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Guerra justa em tempo de terrorismo : reflexão em louvor de Michael Walzer
Apesar dos ajustamentos impostos por variações
de conjuntura, o conceito de “guerra justa”
manteve-se, até ao último quartel do século XX,
fiel à essência do formato inicial, tanto no plano
dos princípios – a justa causa, a proporcionalidade,
a recta intenção, a declaração por
autoridade competente e a constatação do último
recurso – como no dos comportamentos –
o ius ad bellum e o ius in bello, tendo-se acrescentado
apenas, um pouco antes do virar do milénio
e para garantir o sucesso nas intervenções
humanitárias, o ius post bellum.
Estes critérios foram bruscamente sacudidos
pela necessidade de enfrentar os desafios largamente
inéditos que o terrorismo trouxe para os
cenários de guerra do século XXI. Este combate
coloca-nos perante uma questão essencial: até
onde se pode ir na luta contra as ameaças que
põem em causa a própria existência da nossa
civilização?
Nesta guerra não há remédios definitivos. Uma
única atitude é incontroversa: o primeiro passo
na luta contra o terrorismo tem que ser uma
recusa inegociável das suas razões. E depois,
é preciso assegurar que as forças da lei e da
ordem não cometam sevícias sobre inocentes,
não apenas por razões de natureza moral, mas
por motivos de eficácia política do contra-terrorism
Reflexões sobre o Campo de Batalha no Século XXI
A luta contra as novas ameaças veio colocar as democracias
liberais perante questões de difícil resolução,
não só quanto à legitimidade do recurso à força, mas
sobretudo quanto à legalidade do modus operandi.
Num contexto muito marcado pela natureza errática
da ameaça terrorista, pelas novíssimas tácticas “do
fraco ao forte”, pela importância decisiva da guerra
pela informação e pela hiper-sensibilidade das populações
às baixas em combate, a resposta das democracias
liberais tem de ser intimamente coordenada
entre todas.
Em primeiro lugar, é preciso que o conceito de vitória
militar integre um conteúdo mais político e construtivo
do que o actual. Em seguida, uma vez que o
inimigo pode pôr em prática modalidades de actuação
que tornam parcialmente ineficaz o uso da força
militar nos moldes tradicionais, há que conceber
modalidades de acção baseadas na utilização caso a
caso dessa força e pôr ao seu serviço um novo instrumento
militar. Depois, visto que a eficácia militar
passou a ser avaliada mais pelas percepções que se
formam na opinião pública do que por aquilo que
efectivamente ocorre no terreno, é preciso vencer a
“guerra das imagens”. Finalmente, tem de se encontrar
uma saída coerente para o impasse gerado pela
aversão às baixas em combate, um sentimento que
afectará negativamente a operacionalidade das forças
militares, ao mesmo tempo que robustecerá a
determinação dos inimigos
O Poder e o Processo de Decisão Política: Equilíbrios, Capacidades e Percepções
As opções políticas dos estados são inevitavelmente condicionadas pelas relações de poder
que se estabelecem em cada situação concreta.
Contudo, a avaliação dos poderes relativos, que devia resultar duma análise objectiva, está
por sua vez fortemente vinculada a factores de natureza subjectíva, induzidos por percepções
desligadas da realidade, as quais afectam de forma irremediável todo o processo de decisão
política
A Profissão Militar. Um Modelo à Procura de Sustentação
A opção por Forças Armadas profissionalizadas, nos países da região euroatlântica, tem causas ponderosas, de natureza sociológica, técnica,
financeira e doutrinal, e procura dar resposta consistente a um conjunto de novas missões, à necessidade de operar sistemas de armas sofisticados em teatros de operações de complexidade crescente e ao sentir de umaopinião pública muito sensível à racionalidade económica e social das instituições.
