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As escalas geográficas de poder como formas de subordinação e insubordinação na luta pela Educação do Campo no Brasil
Este artigo tem como preocupação central as formas de apropriação do Estado das demandas da classe trabalhadora rural no âmbito da Educação do Campo no Brasil, e a consequente transformação dessas demandas em mais uma forma de subordinação do trabalhador rural ao capital. Acreditamos que essas formas de apropriação passam por uma estrutura organizativa do capital, por meio das ações do Estado, que se dá de forma escalar. Diante dessa problemática, o artigo caminha no sentido de contribuir com a construção de uma análise dessa estrutura escalar de poder armada “desde cima”, desvendando assim estratégias de controle e dominação dos “desde baixo”, os quais podem assim, diante do conhecimento dessas estratégias, construir suas próprias estruturas escalares “desde baixo” como forma de contra-poder e de insubordinação ao capital. No nosso estudo essa análise escalar é construída sob um olhar para a implantação do ProJovem Campo – Saberes da Terra na Paraíba, programa do Estado apresentado como parte das políticas em Educação do Campo no Brasil, enquanto uma estrutura escalar de poder “desde cima”; e para a estrutura organizativa do MST como uma estrutura escalar “desde baixo” que resiste e se recria na luta pela educação do campo
As políticas públicas em educação do campo, entre as subordinação e autonomia : o ProJovem Campo - saberes da terra e sua implantação na Paraíba no contexto da questão
Orientador : Prof. Dr. Jorge Ramón Montenegro GómezTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Programa de Pós-Graduação em Geografia. Defesa: Curitiba, 26/03/2015Inclui referênciasResumo: No desenvolvimento desigual, contraditório e combinado no campo, a reprodução
ampliada do capital assume formas de apropriação para além da terra, gerando conflitos
que torna a questão agrária no Brasil complexa e atual. São formas de cooptação das
subjetividades políticas vivenciadas pela classe trabalhadora "desde baixo", em meio a
processos de subordinação e autonomização na luta por Educação do Campo, que contam
com a mediação direta do Estado. Desta forma, entendemos que o Estado por meio de
ações, programas e políticas públicas, se apropria das demandas da classe trabalhadora rural
organizada na luta por Educação do Campo e as transforma mais uma vez em formas de
subordinação do trabalhador rural ao capital. Com o objetivo de desconstruir esses
processos e desvendar o que está por trás dessas formas de apropriação, analisamos a
implantação do programa do Governo Federal, de educação para áreas rurais, o ProJovem
Campo – Saberes da Terra na Paraíba (2010-2011). Para isso, resgatamos as experiências
vivenciadas nesse processo de implementação por meio das vozes dos sujeitos envolvidos,
com a realização de entrevistas. A partir da análise dessas falas, assim como do
levantamento e descrição dos dados primários e secundários em torno do processo de
execução desse programa em escala nacional e posteriormente na Paraíba, o que nos
"saltou aos olhos" em um primeiro momento foi que existia uma negação do ProJovem
Campo aos fundamentos iniciais das propostas educativas da Educação do Campo. Tendo
isso em conta, construímos uma proposta metodológica teórica-analítica que parte da
recuperação dos fundamentos iniciais dessas propostas – para isso nos utilizamos dos
clássicos como, Gramsci e Luckács, colocando no centro dessa discussão a relação entre
educação e trabalho – perpassa uma recuperação histórica das consequências do
desenvolvimentos desigual e combinado no campo, que distribuiu de forma desigual não só
a terra como os direitos de reprodução da própria vida, como a educação. Chegando assim
a processos de subjetivação política, construídas sob formas de subordinação e
autonomização da classe trabalhadora, no âmbito da Educação do Campo, e portanto, no
âmbito da questão agrária hoje. Destacamos que esses processos de dominação e
autonomização se expressam nessa pesquisa: de forma escalar "desde cima" e "desde
baixo"; pela apropriação e uso do discurso no âmbito do desenvolvimento capitalista e suas
formas de controle; e estão marcados pela autonomia relativa da classe trabalhadora rural,
que passa por ações no interior do próprio Estado. Em meio a esses processos o ProJovem
Campo estará no centro dessa análise teórico-metodológica como uma dessas ações e
colocada à luz de outras experiências, ou seja, como fruto de uma totalidade que a envolve.
