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Adesão à terapia fonoaudiológica por paciente com disfagia orofaríngea: relato de caso
Introdução: os sujeitos com disfagias orofaríngeas podem apresentar diversos riscos, entre eles os riscos respiratórios. O diagnóstico preciso e o tratamento adequado apresenta resultados satisfatórios para a segurança do paciente, evitam impactos negativos sobre a sua saúde e qualidade de vida e, para isso, a adesão a terapia é fundamental. Objetivos: investigar a adesão ao atendimento fonoaudiológico de uma paciente com disfagia, caracterizar a adesão ao tratamento e pesquisar os motivos que interferem na adesão e não adesão ao tratamento fonoaudiológico. Metodologia: trata-se de um estudo de caso desenvolvido no ambulatório de Fonoaudiologia, do pavilhão de ambulatórios Professor Francisco Magalhães Neto, do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgar Santos (HUPES). O formato adotado é de relato de caso, seguido de discussões à luz de contribuições clínicas e outras publicações. Resultados: o caso apresentado consiste na dificuldade de adesão a terapia por conta de questões socioeconômicas. Conclusão: apesar da importância do atendimento fonoaudiológico, a paciente e seus familiares encontram barreiras sociais para sua adesão integral, o que acarreta em uma assistência incompleta à demanda apresentada pela doença de base.
Educação e Saúde: reflexões sobre o contexto universitário em tempos de COVID-19
Faced with the pandemic caused by the new Coronavirus, the world is building emergency actions to meet the most varied demands. Social detachment closed universities and started to demand a new educational model, based on a greater use of technology to continue with the contents scheduled for the current semester. However, the difficulty in accessing technology, which is still present in a large part of our society, is one of the points that strongly contributes to the removal of students from the training process and contributes to the distance observed between the decisions and emergency actions adopted by universities public and private. The training of future health professionals is even more challenging in this context, since distance education is insufficient to achieve the skills required to care for human beings in all their complexity.Diante da pandemia causada pelo novo Coronavírus, o mundo está construindo ações emergenciais para atender as mais variadas demandas. O distanciamento social fechou as universidades e passou a exigir um novo modelo educacional, a partir de uma maior utilização da tecnologia para seguir com os conteúdos programados para o semestre em curso. No entanto, a dificuldade de acesso à tecnologia, ainda presente em grande parte da nossa sociedade, é um dos pontos que contribui fortemente para o afastamento dos discentes do processo de formação e contribui para o afastamento observado entre as decisões e ações emergenciais adotadas pelas universidades públicas e pelas privadas. A formação de futuros profissionais de saúde é ainda mais desafiadora neste contexto, visto que a educação à distância se apresenta como insuficiente para alcançar as habilidades exigidas ao ofício de cuidar de seres humanos em toda a sua complexidade
Achados da biomecânica de deglutição em pacientes com megaesôfago chagásico
O megaesôfago chagásico é uma alteração do trato gastrointestinal caracterizada pela destruição ou ausência de plexos nervosos intramurais do esôfago. Alterações nutricionais e da saúde pulmonar são descritas como consequentes a esse diagnóstico. Objetivo: descrever os achados das fases oral e faríngea da deglutição em indivíduos portadores de Megaesôfago Chagásico Metodologia: participaram desta pesquisa 26 voluntários com diagnóstico confirmado de doença de Chagas. Todos realizaram avaliação videofluoroscópica da deglutição, ao deglutir sólido, líquido, semilíquido e pastoso. Resultados: observou-se prevalência do sexo feminino (73,1%), e os graus I e II de classificação do megaesôfago foram os mais encontrados. A ausência de unidades dentárias posteriores esteve presente em mais de 90% na população e o tipo de mastigação anterior foi observado em 40,7% da amostra. Durante o exame videofluoroscópico , a presença de resíduo oral, faríngeo e em região de transição faringoesofágica foi mais encontrado na consistência semilíquida, além de um tempo de trânsito oral total aumentado para o sólido. Conclusão: escape posterior, resíduos orais, faríngeos e na transição faringoesofágica na consistência semi-líquida foram os achados mais encontrados no grupo estudado
Influência do diabetes mellitus na qualidade de vida de indivíduos com migrânea vestibular
