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Curva de voo e hospedeiros alternativos da praga Drosophila suzukii (Matsumura) (Diptera: Drosophilidae) na cultura da framboesa na região do Algarve
Nos últimos anos muito se tem falado da produção dos pequenos frutos em
Portugal, nomeadamente da framboesa, sobretudo pelas condições edafoclimáticas
para a sua produção e de como se pode produzir frutos de sabor, cor e
aroma inigualáveis.
A chegada da Drosophila suzukii a Portugal em 2012 (EPPO, European and
Mediterranean Plant Protection Organization, 2012), veio provocar um grande
impacto económico na cultura dos pequenos frutos. Com a necessidade de
combater esta praga através de meios de luta amigos do homem, do ambiente e dos
seres vivos, os agricultores caminharam no sentido da proteção integrada. Em
proteção integrada é importante avaliar a possibilidade de utilizar armadilhas
alimentares para a estimativa do risco e monitorização das populações da praga.
Neste trabalho foi proposto estudar as curvas de voo desta praga na cultura da
framboesa na região do Algarve, relacionando a sua atividade com as condições
climáticas que a região apresenta. Foram estudadas três explorações agrícolas
produtoras de framboesa, que também apresentassem no seu perímetro possíveis
hospedeiros alternativos para monitorizar.
Para a concretização deste estudo foram colocadas quatro armadilhas/ha na cultura
da framboesa e duas armadilhas em cada hospedeiro alternativo. Utilizou-se dois
atrativos alimentares diferentes, mas com o mesmo tipo de armadilha. A
monitorização das armadilhas realizou-se uma vez por semana, tal como a
renovação dos atrativos alimentares. Este estudo decorreu entre o mês de junho de
2015 e o mês de maio de 2016.
Na cultura da framboesa a maioria das capturas foi obtida após a entrada em
maturação dos frutos. Nos hospedeiros estudados, a alfarrobeira, o mato e a figueira
foram os que mais capturas apresentaram. No medronheiro comprovou-se que de
facto a praga usa esta planta para se reproduzir. Em todos os hospedeiros verificouse
maior captura de fêmeas do que machos. O atrativo levedura fresca + açúcar
com a armadilha convencional (garrafa de plástico de 1,5L) foi o que apresentou
maior eficácia nas capturas de D. suzukii.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Comportamento da Anarsia lineatella em pomares de amendoeiras no Alentejo
Sendo o amendoal moderno uma cultura alternativa na região do Alentejo e
perspetivando-se para os próximos anos um enorme incremento em termos de área
plantada e investimento efetuado torna-se premente o estudo da adaptabilidade das
variedades nesta região bem como o comportamento dos principais inimigos da
cultura. Sendo uma das principais pragas a espécie Anarsia lineatella (Lepidoptera,
Gelechiidae) pretende-se neste trabalho melhorar o conhecimento do seu
comportamento na região e em diferentes variedades.
O estudo decorreu no período compreendido entre fevereiro e julho de 2016 e em
cinco variedades, sendo elas Ferragnês, Ferraduel, Francoli, Glorieta e Masbovera.
Para avaliar a curva de voo desta praga utilizaram-se 5 armadilhas sexuais do tipo
Delta. Os resultados obtidos não nos permitem diferenciar suscetibilidades
varietais.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
Biodiversidade de formicídeos em parcelas de olival do Alentejo
Devido à sua abundância, estabilidade das populações e hábitos alimentares, as formigas desempenham um papel de grande importância no olival. A manutenção de infraestruturas ecológicas na parcela agrícola ou ao seu redor pode gerar vários benefícios em termos de conservação da biodiversidade funcional levando, eventualmente, ao seu aumento no ecossistema agrário.
O objectivo deste trabalho foi estudar a abundância e diversidade de formicídeos no olival biológico do Alentejo. Foi selecionada uma área paisagística constituída por quatro parcelas de olival em modo de produção biológico e uma parcela contígua de montado de azinho (Quercus rotundifolia Lam.). As parcelas de olival mantinham um coberto vegetal espontâneo e/ou semeado e na parcela de montado dominava estrato herbáceo espontâneo. Em cada parcela foram colocadas 12 armadilhas de queda com etilenoglicol, à excepção da parcela três de olival onde foram colocadas oito armadilhas. As armadilhas foram dispostas em três linhas distanciadas 40 a 50 m entre si e a recolha de formicídeos ocorreu nos dias 13, 20, 27 de maio e 3 de junho de 2015.