De forma geral, essa tese buscou contribuir com a construção de um projeto contrahegemônico
em curso por meio da Educação do Campo, retomando as bases desse projeto
educativo, recuperando as concepções ideológicas que lhe deram origem, mas,
principalmente desvendando as formas de apropriação dessas bases pelo Estado, no
sentido de visualizar possibilidades de reapropriação dessas ações pelos sujeitos "desde
baixo". Por fim, fechamos esse texto, e não as possibilidades de pesquisa em torno do
tema, com a motivação de que há um projeto político da Educação do Campo em curso,
levado a cabo pelos próprios sujeitos "desde baixo", que necessita de teorias e conceitos
renovados, uma das contribuições dessa pesquisa.
Palavras-chaves: Educação do Campo; políticas públicas; questão agrária.Resumen: En el desarrollo desigual, contradictorio y combinado en el campo, la reproducción
ampliada del capital asume formas de apropiación para más allá de la tierra generando
conflictos que torna la cuestión agraria en Brasil compleja y actual. Son formas de
apropiación de las subjetividades políticas vivenciadas por la clase trabajadora "desde
abajo", en medio de procesos de subordinación y autonomización en la lucha por
Educación del Campo, que pasan por la mediación directa del Estado. De esta forma,
comprendemos que el Estado por medio de acciones, programas y políticas públicas, se
apropia de las demandas de la clase trabajadora rural organizada en la lucha por Educación
del Campo y las transforma mas una vez en formas de subordinación del trabajador rural
al capital. Con el objetivo de desconstruir procesos y desvendar lo que está por detrás de
esas formas de apropiación, analizamos la implantación del programa del Gobierno
Federal, de educación para aéreas rurales el ProJovem Campo – Saberes de la Tierra en
Paraíba (2010-2011). Para eso, rescatamos las experiencias vivenciadas en ese proceso de
implementación por medio de las voces de los sujetos envueltos, con la realización de
entrevistas. A partir de los análisis de esas conversaciones, así como del levantamiento y
descripción de los datos primários y secundarios en torno del proceso de ejecución de ese
programa en escala nacional y posteriormente en Paraíba, lo más resaltante en un primer
momento fue que existía una negación del ProJovem Campo a los fundamentos iniciales de
las propuestas educativas de la Educación del Campo. Teniendo eso en cuenta,
construímos una propuesta metodológica teórico-analítica que inicia con la recuperación de
los fundamentos iniciales de esas propuestas – para eso utilizamos los clásicos como,
Gramsci y Luckács, poniendo en el centro de esa discusión la relación entre educación y
trabajo – pasa por una recuperación histórica de las consecuencias del desarrollo desigual y
combinado en el campo, que se distribuyó de forma desigual no solo la tierra así como los
derechos por la propia vida, como la educación. Llegando así a procesos de subjetivación
política, construidos sobre formas de subordinación y atonomización de la clase
trabajadora, en el ámbito de la Educación del Campo, y por lo tanto, en el ámbito de la
cuestión agraria hoy. Destacamos que esos procesos de dominación y autonomización se
expresan en esa investigación: de forma escalar "desde arriba" y desde abajo"; por la
apropiación y uso del discurso en el ámbito del desarrollo capitalista y sus formas de
control; y están plagadas por autonomía relativa de la clase trabajadora rural, que pasa por
acciones en el interior del propio Estado. En medio de esos procesos el ProJovem Campo
estará en el centro de ese análisis teórico-metodológico como una de esas acciones y
puestas a la luz de otras experiencias, o sea, como fruto de una totalidad que la envuelve.
