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    Estágio como Pesquisa: Experiência do Estágio Supervisionado em Ciências Biológicas

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    O presente artigo é resultado de uma pesquisa no campo da Educação, desenvolvida no âmbito da Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal da Bahia. O estudo tem como centralidade apresentar uma reflexão sobre o estágio supervisionado como atividade teórica propulsora da práxis, no qual se inicia o processo de socialização profissional e da construção da identidade docente dos estudantes, bem como de criação de saberes a partir da valorização e explicitação das experiências. Com o objetivo de investigar, da perspectiva de estudantes-estagiários e professores colaboradores, as ações de planejar, dinamizar, acompanhar e avaliar o projeto dos estágios supervisionados em Ciências Biológicas, considerando a etnopesquisa-formação como método de formação inicial de estudantes em colaboração com professores da escola básica, desenvolvemos uma pesquisa pautada nas seguintes questões: Quais tipologias de pesquisa articulam formação inicial do licenciando em Ciências Biológicas e formação continuada dos professores mediadores do conhecimento da Biologia no cotidiano da escola básica? A pesquisa realizada pelo professor, em seu contexto de formação e trabalho, produz um conhecimento válido e reconhecido? Como possibilitar que os saberes produzidos com estagiários e professores em ato de etnopesquisa-formação sejam reconhecidos e difundidos? As reflexões sobre estas questões nos levaram a compreender que o estágio como componente do currículo formativo da licenciatura em Ciências Biológicas materializado na etnopesquisa-formação está implicado com práticas docentes críticas, construcionistas, democráticas e colaborativas

    Ciências e educação popular comunitária: outros saberes, apropriações outras

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    Impresso em formato: 17x24cm. Tiragem: 300 exemplares. 149p.Abrir caminhos, eis o que a pesquisadora Denise Guerra institui nos seus argumentos centrais neste livro de relevância inconteste. Qualificar histórica e formativamente a relação entre ciência e educação, é o que a educadora implicada na educação comunitária popular vai configurar numa obra eivada de insights extremamente pertinentes e refinados sobre a educação científica. Atribuir sentidos radicalmente democráticos à formação em ciência é o que a formadora de pensadores científicos no seio educacional vai instituir, de um jeito singular, em face da sua vasta experiência no trabalho de formação de educadores engajados no campo da educação científica. O que Denise Guerra institui nas páginas de toda a sua obra é explicitar, de forma profunda, a problemática da construção do conhecimento, retirando-a do registro hermafrodita do cânon da ciência estabelecida. Dadas as condições, a educação científica passa a ser, no pensar desta educadora, uma questão da sociedade civil em processo de esclarecimento via formações responsáveis e ampliadas. É aqui que rigor, ética e política, atravessados pelo ethos educacional e pela estética formativa das culturas, no plural mesmo, seminalizam os argumentos da autora, esgarçando a relação com os saberes que historicamente apresentam-se em pertinência para compreender as problemáticas que se nos apresentam, na medida em que também os criamos. Neste caminho, ciência e humanidade produzem uma unidade repleta de multiplicidades e formas de pensar e fazer que não pode jamais emergir como algum tipo de propriedade privada, por mais que as relações de poder aí também se estabeleçam e criem histórias, levando em conta o conhecimento dito científico e suas temporalidades. Mas, da nossa perspectiva, num processo de “devoração” dos argumentos que a pesquisadora em pauta elabora, o que nos mobiliza, é como se produz na transversalidade desta obra uma certa relação entre a construção do conhecimento científico e os processos formativos que o implicam. Há aqui o que chamaríamos de une belle démarche sobre a educação científica. Há aqui, também, em termos de uma formação para compreensão da ciência, o que podemos denominar de uma différence scientifique en train de se faire. Nestes termos, a obra abre um outro caminho, caminho do futuro de uma formação científica popularizada, no sentido da sua radicalização democrática, no qual hierarquizações rígidas tendem a se dissolver numa intercrítica entre saberes que se apresentam como relevantes e pertinentes, produzidos por paradigmas que acolham a ideia trabalhada por mim e os colegas Dante Galeffi e Álamo Pimentel de um rigor outro, não simplificado, não naturalizado a partir de uma só lógica, privatizada por algum segmento social e sua temporalidade própria. É assim que para mim, comunitariamente constituída, a ciência teria mais a ver com a nossa human-idade, com a dignidade dessa invenção humana tão necessária à qualificação da vida, mas, também, para a crítica da sua epopeia humana. Felicitações, Denise. Que essa obra seja mais um facho de luz a iluminar uma área que, predominantemente, apresenta-se ainda como um habitus que se reproduz a partir do poder de poucos. Seu livro, na sua singularidade, fala de muitos, possibilita que vozes apareçam da escuridão de uma ciência moribunda, para um fazer científico e formativo rigorosamente plural, culturalment e heterogêneo.Salvado

