12 research outputs found

    O vilão no romance romântico sul-rio-grandense

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    O sensacionismo de Fernando Pessoa em Água Viva de Clarice Lispector

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    Este trabalho objetiva aumentar as possibilidades de leitura da obra Água viva de Clarice Lispector, comparando-a com alguns poemas sensacionistas do heterônimo Álvaro de Campos de Fernando Pessoa. Fernando Pessoa, dentre os seus diversos textos teóricos, define o Sensacionismo como a estética literária que pretende ser uma arte-todas-as-artes, isto é, unir em si tudo o que já foi produzido desde a antigüidade até hoje nos diversos cantos do mundo. Para tanto, admite a sensação como sendo a única realidade da vida, e a arte passa a ser a consciência da sensação. Em Água viva, Clarice Lispector alcança os fundamentos do Sensacionismo próprio de Álvaro de Campos: a escritura que se aproxima da pintura faz da sua criação arte. Essa arte é expressão de sua vida psíquica – pelo menos da personagem-narradora – e chega a ter consciência da sensação. Sua escritura é a conversão de sensação em objeto – palavra – que vai transformar-se em outras sensações para comunicar o valor do que se sente ao outro, para que este sinta da mesma maneira. Palavras-chave: Fernando Pessoa; Sensacionismo; Clarice Lispector; Água viva

    Origem do Sensacionismo no grupo Orpheu

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    A revista Orpheu, criada com a participação de Pessoa e sobre a qual este teorizou, é porta-voz do Modernismo português. Essa revista é o lugar onde a estética sensacionista criada por Pessoa se torna notória, não apenas pelos poemas de índole sensacionista publicados pelo heterônimo Álvaro de Campos, mas por ser uma estética estreitamente ligada ao que se propunha o Orpheu. Pessoa denominou como sensacionista tudo o que foi produzido pelo grupo Orpheu. Para ele a arte cosmopolita que abarcasse em si todas outras era o próprio Sensacionismo, uma doutrina liberal, ampla e acolhedora. É na revista Orpheu que Campos ingressa na literatura, publicando seus primeiros poemas sensacionistas. Pessoa também procurou por discípulos para a nova escola e os encontrou em Sá-Carneiro e Almada Negreiros, que, juntamente com ele, são os mais notáveis poetas do Orpheu. O Sensacionismo, por singularizar o Modernismo Português, talvez tenha sido a grande contribuição estética do grupo, já que teve como órgão de difusão a revista

    A problematização da identidade em Fernando Pessoa e Clarice Lispector

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    Na obra de Fernando Pessoa, é constante a presença de um “eu” fragmentado, sempre em busca de si, especialmente no que é atribuído ao heterônimo Álvaro de Campos. Igualmente, encontra-se, na obra romanesca de Clarice Lispector, um sujeito fragmentado, vivendo uma trajetória de errância. A problematização da identidade em Pessoa e em Lispector é, primeiramente, resultado de uma profunda ligação com a modernidade. O “eu” espelha a dinâmica da civilização moderna; por isso, essa fragmentação se revela dupla: ao mesmo tempo em que é resultado da modernidade, também busca ser sua cópia fiel, apresentando, em arte, uma experiência o mais próxima possível da realidade. A partir disso, objetiva-se explicitar como a identidade é problematizada nas obras desses autores e demonstrar que ambos compõem textos em que a intriga é a interpretação da identidade do sujeito. Para esse fim, faz-se uma análise crítica e comparativa dos textos a partir 1) da definição de Pessoa da arte como sonho e dos estudos de Lind (1970), Coelho (1980) e Ordoñes (1994) sobre a obra do poeta português, que permitiram a relação entre a concepção artística do poeta, seus programas estéticos e a criação heteronímia, de forma a demonstrar como o drama em gente tem como problema central a identidade; e 2) dos estudos de Nunes (1966, 1989), Martins (2007) e Álvares (2009) sobre os romances de Clarice Lispector, que permitiram demonstrar a relação entre a crescente perda das características do romance tradicional no decorrer de sua obra romanesca e a fixação da identidade como problema central desses textos. Para examinar essa problematização da identidade, este estudo apoia-se nos conceitos de identidade como mesmidade e como ipseidade e de identidade narrativa, de Ricoeur (1991), e de amadurecimento pessoal, de Winnicott (1978, 1982, 2001). No drama em gente pessoano e nos romances lispectorianos, o “eu” abre-se para o outro, revelando uma identidade como ipseidade, que se dá a conhecer por uma mediação interpretativa que o sujeito faz de si, por meio do uso de uma linguagem.In the work of Fernando Pessoa, it is constant the presence of a fragmented self, always self-searching, especially in what is assigned to Álvaro de Campos. Equally, there is in the novelistic work of Clarice Lispector a fragmented subject, living a wandering path. The problematization of identity in Pessoa and in Lispector is, firstly, a result of a deep connection with modernity. The self reflects the dynamics of modern civilization; hence, that fragmentation reveals itself dual: at the same time it is a result of modernity, it also seeks to be its faithful copy, presenting, in art, an experience as close as possible to reality. From this, it is aimed to explicit how identity is problematised in the work of these authors and to demonstrate that both of them compose texts in which intrigue is the interpretation of the identity of subject. For this purpose, texts are analyzed in a critical and comparative way from 1) The definition of art as a dream by Pessoa and the studies of Lind (1970), Coelho (1980) and Ordoñes (1994) about the works of that Portuguese poet, which enabled the relation among the artistic conception of the poet, his aesthetic programs and the heteronym creation, in order to demonstrate how ‘drama in people’ has as its central issue identity; and 2) the studies of Nunes (1966, 1989), Martins (2007) and Álvares (2009) about the novels of Clarice Lispector, which enabled to demonstrate the relation between the increasing loss of features of traditional novel during her novelistic work and the establishment of identity as the central problem of those texts. To examine this problematization of identity, this study is based on the concepts of idem-identity, ipse-identity and narrative identity of Ricouer (1991), and of personal maturation of Winnicott (1978, 1982, 2001). In ‘drama in people’ of Pessoa and in the novels of Lispector, the self opens up to the other, revealing itself an ipse-identity, which can be known by an interpretative mediation that the subject does of itself through the use of language