De forma general, esta tesis buscó contribuir con la construcción de un proyecto contrahegemonico
en curso por medio de la Educación del Campo, retomando las bases de ese
proyecto educativo, recuperando las concepciones ideológicas que le dieron origen, pero,
principalmente, desvendando las formas de apropiación de esas bases por el Estado, en el
sentido de visualizar posibilidades de reapropiación de esas acciones por los sujetos "desde
abajo". Finalmente, cerramos ese texto, y no las posibilidades de investigación en torno del
tema, con la motivación de que hay un proyecto político de la Educación del Campo en
curso, llevado a cabo por los propios sujetos "desde abajo", que necesita de teorías y
conceptos renovados, una de las contribuciones de esa investigación.
Palabras-claves: Educación del Campo; políticas públicas; cuestión agraria.Abstract: In unequal development, contradictory and combined in the countryside, the expanded
reproduction of capital takes ways of apropriation beyond the earth, generating conflicts
which makes the agrarian question in the Brazil current and complex. They are forms of
cooptation of political subjectivities experienced by the working class "from below", amid
the processes of subordination and autonomy process in the fight for Rural Education,
which rely on the direct mediation of the State. Thus, we understand that the State through
actions, programs and public policies, appropriates the demands of the organized rural
working class in the struggle for Rural Education and turns again in forms of subordination
of rural workers to capital. In order to deconstruct these processes and uncover what are
behind these forms of appropriation, we analyzed the implementation of the Federal
Government program of education for rural areas, the "ProJovem Campo – Saberes da
Terra" in Paraíba (2010-2011). For this, we rescued the experiences in the implementation
process through the voices of those involved people, using interviews. From the analysis of
these interviews, as well as the survey and description of primary and secondary data about
the enforcement process of this program on a national scale and then in Paraíba, what
caught our attention at first was that there was a denial of "ProJovem Campo" to the initial
foundations of the educational proposals of Rural Education. With that in mind, we built a
theoretical-analytical methodological proposal that part of the recovery of the initial
foundations for these proposals - for this we used the classics Gramsci and Luckács,
placing at the center of this discussion the relationship between education and work - runs
through a historical recovery of the consequences of uneven and combined development in
the countryside, which distributes unevenly not only the earth as the breeding rights of own
life, such as education. So it reaches processes of political subjectivity, built in forms of
subordination and making autonomy processes of the working class under the Rural
Education, and therefore under the agrarian question today. We emphasize that these
processes of domination and making autonomy processes expresses in this research: in a
scale form "from above" and "from below"; for the appropriation and use of speech under
the capitalist development and its forms of control; and are marked by the relative
autonomy of the rural working class, passing through actions within the State itself. Amid
these processes the "ProJovem Campo" will be at the center of theoretical and
methodological analysis as one of these actions and focused on others experiences, in other
words, as the results of all that involves it. Overall, this thesis aimed to contribute to the
construction of a counter-hegemonic project underway through the Rural Education,
recovering the basis of this educational project, recovering the ideological conceptions that
originated it, but mainly unveiling forms of appropriate these bases by the State, in order to
view reappropriation against such actions by the subjects "from below". Finally, we close
this text, not the research possibilities around the theme, with the motivation that there is a
political project of Rural Education happening, carried out by the own subjects "from
below", which requires theories and renewed concepts, one of the contributions of this
research.
