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Analysis of antibody neutralization specificities in human immunodeficiency virus type 2 infection
Tese de doutoramento, Farmácia (Microbiologia), Universidade de Lisboa, Faculdade de Farmácia, 2013Dynamics of the neutralizing antibody response and resulting HIV-2 escape during acute and chronic infections and their impact on viral evolution and disease progression remain unknown. The aims of this thesis were: characterize Nab response and molecular and phenotypic evolution of HIV-2 in early infection, investigate Nab responses in HIV-2 chronically infected patients with memory B cell imbalances and characterize the neutralization phenotype of HIV-2 X4-tropic isolates from diverse disease stages. Broad and potent Nabs are elicited very early in HIV-2 infection, the potency of this response being associated with high evolutionary rates. Nab escape was associated with R5-to-X4 switch, increased diversity in V1 and V3 regions and changes in V3 conformation. These findings show that Nabs are the main driver of the rapid molecular and phenotypic evolution of HIV-2 in early infection. Despite the loss of memory B cells observed with disease progression, broad and potent Nabs were elicited throughout HIV-2 infection. Nabs were found to target the C2V3C3 envelope region and, in advanced disease stage, the gp36 ectodomain. These data suggest a role for other B cell subsets in the production and perpetuation of Nabs. HIV-2 X4-tropic viruses were found to be significantly more Nab resistant than R5 viruses (independently of disease stage) and late infection X4 isolates were significantly more Nab resistant than early infection X4 viruses. X4-tropism was associated with sequence changes and significant gain in the V3 loop secondary structure. The results prove that Nab resistance is an intrinsic feature of X4-tropic HIV-2 isolates, acquired through infection period, and is associated with amino acid and conformational changes in the V3 loop that favour R5-to-X4 switch. In conclusion, Nab responses emerge very early in infection, persist despite memory B cells imbalances and drive tropism switch, supporting a major role for Nabs in HIV-2 evolution.O Vírus da Imunodeficiência Humana do tipo 2 (HIV-2) foi identificado pela primeira vez como agente causal da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) em 1986 numa colaboração entre cientistas e clínicos portugueses (Professora Maria Odette Santos Ferreira da Faculdade de Farmácia de Lisboa e Professor José Luís Champalimaud do Hospital Egas Moniz) e franceses (equipe de investigadores liderada pelo Professor Luc Montagnier do Instituto Pasteur em Paris).Embora este vírus seja semelhante ao HIV-1 em termos de organização estrutural e genómica, muitos aspectos distinguem as infecções provocadas por estes dois vírus. O HIV-2 é apenas responsável por pequenas epidemias nos países onde teve origem e em países vizinhos ou com relações históricas com estas regiões, em oposição ao HIV-1 que é responsável pela pandemia mundial. A maioria dos indivíduos infectados com HIV-2 apresenta cargas virais indetectáveis, contagem normais de células T CD4+ e ausência de progressão clínica. A resposta imunitária do hospedeiro ao HIV-2 também parece ser melhor comparativamente ao HIV-1, uma vez que a maioria dos indivíduos mantém fortes respostas celulares e humorais contra o vírus durante a fase crónica da infecção por HIV-2. Conhecer e compreender as interacções vírus-hospedeiro na infecção por HIV-2 poderá ser importante no desenho de vacinas, uma vez que as respostas imunitárias geradas contra o HIV-2 poderão ser mimetizadas na vacinação não só contra este vírus mas também contra o HIV-1. Uma das maiores diferenças entre as duas infecções é a produção de anticorpos neutralizantes de elevado espectro e potência nos indivíduos infectados por HIV-2. Estes anticorpos e outras respostas imunitárias poderão ser fundamentais no controlo da infecção e a base para a progressão mais lenta para SIDA observada nestes doentes. Contudo, muitos aspectos da infecção por HIV-2 permanecem por esclarecer, nomeadamente como é que os anticorpos neutralizantes controlam o vírus e como o vírus reage a estes anticorpos, em particular na infecção aguda. Perante este cenário, o objectivo geral desta tese foi conhecer melhor a resposta dos