    A problematização da identidade em Fernando Pessoa e Clarice Lispector

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    Na obra de Fernando Pessoa, é constante a presença de um “eu” fragmentado, sempre em busca de si, especialmente no que é atribuído ao heterônimo Álvaro de Campos. Igualmente, encontra-se, na obra romanesca de Clarice Lispector, um sujeito fragmentado, vivendo uma trajetória de errância. A problematização da identidade em Pessoa e em Lispector é, primeiramente, resultado de uma profunda ligação com a modernidade. O “eu” espelha a dinâmica da civilização moderna; por isso, essa fragmentação se revela dupla: ao mesmo tempo em que é resultado da modernidade, também busca ser sua cópia fiel, apresentando, em arte, uma experiência o mais próxima possível da realidade. A partir disso, objetiva-se explicitar como a identidade é problematizada nas obras desses autores e demonstrar que ambos compõem textos em que a intriga é a interpretação da identidade do sujeito. Para esse fim, faz-se uma análise crítica e comparativa dos textos a partir 1) da definição de Pessoa da arte como sonho e dos estudos de Lind (1970), Coelho (1980) e Ordoñes (1994) sobre a obra do poeta português, que permitiram a relação entre a concepção artística do poeta, seus programas estéticos e a criação heteronímia, de forma a demonstrar como o drama em gente tem como problema central a identidade; e 2) dos estudos de Nunes (1966, 1989), Martins (2007) e Álvares (2009) sobre os romances de Clarice Lispector, que permitiram demonstrar a relação entre a crescente perda das características do romance tradicional no decorrer de sua obra romanesca e a fixação da identidade como problema central desses textos. Para examinar essa problematização da identidade, este estudo apoia-se nos conceitos de identidade como mesmidade e como ipseidade e de identidade narrativa, de Ricoeur (1991), e de amadurecimento pessoal, de Winnicott (1978, 1982, 2001). No drama em gente pessoano e nos romances lispectorianos, o “eu” abre-se para o outro, revelando uma identidade como ipseidade, que se dá a conhecer por uma mediação interpretativa que o sujeito faz de si, por meio do uso de uma linguagem.In the work of Fernando Pessoa, it is constant the presence of a fragmented self, always self-searching, especially in what is assigned to Álvaro de Campos. Equally, there is in the novelistic work of Clarice Lispector a fragmented subject, living a wandering path. The problematization of identity in Pessoa and in Lispector is, firstly, a result of a deep connection with modernity. The self reflects the dynamics of modern civilization; hence, that fragmentation reveals itself dual: at the same time it is a result of modernity, it also seeks to be its faithful copy, presenting, in art, an experience as close as possible to reality. From this, it is aimed to explicit how identity is problematised in the work of these authors and to demonstrate that both of them compose texts in which intrigue is the interpretation of the identity of subject. For this purpose, texts are analyzed in a critical and comparative way from 1) The definition of art as a dream by Pessoa and the studies of Lind (1970), Coelho (1980) and Ordoñes (1994) about the works of that Portuguese poet, which enabled the relation among the artistic conception of the poet, his aesthetic programs and the heteronym creation, in order to demonstrate how ‘drama in people’ has as its central issue identity; and 2) the studies of Nunes (1966, 1989), Martins (2007) and Álvares (2009) about the novels of Clarice Lispector, which enabled to demonstrate the relation between the increasing loss of features of traditional novel during her novelistic work and the establishment of identity as the central problem of those texts. To examine this problematization of identity, this study is based on the concepts of idem-identity, ipse-identity and narrative identity of Ricouer (1991), and of personal maturation of Winnicott (1978, 1982, 2001). In ‘drama in people’ of Pessoa and in the novels of Lispector, the self opens up to the other, revealing itself an ipse-identity, which can be known by an interpretative mediation that the subject does of itself through the use of language