Introdução: qualidade de vida refere-se à percepção de um indivíduo sobre o seu estado físico, emocional e social. No âmbito físico, pode ser impactada negativamente por condições como migrânea vestibular e diabetes mellitus (DM). Objetivo: descrever a qualidade de vida em pacientes com migrânea vestibular, com e sem DM. Metodologia: trata-se de um estudo transversal, descritivo, retrospectivo e secundário, realizado com pacientes com migrânea vestibular, atendidos em uma clínica-escola de Salvador-BA. Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos, incluindo o autorrelato de DM. A qualidade de vida foi avaliada por meio do Dizziness Handicap Inventory (DHI), cuja pontuação foi classificada, quanto ao grau de incapacidade, em “leve” (0 a 30 pontos); “moderado” (31 a 60 pontos) e “severo” (61 a 100 pontos). Foram realizados procedimentos estatísticos descritivos por frequência simples e absoluta, medidas de tendência central e dispersão. Resultados: a amostra foi composta por 41 indivíduos, dotados das seguintes características: a idade média foi 42,46 anos (DP = 13,83), predominância do sexo feminino (87,80%), com diabetes (51,21%), com ansiedade (58,54%) e sem depressão (90,24%). A pontuação média do DHI foi de 47,26 pontos (DP = 21,81), classificada como impacto moderado, sendo maior entre os não diabéticos, porém a ansiedade predominou entre os não diabéticos (60%). Conclusões: pacientes com migrânea vestibular apresentaram prejuízo de grau moderado na qualidade de vida, e a presença de diabetes não ocasionou um pior impacto nesse parâmetro. Além disso, a presença de ansiedade foi mais prevalente entre os não diabéticos e pode ter refletido na pior pontuação no DHI observada nesse grup
Perda auditiva na hemoglobinopatia SC (HbSC): relato de caso
Introdução: Doença falciforme (DF) engloba um conjunto de hemoglobinopatias marcadas pela hemoglobina (Hb) anormal S (HbS). A HbS possui um formato de foice e aumento de rigidez, culminando em hemólise. Além disso, dificulta a passagem pela microcirculação sanguínea, causando vaso-oclusão e lesão isquêmica em diversos órgãos e tecidos. Na orelha interna, tem sido descrita como os responsável por danos auditivos. Objetivo: apresentar um relato de caso de paciente do sexo feminino com doença falciforme, acometida de perda auditiva sensorioneural (PASN) bilateral assimétrica. Relato do caso: paciente do sexo feminino, destra, 45 anos, compareceu para avaliação, queixando se de diminuição da audição e zumbido na orelha esquerda. Foi submetida à avaliação audiológica, constituída por audiometria tonal limiar, logoaudiometria, imitanciometria, emissões otoacústicas por produto de distorção (EOAPD) e potencial evocado auditivo do tronco encefálico (PEATE). Resultados: constatou-se: perda auditiva sensorioneural bilateral de grau leve na orelha direita e severo na orelha esquerda; presença dos reflexos estapedianos contralaterais na orelha direita e ausência na orelha esquerda; curvas timpanométricas tipo A; ausência de emissões otoacústicas bilateralmente; e os potenciais auditivos evocados do tronco encefálico dentro dos padrões de normalidade. Discussão: diversos mecanismos estão envolvidos na relação DF e PASN, como a falta de oxigenação e infarto do órgão de Corti, hemorragia labiríntica e labirintite ossificante, bem como uma associação entre o nível de viscosidade sanguínea, disfunção endotelial e hipertensão sistêmica. E ainda deve ser considerada a questão de dominância hemisférica na assimetria da perda. Conclusão: os conhecimentos sobre as características dos danos auditivos na HbSC ainda não são conclusivos e merecem mais investigações. A implementação de avaliações periódicas da função auditiva tem contribuído para prevenir a progressão dos danos e auxiliado no tratamento precoc
Revista de Ciências Médicas e Biológicas
Introdução: o termo Epidermólise Bolhosa envolve um grupo de doenças hereditárias com características clínicas e genéticas diversas
e está relacionado com a formação de bolhas e erosões na pele e mucosas, como consequência de trações mínimas. As lesões
orofaríngeas que acometem as superfícies bucais, podendo atingir o trato gastrointestinal, associado à formação de cicatrizes, podem
gerar em longo prazo alterações estruturais caracterizadas por anquiloglossia, microstomia e estenose de esôfago, podendo também
levar a quadros de disfagia e odinofagia. Objetivo: descrever um caso de uma paciente portadora de Epidermólise Bolhosa Distrófica,
enfatizando a abordagem fonoaudiológica no contexto multidisciplinar visando à prevenção de agravos à saúde. Metodologia: relato