anticorpos neutralizantes na infecção por HIV-2 e explorar a forma como eles influenciam a evolução genética e fenotípica do vírus. A forma como o hospedeiro reage ao primeiro contacto com um agente infeccioso poderá ser determinante para o controlo e evolução da infecção. Desta forma, estudar a infecção primária por HIV-2 poderá elucidar sobre quais os mecanismos envolvidos no melhor controlo deste vírus comparativamente ao HIV-1. Uma vez que a maioria dos doentes infectados com HIV-2 são apenas diagnosticados na fase crónica da infecção, muito depois da seroconversão, torna-se extremamente difícil estudar a infecção aguda. Devido a este facto, ao contrário do que se passa na infecção por HIV-1, nada se sabe sobre a resposta imunitária e a evolução viral na infecção aguda por HIV-2. Esta lacuna no conhecimento sobre a infecção por HIV-2 levou ao primeiro objectivo desta dissertação: caracterizar a resposta em anticorpos neutralizantes e a evolução molecular e fenotípica do HIV-2 desde as fases iniciais e ao longo da infecção (capítulo 3). Estudar crianças infectadas por transmissão vertical constitui uma oportunidade única para conhecer a infecção aguda por HIV-2. Apesar de ser um evento raro, existem casos documentados de transmissão mãe-filho de HIV-2. Foram colhidas à nascença e ao longo de vários anos amostras de sangue de duas crianças nascidas de mães infectadas com HIV-2. A criança 1, nascida em 1998, foi diagnosticada com HIV-2, por PCR, aos 39 dias de vida e a criança 2, nascida em 1992, aos 27 dias de vida. A criança 1 nasceu com contagens de células T CD4+ normais e ausência de viremia, mas aos cinco anos de idade ocorreu um aumento drástico na carga viral em paralelo com o declínio das células T CD4+. Iniciou-se o tratamento, o que levou à recuperação virológica e imunológica. A criança 2 nasceu com encefalopatia apesar ter contagens de células T CD4+ normais e ausência de viremia. O tratamento foi iniciado de imediato, no entanto as opções terapêuticas existentes nessa altura (1992) eram muito limitadas. A carga viral aumentou e as células T CD4+ diminuíram, acabando a criança por falecer aos 9 anos. Foi extraído DNA de células de final de cultura de ambas as crianças de vários anos de infecção. O gene env foi amplificado, clonado e sequenciado. As sequências geradas foram analisadas em termos de diversidade genética, pressão selectiva, taxa de evolução nucleotídica e locais de glicosilação. Igualmente a partir das sequências geraram-se modelos estruturais da glicoproteina Env por homology modelling. Determinou-se o tropismo viral dos vírus de ambas as crianças à nascença e ao longo da infecção. Efectuaram-se ensaios de neutralização com os plasmas das crianças dos vários anos de infecção contra os seus vírus autólogos e, no caso da criança 1, também contra 5 vírus heterólogos, três R5 e dois X4. A diversidade nucleotídica e aminoacídica e os locais sobre selecção positiva foram significativamente maiores na criança 1 comparativamente à criança 2. Da mesma forma, a taxa de evolução viral na criança 1 foi quase o dobro da criança 2 e semelhante à taxa de evolução viral em indivíduos com infecção crónica por HIV-2 a fazerem tratamento antirretroviral, de onde se conclui que a rápida evolução molecular do HIV-2 começa logo no início da infecção. Ambas as crianças foram infectadas com vírus que utilizavam o coreceptor CCR5 (vírus R5) mas aos 5 anos de idade já possuíam vírus com tropismo para células exprimindo o co-receptor CXCR4 (vírus X4). Este foi o primeiro estudo em que se observou efectivamente uma alteração de tropismo R5 para X4 na infecção por HIV-2. De salientar que a transição de tropismo observada nestas crianças foi extremamente rápida, uma vez que vírus HIV-2 que utilizam o co-receptor X4 são geralmente encontrados em indivíduos infectados há vários anos e em fases avançadas da infecção. Desde o início de vida, a criança 1 apresentou uma forte resposta em anticorpos neutralizantes, tanto autóloga como heteróloga, particularmente contra vírus R5. A resposta contra vírus X4 foi significativamente mais fraca e diminuiu ao longo da infecção concomitantemente com o aparecimento das estirpes utilizadoras do co-receptor X4. A criança 2 desenvolveu uma resposta muito fraca contra vírus X4 autólogos, que decresceu rapidamente com a progressão da doença. Em ambas as crianças, a