40 research outputs found

    Habitação e saúde

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    O artigo discute o conceito de moradia adequada, constatando que os indicadores utilizados no Brasil, embora adequados para o momento e o local, não cobrem todas as condições habitacionais para promover a saúde e o bem-estar dos moradores. Explicita a relação habitação-saúde através da análise de quatro dimensões: casa e doenças transmissíveis, casa e necessidades fisiológicas, casa e acidentes domésticos, casa e saúde mental. Utilizando informações do Censo de 2010 e estatísticas vitais de 2012, analisa as condições urbanas e domiciliares do município de São Paulo, observando que o padrão da mortalidade infantil e geral varia espacialmente. Finaliza o artigo com a descrição das condições ambientais das favelas paulistanas.This paper discusses the concept of proper housing, showing that the indicators used in Brazil, although adequate for the time and place, do not cover all building conditions that promote health and well-being. It examines the relationship between health and housing by analyzing four dimensions: housing and transmissible diseases, housing and physiological needs, housing and domestic accidents, and housing and mental health. Using data from the 2010 Demographic Census and vital statistics for 2012, the article analyzes the environmental and urban conditions of the city of São Paulo, showing that infant and general mortality patterns vary spatially. The paper ends with a description of the environmental conditions of São Paulo's favelas (shantytowns)

    Políticas recentes de melhorias urbanas: municípios pequenos e médios e favelas

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    Este artigo realiza uma análise comparativa das condições de infraestrutura entre domicílios localizados em setores subnormais (proxy de favelas) e em municípios pequenos e médios, no Brasil como um todo e em suas grandes regiões. A ideia de tal exame advém de um estudo sobre as favelas brasileiras em, fundamentados nas informações do Censo de 2010, identificamos que as condições dos domicílios em favelas, no que diz respeito a alguns indicadores (como abastecimento de água ou esgotamento sanitário), eram melhores que as condições gerais dos domicílios brasileiros. Fazendo uso dos dados relativos aos domicílios permanentes e aglomerados subnormais disponibilizados pelos Censos de 2000 e 2010, procuramos assinalar, aqui, como a realidade do acesso à infraestrutura urbana no Brasil evoluiu no período intercensitário. As perguntas que orientam nosso estudo são: após uma década de intensa intervenção nas áreas de favela, com projetos de urbanização e de instalação de infraestrutura urbana, impulsionados de forma sistemática pelo PAC (Urbanização de Assentamentos Precários), as favelas se mantêm como o espaço de maior precariedade habitacional no país? É possível deduzir, a partir dos dados censitários, se os municípios pequenos e médios também foram beneficiados pelos programas e investimentos federais do período?

    Macrometrópole paulista: estrutura sócio-ocupacional e tipologia dos municípios – Mudanças na primeira década dos anos 2000 | São Paulo macro-metropolis: socio-occupational structure and typology of its municipalities – Changes in the first decade of the 2000th years

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    O texto propõe a análise da estruturação da macrometrópole paulista e dos efeitos das desigualdades socioespaciais presentes em sua dinâmica urbano-regional. Essa região, definida pela Emplasa em 2012, reúne 174 municípios, que compreendem cinco regiões metropolitanas, duas aglomerações urbanas e uma microrregião. A fundamentação teórica do estudo parte do conceito de cidade-região, proposto e discutido por autores como Soja, Sassen, Scott, Lencioni e outros. Entendendo a cidade-região como produto de processos de reestruturação produtiva, reconversão econômica e especialização de uma rede de cidades intensamente articuladas, propomos as seguintes questões: é pertinente, do ponto de vista teórico, o conceito de cidade-região para o estudo da macrometrópole paulista? Quais são as formas de organização econômica e social ali presentes e quais as suas dinâmicas atuais? Quais espacialidades emergem nessa macrorregião em transformação? 

    Favela: o desafio de morar na metrópole paulistana

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    Resumo Este artigo descreve a evolução recente do tecido urbano na Região Metropolitana de São Paulo e da desigualdade expressa pelas favelas, por meio de dados do Intituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do MapBiomas. Embora o crescimento populacional em todas as sub-regiões tenha decrescido em relação aos períodos anteriores, a chamada periferia ainda cresce mais do que o polo. A estrutura urbana mostra-se altamente segregada, com parte da população pobre morando em favelas. A metrópole, em 2019, apresentava 1.703 favelas, com população de mais de 2 milhões de habitantes, ocupando 12,26% dos domicílios metropolitanos. Como a população nesse tipo de assentamento cresceu quase a 3,44% anuais, a resultante é um adensamento das favelas, com problemas para sua urbanização