Keywords: Rural Education; Public Policies; Agrarian Question
A LUTA PELA TERRA E PELA EDUCAÇÃO NO ASSENTAMENTO RURAL DO MST ZUMBI DOS PALMARES E NO ACAMPAMENTO PEQUENA VANESSA, MARI, PARAÍBA
O objetivo deste trabalho é analisar a proposta educativa do MST e a sua relação com a formação territorial do Assentamento Zumbi dos Palmares, localizado no município de Mari na região da Mata Paraibana. Nosso ponto de partida foi a escola, porém algumas questões prévias nos pareceram importantes como: contextualizar histórica e espacialmente os movimentos sociais no campo, com ênfase no MST; a proposta educativa do paradigma da Educação do Campo e; as leis e diretrizes operacionais que crescem juntamente com essa proposta. A Escola Zumbi dos Palmares, do assentamento estudado, vem tentando contribuir na formação do aluno trabalhador do/no campo. Desde a luta pela sua construção até os desafios assumidos para a implementação de uma educação voltada para a realidade dos seus alunos. O ensino de geografia nesta escola pode contribuir com o fortalecimento de uma educação propositiva, afincada no paradigma de uma educação do/no campo
A cartografia social e os pct’s na escola: considerações sobre a experiência das comunidades caiçaras do pouso da cajaíba e da praia do sono (Paraty - RJ) / Social cartography and pct's in school: considerations about the experience of caiçaras communities in the pouso de cajaíba and praia do sono (Paraty - RJ)
Este artigo tem como objetivo relatar e analisar a experiência cartográfica vivenciada pelas escolas das comunidades caiçaras da Praia do Sono e do Pouso da Cajaíba, ambas localizadas na Baía da Ilha Grande, Rio de Janeiro. Essas experiências cartográficas surgiram a partir do envolvimento da Cartografia Social como parte de um projeto pedagógico das escolas intitulado “Guia Turístico”. A partir de uma abordagem decolonial este texto visa contribuir com o debate em torno das representações espaciais e suas implicações sócio-territoriais, discutindo sobretudo as etapas de produção, uso e interpretação de mapas, desde a escola e dos seus sujeitos. Tenta-se explicitar a proveitosa aproximação entre o cotidiano das comunidades e os processos de produção de representações espaciais através da escola
A CONSTRUÇÃO DE AUTONOMIAS RELATIVAS POR MEIO DA LUTA POR EDUCAÇÃO DO CAMPO: AS FORMAS DE SUBORDINAÇÃO E INSUBORDINAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA RURAL
Até esse momento da nossa pesquisa de doutorado – na qual estamos realizando uma análise da implantação do Programa ProJovem Campo – Saberes da Terra no estado da Paraíba, que se propõe a ser um programa de política pública em Educação do Campo – viemos sustentando que o capital por meio de projetos e programas de políticas públicas do Estado se apropria da demanda da classe trabalhadora rural no campo e as transforma mais uma vez em formas de subordinação desta classe. No entanto, o que pudemos observar com o desenvolvimento da pesquisa é que existem programas de políticas públicas que vêm sendo apropriados pelos sujeitos “desde baixo”, que as utilizam como formas de recriação de suas próprias formas de vida, tendo como centro de recriação o trabalho no seu sentido ontológico. Para a construção deste artigo estamos nos perguntando: o que são essas formas de apropriação? como elas podem ofertar graus de autonomia relativa à esses sujeitos? é possível que a classe trabalhadora organizada obtenha uma autonomia relativa em relação ao capital por meio das formas de apropriação dos programas e projetos de políticas públicas do Estado? Desta forma, faremos inicialmente uma breve análise por dentro da corrente marxista dos conceitos de autonomização, autodeterminação e autonomia relativa. Isso nos levará a uma análise das ações dos sujeitos em luta por Educação do Campo que perpassam as resistências/apropriação/ insubordinação às políticas públicas nesse âmbito. Acreditamos que tais ações podem transformar-se em ações de autonomias relativas por meio da reconstrução dessas propostas educativas a partir dos próprios sujeitos “desde baixo”
Terra, Trabalho e Escola: a luta do MST por uma educação do/no campo na Paraíba
In seeking to contribute, through research, in building a quality education for rural
schools, we presented the conditions of modern education (2010) from different areas of
rural Agrarian Reform Settlements in Paraiba for, from your analysis, construct ways of
overcoming the reality challenged. Our premise is that there is a mismatch history educational
/ space of families who live and work in the field and there are also ways of organizing
the working class who struggle for autonomy. " Given this, our research goal is to
analyze the process of territorialization of the Movement of Landless Workers (MST) by
education / field in the state, as the expression of one of these forms of class organization.