alteração no tropismo de R5 para X4, a diversificação das regiões V1 e V3 e a conversão da estrutura secundária da região V3 para conformação em β-hairpin foram associadas ao escape aos anticorpos neutralizantes. Os resultados indicam que na presença de uma forte resposta dos anticorpos neutralizantes (criança 1) a diversidade e a taxa de evolução viral são muito elevadas, ao passo que quando a pressão imposta pelos anticorpos neutralizantes é menor (criança 2) estes marcadores de evolução são semelhantes à infecção aguda por HIV-1 (tanto adultos como crianças). Concluindo, estes dados apoiam a hipótese de os anticorpos neutralizantes serem responsáveis pela rápida evolução molecular e fenotípica do HIV-2 logo no início da infecção. A produção de anticorpos neutralizantes está a cargo das células B. Após encontro com um antigénio, as células B naïve sofrem maturação e diferenciação em plasmócitos e células B de memória, capazes de produzir anticorpos específicos contra esse antigénio. Na infecção por HIV-1 e HIV-2 há diminuição acentuada do número de células B de memória. Esta depleção é irreversível mesmo com terapia antirretroviral. No entanto, e contrariamente à infecção por HIV-1, a maioria dos indivíduos infectados com HIV-2 produzem anticorpos neutralizantes durante a fase crónica da infecção. Qual será a relação entre as células B de memória e a produção de anticorpos neutralizantes na infecção por HIV-2? Conhecer, nesta infecção, qual a população de células B responsável pela produção dos elevados níveis de anticorpos neutralizantes poderá ser importante para a produção de uma vacina contra o HIV-1 e o HIV-2. Neste contexto, o segundo objectivo desta tese foi investigar a associação entre a resposta em anticorpos neutralizantes e as células B de memória na infecção por HIV-2 (capítulo 4). Foram estudados 37 indivíduos infectados com HIV-2, 73% dos quais nunca tinham recebido tratamento antiretroviral, 76% tinham carga viral indetectável e 59% tinham contagem de células T CD4+ igual ou superior a 350 células/μl. Os doentes apresentavam níveis variados de depleção das células B de memória sem alteração de classe (CD19+CD27+IgD+) e com alteração de classe (CD19+CD27+IgD-) directamente associada à diminuição do número de células T CD4+. Conhecia-se igualmente a resposta em anticorpos de ligação contra as regiões C2V3C3 e gp36 do invólucro. Os ensaios de neutralização foram efectuados com os plasmas dos indivíduos em estudo contra quatro vírus R5 heterólogos. Verificou-se que todos os doentes produziam anticorpos neutralizantes de elevada potência. Estes anticorpos eram também de largo espectro uma vez que, com duas excepções, todos os plasmas neutralizavam pelo menos dois vírus (55% neutralizavam três ou quatro vírus). O título de anticorpos neutralizantes não estava associado à contagem de células T CD4+, à carga viral ou ao tratamento antirretroviral. Contudo, o título de anticorpos neutralizantes estava associado ao nível de anticorpos de ligação contra a região C2V3C3 nos doentes com contagem de células T CD4+ ≥ a 350 células/μl, e aos anticorpos de ligação contra a região gp36 em doentes em estados mais avançados da doença (células T CD4+ < 350 células/ μl). Além disso, o título de anticorpos neutralizantes estava inversamente associado à depleção das células B de memória (sem e com alteração de classe) no grupo de doentes não tratados. Os resultados obtidos sugerem que, apesar da diminuição das células B de memória com a progressão da doença, continuam a ser produzidos anticorpos neutralizantes de elevado espectro e potência ao longo da infecção por HIV-2. Estudos recentes com o HIV-1 mostraram que, apesar de serem raros os doentes que produzem anticorpos neutralizantes, a produção de anticorpos não específicos é mantida pelos plasmócitos, que não necessitam de constante exposição ao antigénio para produzirem anticorpos. Os resultados apresentados nesta tese apontam para que outra população de células B (provavelmente os plasmócitos) seja responsável pela produção e perpetuação dos anticorpos na infecção por HIV-2, com a principal diferença, face ao HIV-1, destes serem neutralizantes. Estes anticorpos são maioritariamente dirigidos contra a região C2V3C3 e, em fases mais avançadas da infecção, contra a gp36. Estudos recentes verificaram que vírus HIV-2 com tropismo para células que