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Bifocal Reception: "Hecuba" vs. "The Trojan Women"
Nas últimas décadas, vários especialistas tentaram descobrir um termo geral único para aplicar ao estudo das relações entre autores antigos e modernos. Mas afinal das contas talvez não haja um termo melhor, visto que o processo em si é essencialmente dialético e complicado, e todas as possÃveis candidatas – por exemplo, recepção, tradição, influência, transmissão – captam apenas um aspecto disso e, por isso, falsificam-no, pelo menos parcialmente. Ao invés disso, seria muito mais útil dedicar nossa atenção em reunir mais estudos de caso e pensar sobre as questões metodológicas gerais que ainda confundem o estudo da tradição clássica e que vale a pena ser considerada – por exemplo, a inclusão de objetos e práticas além dos textos, o alargamento de nossa visão para além da Europa Ocidental e América, o julgamento de nÃveis de validade entre as recepções, e a determinação de nosso ponto de vista dentro da recepção como especialistas da recepção – e reunir mais estudos de caso. Por exemplo, os estudos de recepção tendem a focar apenas sobre textos e autores principais e sobre as tradições que criaram. Mas os textos, assim como os autores e vendedores, têm sempre de competir um com o outro para a atenção e prazer de seus públicos, e examinar casos duplos de recepções competitivas pode explorar novas questões que recepções únicas talvez obscureçam. EurÃpides escreveu por volta de 424 AEC, e As Troianas de 415. Ambas concentram-se em Hécuba e lidam exatamente com o mesmo material mÃtico: o sofrimento das troianas, imediatamente após a queda de Troia. Mas as duas peças são construÃdas de forma muito diferente: Hécuba centra-se nos sofrimentos e ações da rainha, e constrói uma trama unificada a partir de sua miséria e vingança; As Troianas, ao contrário, apresenta um conjunto de tableaux de sofrimento e não tem a linha da trama muito bem amarrada. Os contrastes de sua recepção pode nos dizer muito sobre a mudança de gostos
Etymology in the Most Important Reference Encyclopedia of Late Antiquity (ca. 600 CE)
On the eve of the Middle Ages, slightly more than one century after the fall of the Western Roman Empire, in Spain under Visigothic rule Latin was still the language of culture and everyday spoken communication. In Seville, the bishop Isidore wrote what was to become the reference encyclopedia of the Middle Ages, the Etymologiae, whose very title indicates that speculation about etymology is key to the treatment of all disciplines, from mathematics to theology. This enormously influential treatise established a canon of disciplines and authors that was to last for almost one a millennium. As an etymologist, by the standards of modern research Isidore does not count as a full-fledged colleague: he pursues the method adopted in Latin antiquity in Varro, but with less insight than Varro into the mechanisms of language per se. Nonetheless, the Etymologiae are a fascinating cultural object, with speculation on language one of its prime ingredients
Recepção Bifocal: "Hécuba" vs. "As Troianas"
Nas últimas décadas, vários especialistas tentaram descobrir um termo geral único para aplicar ao estudo das relações entre autores antigos e modernos. Mas afinal das contas talvez não haja um termo melhor, visto que o processo em si é essencialmente dialético e complicado, e todas as possÃveis candidatas – por exemplo, recepção, tradição, influência, transmissão – captam apenas um aspecto disso e, por isso, falsificam-no, pelo menos parcialmente. Ao invés disso, seria muito mais útil dedicar nossa atenção em reunir mais estudos de caso e pensar sobre as questões metodológicas gerais que ainda confundem o estudo da tradição clássica e que vale a pena ser considerada – por exemplo, a inclusão de objetos e práticas além dos textos, o alargamento de nossa visão para além da Europa Ocidental e América, o julgamento de nÃveis de validade entre as recepções, e a determinação de nosso ponto de vista dentro da recepção como especialistas da recepção – e reunir mais estudos de caso. Por exemplo, os estudos de recepção tendem a focar apenas sobre textos e autores principais e sobre as tradições que criaram. Mas os textos, assim como os autores e vendedores, têm sempre de competir um com o outro para a atenção e prazer de seus públicos, e examinar casos duplos de recepções competitivas pode explorar novas questões que recepções únicas talvez obscureçam. EurÃpides escreveu por volta de 424 AEC, e As Troianas de 415. Ambas concentram-se em Hécuba e lidam exatamente com o mesmo material mÃtico: o sofrimento das troianas, imediatamente após a queda de Troia. Mas as duas peças são construÃdas de forma muito diferente: Hécuba centra-se nos sofrimentos e ações da rainha, e constrói uma trama unificada a partir de sua miséria e vingança; As Troianas, ao contrário, apresenta um conjunto de tableaux de sofrimento e não tem a linha da trama muito bem amarrada. Os contrastes de sua recepção pode nos dizer muito sobre a mudança de gostos
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