Fome no estado de Santa Catarina: evolução, raízes e perspectivas em período de múltiplas crises

O objetivo do artigo é discutir a evolução da fome em Santa Catarina à luz dosdados divulgados pelo IIº Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contextoda Pandemia da Covid-19 (IIº VIGISAN / 2022) da Rede Brasileira de Pesquisa emSoberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN). O Inquérito apontouque 40,6% da população catarinense viviam com algum grau de insegurança alimentar(IA) e que 4,6% dos catarinenses viviam em situação análoga à fome (IA Grave), o quecorrespondia a 338 mil pessoas. Em uma linha histórica, essas informações mostramque a fome é persistente em Santa Catarina, apesar de ser marginalizada na agenda dosgovernos e ocultada quando mensurada pelos rendimentos salariais médios e pelosindicadores de desenvolvimento humano, para fins de comparação com as demaisunidades federativas brasileiras. Três aspectos parecem sintetizar os motivos para oaumento da fome em Santa Catarina: o desmonte das estruturas nacionais de proteçãosocial; a incompetência da gestão pública em relação à crise socioeconômica e sanitária;e a desestruturação do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional. A falta deinvestimento e os retrocessos nas políticas públicas de segurança alimentar e nutricionalse apoiam em um ideário negacionista da existência da fome no estado. Estruturar efortalecer políticas públicas de combate à fome e de garantia do direito humano àalimentação adequada é condição indispensável para superar a situação apresentadapelos dados do VIGISAN e evitar que novas crises e catástrofes resultem em um cenáriotão trágico como o que foi vivenciado entre 2020 e 2022

LEMON GRASS ESSENTIAL OIL (CYMBOPOGUM FLEXUOSUS) IN HIGH-CONCENTRATE DIETS FOR LAMBS

The objective of this study was to evaluate the effect of the inclusion of two doses of monensin and lemon grass essential oil (Cymbopogum flexuosus) on nutrient intake and digestibility, ruminal fermentation and ingestive behavior of lambs fed a high-concentrate diet. Four ruminally cannulated ram lambs (44.7 ± 3.72 kg of BW and approximately 5 mo. old) in a 4 x 4 Latin square experimental design were used. The control diet (CONT) contained 15% of oat hay, 85% of concentrate and no additives. In the remaining diets it was included 12.5 (12.5MON) or 25.0 (25MON) mg/kg of monensin (as-fed basis) or 1 mL/kg of DM of lemon grass essential oil (EO). The treatments had no effect on the nutrient intake and digestibility. The lambs that received the EO treatment showed a higher ruminal pH in comparison to those that received the control diet. However, they did not differ from treatments with monensin. A quadratic response was observed for ruminal pH, with the highest value observed in the animals fed the diet 12.5MON. The lambs fed EO had a higher ruminal concentration of acetate than the diet with monensin. There was a quadratic response of monensin on ruminal concentration of acetate, with the lowest value observed for 12.5MON. The acetate:propionate ratio was lower in lambs fed 12.5MON compared to the control. EO decreased the ruminal concentration of butyrate; however, its concentration was higher in lambs fed monensin than EO diets. A lower concentration of total short chain fatty acids (SCFA) was observed in lambs fed 12.5MON. The alanine aminotransferase (ALT) blood concentration was higher in the lambs fed EO compared to the control. EO increased rumen concentration of blood glucose compared to the treatments containing monensin and decreased the number of eggs per gram of feces (EGF). In addition, there was a quadratic response of monensin on the EGF, with a higher value in the lambs fed 12.5MON. In conclusion, half of the daily dose of monensin was more effective at increasing ruminal pH than the full dose, with no negative reflection on nutrient intake and digestibility, as well as on the ingestive behavior and parasitic load of the animals. Thus, 12.5MON may be indicated for lambs feed high concentrate diet. EO proved to be a good natural source to replace ionophores in diets for lambs