expressam o coreceptor CXCR4, isolados de doentes a fases avançadas da infecção, são resistentes aos anticorpos neutralizantes. Foi também descrito no Capítulo 3 que vírus X4 isolados de crianças recentemente infectados são mais resistentes à neutralização. Estes resultados sugerem uma associação entre escape aos anticorpos neutralizantes e alteração de tropismo de R5 para X4. No entanto, permanece a dúvida se os vírus com tropismo para X4 são intrinsecamente resistentes à resposta em anticorpos neutralizantes. O terceiro objective deste trabalho foi caracterizar o fenótipo de neutralização de isolados primários utilizadores do coreceptor X4 isolados de doentes infectados com HIV-2 em várias fases da infecção de forma a determinar se todas as estirpes X4 são resistentes aos anticorpos neutralizantes independentemente do estadio da doença. Foram estudados cinco vírus X4 isolados de doentes em estados avançados de doença (mediana de células T CD4+=78 células/μl) e dois vírus X4 isolados de crianças infectadas por transmissão vertical (ver capítulo 3) em fase inicial da infecção (5 anos) (mediana de células T CD4+=320 células/μl). A sensibilidade dos vírus X4 à neutralização foi comparada com três vírus R5 usados como controlo (mediana de células T CD4+=275 células/μl). Os ensaios de neutralização foram efectuados contra 16 isolados clínicos heterólogos. Observou-se que os vírus X4 eram significativamente mais resistentes à neutralização que os vírus R5, independentemente da fase da infecção em que foram isolados. O facto de os vírus X4 das crianças serem também mais resistentes à neutralização que os vírus R5, demonstra que a resistência aos anticorpos neutralizantes pode surgir muito cedo após a transmissão. Além disso, os vírus X4 de indivíduos em estados avançados de doença eram significativamente mais resistentes aos anticorpos neutralizantes que os vírus X4 isolados das crianças (infecção recente), o que sugere que a resistência aos anticorpos neutralizantes é um processo gradual que vai ocorrendo ao longo da infecção. Ao analisar-se a região V3 dos vírus em estudo, detectou-se que todos os vírus X4 apresentavam as mutações nesta região anteriormente associadas a alteração de tropismo de R5 para X4 (uma mutação na posição 18, a mutação V19K/R, uma inserção na posição 24 e uma carga global igual ou superior a 7). A avaliação das estruturas secundárias desta região revelou igualmente diferenças importantes entre vírus R5 e X4. Os vírus R5 na infecção aguda e crónica são caracterizados por ausência de estrutura secundária regular, ao passo que os vírus X4 de infecção recente apresentam uma estrutura secundária em β-hairpin. Os vírus X4 de indivíduos em fase avançada caracterizam-se pelas conformações β-α-β ou helix-loophelix. Estes dados sugerem um modelo de evolução da estrutura secundária da região V3 no qual, ao longo da infecção, a pressão exercida pelos anticorpos neutralizantes sobre a V3 força o vírus a escapar e a alterar esta região de forma que deixe de ser reconhecida pelos anticorpos neutralizantes. Estas alterações favorecem igualmente a mudança de tropismo para X4 o que por sua vez está associado ao decréscimo das células T CD4+. Estes dados mostram que a resistência aos anticorpos neutralizantes é uma característica intrínseca dos vírus X4, provavelmente determinada por alterações na sequência e conformação da região V3, que dificultam o reconhecimento desta região pelos anticorpos. Em conclusão, este trabalho permitiu demonstrar que a resposta dos anticorpos neutralizantes surge muito cedo na infecção aguda e persiste na fase crónica da infecção mesmo após significativa depleção das células B de memória, e ainda que os Nabs são responsáveis pela evolução viral, por alterações estruturais na região V3 e pela alteração do tropismo que leva à resistência à neutralização. Os resultados constituem também um novo e potencialmente relevante contributo na área das vacinas. Em primeira análise, o escape à acção dos anticorpos neutralizantes existe na infecção por HIV-2 e por conseguinte uma vacina necessita de geral respostas contra estirpes R5 e X4. Os anticorpos são principalmente dirigidos contra a região V3 nas fases inicial e crónica da infecção. Em estádios mais avançados, a resposta contra esta região diminui mas surgem anticorpos cujo alvo é a gp36. Estes resultados confirmam que