Das experiências conhecidas, pode concluir-se que a profissionalização dá resposta satisfatória a alguns dos problemas que estão na origem da
sua criação. Mas outros – como a manutenção de um adequado fluxo de voluntários – continuam por resolver, e alguns tendem mesmo para se
agravar. A dimensão da mudança é ciclópica e exige reformas compatíveis, porque não é com ajustamentos que se cria, de raiz, uma profissão
nova
O Poder, a Moral e as Relações Internacionais
O relacionamento entre as unidades políticas no interior dum sistema
desprovido de autoridade central, incapaz de arbitrar conflitos e sem capacidade
para impor sanções, resulta marcado pelos diferenciais de poder que se estabelecem
entre as partes interessadas. Num tal contexto, em que o verdadeiro motor
da acção política é a prossecução dos interesses de cada estado, haverá lugar
para considerações de natureza moral? De acordo com os pensadores «realistas
», é diminuto o espaço reservado à moral. Os «idealistas», pelo contrário,
sustentam que as relações entre unidades políticas dependem muito mais do
carácter dos protagonistas do que das características do sistema. Do confronto
dos dois pontos de vista pode concluir-se que, embora haja lugar para uma
dimensão moral no relacionamento entre estados, a verdade é que, sem um
mínimo de ordem fundada no equilíbrio dos diversos poderes, o direito internacional
não tem condições para funcionar
Exploring young artists' digital performance using online community engagement
New music artists have been emerging in recent years through new digital plat-forms and streaming services. These platforms allow us to build a community and interact with members who share the same tastes and ideas. Hence, new artists find success through their communities’ support and engagement. Analysing this phenomenon might be quite important for understanding music artists and how the engagement with their fans is han-dled. Accordingly, this study analysed a set of drivers such as: Involvement, Authenticity, Brand Identity, Brand Community Engagement, Co-creation and Brand Love. The results show clearly that Involvement has a significant positive effect on Brand Community En-gagement and on Co-creation, Authenticity has also a positive influence on Brand Com-munity Engagement, and, lastly, Brand Community Engagement and Co-creation have a rather significant positive impact on Brand Love. Hence, one can assume that the more involved an artist’s fan is, the higher his engagement in communities will be, as well as his aptitude to co-create, which can, subsequently, lead to very high levels of engagement or love for the brand. Music artists that are perceived as authentic by their fans may also con-tribute to high levels of engagement in their online community. At a time when the number of digital channels is increasing, in which music artists can communicate and release their music, understanding how this kind of human brands can stand out in a more and more competitive and crowded environment becomes of paramount importance.Recentemente novos artistas musicais têm vindo a emergir através de novas plata-formas digitais e serviços de streaming. Estas plataformas permitem a criação de comuni-dades e a interação entre membros que partilham os mesmos gostos e ideias. Consequen-temente, os novos artistas encontram sucesso através do apoio e engagement da sua comu-nidade. Analisar este fenómeno poderá ser bastante importante para compreender os artis-tas musicais e como estes lidam com o engagement dos seus fãs. Desta forma, este estudo analisou um conjunto de fatores como: Envolvimento; Autenticidade; Identidade da Marca; Engagement da Comunidade da Marca; Cocriação; e Amor pela Marca. Os resultados mos-tram claramente que o Envolvimento tem um efeito significativo e positivo no Engagement da Comunidade da Marca e na Cocriação, a Autenticidade também influencia positivamen-te o Engagement da Comunidade da Marca e, finalmente, o Engagement da Comunidade da Marca e a Cocriação têm um impacto bastante significativo e positivo no Amor pela Marca. Deste modo, podemos assumir que quão mais envolvido um fã de um artista for, mais elevado será o seu engagement, bem como a sua aptidão para cocriar, o que, subse-quentemente, levará a níveis elevados de engagement ou amor pela marca. Os artistas mu-sicais que são vistos como autênticos pelos seus fãs podem também contribuir para níveis elevados de engagement na sua comunidade. Numa altura em que o número de canais digi-tais está a aumentar, através dos quais os artistas musicais podem comunicar e lançar a sua música, é de primordial importância perceber como este tipo de marcas humanas se pode destacar num ambiente cada vez mais competitivo e saturado
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