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    A DEPENDÊNCIA SIMBÓLICA NO DISCURSO DO FUMANTE

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    Com base no instrumental teórico da Análise do Discurso de linha francesa (AD), o presente artigo visa abordar o discurso dos atores envolvidos no Programa de Prevenção e Controle ao Tabagismo, realizado no período de abril de 2010 a março de 2013, na cidade de Três Lagoas, estado de Mato Grosso do Sul. Tendo em vista que pesquisas sobre o tema ainda se encontram em áreas ligadas à saúde, tratar da questão do controle e prevenção do tabagismo, na perspectiva discursiva, é uma forma de ressaltar a relevância política e social do tema – uma vez que os discursos se constituem como práticas sociais – na tentativa de compreender o modo pelo qual a sociedade se reconfigura nesse momento histórico de luta por qualidade de vida e saúde. Nosso objetivo é analisar como, ao dizer a partir da condição de fumante, o sujeito se posiciona em relação à necessidade ou à importância do cigarro para a sua sobrevivência e como essa necessidade se constitui enquanto uma dependência simbólica ou não. Investigar o uso do tabaco enquanto uma construção representacional histórica em relação à sociedade e à própria forma de subjetivação do indivíduo pode nos levar a compreender como se constrói essa representação simbólica. ABSTRACT: Based on the French Discourse Analysis (AD) theoretical instrument, this article aims to analyse the discourse of the actors involved in the Smoking Prevention and Control Program, held from April 2010 to March 2013, in the city of Três Lagoas, state of Mato Grosso do Sul. Taking into consideration that research on this subject is still in health-related areas, addressing the issue of tobacco control and prevention from a discursive perspective, is a way of highlighting the relevance of the political and social theme - since the discourses are constituted as social practices - in an attempt to understand the way society reconfigures itself in this historical moment of struggle for quality of life and health. Thinking from the smokers perspective, our objective is to analyze how the subject is positioned in relation to the need or importance of cigarettes for its survival and how this need is constituted as a symbolic dependence or not. The investigation of the use of tobacco as a historical representational construction in relation to society and the individual's own form of subjectivation can lead us to understand how this symbolic representation is constructed. KEYWORDS: Discourse Analysis, Smoker, Simbolic dependence, Nicotine addiction

    A EDUCAÇÃO SUPERIOR EM TEMPOS DE PANDEMIA: ALTERNATIVAS E POSSIBILIDADES DE ACESSO E PERMANÊNCIA A PARTIR DO PROGRAMA DE APOIO AO ALUNO INDÍGENA

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    O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise do funcionamento do projeto Recepção e apoio ao estudante originário no ILLA, do Programa de Apoio ao estudante Indígena, realizado durante o processo de enfrentamento aos desafios impostos pela pandemia de COVID-19. Serão apresentados os mecanismos utilizados no período remoto com o intuito de atenuar as dificuldades apresentadas em relação ao acesso e permanência dos alunos indígenas na universidade. Para tanto, utilizamos a pesquisa bibliográfica e descritiva, apresentando estratégias e adaptações aos modos de ensinar, no âmbito do programa, para garantir o ensino, nesse período, por intermédio das tecnologias e mídias sociais, especialmente considerando as dificuldades encontradas pelos estudantes originários que estavam iniciando o curso

    CERTEZAS EM CONFRONTO: O FUNCIONAMENTO DOS SENTIDOS EM RELAÇÃO A “NEGRO” NO BRASIL

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    Este artigo analisa o funcionamento da linguagem na construção de certezas nos dizeres de duas figuras públicas no Brasil, o jornalista e presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), e o também jornalista, escritor, crítico literário e ativista no movimento negro, pai do presidente daquela instituição. Desse modo, buscamos compreender como, ao dizer do negro e do Movimento Negro ou do Dia da Consciência Negra, as certezas em funcionamento nas enunciações do primeiro se opõem às certezas em funcionamento nas enunciações do segundo, e, nesse jogo de embates de sentidos, as certezas podem ser questionadas, contestadas. O aporte teórico-analítico se constitui a partir da posição teórica da Semântica Enunciativa do Acontecimento (GUIMARÃES, [2002] 2005, 2018). Abordamos também a teoria das certezas em Wittgenstein (1969) e a teoria performativa desenvolvida por Austin ([1962] 1990), contudo, posteriormente retomada e rediscutida por Guimarães, com o objetivo de analisar o funcionamento político da linguagem na construção dos sentidos em torno da palavra “negro” que apontam a direção das certezas no funcionamento argumentativo que se dá como uma prática política em que se inscrevem os sentidos

    A MONITORIA COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NAS AULAS DO CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS DA UNIFESSPA

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    RESUMO: Este trabalho tem por objetivo descrever ações de ensino e aprendizagem desenvolvidas no âmbito das disciplinas do curso de graduação em Letras Português da Faculdade de Estudos da Linguagem da UNIFESSPA. As ações descritas neste trabalho fazem parte do Programa de Monitoria Geral da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, que destinou uma bolsa de ensino para o desenvolvimento das atividades propostas pelo projeto