a V3 é um bom imunogénio a ser usado no desenho de vacinas mas salientam o facto de a gp36 poder conter epitopos importantes a serem incluídos numa vacina. Outra importante contribuição destes estudos foi a descoberta de que é possível manter uma forte resposta em anticorpos neutralizantes através de populações de células B que não as de memória, nomeadamente plasmócitos. Uma vacina contra o HIV-2 e o HIV-1 idealmente estimularia respostas deste tipo de células B. A dificuldade persiste em escolher o imunogénio ou grupo de imunogénios capazes de suscitar estas respostas. Destes estudos conclui-se que imunogénios baseados na região V3 e na gp36 do HIV-2 poderão ser bons candidatos para o desenho de vacinas.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, SFRH/BD/41328/2007
Muitas Águas
This thesis analyses João Guimarães Rosa’s poetic work, Magma (1997), with the intention of tracing the feminine aspect of his poems, seeking to prove its fecund feature in the prose of the mineiro writer. Rosa’s poetic process is composed of an aesthetic that benefits from a mythical-symbolic language that brings out an archetypal figuration expressed through elements such as water, earth, night, and moon. Thus, an analysis of Magma's poems is proposed, aiming to define how Guimarães Rosa forges, in these poems, in an even more subtle way than in prose, a way of approaching the feminine as an unconscious creator, as an essential core from which emanates life. Therefore, it starts from the hypothesis that, in his poems, Rosa seems to evidence the manifestation of “female power” from images that refer to the creative, unconscious, and fecund power of women. So that, it will seek to demonstrate how Magma's poems introduce a theme that will be bluntly developed by Rosa in his narratives, and in this thesis, it will specifically refer to one of his novels that belongs to the book No Urubuquaquá, no Pinhém, “A história de Lélio e Lina” (2001). It will take as a theoretical contribution, to support this work, both the symbolic imaginary element, as well as the collective unconscious aspects that permeate the poetic of Guimarães Rosa, the studies by Carl Gustav Jung, Gaston Bachelard, Gilbert Durand and Mircea Eliade. At the end of the discussions, it will demonstrate, in the Guimarães Rosa’s poetic, a lyricism marked by the presence of a phenomenological symbology that points to the existence of female archetypes that rise in the face of the telluric theme developed in the poems.Tese (Doutorado)Esta tese examina a obra poética de João Guimarães Rosa, Magma (1997), com a finalidade de rastrear o elemento feminino de seus poemas, procurando evidenciar seu caráter fecundante na prosa do autor mineiro. O fazer poético rosiano compõe-se de uma estética que se beneficia de uma linguagem mítico-simbólica que traz à tona uma figuração arquetípica expressa por meio de elementos como a água, a terra, a noite e a lua. Propõe-se, assim, uma análise dos poemas de Magma, objetivando definir de que modo Guimarães Rosa forja, nesses poemas, de uma maneira ainda mais sutil que na prosa, uma forma de abordagem do feminino como inconsciente criador, como núcleo primordial do qual emana a vida. Portanto, parte-se da hipótese de que, em seus poemas, Rosa parece evidenciar a manifestação do “poder feminino” a partir de imagens que remetem ao poder criador, inconsciente e fecundante da mulher. Sendo assim, procuraremos demonstrar de que modo os poemas de Magma introduzem uma temática que será contundentemente desenvolvida por Rosa em suas narrativas, e aqui nos remeteremos, especificamente, a uma de suas novelas que pertence ao livro No Urubuquaquá, no Pinhém, “A Estória de Lélio e Lina” (2001). Tomamos como aporte teórico, para nos embasar, tanto o elemento imaginário simbólico, bem como os aspectos inconscientes coletivos que permeiam a poesia de Guimarães Rosa, os estudos de Carl Gustav Jung, Gaston Bachelard, Gilbert Durand e Mircea Eliade. Ao término das discussões, demonstraremos, na poesia de Guimarães Rosa, um lirismo marcado pela presença de uma simbologia fenomenológica que aponta para a presença de arquétipos femininos que insurgem em face da temática telúrica desenvolvida nos poemas
Escotismo e cultura: experiências e saberes etnográficos dos jovens do 14º Grupo de Escoteiros Regimento Guararapes. Uma inovação pedagógica?