The current reality in schools in the MST settlements in state history is a reflection of the
educational conditions that have been denied the families of rural workers. The struggles
of peasants and workers in Paraiba are part of its historical process of territorial formation.
We highlight the decades of 1940-50 as an important moment in the peasant organization
in the form of alloys. Peasant leagues organized rural workers and peasants dispossessed
of their land rights, claimed the return to them and better working conditions.
Even with the extermination of leagues in 1964, these workers organized in unions remained
Rural and subsequently by the CPT. At the end of the 1980s and early 1990s, the
MST began its first mobilization for the struggle for land in the state, and since its occupation
first raised the banner of education in their territories. Claimed is not yet any one
school but a school that rescued the history and culture of peasants and landless workers.
Currently the 299 projects of rural Paraiba only 37 wins were the organization of the
MST and those only 10 have 37 schools. The dynamics and meaning of these 10 schools
for the MST struggle is our object of study. Operating conditions, infrastructure, political
and pedagogical training, many times far from the ideals of the movement, lack of autonomy
from the official teaching and understanding of the limits posed by an education
aimed at the ruling class, are issues that we tried, but answer, in light of the contradictions
of capitalist development in the field today.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorNa busca de contribuir, através da pesquisa, na construção de uma educação de qualidade
para as escolas do campo, apresentamos as condições educacionais atuais (2010) de diferentes
áreas de Assentamentos rurais de Reforma Agrária na Paraíba para, a partir da sua
análise, contribuir para a construção de caminhos de superação da realidade posta. Partimos
da premissa de que existe um descompasso educativo histórico/espacial das famílias
que vivem e trabalham no campo e que existem também formas de organização da classe
trabalhadora que lutam por reverter esse quadro. Diante disso o nosso objetivo de pesquisa
é analisar o processo de territorialização do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
(MST) por uma educação do/no campo no estado da Paraíba, como a expressão de uma
dessas formas de organização de classe.
A realidade presente nas escolas dos Assentamentos do MST no estado é reflexo histórico das
condições educacionais que foram negadas as famílias de trabalhadores rurais. As lutas de
camponeses e trabalhadores na Paraíba fazem parte do seu processo histórico de formação
territorial. Podemos destacar as décadas de 1940-50 como um momento importante na organização
camponesa em forma de Ligas. Organizados em Ligas Camponesas os trabalhadores
rurais reivindicaram o fim do pagamento da renda da terra, e posteriormente a Reforma Agrária.