Estratégias de educação em saúde e adesão ao tratamento nutricional anti-hipertensivo: relato de experiência baseado no arco de maguerez / Strategies of health education and adhesion to anti-hypertensive nutritional treatment: experience report based on the maguerez arc

INTRODUÇÃO: Hipertensão Arterial é a elevação constante dos níveis pressóricos acima de 140/90mmHg.Seu desenvolvimento é consequência de diversos agentes etiológicos, principalmente a dieta com alto teor de sódio (MALACHIAS,2016). Optou-se por abordar a temática da importância da terapia nutricional para eficácia do tratamento anti-hipertensivo, prevenindo quadros de insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (CAVALCANTE; MAGALHÃES, 2016) . Desse modo, o artigo objetiva relatar o desenvolvimento de ações educacionais em saúde e de ferramentas auxiliadoras para a sensibilização de pacientes hipertensos atendidos na Atenção Primária. METODOLOGIA: A ação transcorreu seguindo os estágios do Arco de Maguerez, ou seja, a observação da realidade, o levantamento dos pontos-chave, teorização e planejamento da proposta de intervenção, que culminou na distribuição de lanches com baixo teor de sódio, folders e roda de conversa. RESULTADOS: Notou-se a ingestão excessiva de sódio e dúvidas relacionadas ao tratamento nutricional em geral. Optou pela realização de educação em saúde, sente este o retorno dado a comunidade. DISCUSSÕES: Em pesquisas complementares, constatou-se os fatores relacionados a não adesão a terapêutica anti-hipertensiva e métodos de sensibilização da população. A roda de conversa e a distribuição dos lanches mostraram-se eficientes quanto ao seu objetivo. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A educação em saúde obteve retorno positivo dos pacientes. Por envolver indivíduos hipertensos ou não, o trabalho contribuiu para a promoção de saúde e sensibilização. Assim, destaca-se a necessidade de atividades futuras para que soluções sejam efetivadas, visto que o empoderamento informacional da população modifica a sua realidade. 

Descentralização do Sistema e da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: uma análise multivariada dos estados brasileiros