O Escotismo hoje é considerado o maior movimento educacional não-formal, que busca desenvolver integralmente crianças e jovens a partir do aprender-fazendo, dotado de flexibilidade adaptativa ao contexto cultural inserido. Sendo assim, esta pesquisa de cunho etnográfico objetivou apresentar indícios de inovação pedagógica na cultura escotista que possam ser transpostas para o âmbito escolar. A investigação ocorreu no 14° Grupo Escoteiro Regimento Guararapes (14° GERG) localizado na cidade de Jaboatão dos Guararapes (Pernambuco - Brasil), com foco no Ramo Escoteiro. A coleta de dados submetidos à análise de conteúdo se deu por: observação participante através das anotações de caderno de campo e registros em áudio e imagens fotográficas; entrevistas com o Chefe da Tropa e oito dos escoteiros mais assíduos; além de análise de documentos oficiais da União Escoteira do Brasil (UEB). Dentre os achados de pesquisa, constatamos elementos inovadores que valorizam a dialogicidade e a autorreflexão, bem como um ambiente pedagógico motivador a arte de aprender (Matética) por ser democrático quanto as escolhas das atividades e resolução de problemas, na qual os jovens escoteiros protagonizam o processo de decisão. Com isso, cremos que a filosofia e prática escotista muito pode contribuir para o revigoramento da instituição formal escolar desde as questões de gestão ao processo de ensino-aprendizagem como um todo.Scouting today is considered the largest non-formal educational movement to create integrated elements for children and young people from culturally embedded learning. Thus, this ethnographic research aimed to present evidence of pedagogical innovation in the scottish culture that can be transposed into the school context. The investigation was carried out within the framework of the 14th Scout Regiment Group Guararapes (14 ° GERG) located in the city of Jaboatão dos Guararapes (Pernambuco - Brazil), focusing on the Scout Branch. The collection of data submitted to content analysis was given by: participant observation through field notebook annotations and audio records and photographic images; interviews with the Chief of the Troop and eight of the most frequent Boy Scouts; besides analysis of official documents of the Brazilian Girl Scout Union (UEB). Among the research findings, we find innovative elements that value dialogue and self-reflection, as well as a pedagogical environment that motivates the art of learning (Matética) because it is democratic as to the choices of activities and problem solving, in which the young Scouts lead the decision-making process. With this, we believe that much skeptical philosophy and practice can contribute to the reinvigoration of the formal school institution from management issues to the teaching-learning process as a whole
Representing and coding the knowledge embedded in texts of Health Science Web published articles
Despite the fact that electronic publishing is a common activity to scholars electronic journals are still based in the print model and do not take full advantage of the facilities offered by the Semantic Web environment. This is a report of the results of a research project with the aim of investigating the possibilities of electronic publishing journal articles both as text for human reading and in machine readable format recording the new knowledge contained in the article. This knowledge is identified with the scientific methodology elements such as problem, methodology, hypothesis, results, and conclusions. A model integrating all those elements is proposed which makes explicit and records the knowledge embedded in the text of scientific articles as an ontology. Knowledge thus represented enables its processing by intelligent software agents The proposed model aims to take advantage of these facilities enabling semantic retrieval and validation of the knowledge contained in articles. To validate and enhance the model a set of electronic journal articles were analyzed
Self-efficacy, mathematics’ anxiety and perceived importance: an empirical study with Portuguese engineering students
The accomplishment in mathematics has gained attention from educators and arises as an emerging field
of study, including in engineering education. However, in Portugal, there is still incipient research in the
area; so it is high time to explore factors that might enlighten the gap in the study of the relationship
between Portuguese engineering students and the learning of mathematics. The main purpose of this
study is to explore three factors identified in the literature as influencing the learning of mathematical
concepts – self-efficacy, anxiety towards mathematics and perceived importance of mathematics – and
search for differences by gender and by type of engineering course, a dimension not much reported in the
literature but which was revealed as important in the team’s previous research. Based on a sample of 140
undergraduate students of different engineering courses from University of Minho, results only identify
differences in the type of course and not in gender. These results constitute a contribution and open new
paths for future research in the engineering education.FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia, Portugal) in the scope of the project PEst-OE/EEI/UI0319/201