Com o extermínio das Ligas em 1964, e o desmembramento do PCB no estado, surgem
organização de trabalhadores rurais por meio de sindicatos rurais e, já na década de 1970, por
meio da Pastoral da Terra, que veio posteriormente se configurar em Comissão Pastoral da
Terra CPT. Ao final da década de 1980 e inícios da década de 1990, o MST iniciou suas
primeiras mobilizações de luta pela terra no estado, e desde a sua primeira ocupação levantou
a bandeira pela educação nos territórios conquistados. Reivindicava-se não uma escola qualquer,
mas uma escola que resgatasse a história e a cultura dos camponeses e trabalhadores
sem-terra. Atualmente dos 299 projetos de assentamentos rurais na Paraíba apenas 37 foram
conquista da organização do MST e desses 37 tão só 10 possuem escolas. A dinâmica e significado
dessas 10 escolas para a luta do MST é o nosso objeto de estudo. As condições de funcionamento,
infra-estrutura, formação político-pedagógica, muitas vezes distantes do ideário
do Movimento, falta de autonomia em relação ao ensino oficial e os limites colocados pela
compreensão de uma educação voltada para a classe dominante, são questões que tentamos,
senão responder, interpretar à luz das contradições do desenvolvimento do capitalismo no
campo hoje
Educação do campo como espaço em disputa: análise dos discursos do material didático do projovem campo - saberes da terra
RESUMO: A Educação do Campo, hoje, é mais do que uma demanda dos movimentos sociais: ela se transformou num espaço em disputa. Essa disputa se dá, principalmente, pelo poder/controle do modelo formativo que essa educação irá ofertar. Entre essas ações estão o ProJovem Campo e seus respectivos espaços de formação, com destaque para o material didático. Como um dos instrumentos formativos mais importantes, o material didático sempre esteve em disputa, especialmente pelo controle do que será levado a cabo por meio dele, instrumento tão valioso para a formação dos sujeitos no campo. Compreendendo que Estado, capital internacional, movimentos sociais e pesquisadores da Educação do Campo disputaram conceitualmente - e, nesse sentido, ideologicamente - o sujeito que seria atendido por esse programa, acreditamos que não tenha sido um processo simples e, diante disso, temos como objetivo, neste artigo, evidenciar os discursos privilegiados nesses livros didáticos, os quais, por sua vez, acabam por negar outros
AS ESCALAS GEOGRÁFICAS DE PODER COMO FORMAS DE SUBORDINAÇÃO E INSUBORDINAÇÃO NA LUTA PELA EDUCAÇÃO DO CAMPO NO BRASIL/The geographical scales of power as ways of subordination and insubordination in the fight for rural education in Brazil
Este artigo tem como preocupação central as formas de apropriação do Estado das demandas da classe trabalhadora rural no âmbito da Educação do Campo no Brasil, e a consequente transformação dessas demandas em mais uma forma de subordinação do trabalhador rural ao capital. Acreditamos que essas formas de apropriação passam por uma estrutura organizativa do capital, por meio das ações do Estado, que se dá de forma escalar. Diante dessa problemática, o artigo caminha no sentido de contribuir com a construção de uma análise dessa estrutura escalar de poder armada “desde cima”, desvendando assim estratégias de controle e dominação dos “desde baixo”, os quais podem assim, diante do conhecimento dessas estratégias, construir suas próprias estruturas escalares “desde baixo” como forma de contra-poder e de insubordinação ao capital. No nosso estudo essa análise escalar é construída sob um olhar para a implantação do ProJovem Campo – Saberes da Terra na Paraíba, programa do Estado apresentado como parte das políticas em Educação do Campo no Brasil, enquanto uma estrutura escalar de poder “desde cima”; e para a estrutura organizativa do MST como uma estrutura escalar “desde baixo” que resiste e se recria na luta pela educação do campo
A LUTA PELA TERRA E PELA EDUCAÇÃO NO ASSENTAMENTO RURAL DO MST ZUMBI DOS PALMARES E NO ACAMPAMENTO PEQUENA VANESSA, MARI, PARAÍBA
O objetivo deste trabalho é analisar a proposta educativa do MST e a sua relação com a formação territorial do Assentamento Zumbi dos Palmares, localizado no município de Mari na região da Mata Paraibana. Nosso ponto de partida foi a escola, porém algumas questões prévias nos pareceram importantes como: contextualizar histórica e espacialmente os movimentos sociais no campo, com ênfase no MST; a proposta educativa do paradigma da Educação do Campo e; as leis e diretrizes operacionais que crescem juntamente com essa proposta. A Escola Zumbi dos Palmares, do assentamento estudado, vem tentando contribuir na formação do aluno trabalhador do/no campo. Desde a luta pela sua construção até os desafios assumidos para a implementação de uma educação voltada para a realidade dos seus alunos. O ensino de geografia nesta escola pode contribuir com o fortalecimento de uma educação propositiva, afincada no paradigma de uma educação do/no campo