Foram recolhidos 7981 espécimes de formicídeos pertencentes a 11 géneros. Os géneros mais abundantes foram Aphaenogaster (33,9%), Messor (25,8%), Cataglyphis (12%) e Tapinoma, (12%). A abundância de formicídeos foi em média mais elevada na parcela de montado (24,6%) comparativamente com as parcelaas de olival (18,9%)
Water use and productivity of maize-based cropping systems in the Alqueva region (Portugal)
In intensive irrigated farming systems, the way to improve productive efficiency depends on the proper management of resources. With the implementation of the Alqueva global irrigation system in the southern Portugal region of Alentejo, agricultural intensification is a reality that imposes to farmers the challenge of producing more and more efficiently, ensuring the farming systems sustainability. This work resulted from an on-farm demonstration project carried out in two locations in the Alqueva region. Water use and water productivity were studied during 2012/2013 and 2013/2014, in three double cropping systems: a maize monoculture (MM) and two rotations, barley + maize-barley (BM-B) and sunflower-barley + maize (S-BM). Maize yields were influenced by the length of the crop cycle. In the rotation BM-B, with a predominance of autumn-winter crops, water requirements were lower and the total volume of irrigation applied was approximately half of the monoculture (5930 m3/ha and 13,230 m3/ha, respectively). When the potential crop yield was reached, maize had the higher water productivity (the highest value achieved was of 2.7 kg/m3). Overall, as a result of the lower yields achieved, the water productivity values indicate a less balanced performance of the S-BM rotation
Eficiência no uso do azoto, fósforo e potássio em sistemas culturais regados no Baixo Alentejo
Com base num projeto de demonstração que decorreu nos anos agrícolas
2012/2013 e 2013/2014, realizado em duas explorações agrícolas localizadas no
perímetro de rega de Alqueva, quantificou-se a eficiência de uso do azoto, fósforo
e potássio (NUE) numa monocultura de milho (M-M) e em duas rotações,
cevada+milho-cevada (C+M-C) e girassol-cevada+milho (G-C+M). A avaliação
dos teores de matéria orgânica total, fósforo e potássio extraíveis fez-se no ano
anterior à instalação do ensaio e previamente à sementeira de cada cultura. Na
determinação da eficiência de uso dos nutrientes usaramse as relações seguintes:
(I) eficiência de uso do azoto (N) disponível (kg/kg), dada por NUEN=R/ND; (II)
eficiência de uso do fósforo (P) disponível (kg/kg), dada por NUEP=R/PD; (III)
eficiência de uso do potássio (K) disponível (kg/kg), dada por NUEK=R/KD, onde
R é o rendimento da cultura (kg/ha) e ND, PD e KD correspondem, respetivamente,
ao N disponível (kg/ha de N) resultante da fertilização mineral e do N libertado por
mineralização da matéria orgânica quando o seu teor no solo ultrapassou 2.5%, ao
P disponível (kg/ha de P2O5), resultante da fertilização mineral e do teor extraível
existente no solo e ao K disponível (Kg/ha de K2O), resultante da fertilização
mineral e do teor extraível existente no solo. No milho os valores NUEN foram
superiores em monocultura, com o valor mais baixo a verificar-se na rotação GC+
M, refletindo primordialmente as baixas produtividades obtidas pelo milho
cultivado em rotação. Em monocultura a NUEN do milho alcançou valores
elevados, superiores a 40 kg/kg. O baixo valor de NUEN no girassol (15 kg/kg)
indica que a cultura foi pouco eficiente na utilização do azoto disponível, sobretudo
em consequência da baixa produtividade da cultura e não de alguma limitação na
capacidade de utilização do N pelo girassol.
A NUEP ficou em geral dentro dos intervalos médios espectáveis (45 a110 kg/kg).
Foram exceção pela negativa o girassol e o milho na rotação G-C+M. O valor mais
elevado de NUEP foi obtido no milho em monocultura e resultou da maior
produtividade obtida e da menor disponibilidade de fósforo extraível no solo. Estes
resultados demonstram que sempre que o potencial produtivo das culturas foi
alcançado, não sendo afetado por fatores de stresse hídrico, fitossanitário ou
práticas agronómicas desajustadas, as rotações e as culturas a elas associadas mostraram-se eficientes na utilização deste nutriente. Em todas as culturas a NUEK
foi baixa, em geral inferior a 25 kg/kg. Este resultado sugere que as fertilizações
potássicas poderiam ter sido inferiores, sem risco de comprometer os rendimentos
esperados nem de afetar a fertilidade do solo. O milho foi a cultura mais eficiente
na utilização do K. O balanço final dos teores de P e de K extraíveis foi positivo na
rotação C+M-C, evidenciando que os nutrientes aplicados via fertilizantes
superaram as exportações das culturas. As sucessões M-M e C+M-C apresentaram
os melhores indicadores de eficiência de uso de nutrientes, principalmente de azoto
e de fósforo. Contudo, verificaram-se, em todas as culturas, baixas eficiências no
uso de potássio, evidenciando a necessidade de equacionar cuidadosamente a
fertilização potássica.info:eu-repo/semantics/publishedVersio