    A cidade dos extremos: desigualdade socioespacial em São Paulo

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    O artigo tem como objetivo mostrar aspectos marcantes da desigualdade socioespacial na cidade de São Paulo: as favelas, num extremo, e os condomínios fechados, noutro. Mostra a evolução da população na metrópole e na cidade de São Paulo e seu padrão de crescimento espacial, com maior crescimento da periferia pobre. A população da cidade está envelhecendo, embora a distribuição espacial da estrutura etária ainda conserve a periferia bem mais jovem que a centro. A associação renda - escolaridade – local de moradia é nítida: o anel periférico tem renda e escolaridade menor. O artigo descreve também a formação da cidade, sua forte expansão nos anos 40 primeiros anos do século XX e seu empobrecimento na virada do século. A segregação social, antes confinada à periferia, muda sua espacialização. As favelas crescem, constroem-se condomínios fechados mesmo em bairros mais pobres. Uma característica marcante da moradia paulistana neste início de século é o crescimento das favelas (a população favelada atinge mais de 10% da população municipal) e dos condomínios horizontais fechados (com mais de 2500 unidades laçadas na metrópole no ano 2000). O artigo conclui desmistificando alguns dos postulados sobre favelas e condomínios. O espaço favelado, embora tecido urbano com certa especificidade, tem muitas semelhanças com o espaço formal, e também constitui um mercado imobiliário. A população favela apresenta proporção de empregados formais igual à população total do município. As favelas são extremamente heterogêneas entre si, quer no que diz respeito ao espaço físico, quer no que diz respeito ao tipo de população residente. Em relação aos condomínios fechados, eles abrigam não só as elites, como também grupos sociais de menor renda, espalhando-se pela periferia pobre e poluída. A ausência do poder público, tal como nas favelas, torna este espaço urbano lócus de infrações. Uma semelhança entre os dois extremos, as favelas e os condomínios, está na negação dos valores democráticos da cidade, o respeito à lei, o direito à livre circulação, à existência de um espaço público e igualitário.FCT - Fundação para a Ciência e a TecnologiaCâmara Municipal de Lisboa – CulturaMinistério da Cultur

    São Paulo, velhas desigualdades, novas configurações espaciais

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    O presente artigo mostra estágio inicial do desenvolvimento de pesquisa financiada pelo PRONEX. Fornece uma primeira visão da "segregação” sócio-ocupacional na Grande São Paulo em 1991, evidenciando a distribuição residencial das categorias sócio-ocupacionais dos chefes de domicílio, faixa etária, cor, renda e escolaridade, além de algumas características domiciliares. Os mapas mostram uma grande concentração da chamada “elite dirigente" e profissionais de nível superior na área central da capital e, de outro lado, os "trabalhadores de sobrevivência”, que moram preferencialmente em determinadas áreas dos municípios periféricos. Como resultados gerais, os chefes da Grande São Paulo são ainda predominantemente masculinos (81,70%), brancos (68,91%), com baixa escolaridade (10,21% sem nenhum ano de escolaridade formal). O trabalho espacializa estas variáveis, procurando observar níveis de segregação socioespacial.

    Sobre o Workshop de Avaliação do Ensino e da Pesquisa em Estudos Urbanos e Regionais

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    O artigo introduz os temas abordados no Workshop de Avaliação do Ensino e da Pesquisa em Estudos Urbanos e Regionais, colocando as inquietações básicas sobre o papel do ensino do terceiro grau e da pós-graduação em estudos urbanos e regionais: o debate entre ensino público e ensino privado, entre a formação acadêmica e a formação profissionalizante, a questão da avaliação do ensino e da política de pesquisa. O workshop foi organizado em palestras, sessões de trabalho e mesas-redondas. O texto descreve as palestras de Wrana Panizzi, que se refere à discussão sobre o ensino público, e o de Marco Lisboa, sobre a experiência da FGV/RJ. Relata também as palavras dos key-note speakers das sessões de trabalho, tanto a introdução à experiência didática na área, por Ana Clara Torres Ribeiro, como o processo de avaliação dos cursos, por Maurício de Abreu. Na sessão de trabalho sobre pesquisa os key-note speakers foram Philip Gunn, comentando as linhas de pesquisa privilegiadas pelos programas em planejamento urbano e regional, e Linda Gondim, sobre o mecanismo de avaliação das pesquisas e pesquisadores. O texto apresenta também as conclusões do evento, incorporando as sugestões da sessão final de enceramento.

    Por que o investimento e foco em questões habitacionais é também uma medida de saúde

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    Living in precarious housing can be the cause or a social determinant of many physical and mental pathologies, something that is widespread in the technical and academic circles. However, even with scientific evidence and legal provisions, the study demonstrates that the legal framework of health in Brazil restricts or even prohibits the use of health resources in housing matters, delimits the composition of health teams to medical-hospital professions, as well as not considers the use of resources from other budgetary functions in housing provision for specific health purposes. The study proposes that, for situations with sufficient scientific evidence that determine the housing issue as a determinant of health, such prohibitions or delimitations should be removed.Viver em uma habitação precária pode ser a causa ou um fator determinante de muitas patologias físicas e mentais, algo muito difundido nos meios técnico e acadêmico. No entanto, mesmo com evidências científicas e provisões legais, o estudo demonstra que o marco legal da saúde no Brasil restringe ou mesmo proíbe o uso de recursos da saúde em questões habitacionais, delimita a composição das equipes de saúde a profissões médico-hospitalares, bem como não considera o uso de recursos de outras funções orçamentárias na provisão habitacional para fins específicos de saúde. O estudo propõe que, para as situações com evidência científica suficiente que tenham como determinante social da saúde a questão habitacional, tais proibições ou delimitações sejam removidas

    Por que o investimento e foco em questões habitacionais é também uma medida de saúde

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    RESUMO Viver em uma habitação precária pode ser a causa ou um fator determinante de muitas patologias físicas e mentais, algo muito difundido nos meios técnico e acadêmico. No entanto, mesmo com evidências científicas e provisões legais, o estudo demonstra que o marco legal da saúde no Brasil restringe ou mesmo proíbe o uso de recursos da saúde em questões habitacionais, delimita a composição das equipes de saúde a profissões médico-hospitalares, bem como não considera o uso de recursos de outras funções orçamentárias na provisão habitacional para fins específicos de saúde. O estudo propõe que, para as situações com evidência científica suficiente que tenham como determinante social da saúde a questão habitacional, tais proibições ou delimitações sejam removidas
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