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Florianópolis, 2021.A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) tem assumido protagonismo no debate mundial com a persistência da fome, os impactos do sistema agroalimentar no meio ambiente e o aumento progressivo de doenças crônicas, fazendo com que diversos países instituam políticas nesta área. Neste quesito o Brasil garantiu destaque internacional, com a constituição do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN). Para alcançar o seu propósito, o Sistema e a Política devem estar integrados pelos entes federados, garantindo a efetiva implementação de forma descentralizada nos governos subnacionais. Os estados brasileiros, foco deste estudo, possuem atribuições estratégicas para garantir a eficácia do processo descentralizador desta Política. Todavia, nos últimos cinco anos, inicia-se no país um desmonte das políticas de SAN, potencializado pelo atual governo federal com o desmantelamento do SISAN. Apesar da desestruturação nacional, muitos estados mantiveram suas estruturas e permanecem aderidos ao Sistema, possuindo, portanto, responsabilidades visando à garantia da SAN. Estudos prévios que analisaram a descentralização do SISAN demonstraram um processo heterogêneo, com limites estruturais e operacionais. No entanto, não foram localizados estudos que buscassem analisar de forma abrangente as múltiplas questões da descentralização nos governos estaduais. Por isso, esta pesquisa teve o intuito de analisar as múltiplas características da descentralização do SISAN e da PNSAN a partir de uma análise descritiva e exploratória dos estados, considerando as múltiplas características relacionadas a este processo. Foram utilizadas informações disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da Cidadania, referentes aos dados coletados entre 2017 e 2018 pela Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (ESTADIC), pelo Mapeamento de Segurança Alimentar e Nutricional (MapaSAN), pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), além de dados da Plataforma virtual Cidades@. O modelo de análise foi elaborado com base nos marcos nacionais do Sistema e da Política, e posterior discussão e pactuação de pesquisadores com experiência na temática, contendo 63 variáveis, reunidas em 4 blocos que retratam as seguintes temáticas: Estrutura do Sistema e da Política; Ações estaduais de SAN; Relação estado e municípios na implementação do Sistema e da Política e; Características de contexto estaduais. Foi realizada análise descritiva, identificando as frequências absoluta e relativa das variáveis, com o detalhamento por bloco de análise. Também foi executada análise de agrupamento hierárquica aglomerativa, a partir da técnica de ligação completa, que permitiu identificar de forma multivariada, características similares quanto à descentralização do SISAN e da PNSAN com base nas variáveis do modelo de análise. As características de contexto não foram incluídas nesta etapa de análise por serem variáveis que estão relacionadas indiretamente ao processo de descentralização do Sistema e da Política no âmbito estadual. Os resultados indicaram que a descentralização ocorreu de forma gradual e desigual, apesar da existência dos principais elementos estruturantes do SISAN nos estados, como órgão gestor de SAN, existência de instâncias de referência para o Sistema e destinação orçamentária para a implementação da Política. A análise de agrupamento possibilitou a identificação de três agrupamentos, a saber: o 1º detinha o menor caráter intersetorial e participativo, frágil relação municipal, sendo atrelado à menor realização de ações e destinação de recursos financeiros; o 2º possuía um caráter setorial, a maior instituição da PNSAN a partir de lei estadual e existência de Plano de SAN, com representativa destinação de recursos financeiros; já o 3º apresentou caráter mais intersetorial e participativo, maior relação entre estados e municípios e a maior destinação de recursos financeiros, mas com a menor existência de Planos de SAN. Os agrupamentos 1 e 2, compostos principalmente por estados das regiões Norte e Nordeste, concentraram também os estados com Produto Interno Bruto mais baixo, Índice de Desenvolvimento Humano médio e uma maior ocorrência da Insegurança Alimentar domiciliar, características de contexto que podem estar associadas a dificuldades no processo de descentralização, e que poderiam ser melhor investigadas a partir de outros estudos. As análises acerca do SISAN e da PNSAN costumam ser realizadas de forma centralizada, o que tende a mascarar as desigualdades regionais no processo de descentralização. Por isso, ao se realizar uma análise que permitiu agrupar os diferentes estados conforme suas características no processo de descentralização foi possível identificar com maior precisão as similaridades existentes, e assim, indicar informações que qualifiquem a tomada de decisão para implementar o SISAN e a PNSAN de forma equânime. Desta forma, espera-se que tais informações sirvam de apoio para os atores governamentais e sociais, na luta pela manutenção e defesa deste Sistema e da sua política pública.Abstract: Food and Nutritional Security (SAN) has assumed a leading role in the global debate with the persistence of hunger, the impacts of the agrifood system on the environment and the progressive increase in chronic diseases, causing several countries to institute policies in this area. In this regard, Brazil secured international prominence, with the constitution of the National Food and Nutritional Security System (SISAN) and the National Food and Nutritional Security Policy (PNSAN). To reach its purpose, the System and the Policy must be integrated by the federated entities, guaranteeing the implementation in a decentralized way in the subnational governments. The Brazilian states, the focus of this study, have strategic attributions to guarantee the effectiveness of the decentralizing process of this Policy. However, in the last five years, a dismantling of SAN policies has begun in the country, boosted by the current federal government with the dismantling of SISAN. Despite the national breakdown, many states maintained their permanent membership of the System, having, therefore, working to guarantee the SAN. Previous studies that analyzed the decentralization of SISAN demonstrated a heterogeneous process, with limits and operational. However, they were not studies that sought to analyze how various issues of decentralization in state governments. Therefore, this research aimed to analyze the multiple characteristics of the decentralization of SISAN and PNSAN from a descriptive and exploratory analysis of the states, considering the multiple characteristics related to this process. Information provided by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) and the Ministry of Citizenship was used, referring to data collected between 2017 and 2018 by the Basic State Information Survey (ESTADIC), by the Mapping of Food and Nutritional Security (MapaSAN), by the Survey of Family Budgets (POF), as well as data from the Cidades @ virtual platform. The analysis model was developed based on the national frameworks of the System and Policy, and subsequent discussion and research agreement with experience in the subject, containing 63 variables, gathered in 4 blocks that portray the following themes: Structure of the System and Policy; SAN State Actions; State-municipal relationship in the implementation of the System and Policy and; State context characteristics. Descriptive analysis was performed, identifying the absolute and relative frequencies of the variables, with details by analysis block. Agglomerative hierarchical cluster analysis was also performed, using the complete linkage technique, which can identify, in a multivariate way, characteristics similar to the decentralization of SISAN and PNSAN based on the variables of the analysis model. The context characteristics were not included in this analysis stage because they are variables that are indirectly related to the process of decentralization of the System and Policy at the state level. The results indicated that decentralization occurred gradually and unevenly, despite the existence of the main structuring elements of SISAN in the states, as the managing body of SAN, existence of reference information for the System and budget allocation for the implementation of the Policy. The cluster analysis allowed the identification of three clusters, one saber: the 1st had the lowest intersectoral and participatory character, fragile municipal relationship, being linked to the lowest performance of actions and allocation of financial resources; the 2nd had a sectorial character, the largest institution of the PNSAN based on state law and the existence of a SAN Plan, with a representative allocation of financial resources; the 3rd one, on the other hand, has a more intersectorial and participative character, a greater relationship between states and municipalities and a greater allocation of financial resources, but with less existence of SAN Plans. Groups 1 and 2, composed mainly of states in the North and Northeast regions, also concentrated the states with the lowest Gross Domestic Product, medium Human Development Index and a higher occurrence of food insecurity at home, contextual characteristics that may be associated with difficulties in the decentralization process, and which can be the best investigated from other studies. Analyzes about SISAN and PNSAN are usually carried out centrally, which tends to mask as regional inequalities in the decentralization process. Therefore, when carrying out an analysis that groups the different states according to their characteristics in the decentralization process, it was possible to identify with greater precision as existing similarities, and thus, indicate information that qualifies decision-making to implement SISAN and PNSAN in a way equanimous. Thus, it is expected that such information will serve as support for governmental and social actors in the struggle for the maintenance and defense of this System and its public policy