    Ciências e educação popular comunitária: a concepção mediação de saberes científicos no contexto sociocultural de escolas populares

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    Esse estudo elabora uma compreensão acerca da concepção-mediação dos saberes científicos no contexto de escolas populares comunitárias, partindo do pressuposto da positividade da ciência nas sociedades contemporâneas. Concomitante, elabora uma discussão densa acerca de suas degenerâncias e enfatiza a possibilidade de interconexão do conhecimento científico com outros saberes, ao mesmo tempo em que reflete, explicita e analisa uma experiência pedagógica na qual as professoras compreendem o sentido social do seu trabalho e se instituem como organizadoras de situações educativas, o que contribui para ratificar o caráter emancipatório da educação e da ciência. Para investigar a concepção-mediação de saberes científicos que perpassam as práticas pedagógicas cotidianas no contexto sociocultural de escolas comunitárias optamos pela pesquisa-ação, inspirando-nos na etnopesquisa e seus dispositivos de investigação. Durante dois anos, vivenciamos o cotidiano da prática pedagógica de três escolas populares comunitárias, localizadas no subúrbio ferroviário de Salvador, nas quais, a partir das próprias demandas de ensino e aprendizagem, desenvolvemos – pesquisadora, professoras e alunos – a pesquisa-ação formação. Para investigar o objeto de pesquisa utilizamos, dentre outros recursos metodológicos, a entrevista, a observação participante, o grupo focal, o memorial, a oficina formativa, a fotografia e filmagem. A pesquisa-ação formação, de cunho epistemológico e sócio-existencial, implementada nas escolas populares comunitárias da comunidade 1º de Maio se consubstancia em uma experiência singular de contribuição da ciência na promoção de ações comunitárias inovadoras na busca da cidadania. Na vivência com professoras e estudantes investigamos e acompanhamos a incorporação crítica de conteúdos científicos, a valorização do conhecimento do senso comum, o levantamento de questões que afligiam a comunidade, as discussões e tomada de decisão acerca das ações a serem dinamizadas no grupo.ABSTRACT This study aims at an understanding of the conception-mediation of the scientific knowledge in the context of popular community schools by drawing upon the premise of a positive science in cotemporary societies. Concurrently it undertakes a dense discussion of its degeneracies, emphasizes the possibility of an interconnection between the scientific knowledge and other kinds of knowledge while reflecting upon, evidencing and analyzing a pedagogic experience in which teachers understand the social meaning of their work and place themselves as organizers of educational situations, which contributes to ratify the liberating character of both education and science. In order to investigate the conceptionmediation of the scientific knowledge shown in everyday pedagogic practices in community school contexts, the research-action was the method of choice, fed by the ethno-research and its investigation resources. For two years the everyday pedagogic practice of three popular community schools located in the railway district of Salvador (Bahia, Brazil) was investigated and the formation research-action was therein developed by the researcher, teachers and students based on their own teaching and learning demands. Among other methodological resources, interviews, participant observation, focal groups, memorials, formative workshops, photography and filming were employed. The epistemological and social existential formation research-action, implemented in the popular community schools in the 1º de Maio community was shown to be a unique experience in which science contributes to the promotion of innovative community actions aimed at citizenship building. By sharing the everyday life of teachers and students, it was possible to investigate and follow the way scientific contents were critically embodied, common sense knowledge was valued, questions affecting the community were raised and discussions and decision-making processes were carried out concerning actions to be dynamically undertaken by the group

    Guidance on mucositis assessment from the MASCC Mucositis Study Group and ISOO: an international Delphi studyResearch in context