de caso de uma paciente internada no C-HUPES/UFBA, assistida pela equipe de fonoaudiologia. Resultados: paciente sexo feminino,
15 anos, admitida em unidade hospitalar a fim de ser submetida à terapia nutricional devido ao quadro de Desnutrição Energético
Protéica grave, associado à anemia crônica, esofagite com estenose, entre outros. Paciente portadora de Distúrbio Miofuncional
Orofacial caracterizado por padrão mastigatório ineficiente e desvio fonético; deglutição funcional. Após fonoterapia, a paciente
evoluiu com melhora das funções de mastigação e deglutição, além de maior inteligibilidade de fala. Conclusão: mesmo com os
limites terapêuticos enfrentados, com necessidade de intervenções menos invasivas, a paciente apresentou melhora das funções
estomatognáticas, e assim aumento da ingestão de calorias e ganhos no estado nutricional, bem como na inteligibilidade de fala,
fatores primordiais para melhora da qualidade de vida da paciente e prevenção de agravos da doença.Salvado
Revista de Ciências Médicas e Biológicas
Introdução: A doença de Parkinson (DP) é uma enfermidade neurodegenerativa associada ao envelhecimento. Os comprometimentos
auditivos, embora frequentes em idosos, não são claramente estabelecidos na doença. Objetivo: Identificar a presença de processos
fisiopatológicos na condução neural das vias auditivas aferentes na DP. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática, conduzida
a partir da identificação de estudos nas bases de dados PUBMED, Web of Science, SCOOPUS, MEDLINE, LILACS, SciELO e Cochrane,
utilizando a combinação dos termos Parkinson’s disease, hearing, auditory perception, hearing disorders, hearing tests, auditory
processing e auditory evoked potentials. Foram incluídos artigos em inglês, português ou espanhol que investigaram os Potenciais
Evocados Auditivos do Tronco Encefálico (PEATE) em sujeitos com DP. Realizou-se a descrição dos resultados e análise da qualidade
metodológica dos estudos. Resultados: Dos 622 artigos identificados, foram selecionados 11 estudos publicados entre 1981 e 2012.
Em sete estudos foi verificado prolongamento das latências do PEATE nos sujeitos com DP em relação aos controles. Por outro lado,
em quatro investigações as respostas dos sujeitos com DP foram classificadas como normais. Verificou-se fragilidades no delineamento
metodológico dos estudos analisados quanto à seleção dos sujeitos, acurácia da exposição, determinação do desfecho principal e
controle de variáveis confundidoras. Conclusão: A presença de alterações na condução neuroeletrofisiológica na DP é controversa,
havendo necessidade de estudos conduzidos com maior rigor metodológico quanto ao desfecho de análise, seleção dos sujeitos e
controle de variáveis confundidoras. O presente estudo contribui com informações que podem favorecer decisões metodológicas
para o desenvolvimento de investigações futuras sobre o tema.Salvado
Revista de Ciências Médicas e Biológicas
Introdução: Doença de Parkinson (DP) é a segunda enfermidade neurodegenerativa mais prevalente entre idosos. Os indivíduos
acometidos por essa doença podem experimentar prejuízos funcionais, emocionais e sociais durante a progressão da doença, com impacto
negativo na qualidade de vida (QV). Objetivo: Descrever o impacto da doença de Parkinson na funcionalidade e qualidade de vida de
idosos acompanhados em uma unidade de referência geriátrica na cidade de Salvador-Bahia. Metodologia: Estudo descritivo de corte
transversal realizado no Centro Geriátrico Júlia Magalhães (CGJM) das Obras Sociais Irmã Dulce. Foram incluídos idosos, sem alteração
cognitiva, de ambos os sexos, que estivessem realizando terapia com reposição dopaminérgica e em acompanhamento no Ambulatório
de Parkinson do CGJM, no período de fevereiro a maio de 2013. Excluíram-se pacientes com outras enfermidades neurodegenerativas
que comprometessem funcionalidade e cognição. Avaliaram-se as condições clínicas e sociodemográficas, estadiamento motor (Escala
de Hoehn and Yahr – modificada), capacidade funcional (Índice de Barthel Modificado) e qualidade de vida (PDQ-39 – Parkinson´s
Disease Quality of Life Questionnaire). Todas as variáveis foram analisadas por estatística descritiva. Resultados: 17 idosos participaram
do estudo, média da idade de 75,75 + 8,34 anos, 52,9% era do gênero feminino, 76,5% apresentou ligeira dependência funcional e pior
percepção da QV nos domínios mobilidade (42,14%), suporte social (54,79%) e desconforto corporal (45,47%). Conclusão: A maioria
dos idosos avaliados apresentou ligeira dependência funcional e pior percepção da QV nos três domínios citados. A descrição dessas
condições clínicas, funcionais e sociais permite melhor compreensão do caráter multidimensional da DP.Salvado