Adequação normativa dos planos estaduais de segurança alimentar e nutricional no Brasil

Resumo: Com o intuito de analisar a adequação dos Planos Estaduais de Segurança Alimentar e Nutricional (PlanSAN) às normas estabelecidas pela Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), foi realizada pesquisa descritiva e documental, com coleta de dados entre agosto a outubro de 2016. O acesso aos planos foi realizado na página de Internet da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) ou dos governos estaduais, com coleta de informações complementares no âmbito dos estados. Todos os estados brasileiros aderiram ao Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), entretanto menos da metade (13 estados, 48%) elaborou seus planos, destacando-se alguns aspectos: 5 (38%) dos PlanSAN tinham vigência correspondente ao plano plurianual do estado; 5 (38%) dos PlanSAN descreviam os requisitos orçamentários para execução das metas propostas; e 7 (54%) descreviam mecanismos de monitoramento do plano e apenas 2 (15%) definiam metodologia para monitoramento de segurança alimentar e nutricional. O menor tempo de existência da CAISAN e de adesão parecem estar relacionados com a inexistência de PlanSAN. Ainda que a maioria dos estados com planos atendam algumas normativas estabelecidas pela PNSAN, esses instrumentos tornam-se frágeis e pouco exequíveis quando não possuem vinculação orçamentária para suas metas. Pelo fato de a PNSAN ser estruturalmente intersetorial, a construção dos planos depende de um trabalho coletivo das diversas secretarias de governo. Reforça-se que os itens analisados foram todos normativos, o que implica necessidade do estabelecimento de mecanismos que garantam a sua adequada execução

Mechanical ventilation and death in pregnant patients admitted for COVID-19: a prognostic analysis from the Brazilian COVID-19 registry score