A liberdade como virtude soberana: uma interpretação Kantiana da posição original de Rawls
O artigo investiga a relação entre liberdade e igualdade nas duas principais obras de Rawls, Uma Teoria da Justiça e Liberalismo Político, visando demonstrar que estes ideais se vinculam segundo a mesma estrutura conceitual estabelecida por Kant em seus textos de ética. Pretendemos, desta forma, evidenciar a influência de Kant sobre Rawls, o que nos permitiria, conforme também argumentaremos no artigo, identificar interpretações equivocadas de seu pensamento deste último, compreender o sentido real da expressão “justiça como equidade” e reconhecer nuances internas ao liberalismo igualitário
Les facteurs qui influencent l'apprentissage des concepts mathématiques dans les cours d'Ingénierie: une étude exploratoire avec des étudiants de l'Université de Minho
O sucesso na aprendizagem da Matemática no ensino superior constitui um campo emergente de pesquisa, em particular nos cursos de Engenharia. No entanto, em Portugal ainda é incipiente a pesquisa na área, pelo que é pertinente explorar fatores que podem esclarecer a relação entre os estudantes de Engenharia e a Matemática. Com base em três focus group realizados com estudantes de dois cursos de Engenharia da Universidade do Minho, este estudo exploratório pretende investigar as atitudes dos estudantes na aprendizagem de conceitos matemáticos e averiguar os fatores que influenciam a sua experiência no processo de aprendizagem. Para além da perceção da importância da Matemática no seu curso e na sua futura profissão, os resultados sugerem que há fatores que influenciam o seu desempenho, nomeadamente o papel do professor e a sua metodologia de ensino, bem como a aplicabilidade dos conceitos matemáticos no contexto da Engenharia, o papel ativo do estudante na aprendizagem e a influência dos pais e da sociedade.Success in the learning of Mathematics in higher education constitutes an
emerging field of research, particularly in the Engineering courses. In Portugal, however, the research in this area remains incipient. It is therefore relevant to explore which factors may clarify the relation between the Engineering students and Mathematics. Based on three focus groups carried out with students from two Engineering courses at the University of Minho, this exploratory study aims to investigate the attitudes of students in the learning of mathematical concepts and find out the factors that influence their experience in the learning process. Beyond the perception of the importance of Mathematics in their course and their future profession, the results suggest that there are factors that influence their performance, such as the teacher's role and his/her teaching methodology, as well as the applicability of mathematical concepts in the context of Engineering, the student’s active role in learning and the influence of parents and society.Le succès de l'apprentissage de la Mathématique à l'enseignement supérieur est un domaine
émergent de la recherche, particulièrement aux cours d'Ingénierie. Toutefois, au Portugal, la
recherche est encore naissante, donc il est pertinent d'explorer les facteurs qui peuvent expliquer
la relation entre les étudiants en Ingénierie et les Mathématiques. Basé sur trois groupes de
discussion menés avec des étudiants de deux cours d'Ingénierie de l'Université de Minho, cette
étude exploratoire vise à étudier les attitudes des élèves dans l'apprentissage des concepts
mathématiques et de déterminer les facteurs qui influent sur leur expérience dans le processus
d'apprentissage. En plus de la perception de l'importance des Mathématiques dans leur cours et
leur future profession, les résultats suggèrent qu'il existe des facteurs qui influencent leur
performance, à savoir : le rôle de l'enseignant dans la méthodologie de l'enseignement et
l'applicabilité des concepts mathématiciens dans le contexte de l'Ingénierie, le rôle active de
l'étudiant dans l'apprentissage et l'influence des parents et de la société.FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia, Portugal) no âmbito do projeto PEst-OE/EEI/UI0319/201
Engineering students and the application of mathematical knowledge : how to explain the difficulties experienced?
The article presents the results of two focus groups and a questionnaire implemented with
engineering students from the University of Minho, in order to assess opinions and perspectives concerning the main learning difficulties in mathematics-based disciplines. The results obtained show that students generally see the relevance of mathematics to engineering courses. Mathematics is considered as an essential discipline in course selection and a vital part of their
career as engineers. The importance of the instructor is recognized when learning mathematical concepts. Students would like their courses to address mathematical concepts that are more in line with their future professions. The 73 undergraduate students who completed the
questionnaire manifested a high self-efficacy and a high perception that the learning of
mathematical concepts and the development of mathematical skills are essential for
progression in their future career.Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT
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