    The "march of progress" in Brazil : between the civilization and hinterland

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    Orientador: Eduardo Roberto Junqueira GuimarãesTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da LinguagemResumo: Neste trabalho objetivamos compreender o funcionamento semântico-enunciativo e a argumentação constituída em torno da expressão marcha para Oeste na relação com as palavras progresso, moderno e seus derivados, em um momento específico da sociedade brasileira. Momento este em que o projeto da marcha para Oeste foi proposto, pelo então Presidente do Brasil, Getúlio Vargas, enquanto movimento de "colonização" do Estado de Mato Grosso. Desse modo, analisamos dois tipos específicos de textos: os do jornal O Estado de Mato Grosso; e um relatório do Conselho Nacional de Proteção aos Índios, do Ministério da Agricultura, destinado à conclusão da Carta de Mato Grosso, portanto, um documento oficial do Estado. Para o desenvolvimento das análises desses textos lançamos mão do aparato teórico da Semântica da Enunciação ou Semântica do Acontecimento. Assim, tomamos os textos como acontecimentos de linguagem, ou seja, lugares de produção de sentido que, neste caso, apresentou como temporalidade o memorável da condição do Brasil enquanto país colonizado a partir do litoral, Leste; instalando como presente de enunciação o lugar da divisão social, econômica e geográfica/regional do país, que opõem o Leste ao Oeste; e apresentando como futuro de significação o rompimento dessas fronteiras sociais, econômicas e geográficas. Desse modo, esses acontecimentos funcionam politicamente e possibilitam a afirmação de pertencimento da região Centro- Oeste ao Brasil. Como parte do funcionamento semântico-enunciativo que constitui a designação de marcha para Oeste, encontramos, como determinação desta expressão, em todos os acontecimentos analisados, os sentidos de progresso e civilização e a oposição apresentada entre o Leste, que é tomado como civilizado e progressista, e o Oeste, como incivilizado, remoto, despovoado e estagnado. A única possibilidade apresentada para que o Oeste se torne civilizado e progressista é a realização da marcha para Oeste. A cena enunciativa observada nesses acontecimentos apresenta diferentes locutores-x que argumentam para diferentes alocutários-x em uma só direção: a realização da marcha para Oeste. Além disso, observamos que em alguns desses acontecimentos enunciativos a argumentação é fundamentada no discurso do presidente Getúlio Vargas, seja na direção da realização da marcha para Oeste ou como forma de sustentar sua posição no governo. viii Desse modo, embora tenhamos como evidência de sentido da marcha para Oeste ser um projeto do governo, observamos que há outros sentidos que circulam afetando a determinação e a argumentação em relação a essa expressãoAbstract: In this work we aim to understand the argumentation and the semantic-enunciative functioning constituted around the Westward march expression in relation to the words progress, modern and its derivatives at a specific moment of "Brazilian society. At that point the Westward march project was proposed by the then President of Brazil, Getúlio Vargas, as a movement of the State of Mato Grosso's colonization". Thus, we analyzed two specific types of texts: the ones of the newspaper O Estado de Mato Grosso and a report of the National Council for the Indian Protection, from the Ministry of the Agriculture, for the completion of the Mato Grosso's Letter. For the development of the analysis of these texts we used the Semantics of the Enunciation or the Semantics of the Event's theoretical apparatus. Thus, we took the texts as language events, in other words, places of meaning production that, in this case, presented as temporality the memorable of the Brazil condition as a colonized country from the coast, East; installing as present of the enunciation the place of the country's social, economic and geographical/regional division that opposes the East to the West; and presenting as a future signification the disruption of these social, economic and geographic boundaries. Thus, these events work politically and enable the assertion of belonging in the Midwest to Brazil. As part of the semantic-enunciative operation which is the designation of Westward march, we found as the determination of this expression, in all events analyzed, the senses of progress and civilization and the opposition presented between East, which is taken as civilized and progressive, and the West, such as uncivilized, remote, unpopulated and stagnant. The only option presented to the West to become civilized and progressive is the realization of the Westward march. The enunciative scene observed in these events has different speakers-x who argue for different alocutarius-x in one direction: the realization of the Westward march. Furthermore, we observed that in some of these enunciative events the argumentation was based on the President Getúlio Vargas speech as toward the realization of the Westward march or as a way to sustain his position in government. Thus, although we have as evidence sense of the Westward march to be a government project, we found that there are other senses which circulate affecting the determination and the argumentation in relation to this expressionDoutoradoLinguisticaDoutora em Linguístic

    CERTEZAS EM CONFRONTO: O FUNCIONAMENTO DOS SENTIDOS EM RELAÇÃO A “NEGRO” NO BRASIL

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    Este artigo analisa o funcionamento da linguagem na construção de certezas nos dizeres de duas figuras públicas no Brasil, o jornalista e presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), e o também jornalista, escritor, crítico literário e ativista no movimento negro, pai do presidente daquela instituição. Desse modo, buscamos compreender como, ao dizer do negro e do Movimento Negro ou do Dia da Consciência Negra, as certezas em funcionamento nas enunciações do primeiro se opõem às certezas em funcionamento nas enunciações do segundo, e, nesse jogo de embates de sentidos, as certezas podem ser questionadas, contestadas. O aporte teórico-analítico se constitui a partir da posição teórica da Semântica Enunciativa do Acontecimento (GUIMARÃES, [2002] 2005, 2018). Abordamos também a teoria das certezas em Wittgenstein (1969) e a teoria performativa desenvolvida por Austin ([1962] 1990), contudo, posteriormente retomada e rediscutida por Guimarães, com o objetivo de analisar o funcionamento político da linguagem na construção dos sentidos em torno da palavra “negro” que apontam a direção das certezas no funcionamento argumentativo que se dá como uma prática política em que se inscrevem os sentidos
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