporâneo, desconstruindo certezas, deslocando fantasias. A partir de refl exões sobre a tradição oral, narrativa e memória, negação da experiência no mundo contemporâneo, pretendemos mostrar como o conto de Guimarães Rosa problematiza a trajetória da protagonista, Fita-Verde, num desdobrar-se em simbiose com a fala-fato de um narrador que trama o destino desta lendária menina, agora em situação dramática, evocando gestos e arquétipos que lhe escapam nos desvãos de uma consciência desencantada. A velha fantasia do tempo das fadas, requisitada pelo seu ser de linguagem e seu universo ontologicamente situado no próprio enredo do conto, sofre os refluxos de um tempo de crises, em que o confronto com a solidão é uma face da morte
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