    O sensacionismo de Fernando Pessoa em Água Viva de Clarice Lispector

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    O presente trabalho justifica-se por duas razões: proporcionar um estudo acerca das relações entre Fernando Pessoa e Clarice Lispector e servir de material de apoio, dada a escassez de textos que aproximem ambos os autores. Objetiva-se, primeiramente, mostrar que Água Viva e os poemas sensacionistas, do heterônimo pessoano Álvaro de Campos, tem características em comum e, ao compará-los, verificar se, de fato, a busca de identidade como proposta é o motivo de sua proximidade, uma vez que pertencem a séries literárias diferentes. A análise das relações entre a estética sensacionista, cujos poemas de Campos são os principais representantes, e Água Viva será realizada por meio de um método comparativo, a fim de desvendar o que tais relações supõem; porém, sem o intuito de mostrar se de fato um escritor leu ou conheceu o outro, mas sim de conhecer e entender o uso dos elementos que aproximam ambas as obras. Para tanto, o corpus deste trabalho é composto pelo romance Água Viva, de Lispector, e os poemas sensacionistas de maior expressão, “Ode Triunfal”, “Ode Marítima”, “Saudação a Walt Whitman”, “Mestre, meu mestre querido”, “Passagem das horas”, “A melhor maneira de viajar é sentir” e “Tabacaria”, todos atribuídos a Álvaro de Campos. Para analisar estes textos, parte-se dos textos teóricos sobre a estética sensacionista escritos por Fernando Pessoa. Por fim, a partir das análises, é possível afirmar que a busca de identidade como proposta é o fator que desencadeia as relações possíveis entre Fernando Pessoa e Clarice Lispector.The present essay is justified for two reasons: to provide a study of the relations between Fernando Pessoa and Clarice Lispector and to be used as a support material due to the shortage of texts which approximate both authors. It is aimed, first of all, to show that Água Viva and the sensationist poems, by the heteronym of Pessoa Álvaro de Campos, have characteristics in common and, when compared, verify if, in fact, the search of identity as a proposal is the motive of their proximity, although they are from different literary series. The analysis of the relations between the sensationist aesthetic, whose poems of Campos are the main representatives, and Água Viva is done through a comparative method, in order to reveal what such relations suppose, without the intent of showing if, in fact, a writer read or knew the other, but of knowing and understanding the use of elements which make both works close. For this, the corpus of this study consists of the novel Água Viva, by Lispector, and sensationist poems of greater expression, “Ode Triunfal”, “Ode Marítima”, “Saudação a Walt Wittman”, “Mestre, meu querido mestre”, “Passagem das horas”, “A melhor maneira de viajar é sentir” and “Tabacaria”, all attributed to Álvaro de Campos. In order to analyze these texts, the starting point are the theoretical texts about the sensationist aesthetic written by Fernando Pessoa. At last, through the analysis, it is possible to affirm that the search of identity as a proposal is the factor that triggers the possible relations between Fernando Pessoa and Clarice Lispector

    O vilão no romance romântico sul-rio-grandense

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    O sensacionismo de Fernando Pessoa em Água Viva de Clarice Lispector

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    Este trabalho objetiva aumentar as possibilidades de leitura da obra Água viva de Clarice Lispector, comparando-a com alguns poemas sensacionistas do heterônimo Álvaro de Campos de Fernando Pessoa. Fernando Pessoa, dentre os seus diversos textos teóricos, define o Sensacionismo como a estética literária que pretende ser uma arte-todas-as-artes, isto é, unir em si tudo o que já foi produzido desde a antigüidade até hoje nos diversos cantos do mundo. Para tanto, admite a sensação como sendo a única realidade da vida, e a arte passa a ser a consciência da sensação. Em Água viva, Clarice Lispector alcança os fundamentos do Sensacionismo próprio de Álvaro de Campos: a escritura que se aproxima da pintura faz da sua criação arte. Essa arte é expressão de sua vida psíquica – pelo menos da personagem-narradora – e chega a ter consciência da sensação. Sua escritura é a conversão de sensação em objeto – palavra – que vai transformar-se em outras sensações para comunicar o valor do que se sente ao outro, para que este sinta da mesma maneira. Palavras-chave: Fernando Pessoa; Sensacionismo; Clarice Lispector; Água viva
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