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    Summary: Background: Mucositis is a common and highly impactful side effect of conventional and emerging cancer therapy and thus the subject of intense investigation. Although common practice, mucositis assessment is heterogeneously adopted and poorly guided, impacting evidence synthesis and translation. The Multinational Association of Supportive Care in Cancer (MASCC) Mucositis Study Group (MSG) therefore aimed to establish expert recommendations for how existing mucositis assessment tools should be used, in clinical care and trials contexts, to improve the consistency of mucositis assessment. Methods: This study was conducted over two stages (January 2022–July 2023). The first phase involved a survey to MASCC-MSG members (January 2022–May 2022), capturing current practices, challenges and preferences. These then informed the second phase, in which a set of initial recommendations were prepared and refined using the Delphi method (February 2023–May 2023). Consensus was defined as agreement on a parameter by >80% of respondents. Findings: Seventy-two MASCC-MSG members completed the first phase of the study (37 females, 34 males, mainly oral care specialists). High variability was noted in the use of mucositis assessment tools, with a high reliance on clinician assessment compared to patient reported outcome measures (PROMs, 47% vs 3%, 37% used a combination). The World Health Organization (WHO) and Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE) scales were most commonly used to assess mucositis across multiple settings. Initial recommendations were reviewed by experienced MSG members and following two rounds of Delphi survey consensus was achieved in 91 of 100 recommendations. For example, in patients receiving chemotherapy, the recommended tool for clinician assessment in clinical practice is WHO for oral mucositis (89.5% consensus), and WHO or CTCAE for gastrointestinal mucositis (85.7% consensus). The recommended PROM in clinical trials is OMD/WQ for oral mucositis (93.3% consensus), and PRO-CTCAE for gastrointestinal mucositis (83.3% consensus). Interpretation: These new recommendations provide much needed guidance on mucositis assessment and may be applied in both clinical practice and research to streamline comparison and synthesis of global data sets, thus accelerating translation of new knowledge into clinical practice. Funding: No funding was received

    Brazilian Flora 2020: Leveraging the power of a collaborative scientific network

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    International audienceThe shortage of reliable primary taxonomic data limits the description of biological taxa and the understanding of biodiversity patterns and processes, complicating biogeographical, ecological, and evolutionary studies. This deficit creates a significant taxonomic impediment to biodiversity research and conservation planning. The taxonomic impediment and the biodiversity crisis are widely recognized, highlighting the urgent need for reliable taxonomic data. Over the past decade, numerous countries worldwide have devoted considerable effort to Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC), which called for the preparation of a working list of all known plant species by 2010 and an online world Flora by 2020. Brazil is a megadiverse country, home to more of the world's known plant species than any other country. Despite that, Flora Brasiliensis, concluded in 1906, was the last comprehensive treatment of the Brazilian flora. The lack of accurate estimates of the number of species of algae, fungi, and plants occurring in Brazil contributes to the prevailing taxonomic impediment and delays progress towards the GSPC targets. Over the past 12 years, a legion of taxonomists motivated to meet Target 1 of the GSPC, worked together to gather and integrate knowledge on the algal, plant, and fungal diversity of Brazil. Overall, a team of about 980 taxonomists joined efforts in a highly collaborative project that used cybertaxonomy to prepare an updated Flora of Brazil, showing the power of scientific collaboration to reach ambitious goals. This paper presents an overview of the Brazilian Flora 2020 and provides taxonomic and spatial updates on the algae, fungi, and plants found in one of the world's most biodiverse countries. We further identify collection gaps and summarize future goals that extend beyond 2020. Our results show that Brazil is home to 46,975 native species of algae, fungi, and plants, of which 19,669 are endemic to the country. The data compiled to date suggests that the Atlantic Rainforest might be the most diverse Brazilian domain for all plant groups except gymnosperms, which are most diverse in the Amazon. However, scientific knowledge of Brazilian diversity is still unequally distributed, with the Atlantic Rainforest and the Cerrado being the most intensively sampled and studied biomes in the country. In times of “scientific reductionism”, with botanical and mycological sciences suffering pervasive depreciation in recent decades, the first online Flora of Brazil 2020 significantly enhanced the quality and quantity of taxonomic data available for algae, fungi, and plants from Brazil. This project also made all the information freely available online, providing a firm foundation for future research and for the management, conservation, and sustainable use of the Brazilian funga and flora
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