Abstract Background The assessment of clinical prognosis of pregnant COVID-19 patients at hospital presentation is challenging, due to physiological adaptations during pregnancy. Our aim was to assess the performance of the ABC2-SPH score to predict in-hospital mortality and mechanical ventilation support in pregnant patients with COVID-19, to assess the frequency of adverse pregnancy outcomes, and characteristics of pregnant women who died. Methods This multicenter cohort included consecutive pregnant patients with COVID-19 admitted to the participating hospitals, from April/2020 to March/2022. Primary outcomes were in-hospital mortality and the composite outcome of mechanical ventilation support and in-hospital mortality. Secondary endpoints were pregnancy outcomes. The overall discrimination of the model was presented as the area under the receiver operating characteristic curve (AUROC). Overall performance was assessed using the Brier score. Results From 350 pregnant patients (median age 30 [interquartile range (25.2, 35.0)] years-old]), 11.1% had hypertensive disorders, 19.7% required mechanical ventilation support and 6.0% died. The AUROC for in-hospital mortality and for the composite outcome were 0.809 (95% IC: 0.641–0.944) and 0.704 (95% IC: 0.617–0.792), respectively, with good overall performance (Brier = 0.0384 and 0.1610, respectively). Calibration was good for the prediction of in-hospital mortality, but poor for the composite outcome. Women who died had a median age 4 years-old higher, higher frequency of hypertensive disorders (38.1% vs. 9.4%, p < 0.001) and obesity (28.6% vs. 10.6%, p = 0.025) than those who were discharged alive, and their newborns had lower birth weight (2000 vs. 2813, p = 0.001) and five-minute Apgar score (3.0 vs. 8.0, p < 0.001). Conclusions The ABC2-SPH score had good overall performance for in-hospital mortality and the composite outcome mechanical ventilation and in-hospital mortality. Calibration was good for the prediction of in-hospital mortality, but it was poor for the composite outcome. Therefore, the score may be useful to predict in-hospital mortality in pregnant patients with COVID-19, in addition to clinical judgment. Newborns from women who died had lower birth weight and Apgar score than those who were discharged alive

Development and validation of the MMCD score to predict kidney replacement therapy in COVID-19 patients

Abstract Background Acute kidney injury (AKI) is frequently associated with COVID-19, and the need for kidney replacement therapy (KRT) is considered an indicator of disease severity. This study aimed to develop a prognostic score for predicting the need for KRT in hospitalised COVID-19 patients, and to assess the incidence of AKI and KRT requirement. Methods This study is part of a multicentre cohort, the Brazilian COVID-19 Registry. A total of 5212 adult COVID-19 patients were included between March/2020 and September/2020. Variable selection was performed using generalised additive models (GAM), and least absolute shrinkage and selection operator (LASSO) regression was used for score derivation. Accuracy was assessed using the area under the receiver operating characteristic curve (AUC-ROC). Results The median age of the model-derivation cohort was 59 (IQR 47–70) years, 54.5% were men, 34.3% required ICU admission, 20.9% evolved with AKI, 9.3% required KRT, and 15.1% died during hospitalisation. The temporal validation cohort had similar age, sex, ICU admission, AKI, required KRT distribution and in-hospital mortality. The geographic validation cohort had similar age and sex; however, this cohort had higher rates of ICU admission, AKI, need for KRT and in-hospital mortality. Four predictors of the need for KRT were identified using GAM: need for mechanical ventilation, male sex, higher creatinine at hospital presentation and diabetes. The MMCD score had excellent discrimination in derivation (AUROC 0.929, 95% CI 0.918–0.939) and validation (temporal AUROC 0.927, 95% CI 0.911–0.941; geographic AUROC 0.819, 95% CI 0.792–0.845) cohorts and good overall performance (Brier score: 0.057, 0.056 and 0.122, respectively). The score is implemented in a freely available online risk calculator ( https://www.mmcdscore.com/ ). Conclusions The use of the MMCD score to predict the need for KRT may assist healthcare workers in identifying hospitalised COVID-19 patients who may require more intensive monitoring, and can be useful for resource allocation